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[Missão de Sociedade(s)] ... Once upon a tima in Ilex Forest

Acho que eu entrei em um vortex temporal, porque enquanto o Matte sumia com o homem-do-drone, nada acontecia entre eu e o arqueiro-mascarado. Por muito tempo a tensão ficou enorme; tempo suficiente para eu relaxar. Péssima ideia, porque relaxar quando 'nada da certo' não é nunca a melhor opção.

Só que depois de tanto tempo sem atirar, eu já não achei que o arqueiro atiraria mais.

Ledo engano, quando a voz de Maria cortou o silêncio sepulcral que guiava nossa comunicação, Giancarlos foi tão burro quanto eu e agiu por reflexo. Eu? Bem, fiz o mesmo, mas de forma mais concisa e contida. Gritei:
- PROTECT! - Ordenei. A única que sabia o movimento era a perereca ninja, felizmente era a mais rápida.

Meu grito era seguido de uma virada brusca, quase que imediata. Meu braço avançava em direção a gola da blusa de Giancarlo e o puxava para trás com força total, tentando fazê-lo tombar para trás sem muito cuidado. Não sei ao certo se deu certo não, mas havia uma coisa que eu tinha certeza: depois da primeira flecha, haveria um mísero instante em que o maldito arqueiro ficaria desarmado e teria que pegar outra em sua aljava. Nesse meio tempo, eu ordenava sem nem pensar duas vezes:
- Jellicent, Trick Room - Ordenei - O desarme, Sleipnir.

Sleipnir, o cavalo de Odin, também é o apelido de Araquanid, da qual a chamo esporadicamente. Eu poderia ordenar um Scald, mas devo admitir que ainda hesito em matar alguém. Na chuva, com Water Bubble e contra um humano? Talvez eu destruísse um ser humano sem muito esforço. Era melhor que a aranha apenas usasse dos truques de Jellicent para avançar sem matar ninguém...

... eu acho. Talvez hesitar tivesse levado meu plano por 'água a baixo', fazer o que? Eu teria que assumir os riscos. Ao menos eu confiava que a sala-de-truques criada pelo trick room me desse algum tempo para pensar melhor nisso.

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Num outro polo, Matte conversava com o homem sobre algo que não ouvi. Que bom, se não ficaria bem triste em ser reduzida a namorada do protagonista ): Ainda mais depois de ser empurrada 30x, calada mais 60x e impedida de agir mais 10 ): #magoada

#TreinoPupitar 28
#TreinoTynamo 28

[Missão de Sociedade(s)] ... Once upon a tima in Ilex Forest

Sabe quando o plano da tudo errado? Tipo TUDO ERRADO? Não é como se eu estivesse desacostumada com isso, na verdade, eu até esperava por isso, mas achei até meio perigoso falar para Matte que essa ideia toda de dar a volta e tentar atacar drones por cima era meio doida. Ele parecia tão confiante! Felizmente eu não tomei uma flecha-na-fuça.

Só que eu não estava numa situação tão agradável assim. Digamos que tinha uma flecha, tinha um arqueiro, tinha uns pokémons-barreiras e tinha... eu. De alvo, ainda. Pra piorar, ele emitira um rugido que claramente era uma palavra em russo. Eu, com toda minha sapiência russa, respondi no mesmo idioma:
- ARRIVEDERCI!!!

Eu sei que isso parece um alívio cômico sem sentido, mas eu quero saber o que você, com uma flecha apontada pro seu peito faria. Você ficaria calado? Sério? Pois eu não. Eu já vi filmes nesse idioma, eu estou CERTA de que essa é uma palavra de saudação que eu vi na TV e ao menos eu fiz alguma coisa que fosse amigável e que ele talvez pudesse entender. Melhor que um mísero "ABAIXA ISSO PELO AMOR DE DEUS" desesperado.

