Re: #004 - Sentimento

por **Pacify** Qui Abr 22 2021, 19:21

Antes de sairmos para dar continuidade aos serviços prestados, tratei de dar um forte abraço em Sonia, desejando-lhe um próspero e lindo casamento caso não nos víssemos mais. Tinha apreciado muito nosso curto tempo juntos e queria do fundo do meu coração que ela fosse feliz em seu matrimônio. Me despedi da noiva encarecidamente e aproveitei para voltar Yue para sua pokébola e rapidamente pegar Serena nos braços. Confiava em Link por sua responsabilidade e em Taillow por sua autonomia; agora, jamais deixaria Serena sobre a jurisdição de terceiros, muito menos Yue que era apenas um bebezinho. Com tudo pronto, me juntei a Eudora para fazer as tais entregas.

- Não acho que Vovó abusou não hahahaha... Eu gostei do trabalho, na verdade! Não achei que fosse me divertir tanto, mas para mim foi uma experiência muito gratificante! Só de ajudar a Sonia com seu casamento eu já fico muito feliz! Ela estava tão abatida, tadinha... Muito chateada... Eu tive até a impressão de... sei lá, meio que enxergar a aura dela? Não sei se você acredita nisso, mas eu podia quase que tocar na aura dela! Estava azul por conta da sua tristeza, foi muito esquisito e... Ai, eu tô falando demais de novo, né? Eu faço isso quando fico nervoso, desculpa *risadinha de nervosismo*.

Lá estava eu me atropelando nas palavras novamente... Era um tique comum de quando estava nervoso. Não sabia, entretanto, porque me sentia assim naquele momento. Talvez seja a vontade de mostrar serviço, ou a ansiedade de querer ir atrás das Ralts logo; de um jeito ou de outro, estava nervoso. Tentava desviar desse sentimento e me concentrar nas entregas.

por **Charlie H** Qui Abr 22 2021, 21:17

Pacifyrinshin • temperatura quente • tarde

- Viu auras não é? - disse ela, com um sorriso de quem sabia de algo. - Bom, parece ter sido uma experiência e tanto não é? Vovó costuma dizer que as emoções possuem cores, por isso trabalha com flores. Para ela, as flores nascem na cor do sentimento em que foi exposta. Obviamente a ciência discordaria dela, mas não houve um único dia em que alguém não passou por aquelas portas e foi direto na flor que simbolizava o sentimento que carregavam

A mulher interrompia a explicação fazendo uma pausa na frente de um mercado local, onde os próprios funcionários retiravam a maior parte dos vasos com flores. Após aquilo, só restava duas coisas na van: um buquê de flores brancas e uma rosa solitária.

- Que estranho, nunca vi comprarem uma rosa solitária. Enfim, vamos seguindo - disse ela, continuando as entregas. - Sabe, vi que você se desculpa bastante pelo que tem a dizer. Se quer meu conselho, não peça. Muitas pessoas se arrependem por palavras não ditas, por isso eu acredito que o melhor é sempre dizer tudo o que sente. Sabe... as vezes a conversa, por mais afobada que possa ser, pode ser o suspiro de vida que alguém precisava naquele dia - finalizou ela, olhando para o garoto. - Enfim, nossa próxima entrega aparentemente será numa casa. Se não se importar, eu gostaria de vê-lo fazendo isso sozinho, porém posso acompanha-lo se quiser

A mulher então parou no destino: uma casa luxuosa feita de vidro e madeira. Ela destoava bastante das demais, sendo a mais imponente do quarteirão. Eudora dava uma olhada nos papéis e apontava para a rosa solitária.

- Bom... se a Vovó anotou corretamente, a rosa é daqui. Mas, deve ter algo errado - finalizou ela, depois puxou mais um papel grudado nele. - Há um bilhete aqui: "Entre pela porta dos fundos". Bom... acha que dá conta?

Resumo da Rota:

por **Pacify** Sex Abr 23 2021, 11:50

- É, acho que você está certa! Depois do impasse que vi a Sonia passar hoje, acho que eu deveria me desculpar menos por falar...

Respondia a Eudora. De começo, confesso que tive um pouco de medo da jovem; achava o olhar dela um pouco intimidador e temia que sentisse ciúme do jeito que Vovó mal me conhecia e já me tratava com tanto apreço. Mas, depois dessa conversa, percebia que era bobagem minha. Sentia que Eudora falava do fundo do coração e dava conselhos realmente bons. Fiquei feliz de estar com ela naquele momento. Quanto à entrega misteriosa, respondi:

- Hmmm, acho que consigo fazer sozinho. E não vou estar sozinho, sozinho, né Serena? - A pequena estava entretida com uma pétala amarela singela. - Pelos fundos, né? Vamos lá.

