[RECRUTAMENTO DE APRENDIZ] - Winnie Freda

por **Seth** Dom Nov 27 2022, 14:07

STAR CITY

pokémon gym

OFF:

Ah, a jovem Star City. Uma joia de cidade, se me perguntar. Enfiada meio as grandes montanhas que ligavam Kanto e Johto, o munícipio esbanjava tecnologia e turismo, como toda cidade recém formada; milhares de pessoas passavam ali, todos os dias, fosse para aproveitar as belezas naturais, as modernas ou simplesmente para ir até a próxima região, utilizando o metrô. Mesmo que pequena em dimensões, a estrela de Tohjo era certamente um dos maiores pontos turísticos das duas regiões. Abrigava cadeias de montanhas e rotas perigosas que serviam de ecoturismo para os mais radicais, mas também tinha tudo que uma metrópole poderia ter: shoppings, fast foods e lojas a dar e vender.

Essa combinação tornava o centro comercial dali bastante atrativo para qualquer um que visitasse, não havia como entrar em Star sem sair com pelo menos dez sacolas de itens comprados pela cidade. O comércio, além de vivo, era charmoso e encantador, praticamente te hipnotizava para comprar horrores. Talvez por isso, a quantidade de roubos e violência fosse grande também; como todo lugar do mundo, onde tem mais pessoas, temos mais crimes. Mas isso não era algo que incomodava nossa protagonista. De jeito nenhum.

A quantidade de pessoas nas ruas era tanta, que se o plano de Winnie era passar desapercebida, ela escolhera o lugar certo. Literalmente era só mais uma garota de cabelo rosado e uma carreira tanto quanto conturbada, dentre todos os outros treinadores e comerciantes que haviam ali. Ali, em meio a todas as lojas e pontos turísticos, estava um grande parque de diversões; mas não era comum, longe disso. Ao invés de brinquedos para crianças, ele abrigava grandes estruturas metálicas que serviam como shows de mágica e ilusionismo, além de outras tarefas (extremamente perigosas) que davam uma luz diferente para o espaço. Era um assentamento que exalava energia hetero, sabe?

E, no meio de todos os "brinquedos", estava o grandioso ginásio: uma esfera de metal imensa, coberta por uma lona negra, onde o líder local se apresentava e também batalha. Havia apenas um pequeno prédio-anexo a bola da morte, onde se encontrava a recepção do lugar, que era exatamente o que Freda procurava; um casebre muito bem conservado, pintado de preto e com diversas caveiras e símbolos de gangues de motoqueiros espalhadas. Ao adentrar, a rosinha poderia ver um pequeno balcão com uma moça claramente punk. Ostentava um moicano verde, com diversos piercings espalhados pelo rosto, que se misturavam as spikes de sua roupa e acessórios; diversas tatuagens enfeitavam seu corpo, e davam o toque final para a garota.

Quando Winnie passou pela porta, o olhar da garota saiu do computador a sua frente e se fixou na visitante. Vamos ser sinceros, ela não estava em seu ambiente comum. Na verdade, aquele era um local completamente hostil, e que com certeza teria certo preconceito para com a protagonista, por ser "normie" demais; mas, nós espectadores sabemos que de normal ela só tinha a aparência. Só Arceus sabia por quais aventuras e quanta merda Winnie já teve que passar para estar ali; se tinha uma coisa que ela não era, era sensível. Ela só teria de provar isso para todos ali.

- Posso te ajudar? - A atendente questionou, erguendo uma sobrancelha enquanto continuava a mascar seu chiclete. - Se quer batalhar com o Matt vai precisar voltar depois... Ele vai se apresentar daqui a pouco. - Era por volta de 17:30h quando a rosinha chegou ali, então, ela não tinha como saber que o líder do ginásio iria brincar com a morte daqui a mais ou menos uma hora e meia; e também que ele só aceitava desafios pela madrugada.

por **Victoria** Dom Nov 27 2022, 15:15

Depois de anos, eu preciso admitir que HOJE eu acordei ansiosa para montar um look para vir aqui. Sei que reforcei aqui que minha escolha por Mathew foi apenas uma decisão por falta de opção, visto que Christina e Pandora eram péssimas escolhas, ainda assim eu sabia que esse ginásio seria uma... aventura.