Não que eu não tivesse desesperada, é óbvio que eu estava; talvez por isso a palavra saiu tão tosca e tão repentina. Ok, não foi a melhor das soluções ou respostas, mas ao menos não foi uma tão ruim. Quando raciocinei um pouco melhor, concluí que a melhor resposta era retornar o dito, afinal de contas, a repetição era a melhor forma de se introduzir num idioma, né?!

Se fosse um xingamento, era justo xingá-lo de volta. Se fosse uma pergunta, ele repararia que estou mais confuso que ele. Se fosse uma saudação, estaríamos quites:
- VRADRAGUEST! - Repeti, meio errado, mas mantendo a ideia, com a mesma rispidez.

E foi ai que o Giancarlo falou o que tinha que falar. "Porque não falou logo de cara???", eu me perguntei, extremamente incomodada com isso. Virei de imediato para ele e o fuzilei com o olhar:
- Tu tem certeza que não é russo? - Indaguei. Bem, fazia sentido o que ele estava dizendo, então cedi. Virei meu rosto para o arqueiro, apontei o dedo indicador para mim mesma e anunciei - WINFRIED - Depois disso apontei para cada um dos meus pokémons - ARAQUANID, FROGADIER E JELLICENT.

Seria bom saber se ao menos os pokémons tinham o mesmo nome de onde ele vem...

#TreinoPupitar 27
#TreinoTynamo 27

[Missão de Sociedade(s)] ... Once upon a tima in Ilex Forest

MEU DEUS UMA KATANA. Eu não vou nem entrar no mérito de que, por um mísero instante, eu achei mesmo que Matte ia me ameaçar. Quando ele não o fez e apenas se apresentou, apenas aliviei os ombros e me ajeitei naquele arbusto meio esquisito. Ali ele disse o que tinha em mente e eu? Bem, eu não estava em posição de discordar. Acenei com a cabeça em acordo e mantive o olhar bem rente a espada do garoto, engolindo a seco, mesmo sabendo que aquilo não era para mim.

Eu queria dar minha opinião, mas não sabia se era sensato. Eu não concordava com ele, eu realmente não achava que aquele arqueiro, só por ser um arqueiro, era algo feudal ou antigo. Na verdade... eu não vejo porque uma pessoa do passado viria atacar o futuro. Não é uma questão de estética, é uma questão de ética, o que ela ganharia com isso? O que ela desfaria?

Bem, eu não traria essa lógica pro discurso agora. De fato, talvez seja por outro motivo que ele veio do passado fazer isso. Talvez tenha sido raptado, talvez é um viajante do tempo, talvez está sendo pago... apesar disso, as últimas opções não fazem ele ser 'do passado'. Seja qual for, eu faria como Matte orquestrou. Agora sim, levantei do arbusto e fiz tudo que narrei antes: liberei Frogadier, ordenei o Rain Dance, chamei atenção e perguntei as coisas que tinha que perguntar. Deixei que o Ninja me usasse de elemento surpresa e esperaria não levar uma bela 'flechada na cara' por isso. No mais, quando ele finalmente pulasse no cara do arco e flecha, eu liberaria Araquanid e avançaria em direção ao cara-futurista, já lhe ameaçando com dois pokémons d'água e Freya.

Ok, Freya não parecia muito empenhada em ameaçar ninguém, mas ela estava por ali se precisasse dela. Acho que ela se aproximou mais pelos pingos de chuvas.

#TreinoPupitar 26
#TreinoTynamo 26

[Missão de Sociedade(s)] ... Once upon a tima in Ilex Forest

Antes de mais nada, é importante dizer que antes de sair eu assobiei e chamei Freya, que saiu de dentro do poço e saiu atrás de mim. A fantasma caminhou como minha sombra por todo o trajeto, observando a desordem local. Nada demais aconteceu, até vermos...