E peguei a rosa solitária com Serena logo a frente de mim. Era uma casa muito bonita, expansiva e majestosa. Quem a comprou deveria ter uma personalidade e tanto! Além de, é claro, muito dinheiro. Fui me direcionando para os fundos da casa com muito cuidado e respeito, temendo assustar alguém ou parecer uma invasão de propriedade. Com uma voz mais trêmula do que gostaria, exclamei:

- An... Entrega!

por **Charlie H** Sex Abr 23 2021, 12:55

Pacifyrinshin • temperatura quente • tarde

Vincent pareceu obter êxito no chamado, pois sons de passos logo surgiam, assim como uma sombra na porta dos fundos. Ela se abria lentamente, revelando um garoto de aproximadamente nove anos com uma blusa azul claro e short azul escuro. Ele olhou para o especialista de baixo pra cima.

- Você deve ser o namorado do papai. Pensei que seria mais alto - disse, depois pegou o garoto pela mão e puxou para dentro. - A titia está lá em cima, mas está ouvindo música. Poderemos fazer o barulho que quisermos - comentou ele, apontando para uma escadaria que reproduzia uma doce música clássica. - Meu pedido! Obrigado. Mas o que vamos fazer de café da tarde para ela? - questionou o menino, pegando a rosa solitária e colocando dentro de um pequeno vaso numa bandeja com um prato e xícara vazios.

Resumo da Rota:

por **Pacify** Sex Abr 23 2021, 13:40

O QUE?

Tipo assim...

O QUE?

Eu simplesmente travei. Aquele menino foi me inundando de frase seguida de frase numa velocidade lancinante com tanta informação a ser questionada que eu simplesmente travei. Não conseguia formar sentenças coerentes, apenas balbuciando interjeições sem sentido.

NAMORADO do papai? Eu já tinha namorado, muito obrigado. Quer dizer, gostava de pensar que sim; não é como se eu e Adam estivéssemos oficializados ou algo assim, mas eu esperava que num futuro próximo pudéssemos... sei lá. E que titia era essa ouvindo música lá em cima? Se visse um estranho como eu adentrando aquela luxuosa casa sem o seu conhecimento junto da criança, eu sairia dali debaixo de tiro ou numa viatura policial, isso era certo. E... meu pedido? Porque aquela criancinha pediria uma única rosa? Já era estranho por si só, ainda mais porque aparentava ter condições de comprar a floricultura inteira. E café da tarde? Para ela? Ela quem, meu Arceus? Sentia que minha cabeça entraria em pane em breve; quase podia ver fumacinha sair dos meus ouvidos e ouvir o som dos Klings e Klangs trabalhando no meu cérebro. Como é habitual de quando fico nervoso, acabei falando demais:

- Aaaah, desculpa mas... não sou namorado do seu pai não! E eu sou bem alto sim, tá? Não sei quantos metros de altura seu pai tem, aliás, isso não vem ao caso, mas... Vim só entregar essa rosa aqui da floricultura e... café da tarde? Pra quem? Ai, eu tô sendo intrometido, não é da minha conta! Vim só entregar isso aqui e... Espera. Tô falando demais de novo. Olha só, garoto... - e agachava para alcançar sua altura, respirando fundo para me acalmar. - Primeiro de tudo! Qual o seu nome? Eu sou Vincent.

Se fosse um adulto, provavelmente teria entregado e saído dali o mais rápido possível. Mas era apenas uma criança; não conseguiria ser grosso com ela. Decidi que entenderia o que estava acontecendo antes de qualquer coisa. E começaria perguntando o nome do menino.

por **Charlie H** Sex Abr 23 2021, 14:52

Pacifyrinshin • temperatura quente • tarde

O menino arregalava os olhos e ficava vermelho logo em seguida. Ele deu uma olhada no relógio e depois retornou o olhar para o garoto.

- Desculpa. Eu nunca tinha visto ele então qualquer pessoa que batesse na porta seria ele - respondeu. - Papai disse que ele chegaria pelas portas dos fundos então... bom que seja - travou. - Sou Julian. Essa casa não é minha, é da minha tia, porém papai disse que ela estava para baixo nos últimos dias e eu me ofereci para fazer uma surpresa - começou. - Foi quando o papai disse que tinha um namorado novo e que ele sabia cozinhar. Imaginei que poderíamos fazer algo especial para ela, mas acho que ele está atrasado... ou nem virá - continuou, desanimado. - Você sabe fazer alguma coisa? Qualquer coisa de comer. Eu comprei o presente que pude, mas acho que não vai ser o suficiente - finalizou, olhando para a rosa.

Resumo da Rota:

por **Pacify** Sex Abr 23 2021, 15:43

Por Arceus... Confesso que meus olhos se encheram de água, pensando no pequeno Julian tentando agradar tanto o novo namorado de seu pai - que por sinal, já deveria estar por ali - quanto sua tia, que anda desanimada. Que preciosidade de menino! Era ÓBVIO que eu não deixaria o pobrezinho desamparado. Jamais me perdoaria... Por mais que Vovó talvez precise do meu auxílio lá na floricultura, eu tinha que resolver isso primeiro.