E apesar de eu reclamar um bocado, eu gosto de aventuras.

Mas como o narrador sabe, eu sou meio normal. Quer dizer, eu tenho cabelo rosa e panz, mas salvo isso, eu sou bem normal. Por isso foi muito difícil escolher minha roupa... muito difícil. No fim, entre minhas composições de looks comuns, o máximo que eu podia fazer era botar uma calça jeans rasgada, um coturno de caminhada e uma blusa de manga preta, com alguma estampa de pokémon. Por falta de opção, optei por uma babylook preta com um Teddiursa fofo estampado no peito. Era a melhor escolha? Não, mas idai, não é? Pelo menos é preto.

Depois disso, passei uma base de alto revestimento e um pó pouco iluminado. Junto do efeito "matte", adicionei um batom bem vermelho e um lápis de olho. Prendo o lado do cabelo que escondia minha Key Stone, deixando-a bem exposta dentro do meu piercing na hélix da orelha, penduradinha e fixada a meu brinco com uma corrente.

Sei que é meio "poser", mas esse era um mais "motoqueira" que eu podia parecer. Sei que fosse a Vitória com o buracão de alargador na orelha, cairia melhor, mas não sou. Infelizmente sigo rosada e fofa, com uma blusinha de Teddy-urso.

O que talvez deu um "tcham" no meu visual foi minha Houndoom. Isso talvez tenha sido "genial" da minha parte... ou clichê demais, mas soltei a pokémon e a deixei caminhando ao meu lado.

Devo admitir que esse tempo que gastei pensando no "visual" serviu para me deixar menos nervosa durante o trajeto. É meio estranho estar nervosa para isso, mas eu estou. E o pior: estou como nunca estive antes. É semelhante com o nervosismo pré-prova de final de semestre, que eu não sentia a ANOS. É algo que tem a ver com uma avaliação de um "mestre", o que é muito pior do que o nervosismo de missões perigosas ou eventos espalhafatosos. Em geral, nestes eventos, era eu, meu pokémon e Deus. Aqui não, aqui é primeiro... quer dizer, aqui eu não faço a mínima ideia do que esperar.

Eu devia ter perguntado para o Katakuri, o Luke ou o Lysander antes. Mas acho que isso tiraria o "anonimato" da parada né?! Bleh, que seja. Pelo menos me sentir mais "obscura" com o look me fez bambear menos a caminho do ginásio.

E olhar vitrines também: eu amei olhar vitrines. Na verdade até parei em uma e comprei um casacão de couro, achando que seria útil para o look. Depois reparei que tava calor demais pra usar aquela merda e me arrependi. Tive que carregar por todo o trajeto. Enfim... o ginásio, né?! Quando eu me deparei com ele eu tive certeza: vou ter que comprar uma moto. Pior: vou ter que aprender a andar.

Dei uma suspirada funda, toquei em uma das caveiras estampadas na parede e entrei, tomando um "baque" ao sair da luz-do-dia e ir para um ambiente completamente enfurnado, em penumbra. Demorei alguns instantes para enxergar o tom verde-musgo do moicano da recepcionista e me achar normal-demais pra tá ali.

Eu NUNCA pensei na minha vida que eu iria destoar por ser "normal demais" pra algum contexto. Enfim, avancei em direção a moçoila, com Hati bem ao meu lado, usando o uma corrente pesada no pescoço que detinha a Houndoominite que usávamos constantemente.
- Pode sim - Respondi com rudeza. Não foi proposital, só que quando eu to nervosa, eu acabo sendo pragmática e esquisita demais - Eu quero ser aprendiz. Não é um problema esperar por aqui... - Uma pausa grande entre uma frase e outra me permitiu pensar - ... mas a gente prefere ver. A bilheteria é pra que lado?