... fogo. Onde que eu vi isso mais cedo? Puta merda, é verdade, eu tinha esquecido completamente:
- Antes da gente chegar no barranco, eu vi fumaça no fundo da floresta... - Falei em tom mediano, quase como uma confissão - Eu tinha esquecido completamente desse detalhe, mas o fogo deve ter se alastrado - Disse, ainda num tom meio medíocre.

Eu me sentia meio culpada por aquilo. Quer dizer, eu sou, né? Óbvio que em minha cabeça desmiolada eu pensei: Ok, tenho uma missão, mas eu conheço ao menos outros seis que estão fazendo ela, não devo me preocupar tanto assim. Parecia um pensamento plausível no momento, mas agora tudo está a ponta cabeça e o fogo veio em minha direção. O fogaréu não se deteve nos anos 2020; se alastrou pra década de 70 e isso não era um bom sinal.

... na verdade, talvez esse fogo seja histórico e eu nem saiba. Existiria algum outro motivo para não haver mais moradores na floresta? No mais, Maria correu com a criança e eu tive dois péssimos pressentimentos: de que talvez nós não o víssemos de novo (e isso era péssimo) e de que talvez precisássemos do menino ali. Num ato quase que reflexo, gritei:
- É MELHOR FICAR POR PERTO - Não menti, é mesmo melhor - NÃO TEM COMO TER CERTEZA SE O CAMINHO ESTÁ SEGURO.

Minha sugestão era pontual. Não tínhamos mesmo! Principalmente porque minha teoria (que não era uma teoria, mas sim parte das informações dadas pela Requiem ao explicar a missão) era de que aquele era um incêndio humano e clandestino. Dois homens (ou androides) saíram daquela maldita mata e se revelaram como causadores de desordens. Num ato bem irritadiço, soltei Arcanine e lhe pedi:
- Cuida de Maria e das duas crianças, por favor. Não deixe em hipótese nenhuma que elas se machuquem - Era minha súplica. O canino fiel concordou com a cabeça e indo atrás do trio. Eu realmente não achava uma boa ideia os três voltarem para a cabana.

E eu confiava em Arcanine mais do que confiava no caminho de volta-para-cabana. Agora, a "raiz" do problema. Olhei para Matte e dei-lhe uma encarada meio assustada, depois disso olhei para o Giancarlo, lhe indiquei que andaria em direção ao fogo e pedi que se afastasse um pouco. De uma distância mais-ou-menos segura, liberei Frogadier e pedi para que usasse Rain Dance, simplesmente para minimizar os efeitos do calor do cenário. Ali, dei uma de boa-moça que eu não sou e perguntei num tom alto e irritado:
- O que vocês tão fazendo? - Sim, é uma pergunta idiota, mas para se começar, qualquer pergunta basta.

Ao menos serviu para dar uma boa olhadela nos cavaleiros do apocalipse. Os futuramas carregavam estratégias de lança-chamas destrutivos e estavam claramente tentando destruir o Santuário, talvez numa tentativa sem escrúpulos de destruir a linha do tempo. Tinham algum motivo? Provavelmente, mas não me interessa qual fosse, isso significava 'ficar presa em 1971' e isso não era uma hipótese:
- Tsk. Seja lá o que for, vocês não deveriam continuar - Bati o pé e emiti um suspiro irritado, revirando os olhos. Freya, no ritmo dela, caminhou até a mim, vindo até minhas gostas e observando a situação.

#TreinoPupitar 25
#TreinoTynamo 25

[Missão de Sociedade(s)] ... Once upon a tima in Ilex Forest

Quando Thito botou o celular do meu bolso, eu fiz um pequeno esforço para me afastar um pouco e ler a mensagem que deixou no celular. Desde a primeira vez que me mostrou a tela, eu já procurava alguma mensagem. Quando li, um pequeno 'estalo' veio na minha cabeça e eu lhe respondi com uma escrita logo em baixo da sua:

"Olha, é a melhor hipótese... ou isso, ou alguém chegou antes de nós e fez merda. De qualquer forma, temos que sair daqui o mais rápido o possível..."