- Seu presente é lindo! Você está com sorte hoje, porque essa era a mais linda rosa da floricultura! Um presentão! E tem sorte também que eu sou o melhor cozinheiro que conheço. - Era mentira; conhecia muitos cozinheiros melhores do que eu. Fazia doces muito bem, era minha especialidade, mas eram mais complicados de se elaborar e podiam demorar muito para ficarem prontos. Entretanto, tinha um prato salgado que eu fazia muito bem e que não tardaria a ficar pronto, além de que seria perfeito para animar alguém! - Que tal fazermos um Curry? É um prato típico de Galar, de onde meus tataravós vieram! Não precisa de muitos ingredientes e sua tia vai adorar, tenho certeza! O que você acha? Quer me ajudar? Pode ficar brincando com Serena também, se quiser!

Serena até então estava atipicamente tímida. Não sei se porque em presença de uma criança desconhecida, ou se por estar num ambiente daqueles, mas estava quietinha no seu canto, apesar de curiosa, eu podia ver. De toda forma, fui para a cozinha procurar pelos ingredientes de um bom curry! Era um prato que podia variar muito, então não seria difícil ter bons mantimentos e temperos para me ajudar.

por **Charlie H** Sáb Abr 24 2021, 12:18

Pacifyrinshin • temperatura quente • tarde

Julian ficava contente com a oferta e pela primeira vez parecia ter notado a Clefairy. Ele então se aproximou dela e encostou em sua barriga, sorrindo logo em seguida. Por fim, ele brilhava os olhos.

- Curry de Galar? Parece bem legal e diferente. Papai disse que a Titia vivia viajando, porém ela não parece ter gostado muito das viagens - comentou, apontando para os quadros da casa, que ou eram antigos ou possuíam fotos de uma garota criança. - Ano passado eu e o papai viajamos para Sinnoh. Tiramos várias fotos por lá e todas estão espalhadas pela casa - continuou, depois viu uma revista jogada no lixo. - Aqui, aqui! Olha, olha! É ela, é a titia - disse animado, mostrando uma bailarina na capa que tinha o cabelo e os olhos parecidos com o menino. - Ou... era. Papai disse que ela teve um acidente e talvez nunca mais volte a dançar. Ela me dava presentes sabe? Não importa onde ia, ela lembrava de mim. Mas nas últimas semanas ela sequer abre a porta - finalizou, numa expressão quase triste, mas depois se recuperou. - Fique a vontade para pegar tudo que encontrar na cozinha. Papai fez compras a poucos dias, então os armários devem estar lotados

Resumo da Rota:

por **Pacify** Sáb Abr 24 2021, 15:49

Nossa.

Não sabia muito bem como lidar com aquela informação nova. Por um momento, achei que fazia comida para uma pessoa meio chateada ou melancólica, não uma bailarina que talvez nunca mais faça o que mais ama fazer... De repente, senti a pressão de um Wailord nas costas. Nem que aquele curry fosse a melhor refeição do mundo, não seria o suficiente. Julian no auge da sua inocência e doçura infantil parecia achar que a animosidade de sua tia tinha conserto fácil, mas eu sabia que não era bem assim. Não queria, entretanto, decepcionar o pequeno, muito menos sua tia que nem sabia da minha existência. Era impossível não ficar chateado com aquela situação, mas fiz o meu melhor para parecer bem para Julian, que me contava mil histórias, me mostrando fotos e sorrindo, no que eu respondia com animação e interesse. Mas, lá no fundo, não estava bem; não conseguia imaginar como devia estar sendo para a tia bailarina. Ficava imaginando minha irmã, Violet, que também dançava ballet com Serena, na época ainda uma pequena Cleffa. Até mesmo quando batalhamos, Serena dá um jeito de incorporar passos de ballet em seus golpes. Fico pensando o que aconteceria com ela se não pudesse mais dançar...

Tentei afastar essas imagens da minha mente, me concentrando no curry. Pelo menos, achava que ficaria bom; a cozinha era bem equipada e tinha ingredientes de ótima qualidade para trabalhar. Enquanto cozinhava numa panelona grande, Julian conversava e brincava com Serena. Pelo menos aqueles dois deixavam meu coração quentinho...

por **Charlie H** Sáb Abr 24 2021, 19:13

Pacifyrinshin • temperatura quente • tarde

O papo fluía, assim como as informações chegavam ao especialista em fadas e também o fazia reviver algumas lembranças do passado. Os minutos seguintes foram de completo silêncio, tendo apenas as vezes o som de risadas do garoto que brincava com a fadinha. Com isso, a comida já devia estar pronta e o cheiro era maravilhoso.

- Espero que ela não sinta o cheiro antes da hora - disse o menino, correndo para a geladeira e pegando uma jarra de líquido rosa. - Suco de Pecha Berry, é o favorito dela. "O mais doce de todos os doces" - brincou. - Então, você vem comigo pra encontrar ela? Quem sabe não consegue um autógrafo - finalizou, se preparando para pegar a bandeja.

Já estava no auge da metade da tarde, porém como Eudora não apareceu, talvez o garoto ainda tivesse tempo para uma rápida passada no quarto da tal tia.

Resumo da Rota:

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