No Pain! No Gain!

Surpreso e sem reação, Will sente a sua mão se fechar sobre a pedra. Não fazia ideia do que era aquilo, nunca a tinha visto, mas deduziu rapidamente que era um pedra evolutiva. – “Ela está me dando?” – Indagou descrente, afinal, ele quem havia perdido a partida... Suspirou e seguiu atrás de sua adversária alcançando-a no balcão principal do Centro Pokémon.

- Senhora Abigail... – começou, mas fora interrompido antes mesmo de iniciar o seu argumento. E descobriu nesse momento que tinha ganho uma Moon Stone, a pedra que pretendia procurar no Monte Lua. Antes não queria aceitar o presente, mas a cobiça gritava em seus ouvidos. - “Foi um presente Will, aceite seu trouxa!” – Hesitou na indecisão, mas escolheu o melhor para o seu Pokémon. Ele se curvou mais uma vez em agradecimento, dizendo que não tinha como pagar por tamanha bondade. E só parou de agradecer quando ela foi embora, guardando a pedra em sua mochila... – “Espero retribuir o favor a ela um dia!” – concluiu enquanto pedia para a enfermei Joy atender os seus Pokémon.

Durante o tempo que esperou ficou a todo instante com a Pokédex em mãos, estudava tudo que tinha pra saber sobre o seu Nidorino, decidindo se era cedo para evoluí-lo. Tinha medo de precipitar uma evolução, mas ao mesmo tempo, queria dar a pedra ao Shogun. Maturou a ideia até uma decisão que não veio. Assim o tempo passou e ele recuperou sua turma, indo em seguida até o setor de vendas onde pediu uma Pokeball e uma Great ball pagando pelas mesmas.

Caminhou pelo Centro Pokémon procurando por Baolee e o encontrou paquerando algumas treinadoras, falou com ele rapidamente lhe dizendo que estava saindo para espairecer. Assim foi dar uma corrida pela cidade de Pewter, trotando devagar enquanto pensava se evoluía Shogun...

Will estava se preparando para dar sua corrida pelas ruas da cidade quando ouviu sem querer a conversa da enfermeira Joy ao telefone. Alguém estava precisando de ajuda... E o treinador por impulso se manifestou, ele era esse tipo de pessoa, tentava ajudar sempre que podia, ainda mais depois de ter sido apreciado com aquela joia. Se sentia em dívida com o mundo! – Enfermeira Joy! – chamou, interferindo na conversa. – Me desculpe a interferência, eu não pude deixar de ouvir... Mas se quiser, eu me disponho a levar as medicações, só preciso que me aponte o caminho!

Entregar medicações a um desconhecido era algo arriscado, mas Will já tinha passado várias vezes naquele Centro Pokémon, além de que, a própria Joy já tinha o seu registro. Independentemente disso, Will agia com naturalidade e muita boa vontade... – Diga-me como posso ajudá-la!

- Rockets? Já tem algum tempo que não ouço nada sobre eles... Por favor me deixe ajudar! Chegarei lá o mais rápido que puder... – Will estava um pouco surpreso com a situação, não tinha imaginado um ataque de Rockets. Em sua mente, achava que algum acidente ocorreu na região.

- Ok! – murmurava enquanto ouvia as instruções para o caminho, confirmando constantemente com a cabeça que estava entendo todas as instruções. Quando a enfermeira Joy terminou, Will confirmou mais uma vez que faria um bom trabalho. Mas antes de sair, ele voltou no Baolee e o arrastou a força. – Você vem comigo, posso precisar de você!

- M-Mas eu estava quase pegando o número dela! – Protestando por ser interrompido no meio de sua conquista, o garoto foi derrotado por seu mestre, sendo obrigado a seguí-lo por todo o caminho, mas ainda reclamando. - Eu estava tão perto...

Will forçou uma marcha durante o caminho, correndo de modo a aguentar grandes distâncias, mas não tão rápido para se desgastar. Will e Baolee, ambos tinham corpos bem treinados, e por tanto, correr não era problema, mas não sabiam se a velocidade em que estavam eram o suficiente. Baolee durante o caminho também ficava perguntando o que eles iriam fazer, mas Will apenas se concentrava em sua respiração e no caminho que tinha que seguir. Não queria se perder. – Fique quieto Bao, e se concentre em sua respiração!

Assim eles correram e correram em direção a fábrica abandonada. Na mente de Will uma frase se remoía. – “...Rosa uma criadora que está no local...” – Será que era a senhorita Rosa? A mesma que lhe deu o ovo de Elekid? Com essa dúvida o corroendo, Will aumentou ainda mais a marcha.