Ficar no passado nunca é legal e muita coisa pode resultar, literalmente, em suicídio. Quando voltei para a postura anterior, passei o braço por trás da cintura de Matthew e botei o celular no bolso de sua calça, devolvendo a resposta.

#TreinoPupitar 24
#TreinoTynamo 24

[Missão de Sociedade(s)] ... Once upon a tima in Ilex Forest

Eu diria que meus olhos se arregalaram quando o garoto disse o nascimento dele, mas isso soaria como surpresa, o que não era. Eu já estava começando a 'suspeita' disso, mas era realmente impressionante saber que eu podia estar 'certa'. Aquilo nos dava certeza de várias coisas, inclusive de que o Celebi estava entre nós.

"Alguma coisa já acordou o Celebi", pensei entre dentes, em voz baixa, não é como se alguém pudesse ouvir mas algo saíra da minha boca mesmo assim, "... isso é mais um motivo para ir pro maldito Templo."

Sim, o maldito templo. Eu já estava com a cabeça no centro a Ilex Forest quando Matthew me mostrou a foto e eu simplesmente não entendi. Olhei para a tela do celular, olhei para o garoto e olhei para Thito. Uma pequena 'interrogação' invisível pendeu sobre minha cabeça e eu deixei que Afonso respondesse aquela pra mim, porque eu mesma não saberia responder.

Por um instante eu achei que Thito estava querendo me mostrar alguma outra coisa... um colar, talvez? Alguma mensagem subliminar, um "código" para que eu entendesse "algo a mais". Quando ele mostrou o telefone para os dois garotos eu entendi que não havia código nenhum, ele só não reconhecera o menino; e isso era muito provavelmente obra da maldição.

Antes que algo pior acontecesse, tomei a liberdade de agarrar a mão dele e entrelaçar nossos dedos, dando um aperto instantâneo e tentando focá-lo a outro estímulo. Eu sabia que aquele era Matte, mas isso não significava que ele lidaria bem ao saber que não reconhecia mais 'faces'. Deixei-o reagir de canto de olho, engolindo a seco e tentando chamar a atenção para mim:
- Ah, Benedito, eu entendo o que você quer dizer, mas aqui não é a casa dele, sabe? Eu mesma moro em Violet, meu pais estão lá... se eu sumisse e nunca mais aparecessem, eles iriam encolher de tanto chorar! Ficar desse tamanhozinho aqui - - Marquei meio-metro com a mão - Imagina só, você imagina seus pais encolhendo de tristeza? - Eu disse uma semi mentira. Nessa época meus pais realmente estariam em Violet, porém eles não teriam idade para ser meus pais. Na verdade, arrisco dizer que eles mal teriam se conhecido nessa época... - Sabe? Que tal você ir com a gente até o templo e procurar mais um pouco os pais do Afonso? Se não confiam na gente, poderíamos irmos todos juntos... - Fora nesse momento que eu levantei os olhos e olhei para os pais, procurando um olhar mais sério. Passei um bom tempo falando com uma criança, era difícil voltar a postura adulta de imediato, mas era 'necessário' - Vocês se importam de levar a gente até lá? Ele parece bem, mas temo que algo tenha acontecido por lá... de qualquer forma, no relato foi dito que ele estava com uma bolsa e não vejo mochila nenhuma, deve estar por lá.

Eu inventei a última parte, lógico, mas eu precisava de uma desculpa para levar afonso de volta para o Santuário e ainda carregar os 'guias' comigo. Caso contrário, não voltaríamos nem para Azalea e nem para 2020.

