[PERSONAGEM SECUNDÁRIO] 0 - Umi

por **Food** Ter Mar 08 2022, 18:29

Resumindo! escreveu:Começando em Sandgem (Sinnoh) com um Totodile.

O Sol estava de matar.

De matar, mesmo.

Na verdade, talvez o problema não seja o Sol, mas sim eu. Eu e minhas roupas, para ser mais exato.

— Aaah, eu vou morrer. Eu com certeza vou morrer. — Choraminguei de leve, em voz alta, enquanto andava me apoiando em meu cajado de madeira.

Não tinha ninguém perto de onde eu estava. Se eu tivesse um mal súbito, estaria largado ali. Mas, por mais que o Sol estivesse aos poucos me cozinhando, e por mais que eu estivesse pingando gotas de suor pelo caminho, o simples ar de novidades que enchia meus pulmões já me deixava mais energizado!

Foram treze anos preso em Snowpoint. Independente do quão divertido tenham sido, ainda foram treze anos preso na mesma cidade! Mas, depois de finalmente atingir a maioridade, eu estava LIVRE! Eu poderia correr pela grama alta (que eu nunca tinha visto), ir até uma praia para... Seja lá o que pessoas façam em praias (que eu também nunca tinha visto), e o principal: conhecer novas pessoas e Pokémon!

— Droga... Eu tô muito animado. Minhas mãos estão tremendo!

Mal sabia eu, entretanto, que a tremedeira não era simplesmente animação e ansiedade. Eu estava a beira de um colapso.

Sim, eu colapsei por causa do calor.

...

Abri os olhos lentamente, de forma quase relutante. Estava claro demais. Coloquei uma mão na frente de forma quase reflexiva, notando que estava em uma espécie de sala. Me sentei e notei que estava em cima de uma maca, sem o meu casacão e minha calça larga, mantendo apenas as roupas mais finas que eu usava. por baixo, algo que me deixou mais refrescado, mesmo.

Olhei para o lado e vi que meus acessórios estavam todos encostas ali. Além das roupas de frio, meu cajado e minha espada de madeira. Suspirei, entendendo a situação em que me encontrava. Me levantei lentamente e comecei a andar na direção das roupas, quando uma porta atrás de mim se abriu.

Dela, uma velha... Uma senhora saiu. Ela ajeitou os óculos em seu rosto enrugado e sorriu, notando que eu estava bem. Seus cabelos grisalhos indicavam sua idade: provavelmente por volta dos trezentos anos. Ela tinha uma Pokébola em mãos, e decidiu jogá-la em minha direção.

— Whoa, calma lá! — Exclamei, pegando o objeto esférico com as duas mãos, no susto.

Ela sorriu novamente e se sentou em uma cadeira próxima. Até o momento, o fóssil enigmático não dizia nada, apenas me encarava. Acho que ela é tipo uma múmia e a língua já decompôs ou algo do gênero...

— Vejo que está bem. Te carregar até meu laboratório foi um pouco problemático, não fosse a ajuda do Rogerinho. — O dinossauro disse, acenando com a cabeça na minha direção. — Quem está ai dentro é uma das proles dele. Percebi que você não tem nenhum Pokémon, então estou te dando ele.

Encarei a esfera algum tempo, pensativo.

— Não precisa agradecer. Caso esteja se perguntando, sou uma professora que estuda sobre biomas e Pokémon diversos aqui da região de Sinnoh. Percebi pelas suas roupas que é um nativo de Snowpoint, de alguma vila de esquimós próxima, não é? — Ela disse, tagarelando pra caramba. — Julguei que você é um rapazinho que acabou de sair de sua vila e estava se aproximando do laboratório para pedir um Pokémon para o professor Rowan, não é? Pois bem, como ele está sem Pokémon no momento, estou doando um do meu acervo pessoal. Dúvidas? — Ela perguntou, ajeitando seus óculos e finalmente ficando calada.

— O que é prole? — Indaguei, curioso.

Ela ficou em silêncio algum tempo, notavelmente surpresa com minha pergunta. Talvez pensando que eu sou um idiota, mas a verdade é que eu me perdi quando ela falou essa palavra, e não entendi bem o que veio depois.

— Qual o seu nome, rapazinho? O meu é Beth. — Ela perguntou, ignorando minha pergunta. O que achei bem rude da parte dela, aliás.

— Cross. — Respondi, cutucando a Pokébola. — Você tem certeza que posso ficar com isso? Sua teoria está certa, mas eu não quero ninguém me dando coisas por pena.

A senhora ouviu algumas batidas na porta, e logo a abriu. Dela entrou um Pokémon bem grande e parrudo. Tinha um barrigão de cerveja e uma cara relaxada bem engraçada. Estava limpando seus dentes com um palito. Provavelmente tinha abatido umas três Miltank inteiras.

[PERSONAGEM SECUNDÁRIO] 0 - Umi Feraligatr

— Esse Feraligatr bateu na porta?

— O nome dele é Roger. Mas como eu cuido dele desde que era apenas um ovo, acabei me apegando ao nome Rogerinho. Sou uma pesquisadora que veio de Johto, então trouxe alguns exemplares comigo. Me impressiona que já tenha visto um.

— Sabe como é, eu sou um esquimó, não um homem das cavernas. Eu tinha TV no meu iglu. — Falei, sorrindo de maneira sarcástica.

A velha deu de ombros e começou a fazer algumas anotações em uma prancheta que ela tinha em mãos. Em seguida, foi até um armário e pegou alguns utensílios: Pokébolas e uma Potion. Ela embrulhou tudo em uma caixa de presente (sem a fitinha) e se aproximou de mim, me entregando os itens.

— Acredito que isso seja o essencial para você, por enquanto. Não sei o que pretende fazer da vida, mas está em Sandgem no momento. Tome cuidado lá fora, principalmente na grama alta.

— Obrigado, tia. — Respondi, ignorando os avisos. — Valeu pela ajuda. Acho que agora estou preparado pra começar uma aventura, mesmo. — Comecei a colocar minha calça larga e meu casacão novamente. Já estava um clima mais fresco, então eu não me sentia mal. Peguei meu cajado e a espada. — Bem... Acho que é isso... Falou? — Falei, meio em dúvida de como me despedir de uma estranha que me deu várias coisas de repente.

— Em troca...

— Ah, eu sabia... — Conto do vigário.

— Quero que me mantenha informada sobre as espécies que for encontrando. Use seu Rotom Phone pra isso. É só me mandar mensagens, textos, ou me ligar, tanto faz.

Bem, era entendível que aquele ser humano arcaico já havia passado do saudável de viver muito, então imagino que seja difícil sair andando por ai. Dei de ombros e assenti. Acho que era um acordo justo.

— Já é.

Depois disso ela me passou seu número e eu finalmente pude dar o fora dali. independente de todas essas coincidências absurdas, acho que sou grato a senhora Beth por tudo que ela me deu. Meus pais me deram educação, então agradeci antes de sair. Porém, eu realmente não tinha bem um plano para seguir a minha aventura, então... É, eu guardei tudo na minha bolsa de couro e fingi saber para onde ir.

UMI

por **Tyrant** Ter Mar 08 2022, 19:19

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