Contest #02 - Apresentações

Ah, um Contest. Faz tempo que não me animo com um. Melhor dizendo, faz tempo que não participo de um. Sempre às voltas com outras tarefas trabalhosas. Nesse comeback, até aquele leve nervosismo volta para causar frio na barriga, ainda que seja menos, depois das minhas outras experiências em outros tipos de palco. Mas é um nervosismo bom, do tipo que dá um gás e satisfaz a gente quando os nós vão se soltando à medida que nos apresentamos. Essa apresentação em particular tinha todo um significado para mim que, depois de alguns encontros e eventos, vi no Sol de fato um remédio para os ânimos, no período de reclusão na fazenda. Então, vamos lá, vamos botar essas borboletas do estômago para fora, e por o leão para rugir!



O teto solar da arena tinha sido fechado temporariamente, assim como os holofotes tinham sido desligados, deixando todo o hall à meia luz das lâmpadas espalhadas por corredores e arquibancadas. Era mesmo a intenção mergulhar todos na expectativa daquilo que não viam, nos lembrando de sempre dar valor à luz que nos permite ver! Para pontuar isso, a música tocou realçando a atmosfera de suspense.


Havia um vulto correndo pela arena, todos podiam, no mínimo, supor ao ver e ouvir a movimentação da criatura que circulava acelerada por ali. Ele era tão negro que pouco podia ser realmente percebido de sua forma. O pequeno corria contornando a própria arquibancada, provocando murmúrios que se abafavam pela música.

No clímax daquela canção antiga [2:28 do vídeo], a silhueta de Kiki - nome artístico dado antes de sua entrada - surgiu no centro do palco, desenhada por um fraco holofote posto sobre ela no momento exato. A garota trajava um vestido longo de lhe cobrir as pernas, todo ornado com flores de verão assim como a adorno em sua cabeça, desta vez: Tagetes, Margaridas, Petúnias e, claro, Girassóis. Os brancos e amarelos das pétalas provocando destaque contra o rosa do tecido. Kiki dançava no ritmo dos instrumentos, com o punho esquerdo encaixado acima do direito, movendo o braço de um lado a outro, como em ondas. Deu um giro sem sair do lugar esvoaçando seu vestido e, de forma teatral, levou a mão direita ao solo.


Uma aura amarela deixou o corpo da coordenadora e encontrou o de seu parceiro, que agora corria na direção dela, pelo centro da arena. Viu-se ali a silhueta do felino quadrúpede, que logo em seguida saltou, girou no ar e caiu com força no solo, abrindo uma fenda onde pousou, pequena, porém profunda (Tectonic Rage). Os holofotes se acenderam para mostrar a cena quando, de dentro do buraco, Litleo fez seu rugido ecoar (Noble Roar). [som ilustrativo]

O "rugido" do pequenino não foi tão imponente quanto gostaria, arrancando risos de alguns e quebrando a postura da própria Kiki, que não conseguiu se conter. Litleo então saltou para fora da fenda, pousando aos pés da garota, de frente para o público em uma pose respeitosa e gloriosa, como se já fosse o bravo leão do futuro, ainda que usasse na cabeça uma coroa de folhas verdes e um saiote igual na cintura, além de muito brilho no pelo escuro - quase um aloliano nato!

— Com vocês, o Sol, haha! — ela disse ainda em um leve tom de riso e diversão, pois era isso que queria trazer para o próximo ato da apresentação, o contraste entre a imponência e graça da estrela flamejante.




Minha voz em riso deu uma leve ecoada graças ao microfone que eu usava. Essa era a deixa para a música começar a tocar; um distinto e animado violão que trazia a alegria para o palco, à medida que o teto voltava a abrir, trazendo a luz do Sol para nós e o público. Litleo, o meu Sol, também se alegrou como tinha que ser e saiu saltitando de volta para as margens do hall, querendo brincar com as pessoas como o gatinho filhote que era. "Hora de botar a voz no jogo, Kiki!"

— Ô, sol, vê se não esqueceee e me iluminaaa. Preciso de você aquiii. — com gingado, fiz sinal na direção do Pokémon para que ele voltasse até mim — Ô, sol vê se enriqueceee a minha melaninaaa. Só você me faz sorriiir. — eu não podia deixar de enaltecer aqui a minha própria pele, tão escura quanto o pelo de Litleo, por isso deslizei os dedos de uma mão no braço oposto, até o pescoço.