#TreinoPupitar 23
#TreinoTynamo 23

[Missão de Sociedade(s)] ... Once upon a tima in Ilex Forest

Sabe quando você não sabe se esses dois caras na sua frente estão te zuando ou se realmente as coisas estão muito estranhas? "plantam azaleias" ... ainda bem que eu escolhi a palavra povoado, mas certamente ele fica ao sul. Engoli a seco e pensei: onde estou? Quando estou? Como estou? E o principal... o que diabos essa criança tem a ver? Olhei para o fundo da cabana e procurei o vazio, depois olhei para o recém apresentado Afonso e por último encarei Matte.

Meus olhos repousaram nele por um tempo...

"Você ta bem?", pensei com um dos meus miolos, logo deixando a perguntar ir embora na velocidade-da-digestão. A conversa finalizou e eu tive a abertura para fazer a pergunta que eu tanto queria:
- Irmão mais velho, é? - Disse, num tom meio infantil - Vocês tem tamanho parecido!! Que ano você nasceu? - O tom provocador, ainda brincalhão, prevaleceu.

Existe uma mini vantagem eu ser eu: eu não sou adulta. Quer dizer, eu sou, mas eu não pareço uma. Eu tenho certa 'passabilidade' e muitas vezes isso me causa problemas, muitos não me levam a sério, mas quando o assunto é criança (ou pais), é uma dádiva. Eu prezo em ser simples a esse público, para vez ou outra descontrair. A brincadeira com a idade em voz mais besta era uma tentativa de me localizar nas minhas 'neuras', mas também instigar Benedito-boca-aberta a me responder com a acidez que ele costuma responder perguntas.

Afonso? Bem, este ainda não era do meu interesse e eu ainda não me sentia confortável em me meter nos assuntos desse tal Matte. Primeiro que eu tinha uma coisa mais importante para saber, e essa coisa consistia em saber se eu ainda estou 'na minha dimensão' ou ainda 'no meu tempo'. As duas coisas podiam ser variáveis e eu AINDA NÃO SABIA NADA SOBRE ISSO.

Eu achava que quando Matthew usasse o celular ou a PokeBola, isso fosse me esclarecer alguma coisa, mas não esclareceu em nada. A pergunta da idade me ajudaria ao menos a descartar a hipótese de viagem no tempo, mas eu ainda achava que algo-de-errado-não-estava-certo e talvez estivéssemos em outra Ilex Forest.

... Ou o futuro? Por que não? Seja lá o que for, eu precisava desse casal para me localizar nessa maldita floresta, e ganhá-los na confiança era o mínimo:
- Vocês tentaram procurar os pais dele? Ou ele sumiu por pouco tempo?

#TreinoPupitar 22
#TreinoTynamo 22

[Missão de Sociedade(s)] ... Once upon a tima in Ilex Forest

"Tem várias cabanas na floresta"... tem? A Ilex Forest não é um lugar... perigoso? Na verdade, depois das chuvas de Tohjo, ela não ficou ainda pior? Ao menos, eu sempre achei que ela fosse um patrimônio florestal que fosse resguardado por Rangers e não pudessem morar aqui, salvo algumas estalagens e bases, como a Requiem tem. Eu diria que Ayzen mentiu para mim, se não fosse a maldita frase do homem logo em seguida: "Azalea, o que é isso?"...

... Como assim? Não é possível, não fomos tão longe assim. Uma das minhas mãos foi até a cabeça e eu fiquei em silêncio um tempo, deixei que a pergunta ficasse no ar por um instante e fiquei pensativa. Fora claramente uma pergunta retórica, não havia uma exigência de resposta muito complexa então dei uma breve enxugada enquanto pensava sobre:
- Ah... é um povoado de onde a gente veio... - E cessei, depois disso a conversa foi para o lado de Thito e tudo complicou mais.

Sabe quando você tem um medo de 'histórias cruzadas'? Não é nem fofoca, são histórias cruzadas mesmo. Um fala X, o outro fala Y e o fulaninho fala Z. Ao os pais do fulaninho ouvem uma sala de fruta e ai só ferrou tudo. Pois é, aqui a gente tinha um problema desses bem sério, principalmente porque nós nunca sabemos o que esperar de pais...