Em resposta, Hati deu um latido comprido, como se dissesse "você tem certeza que quer ver isso?". Eu, um pouco confusa, abanei a cabeça em negativo. Eu não tinha certeza e, ao mesmo tempo, preferia que Hati não latisse assim... poderia chamar atenção. Claro que não a repreendi, não faria isso com minha doguinha, ela sabe o que faz.

Enquanto esperava uma resposta, vi a mensagem de Natalie no meu celular e dei um risinho frouxo. Aquilo diminuiu meu nervosismo em 300%, mas era só uma paleativo. Por um instante, esqueci do mundo e lhe respondi:

@Shianny

Eu tava tristinha porque você tava indo embora ;)
Cuidado em, não me mime demais que eu me apego fácil.

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por **Seth** Dom Nov 27 2022, 16:12

STAR CITY

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OFF:

Apesar de todos os esforços de Winnie para sair do seu normal, ela ainda estava claramente fora de clima. Isso só ficou ainda mais evidente pela jaqueta que ela comprou mas acho quente demais para usar; a atendente claramente não pensava o mesmo, já que estava enfurnada ali dentro e tinha até mesmo um excesso de roupa. Talvez ela esteja parecendo forçada? Acredite, para quem é desse meio, fica bem evidente quando alguém só está tentando se enturmar, e quando faz realmente parte da cultura. Não vou dar uma aula sobre Punk Culture aqui, até porque nem sou especialista, mas pode ter certeza que a rosada não estava a vontade com tudo aquilo.

Hati era outra história. Todas aquelas caveiras e couro parecia bem familiar para a canina, quase que como se fosse seu habitat natural; afinal, Pokémon como ela, dark-type, eram sempre os preferidos por pessoas como o líder do ginásio e a menina da recepção. Ok, eles disputavam com poison e ghost-types, mas dark era certamente o tipo mais usado por eles. A estética grunge-punk-rock dos 80s exalava de tudo ali, desde a decoração até as outras pessoas retratadas em quadros; era bastante atrativo para quem realmente gostava, um verdadeira antro do edgy, bem do jeitinho que seu narrador aqui amava.

Apesar de notar a presença da desconhecida, a recepcionista não fora ignorante ou qualquer coisa do tipo, diferente de Freda, que fez questão de deixar bem claro o quão desconfortável ela estava com aquele ambiente, sendo rude. No momento em que ela respondeu, a atendente ergueu ainda mais sua sobrancelha, em tom de deboche, e ficou a observar a menina falar; quando ela ouviu Winnie dizer que estava ali para ser aprendiz de Mathew, ela não escondeu um sorriso cínico, como quem dizia "boa sorte normie". Depois, ela só apontou para um corredor que levava para fora do prédio, na direção da bola da morte, quando questionada sobre onde era a bilheteria, e voltou a fazer o que quer que estivesse fazendo antes da rocket a interromper.

Ok, talvez se sentir confortável ali seria ainda mais difícil do que ela pensara, mas não era impossível. As roupas e a Houndoom certamente ajudavam, contudo, a garota estava pensando demais sobre o assunto. Punk era sobre ser você mesmo, sem escrúpulos, e ela era tudo, menos ela mesma naquele momento. Quem sabe, depois de conversar com o líder, ela aprenda um pouco mais sobre isso...

por **Victoria** Dom Nov 27 2022, 16:59

OFF: OI MEU AMOR, TAVA SÓ TE TESTANDO PRA VER SE VC ME XINGAVA

Se depender de "ser eu mesma", eu entro em parafuso. Felizmente, eu ainda não sei que é sobre >isso< e segui pelo corredor estreito rapidamente, emitindo um "ok" baixinho, quase inaudível. Já no pé do corredor, virei-me um pouco de lado e comentei:
- Obrigada - Afinal de contas, eu havia esquecido dos bons modos iniciais, mas ainda dava tempo de salvar o final daquela conversa.

Enquanto caminhava, fiquei um pouco curiosa sobre o que iria encontrar do outro lado. Sabe, eu sou de Violet, os circos que passavam por lá eram muito tradicionais e as vezes tinha globos da morte, mas sempre era um espetáculo curto. Nunca vi nenhum tipo de espetáculo voltado APENAS para isso. Nem sequer sei se a atração funciona em globos enormes, já que... sei lá, me parece algo que funcione apenas em curtas distâncias. Quer dizer... isso não faz sentido, né?! Montanhas russas fazem enormes "loops" sem cair, só baseados na força centrípeta, então deve haver uma ciência que permite você fazer esse tipo de coisa em globos gigantes...

