[Pallet Streets]

Morgana observou o vulto negro, mesmo ainda estando do lado de fora de deturpado edifício. Semicerrou os olhos e o canto esquerdo de sua boca se elevou em um pequeno sorriso. Caminhou até o local um pouco ofegante e, ainda sem levar nenhuma gota de chuva de seu vestido, piscou duas vezes olhando para a porta do local. Fechou os olhos por mais um segundo e quando os abriu, a entrada do local estava destrancada. Faz um agradecimento silencioso a quem quer que tivesse aberto a porta para ela, e não hesitou em entrar no local. Não tinha nada a perder. A fumaça a rodeava, mas não a atingia, não conseguia entrar em contato com suas narinas, mas ela respirava com um pouco de dificuldade, considerando que o oxigênio ali dentro era pouco.

— Olá?

Deu meia volta e cruzou os braços, aguardando uma resposta com a loura sobrancelha esquerda erguida. Não sabia se algo a responderia, mas não se importava muito com isso. Os espíritos eram bastante silenciosos por grande parte do tempo, e ela já estava mais do que acostumada com isso. Seu tipo favorito de Pokémon sempre tivera a habilidade de ficar invisível e de pregar peças em humanos, mas aquilo já tinha ido longe demais, e ela queria chegar ao fundo daquele mistério que estava sendo adentrar aquela moradia e buscar por uma resposta concreta para o susto das Mareep e para a queda de Auto em meio à chuva gélida que vinha diretamente dos céus para a terra permeável.

As estranhas formas invisíveis que rodeavam Morgana se dissiparam no instante e que algo chamou-lhe pelo nome. Independente disso, ela não ficava com medo, mas sim curiosa. Curiosa ao extremo para saber o que é que estava chamando-a. Por mais que a fumaça dificultasse a visão e a respiração, ela se manteve firme, agarrando-se a uma das paredes enquanto caminhava em direção às vozes que lhe invocava pelo sobrenome. A vontade de ver algo e finalmente resolver qual era o mistério existente naquele local era tamanha, que pareceu correr nas veias da loura como adrenalina pura.

Como se não houvesse fumaça para atrapalhá-la, passou a caminhar pesadamente em direção aos chamados. Um raio vermelho saiu de algum lugar, e então era possível ver Auto mais uma vez fora da esfera bicolor. Ela não o havia invocado, mas não o impedia de sair da bola quando quisesse. Era um fantasma, e com isso, era uma alma livre. Auto se colocou a caminhar a frente, parecendo recuperado do desmaio que sofrera por causa da chuva fraca. Talvez fosse apenas uma ilusão, prendendo-o ao chão com força enquanto ele tentava se levantar, portanto parecia cansado. Ou talvez estivesse mesmo esgotado naquele momento.

O que importava, era que estava cada vez mais próxima de seu objetivo.