Will não teve dificuldades pelo caminho, seguiu as instruções o melhor que pode, e em pouco tempo encontrou a fábrica abandonada...

- Que desperdício de espaço! – Comentou Baolee impressionado pelo tamanho do lugar e decepcionado pelo mal uso da instalação.

Will respondeu por impulso e sem dar muita importância ao comentário de seu aprendiz, pois estava mais preocupado em encontrar Rosa. – Sim! Parece que faz tempo que um humano não coloca os pés aqui... Esse lugar é ótimo para um fugitivo se esconder. Ou Pokémons selvagens fugirem da chuva.

Ambos caminhavam com cuidado para não fazerem barulho, pois Baolee ficou impressionado com a afirmação de Will e passou a temer a ideia de encontrar bandidos, mas Will seguia corajosamente para dentro da fábrica, liderando a dupla. Ele observava o estado de degradação do local e ficou surpreso por todo aquele lixo, imaginava que uma empresa quando falisse tentaria leiloar/vender seus bens para resgatar alguma verba, mas aquilo não pareceu acontecer ali. O que será que fez a fábrica fechar as portas? Pensava nisso quando avistou Rosa, a criadora que o ajudou muito no seu caminho pela Rota 1.

- Senhorita Rosa? – chamou em voz alta sem acreditar no que estava vendo. – Então era realmente você!

Estava feliz por rever uma amiga, e por isso deixou um grande sorriso transparecer, correu para junto dela e estendeu a bolsa com as medicações. – A enfermeira Joy me pediu para entregar esses remédios! Espero que ajude!

Entregou a bolsa a ela e em seguida cumprimentou Sunflora. – Como vai garota! Faz um tempo que não nos vemos... – E ainda disposto a ajudar, ele voltou a falar com Rosa. – Posso ajudar em mais alguma coisa? O que realmente aconteceu aqui? Você está bem senhorita Rosa?

Baolee sem entender muito o que estava acontecendo ficou afastado, alguns metros atrás de Will. E apesar de se apaixonar à primeira vista por Rosa, estava muito interessado nos Koffings... – Esses Pokémons são fortes?

Will ouve com atenção tudo o que Rosa tinha pra dizer. Um pouco atordoado com tanta informação, ele apenas murmurava em concordância, dando sinais claros de que estava entendendo e compreendendo a dor de Rosa. Quando ela terminou, o treinador deu um giro rápido sobre seu eixo para olhar cada canto daquele grande salão. Tentava contar os números de feridos.  – “O que os Rockets queriam aqui?” – Imaginava o motivo dos Rockets terem invadido o lugar, quando o seu pensamento foi interrompido pela pergunta de Bao e a resposta de Rosa.

- Ser forte é... – Baolee não sabia realmente o que dizer, afinal o que é ser forte? Quando Will pareceu andar para se colocar entre os dois, o garoto começou. – É ter potencial para vencer qualquer um. Encarar seus adversários de frente e mostrar quem é que manda.

Antes que Rosa pudesse responder, Will interferiu. – Não ligue pra ele Rosa! Ele ainda tem muito o que aprender. Por favor tolere sua imaturidade, afinal ele também está aqui pra ajudar... – tentando mudar de assunto rápido, Will se prontificou a começar o serviço. – Vamos! Temos muito o que fazer!

O jovem Will tinha muita curiosidade para saber o motivo de tamanha barbaridade, mas preferiu deixar a busca por essa resposta pra depois, primeiro precisava tratar daqueles Pokémons. Com isso em mente ele começou a falar em voz alta, anunciando aos Koffings que estavam ali para ajudá-los. – Pessoal! Nós queremos ajudar, não vamos lhes fazer mal.

Desse modo Will pegou algumas super potions e se aproximou com cautela dos Koffings, escolhendo primeiro os mais feridos para atender. – Calma amiguinho! Só quero ajudar! – Esperava não ter que usar a força para aplicar o remédio, mas faria se necessário. Para evitar uma possível contaminação por envenenamento, Will enrolou peças de roupas na mão e também fez uma máscara para “filtrar” o ar. Baolee vendo o seu mestre, fez o mesmo, mas aguardou o primeiro tratamento de Will para poder começar... Se tudo corresse bem, Will prosseguiria com aquela estratégia, cuidando de um de cada vez. Esperava que quando o primeiro Koffing fosse curado, os outros entendessem que eles não estavam ali para machucá-los.