... acho que isso me daria menos gastura. A ideia de quatro ou cinco motos num globo da morte mínimo me da muita aflição. É como se eles pudessem cair e se atropelarem a qualquer momento. Sei lá.

Enfim, eu to pronta pra ficar contraindo o músculo da face e fechando os olhos o tempo todo, crente que algo de muito errado vai acontecer. Hati, por outro lado, parecia muito mais curiosa: o ambiente penumbro era agradável à canina. O cheiro de gasolina queimada também. O calorzinho insuportável causado pelo abafamento era a parte favorita da minha Houndoom.

Inspirada nela, segui. Na bilheteria, ia tentar comprar o bilhete mais ao fundo possível, evitando roncos de motores na minha cara, ou fumaças tóxicas.

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por **Seth** Dom Nov 27 2022, 17:28

STAR CITY

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OFF:

A garota só deu de ombros ao ouvir o agradecimento de Winnie. Não é como se ela ligasse tanto pra educação dela, ela só não gostava de ser maltratada em seu trabalho, né? De qualquer forma, não demoraria tanto para que a rosada saísse de dentro do prédio pelo caminho indicado pela atendente, e chegasse a uma barraquinha na lateral do prédio. Estava completamente lotado. Havia pessoas de todos os tipos, e a fila da bilheteria estava imensa. Jovens, idosos e até crianças, aquilo parecia ser um evento e tanto; e não era para menos! Afinal, não é todo dia que se vê uma atração como essa, ainda mais com alguém tão talentoso quanto era o líder dali.

Falando no diabo, próximo da bilheteria, Freda avistava, ao longe, no estacionamento direcionado a funcionários, o tão falado Mathew. Era fácil distingui-lo dos outros motoqueiros, a presença que ele tinha e o capacete em formato de Houndoom confirmavam a informação; mas também o jeito que todos olhavam como ele passava e respeitavam até mesmo o andar dele. Era longe o suficiente para a garota não conseguir falar com ele, mas perto o suficiente para ela ter uma primeira impressão do rapaz; devia ter por volta de seus 30 anos, era bonito e conservado, apesar das olheiras e do olhar frio e cansado. Ele emanava energia BDSM na sua mais pura forma, como um verdadeiro dominador.

Nesse meio tempo, enquanto observava seu alvo, a fila foi andando e finalmente chegara a vez de Winnie. A atendente da bilheteria era mais familiar para ela, sendo mais normal do que a recepcionista do ginásio, mas ainda com um traços que lembravam ela; talvez fossem parentes, ou até mesmo, mãe e filha. O detalhe era que: o ingresso era caro. Esse evento certamente não custava pouco, mas aquele preço era um absurdo! Talvez não fosse o suficiente para Winnie se negar a pagar, mas certamente seria o bastante para ela reclamar. De qualquer forma, depois de comprado o ingresso, a mulher indicaria que ela fosse até a arquibancada, dizendo que o show começaria em breve. Ela poderia aproveitar para comprar algo para comer, ou, quem sabe, tentar se enfiar no meio dos STAFFs do lugar e conseguir uma palavrinha com Matt. Quem sabe?

por **Victoria** Dom Nov 27 2022, 19:50

Legal, um ponto a menos pra esse tal de Mathew: o bonito ta achando que é o Circo de Soleil inteiro pra cobrar centenas de reais em um ingresso, né?! Eu fico puta com um troço desses, mas sejamos sinceros: eu que me enfiei nessa pinoia, então eu que me foda, né?! Peguei meu cartão de PJ e paguei essa merda. Faz um tempo que os estabelecimentos da Requiem foram fechados e eu tenho só gastado, gastado, gastado. Nesse ritmo, não vai rolar comprar uma moto...