... pais podem ser EXTREMAMENTE CHATOS e acreditarem em tudo que uma criança diz, mas também podem ser extremamente negligentes com o discurso infantil, menosprezando quase tudo em sua fala. Era difícil dizer qual das duas opções era o caso desses dois, e eu chutaria um meio termo, visto que eles já o 'calaram' e também já o enalteceram. Benedito parece ser um garoto 'difícil de lidar', por isso acho que não seja tão credibilizado assim, apesar de tudo, ele não me parece um garoto mentiroso, então seria estranho colocá-lo nessa enrascada...

... só que garotos que contam verdade-demais acabam sendo chamados de mentirosos, então nunca se sabe. Só que dessa vez, era melhor eu não lidar com isso, já que claramente Thito, não era mais o Thito. Eu olhei-o de canto de olho e ele se afastou. Sua mão não tocava mais a minha e seu canto da boca não era mais tão encantado. De um instante para o outro, meu namorado pareceu sumir diante dos meus olhos e eu senti que aquele talvez fosse Matte e, se entendi bem a história, Matte gosta de trabalhar sozinho.

Talvez fosse melhor eu deixar que ele invente as histórias dele. Falar sobre criança desaparecida já era um indicativo de que não era mais o meu Matthew ali, mas um outro. Eu até cogitei questioná-lo por isso mais tarde, mas agora que vejo sua distância e o quanto suas mãos ficaram mais frias, acho melhor não. Quiçá, já entendi.

Ao menos isso me dava mais tempo e neurônio para entender o que diabos aquele homem estava querendo me dizer com as perguntas iniciais. Se não estou em Azalea eu estou em... outro mundo? Não, isso não faz sentido. Quando eu passei? É mais provável que eu esteja em outro tempo, porque o maldito poço artesiano teria mais contexto.

... mas ta, como eu pergunto isso? Er, er, er...
- Aqui, você sabe me dizer qual a cidade mais próxima? - Ao menos isso pode me dar uma mínima noção histórica das coisas - E você falou de aposentadoria, né? Com quantos anos as pessoas se aposentam por aqui? Parece realmente um bom lugar, a gente poderia planejar isso, né?

#TreinoPupitar 21
#TreinoTynamo 21

[Missão de Sociedade(s)] ... Once upon a tima in Ilex Forest

E foi ali que eu me toquei que cometi um dos maiores sacrilégios de uma sociedade capitalista: a invasão a sociedade privada. Eu ligo muito? Não. E aparentemente os pais do garoto também não ligavam tanto assim, porque estavam na cozinha com os pokémons de Thito em um humor até relativamente ok.

Assim, convenhamos, quando se mora na beira de um 'landmark' em um barraco de pedras meio abandonado, deve ser normal ter sua propriedade meio invadida, né? Assim como nós, não fizemos por mal... pra ser sincera, eu não sei porque eu fiz isso. A culpa provavelmente é de Thito, que correu desesperado para se esconder e acabou aqui, mas não sou eu quem vou por a culpa nele, né?

Por isso, olhei-o de canto do olho, dei um sorriso amarelo e tomei a frente. Era um pouco estranho ter que ser a pessoa que defende o namorado, principalmente Thito que nunca precisava ser defendido, mas depois de sua condição patológica (chamaremos assim), eu começo a achar que ele está mais ocupado com outras coisas. É seu primeiro contato com Puermina e Sylveon e ele provavelmente está focando nisso, e não em responder questões relativas a ética de moradias.
- ... desculpa, não foi por mal. Pra ser sincera, não sabíamos que existiam pessoas que moravam na Ilex. Ouvi dizer que ela era perigosa por causa dos encantos, então achei que era só uma construção feita em algum tempo mais antigo porém abandonado... eu deveria ter imaginado, porque ta bem cuidado, sabe? - Disse, olhando ao redor e encenando um ar meio 'sonso' - No fim, a gente queria chegar no Santuário do Guardião. Os moradores de Azalea nos contrataram para isso, eu até pensei que poderia ser aqui pra ser sincera, mas parece que é sua casa, não... né?

