[Missão de Sociedade] Sheer Force

Barriguinha cheia, Pokébolas ocupadas e dentinho escovado. Assim estava Ayzen quando deixou o banheiro do Centro Pokémon e retornou para o saguão. Tudo estava nos conformes, com os civis, voluntários e Joy nos seus devidos lugares nesse cenário que já foi descrito antes. Só um novo elemento tinha surgido desde então: dois outros Rangers.

Eram visivelmente mais novos que Kitshomo, e pela forma que conversavam entre si eles deviam já ter tido tempo de se conhecerem. Também, pela forma que se vestiam dava para reconhecê-los como sendo mais baixos na hierarquia da corporação.

– Capitão. – diria o rapaz, fazendo um cumprimento militar, assim que visse Ayzen por ali [[imagem ilustrativa do menino].

– Capitão. – repetia a moça, que então assumia uma postura ereta e respeitosa, as pernas unidas e os braços colados nas laterais do corpo [imagem ilustrativa da menina].

E então ficavam quietos, calados e ansiosos esperando o loiro dizer algo.

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Mais perdido do que gostaria, faltava orientação até sobre como lidar com os subordinados, que também pareciam perdidos. Quem diria que esse seria só o começo de uma longa tarde de trabalho?

Quando Kitshomo consultou o Ranger Pad e acessou os dados da missão, via que tinha recebido uma mensagem de atualização, da base de Saffron, havia poucas horas. Talvez fosse quando lidava com a situação dos ovos, de modo que não percebeu o alerta no momento. Ou simplesmente o equipamento não alertou, como vou saber?! Não desenvolvi essa tecnologia... Mas, vamos à mensagem atualizada, que entre outros textos e formalidades, dizia:

Para Cap. Kitshomo escreveu:Missão: Entrega de suprimentos à população de Celadon
Objetivo: Arrecadação, transporte e distribuição de mantimentos e remédios para os afetados pelo desastre nas cidades de Celadon.

Cmdt. Aguilera designa,
1) Para arrecadação, recolhimento e embalagem de donativos, sediados na Base Ranger de Saffron:
1.1) Cap. Nascimento;
1.2) Ca. Lis e Ca. Torres;
1.3) Recrutas: Vitale, Romero, Santos e Costa.

2) Para carregamento e transporte de donativos, de Saffron até Celadon:
2.1) Cap. Lopes;
2.2) Ca. Souza e Ca. Lima;
2.3) Recrutas: Pereira, Silva, Kochenborger e Fritz.

3) Para distribuição de donativos, sediados no Centro Pokémon de Celadon:
3.1) Cap. Kitshomo
3.2) Ca. Pêra e Ca. Rodrigues
3.3) Recrutas: Vieira, Morais, Leite e Gomes.

A singela "normativa" também trazia mais instruções para cada destacamento da operação. Ao que Ayzen teria que liderar - pois é, lute com isso Capiton - cabia receber a carga de suprimentos que chegaria nos próximos minutos, na rua em frente ao Centro Pokémon. Depois, junto com seus subordinados, se encarregar de organizar e realizar a distribuição das cestas na cidade.

Seria um trabalho longo, afinal o próprio CP já tinha um posto de recolhimento, mas este era liderado pela Polícia local. Ou seja, Capiton e sua turma deveriam literalmente distribuir as coisas pela cidade. Não de porta em porta, pois existiam postos nos Centros Comunitários dos "bairros" da cidade. Mas, não vamos nos desesperar... Né?!

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Esse Capitão anda folgado! Mal voltou de férias e já tá pensando em pedir licença pra fins de estudo! Ai ai. E olha que é só uma missão basiquinha, sem todos os paranauês e riscos que uma missão tradicional costuma ter - eu acho.

– Sim, Capitão. Mas... Já pedimos pros Recrutas ficarem lá fora esperando o caminhão com os suprimentos. – explicava o rapaz, meio confuso com a ideia de deixarem o ponto de encontro determinado – Ah, perdão. Eu sou o Cadete Pêra, mas pode me chamar de Beto. – sorria, relaxando.

– Eu sou a Cadete Rodrigues, Leia Rodrigues. – apresentou-se a outra – Pode contar com a gente pro que precisar, senhor. – e ela também tentava tranquilizar o Capitão.

Nesse meio tempo, o comboio com a equipe do Cap. Lopes chegava. Eram duas carretas de médio porte, portanto abarrotadas de coisas. No primeiro veículo vinha o próprio Capitão daquele grupo. Ou melhor, Capitã: uma mulher de expressão séria, cabelos bem curtos. Ela vinha acompanhada de um dos Cadetes, enquanto o outro guiava o veículo detrás. Já manobravam em frente ao Centro Pokémon para descarregar.