... quer dizer, eu vou ter que comprar uma moto? Não é possível que, pra ser aprendiz desse cara, tem que ter dinheiro. Não é assim que funciona o mundo pokémon.

Tsk, tem coisas que nunca mudam né: posso ta toda apertada contando moedas ou posso ta muito bem de vida, eu vou ser sempre muquirana.

Que seja, ta pago, né?! Vamos nos encaminhar pra lá. Pra ser bem sincera eu não tinha desejo algum de ir atrás do motoqueiro "tietar". O primeiro motivo é que eu seria EXTREMAMENTE POSER, e lá em Goldenrod eu aprendi minha lição: fingir que sou fã de algo que não sou pode me fazer passar vergonha facilmente. O segundo motivo é um mais íntimo: eu não sou entusiasta de ninguém. Não sei ser. Definitivamente não sei ser fã de ninguém. Não só não tenho roupa pra isso (literalmente), como também não sei me portar. Seria tão forçado quanto cagar antes de entrar por horas numa sala de cinema: você faz por que acha que deveria, não porque quer.

Sabendo do fiasco que ia ser, eu achei que não deveria o fazer. Diferente de "cagar", tietar não é algo que já fiz antes, então sentei ali quietinha, com a bolsa entre as penas e as unhas indo-e-voltando nos buracos da minha calça-rasgada, tentando acalmar os nervos com movimentos repetitivos. Hati, quietinha e sentada bem ao meu lado, inclinou a cabeça e se apoiou em meu ombro, emitindo um gemido tímido, tentando se mostrar carinhosa e empática a minha situação.

Ela percebia que eu balançava a perna esquerda sem parar, indicando um surto de ansiedade e angústia.

Acho que faz anos que não fico assim. Teve uma batalha no Battle Factory que eu mal me lembro, porque o sentimento suplantou qualquer traço de realidade daquele dia. Lembro que fiquei nervosa do início ao fim... talvez eu devesse ter bebido uma cerveja antes de vir.

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por **Seth** Dom Nov 27 2022, 21:44

STAR CITY

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Ora, todo mundo tem que fazer dinheiro, não? Por mais que Winnie ficasse brava com o valor do ingresso, era meio óbvio porque ser tão caro; ele gastava gasolina pra caralho, e estava literalmente arriscando a vida em cada apresentação. Estou sentindo uma vibe meio desvalorização da vida vinda da garota, mas vou ignorar por enquanto. O fato era que, ela não tinha muita opção que não fosse engolir as reclamações e comprar o ingresso, se realmente quisesse se aliar a Mathew. Ela ainda nem havia falado com ele, mas estava bem claro que esses shows eram uma parte importante da vida dele.

Mesmo notando a presença do rapaz, Freda optou por ignorar por enquanto e apenas aproveitar o show; era bem sensato da parte dela, se me perguntar, já que ele provavelmente estava muito concentrado no que iria fazer e acabaria sendo ainda mais rude com ela por lhe atrapalhar. E ela acabaria encontrando ele em breve, não havia necessidade para apressar os passos e atropelar tudo. Era melhor manter tudo em seu lugar até o devido tempo, onde ela teria paz e sossego para conversar com ele e ver exatamente o que precisaria fazer para se tornar aprendiz. Além de andar de moto, claro.

Decidida a esperar, Winnie seguiu então para a arquibancada, com um nervosismo estranho até mesmo para ele. Talvez fosse a presença imponente do rapaz, ou o ambiente completamente diferente de tudo que ela já viu antes; ou até mesmo os dois. Ela estava completamente fora de sua zona de conforto ali, tanto psicológica quanto fisicamente, e apesar de ter confiança em si mesma depois de tantas aventuras, ela não podia evitar de se sentir ansiosa. Começar uma coisa nova nunca era fácil, ainda mais quando essa coisa não era exatamente o que a gente queria, mas sim, o que precisávamos. Esse sentimento de não ter o que fazer a não ser esperar acabava com qualquer um, e era completamente normal que ela se sentisse assim.