Não que eles não pudessem morar em um santuário, mas convenhamos, era improvável que um barraco fosse o santuário do Celebi. Em todas as histórias que ouvi ele era uma casinha comportada de madeira com poucos detalhes, que cabia apenas algumas oferendas. Nunca me pareceu uma casa com cozinha, sala e tudo mais...

... E sim, eu segui ignorando Benedito pelo simples motivo de não saber o que lhe responder. Se Thito quisesse revelar-se como o velho que entrou aqui, ficaria a seu critério, antes que ele fizesse, preferi ficar quieta.
- Eu sou Winnie... - Estendi uma das mãos em um cumprimento - Esse é meu namorado, Thito.

#TreinoPupitar 20
#TreinoTynamo 20

[Missão de Sociedade(s)] ... Once upon a tima in Ilex Forest

Bleh, aquilo era um sinal ruim e bom ao mesmo tempo. Quer dizer, eu posso estar errada, mas de todas as minhas convivências até então com Freya, eu sempre soube que o tempo não interferia em sua vida. Se isso for verdade, Thito não está vendo o futuro, ele está apenas sendo enganado mesmo. Isso é ruim, é claro que é ruim, ver o futuro poderia ser uma pequena vantagem; até mesmo para desvendarmos esse problema. Ainda assim, saber que ele estava apenas sendo enganado lhe pouparia de informações 'demais'.

Com medo de pode dar-lhe esperanças ou fake news, preferi ficar quieta e deixar minhas intuições para mim. Vi ele aceitar meu pedido e abri um sorriso torto, logo em seguida rindo, ao imaginar como aquele sorriso ficaria na visão dele. Dentes amarelados, manchados e lábios ressecados e murchos. Fazer o que? Felizmente a maldição é dele e não minha.

Quem não gostava muito dessa história era Freya, que ouvira o que Thito tinha a dizer com uma belíssima interrogação no topo de sua cabeça. Seu olhar vazio se transformara em algo mais específico, como uma espécie de fuzilamento. Ela, acima de qualquer pokémon meu, preza por todos os seus sentidos. Não pela beleza externa, mas por considerar informação algo valioso demais para ser perdido...

... essa aqui é manipuladora, mas não vamos nos adentrar demais nisso. Basta dizer que ela deu uma curta fuzilada em Thito até eu emitir um tsk rígido com a boca e mandá-la cair na real:
- Desde quando você ouve historinha dessas? - Caçoei. A água viva continuou parecendo 'morta', apenas virando o olhar e nos seguindo - Não, tu não vem. Fica no poço, de preferência, vai lá no fundo e me diz se acha algo interessante no fundo dele. Desde que eu vi ele eu lembrei de você, se tem algo de interessante nele, eu tenho certeza que você é a pessoa certa para encontrar.

Só um pequeno recorte para contextualizar, eu encontrei Freya no fundo de um poço... literalmente. Ela, quando Frillish, morava no fundo do Algibe de um campo meio pantanoso. De lá, ela criava miragens e cantarolava. Essas miragem seduziam e atraiam pessoas de n formas. Os curiosos iam até a borda olhar e quando isso acontecia, ela devorava suas almas.

Eu, como bem imaginam, fui uma das vítimas. Por sorte, sobrevivi... eu acho.

Salvo Jellicent que ficara no poço, adentrei com Thito no barraco, atrás do tal Benedito e os pokémons do garoto. Eu não fazia ideia do que encontraria lá, mas esperava que estivesse tudo normal.

#TreinoPupitar 19
#TreinoTynamo 19