Pensando bem, eu e Sol éramos um combinado de tons quase idênticos. Pele e pelo escuros; meu vestido rosa em tom quente como o topetinho vermelho dele; nossos adornos cheios de amarelos, laranjas e verdes. Tudo isso contrastando positivamente com o cenário mais praiano e ensolarado, de azuis, amarelos e terrosos do Hall de Vermilion. Bem vibes! Ah! Sol me ouviu e está voltando, bem como ensaiamos - modéstia à parte, foi muito esperto chamar ele de Sol e usar as ordens da própria canção na coreografia.

— E quando você vem tudo fica bem mais tranquilooo, ô, tranquilooo. Que assim seja, amém. O seu brilho é o meu abrigooo. Meu abriiigooo! — Sol saltitava ao meu redor energizando seu corpo com uma aura brilhante que causava pequenas explosões douradas sempre que ele tocava o chão ao cair (Endeavor + Work Up), como ensaiamos, para representar o brilho que me abriga.

Ah! Esqueci de comentar o mais importante sobre nossa coreografia! Sim, ela existe. Inspirada numa garota praiana que conheci há alguns anos: Lilo. Foi minha primeira fã, depois do meu primeiro Contest. Sabia que ela estaria me assistindo agora, então quero dar às câmeras uma coreografia simbólica, que traduza em linguagem de sinais aquilo que quero dizer quando canto. Por isso, fiz uma adaptação de algo que encontrei na internet. Desculpem se eu errar algo, principalmente porque tô executando aqui com gingado e talvez mais mobilidade do que deveria para quem me observa. O que vale é a intenção, de coração!


—  E toooda vez que você saaai, o mundo se distrai. Quem ficar, ficou. Quem foi, vai, vai. Toda vez que você saaai, o mundo se distraai. Quem ficar, ficou. Quem foi, vai, vaai. Quem foi, vai, vai, vaaai. Quem foi vai, vai... —  ocasionalmente, nas minhas notas mais altas, o leãozinho se virava para o público e tentava acompanhar dando aquele seu rugido fofo e engraçado (Noble Roar).

Enquanto Litleo tomava conta da atenção de uma metade das arquibancadas, era minha chance de brilhar do lado oposto, dançando e realizando os gestos repetidos e ritmados, mas me movendo ao longo do centro do palco, dominando e tomando conta dele. Isso é, sem obviamente deixar de interagir com meu Sol, que definitivamente fazia manter o sorriso espontâneo e largo no meu rosto durante toda a apresentação, tal qual a música contava. Por falar na canção, aí vem nosso clímax, hora da parte complicada na coreografia do leão.

— Ô, sol, vem, aquece a minha almaaa e mantém a minha calmaaa. Não esquece que eu existooo e me faz ficar tranquilooo.

Sol veio e parou a alguns metros de distância, me fitando com seus grandes e brilhantes olhos, esperando que eu desse aquela piscadinha de canto para ele saber o que fazer. Ali ele começou a brigar com seus próprios acessórios. Chacoalhou a cabeça com força várias e várias vezes (Headbutt) até se libertar por completo da tiara e da saia que vestia.

— Ô, sol, vem, aquece a minha almaaa e mantém a minha calmaaa. — ritmo acelerando; era hora do Litleo começar a saltitar alegre em torno dos acessórios no chão, provocando um pequeno tremor (Bulldoze) que até me ajudou no vibrato — Não esquece que eu existooo e me faz ficar tranquiloooooo! — nota sustentada.

Os acessórios do leão foram arremessados para cima no último pulo, depois que ele os abocanhou e atirou todos para o ar. Com maestria, Litleo por fim tomou impulso no ar e, com uma cabeçada (Tackle) se enfiou no que antes era a saia de folhas, transformando-a numa juba improvisada. Eu ri! Ficou melhor do que ensaiamos.


— E toda vez que você sai, o mundo se distrai. Quem ficar, ficou. Quem foi, vai, vai. — hora da nossa retirada — E toda vez que você sai, o mundo se distrai. Quem ficar, ficou. Quem foi, vai, vai. — Sol veio se juntar ao meu lado, exibindo sua esplêndida juba de folhas — Toda vez que você sai, o mundo se distrai. Quem ficar, ficou. Quem foi, vai, vai. — nós íamos, eu reduzindo o ritmo da dança e ele trotando como se desfilasse orgulhoso, mas ainda se distraindo com as pessoas que acenavam na plateia — Toda vez que você sai o mundo se distrai. Quem ficar, ficou. Quem foi, vai, vai...

— RAWR! — sim, foi um último rugido de despedida (Noble Roar) [som ilustrativo]. Que todos tenhamos um Sol exuberante e alegre assim!

Kiki veste escreveu:Dríade primaveril
Coroa de Flores

Sol / Litleo veste escreveu: Groundium Z
Tiara de folhas
Saia hula de folhas
Glitter powder