Uma grande sirene tirou a rosada de seus pensamentos, trazendo-a de volta pra realidade do evento. Os motoqueiros já estavam adentrando o globo, um de cada vez eram anunciados e faziam saudações junto de alguma graça com a moto para o público, que ia a loucura. Todo mundo parecia bastante animado para começar, e não era pra menos, com certeza era algo impressionante. No final da fila de motos entra ele, o alvo de Winnie, com seu capacete de crânio de Houndoom e uma moto que provavelmente valia milhões; a plateia gritou tanto que a menina teve de tampar levemente os ouvidos para não acabar surda, ou participar da loucura e gritar junto, pode ser também.

Em pouco tempo, os motoqueiros começaram a ligar seus motores, e ao mesmo tempo todos eles começaram a andar para uma direção. Parecia tão bem sincronizado que dava pra jurar que era a mesma pessoa refletida em espelhos; Mathew era facilmente identificável, e o último da fila imaginária. Então, todo mundo gritou e eles começaram a se cruzar. Parecia que iriam bater a qualquer momento, primeiro, se colocando em duplas e fazendo movimentos nas diagonais, quase como um objeto daqueles de física, sabe? Era incrível, dava para sentir a emoção de qualquer lugar da arquibancada, todo mundo parecia boquiaberto com a habilidade deles. Eles foram trocando posições, andando em diagonal, fazendo filas na horizontal e até mesmo na vertical.

Tomara que Winnie não tenha labirintite.

por **Victoria** Seg Nov 28 2022, 11:12

Acho que não quis pagar tão caro pelo ingresso por ser algo que não me apetece. Se fosse uma bendita exposição de mochilas rosas eu pagaria sem reclamar um instante, mas não é. Se fosse um circo comum, ou de acrobatas magníficas, também não reclamaria. Agora, uma exposição de orgulho hétero? Bleh, ai até um real sai "caro demais".

Enfim, vamos ao show, né?! Estranhamente meu nervosismo passou um pouco após os gritos malucos dos fãs. Quer dizer, eu não sei se passou ou se foram suprimidos, se é que me entende, mas eu precisei levar as mãos aos ouvidos por um instante, até perceber que estaria "destoando demais" se continuasse assim. Por isso, forcei minhas pernas bambas a levantarem e gritarem também. Ousei tirar a mão de um dos ouvidos, apontando para frente.

Hati, olhando a cena meio inquieta, começou a latir também.

Quando os gritos diminuíram, parei e voltei para a minha cadeira, prestando atenção no show.

Aqui eu preciso ser honesta: o espetáculo era muito mais interessante do que eu imaginei. A cada diagonal bem feita meu rosto se contraia, e uma expressão de "ELES VÃO BATER" se formava na minha face, mas a ausência da colisão tornava calma ao meu semblante. Esse efeito "safona" era até um pouco relaxante; era como se houvesse um ciclo de excitação-frustração-excitação que me fizessse ficar vidrada ali. Meus olhos saíam de Mathew o tempo todo, mas iam até um ou outro motoqueiro, me questionando quanto eles ganhavam por aquela apresentação.

Sem perceber, acabei fazendo comentários despretensiosos durante a apresentação. "Como?"; "MEU DEUS?"; "ELES VÃO VIRAR?". Era como acompanhar um jogo competitivo, porém sem a competição... ou ainda, um filme de suspense interessante. Eu preciso admitir: adrenalina tem um poder imersivo muito maluco. Agora eu entendo porque pessoas praticam esportes radicais...

... quer dizer, eu já devia saber, né?! Sou a menina que mais se mete em buraco. Um depois do outro, e adoro arranjar problemas e riscos de vida, né?!

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por **Seth** Seg Nov 28 2022, 22:19

STAR CITY

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Seguir a vibe foi a escolha de Winnie. Logo no começo, quando todos estavam gritando, ela fez questão de participar e Hati a seguiu de perto. Ambas estavam se animando bastante, e foi só o show de fato ter início que a opinião dela mudou completamente. Tenho certeza que agora ela não se arrependia mais do valor do ingresso, tamanha era a emoção que ela sentia. A cada curva, cada roncada nos motores de todas as motos ali, ela se sentia mais aflita e ao mesmo tempo, hipnotizada. Era quase como se a bola realmente fosse viva, e aqueles motoqueiros ali dentro fossem suas células.