– Onde está seu Capitão, Recrutas? – da janela do carro ela já se dirigia ao quarteto de Recrutas que a aguardava lá fora. Onde estava Ayzen?

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Ayzen chegou em tempo de ver as duas carretas estacionarem no recuo à frente do Centro Pokémon. Assim que o fizeram, os passageiros começaram a descer de cada um deles e tratar de abrir a parte traseira onde a carga vinha. Os Recrutas e Cadetes liderados pelo loiro se reuniam à sua volta.

– Oi, colega, estava mesmo te procurando. Sou a Capitã Lopes, Jenifer se preferir. – ela também descia, deixando ver os trajes e distintivo similares ao do nosso protagonista – Onde podemos descarregar as coisas? – digamos que seriedade era só o jeito peculiar dela ser, afinal não deve ser fácil para uma mulher ascender com reconhecimento numa corporação predominantemente masculina #militei.

A moça esperava uma resposta, enquanto os Cadetes que a seguiam já se organizavam com os respectivos Recrutas para darem assistência naquela tarefa. Agora, lugares para depositar os kits de suprimentos?

Bem, tinham o hall do Centro Pokémon, que já abrigava e se dividia com inúmeras outras funções e coisas e gentes, mas era uma opção. Também tinha o pequeno jardim que decorava a área em frente ao CP. Não era muito amplo, mas se devidamente isolado podia servir para um propósito temporário (sem precisar danificar nenhuma flor); fora que nem tinha gente ali mesmo. Deixar nos próprios caminhões podia ser cogitado, mas a Capitã devia saber responder com mais precisão se era possível ou não. Uma quarta opção? Fique à vontade para sugerir!

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Nosso Capiton tava nervousu. Isso fazia ele se atrapalhar e travar um pouco, mas tendo que tomar decisões em cima da hora com base nas informações que tinha. Designou funções que logo seriam executadas sem hesitação, mas também sem tanta trabalheira como ele tinha impressão que poderia ser.

– Já temos uma lista de controle que usamos pra embarcar as coisas, companheiro. Vou transferir pra vocês. – um dos Cadetes que acompanhava a Capitão se pronunciava, tratando de sincronizar seu Ranger Pad com o de Leia e então fazer a transferência dos dados.

Diferente de seu Capiton, os subordinados estavam bem relaxados e descontraídos, conversando casualmente uns com os outros enquanto todos descarregavam os carros. Se Leia fosse fazer a fiscalização sozinha, teria problemas pois era apenas 1 Leia para 2 caminhões. Assim, o Cadete que tinha a planilha tomou a iniciativa de ajudar, e cada um se responsabilizou por um veículo.

Ayzen não era o único cujos Pokémon viriam para fora, então logo o pequeno jardim estava tomado de criaturinhas de todos os tipos, carregando caixas e pacotes. Não tinha uma organização determinada, apenas empilhavam da mesma forma que estava nos carros - graças a Arceus, Jenifer tinha feito um bom trabalho naquilo, então era só manter.

– Sinto muito não terem lhe dado um carro pra fazer isso. – comentou a Capitã quando Kitshomo ficou por perto, com os olhos perdidos à procura da polícia local – Vou ver se me permitem deixar pelo menos um desses com vocês, já que daqui eu e minha equipe voltamos pra Saffron, que é logo aqui do lado. Podemos ir voando. – ela então sacava seu próprio Ranger Pad e dedilhava a tela dele – Já viu com sua equipe se nenhum deles trouxe Pokémon específicos pra essa tarefa?

Agora que ela perguntou, dava pra notar uma tendência nos Pokémon dos Cadetes e recrutas de ambos os grupos. Na equipe de Jenifer, muitos Pokémon eram Lutadores, fortes o suficiente para carregarem coisa pesada, ou então eram Psíquicos e Gramíneos versáteis, que moviam mais de uma coisa ao mesmo tempo. Na equipe de Ayzen tinham alguns destes também, mas uma boa quantidade de quadrúpedes, inclusive dois Mudbray que vestiam celas próprias para carregar mais de uma caixa de cada lado.

Quanto à polícia local, estava por ali sim. Claro, existe um posto de arrecadação deles bem dentro do Centro Pokémon. A propósito, era de lá que o policial acabava de sair, vindo pro lado de fora fumar um cigarro e tomar um cafézinho preto. Ele em si não tinha nenhuma viatura, mas uma moto. Não significa que não possa ajudar, né?!

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