Era um efeito incrível, e quando ela pensou que não poderia melhorar, a bola da morte começou a girar em seu próprio eixo! Era como um grande planeta em rotação, e os motoqueiros continuavam andando e andando sem nem perceber que o globo estava girando; completamente enlouquecedor. A gravidade parecia não ter efeito ali dentro, porque eles ficavam grudados no teto por tanto tempo, que era impossível existir física naquela esfera; não me pergunte, eu não sei explicar, mas funcionava! A adrenalina era tanta que Winnie nem viu a hora passar, e logo, era hora de acabar o evento; a esfera parou de girar e os motoqueiros deixaram a estrutura de aço um a um, com Mathew ficando por último como de costume.

Freda pôde observar ele indo diretamente para o ginásio, então, ela sabia que era hora de agir, e finalmente ficar cara a cara com seu alvo. Pela hora (cerca de nove e meia da noite), ela sabia que ele já começaria a aceitar desafios em breve, então, ela tinha pouco tempo para pega-lo antes de começar as batalhas, e poder conversar com ele logo. O povo do evento começou a sair da arquibancada também, e pouco a pouco todos iam se dispersando pelo restante do parque, utilizando outros brinquedos e realizando outras atividades.

por **Victoria** Ter Nov 29 2022, 12:35

AAH, O TEMPO! Tão curto quando a gente menos quer. Era estúpido o quanto eu queria que ele passassem bem devagarinho, e não só para curtir aquele espetáculo (sendo honesta, isso é o de menos), mas para que eu não tivesse que enfrentar mais uma vez um homem de meia idade que pode se enfurecer comigo por nenhum motivo.

Parando pra pensar, eu sei exatamente o motivo da minha ansiedade, ela tem nome, rosto e endereço: Norman, o cara chato do ginásio de Petalburg. O mesmo cara que outrora eu cogitei ser aprendiz, mas que me enxotou do ginásio por causa de uma mísera batalha.

A quebra de expectativas foi tão grande que eu me sinto uma enorme idiota por tentar de novo. E sendo a segunda vez, eu me sinto ainda mais idiota por estar completamente angustiada e nervosa: se valorize, vadia.

Não que essa prece adiantou de algo, mas lembrar de Karinna me chamando de "grande gostosa" me fez dar um risinho tímido enquanto levantava e botava minha mochila nas costas. Hati, olhando na direção que o líder saía, latiu, me mandando ir atrás dele. Ponderei com meus dedo indicador no lábio, pesei prós e contras e divaguei:
- Se eu for agora para o ginásio, talvez tenha uma fila pequena... Isso não é um problema, eu tenho até amanhã, mas encontrar ele pela primeira vez depois de duas ou três batalhas pode ser um pouco cansativo... talvez ele seja frígido demais - O meu dedo indicador escorregou para o queixo e eu comecei a olhar para o corredor de onde vim - E se eu minimamente me apresentar agora, ao menos ele vai ficar avisado que tem uma menina entusiasmada querendo o encontrar... Talvez ele me remarque para amanhã, mas pelo menos eu mostro persistência, né?

Bleh, a resposta parecia óbvia, mas não era. Não era porque eu CLARAMENTE tava pensando demais. Ficava tão "estratégico" que soava falso. Além disso, o ginásio estava tão vazio que acho incrivelmente difícil ter alguma fila para enfrentá-lo. Eu preciso rememorar o que me fez escolher Mathew para ser meu líder: ele tem um ginásio extremamente floopado.

... ainda assim, eu quero vê-lo antes. Não por vontade de conhecê-lo ou "tietagem", mas por pura ansiedade mesmo. Talvez por isso inventei vários motivos para achar melhor correr atrás do homem.

Com o tempo que perdi, tive que literalmente correr. Isso porque ele já ia marchando em direção ao ginásio e eu estava ali parada, contando possibilidades nos dedos e decidindo para onde ir. Quando me aproximei, dei um anúncio:
- Ei, Mathew! - Vocacionei - Tu tem um segundo? - Pedi.

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