Mudança de planos

Nós não precisamos nem atacar a segunda vez, e as mariposas caiam no chão. Eu não tinha interesse em capturar nenhuma delas, e muito menos Dianna que só gostava de pokémons aquáticos, então aproveitamos que nenhum outro casulo se manifestou e corremos para longe da árvore.

- Você foi de mais Kolt. Muito obrigado pela ajuda. - Eu agradecia ao recém evoluído Golbat que voava sobre nossas cabeças, ele estava com um enorme sorriso (talvez por sua boca ser enorme) estampado no rosto, parecia muito feliz por ter evoluído. - Dianna, fica de olho ai, talvez possa ter uma placa indicando a saída para Rinshin. Nos ajude a olhar também, Kolt.

Continuamos andando pela trilha, e a pouca luz que passava por entre as folhas das árvores era a única coisa que nos permitia ver o caminho a nossa frente. Com medo de tropeçar novamente em um ninho de pokémons venenosos, andávamos com atenção redobrada.

Depois que nos afastamos correndo da árvore, acabamos errando o caminho e saímos da trilha principal. Talvez isso não fosse um problema, mas não íamos conseguir voltar por onde viemos, o caminho estava mais escuro e não estava fácil ver a trilha.

Continuamos andando e acabamos chegando em uma clareira, o lugar me era muito familiar, parecia muito com a clareira onde Haru havia evoluído, a unica diferença era que lá havia uma grande pedra coberta de musgo bem no centro da dela. As poças de água no chão e as plantas me traziam uma boa lembrança, que logo era seguida da péssima lembrança de ter encontrado a equipe Rocket naquela mesma clareira. Estava estampada na cara de Dianna a vontade de parar e descansar um pouco, mas eu só conseguia ficar olhando ao redor e esperando ouvir o som de unhas sendo lixadas, como aquela mulher fazia o tempo todo. Eu sabia que não precisava ficar me preocupando, ela havia sido presa pelo Ranger, e não podia aparecer aqui.

- Que cara é essa? Viu um fantasma? Já sei, está com medo do escuro. Hahaha! - Dianna havia notado minha preocupação, e como sempre, não podia deixar passar.

- Não é isso... Deixa pra lá, vamos ficar aqui e descansar um pouco, já deve estar anoitecendo.

Retornei Kolt para sua pokébola, ele precisava descansar um pouco também, em seguida liberei Natsu. Peguei uma Potion para restaurar um pouco sua energia.

- Oi amigão, tome isso aqui. Vamos descansar um pouco aqui, ilumine o local e nos aqueça.

Eu deixei de lado minhas preocupações e traumas, e borrifei a Potion nos ferimentos de Natsu, depois ajudei Dianna a montar o acampamento para passarmos a noite. Natsu estava sempre atento com sua "cauda lanterna" para poder iluminar sempre onde precisávamos, e estava se saindo muito bem em seu trabalho.

Nós estávamos distraídos com todo o trabalho, e nem percebemos o que Natsu via. Duas criaturas se aproximavam na escuridão e Natsu as percebeu por causa de seus sentidos aguçados, elas eram lentas e pareciam rastejar em nossa direção. Por um momento o lagarto não fez nada e ficou apenas olhando, mas logo depois teve a ideia de virar sua chama para a direção dos intrusos, assim chamaria nossa atenção e ao mesmo tempo iluminaria as criaturas para que pudéssemos ver.

Natsu virava sua cauda nos deixando momentaneamente sem luz onde precisávamos, achei que ele só estava se ajeitando, mas estava demorando de mais, então ao olhar na direção dele pudemos ver duas criaturas que vinham em nossa direção. Não eram insetos, mas se arrastavam como tal, um mais lento que o outro. Eu não conhecia essa espécie, e acho que nem tinha ouvido falar, então peguei a minha Pokédex e apontei para os dois pokémons que vinham. Não pareciam ser pokémons agressivos e se estivessem só de passagem, acho que seria uma boa idéia deixá-los em paz.

Enquanto esperava os dados desses estranhos pokémons serem carregados na minha Pokédex, resolvi deixar Venon preparado para nos defender, era melhor ser prevenido. Peguei a pokébola e liberei o meu pokémon venenoso, que se materializou ao lado de Natsu e logo percebeu a situação, já que as únicas coisas iluminadas eram os dois selvagens.

Enquanto isso Dianna parecia estar indiferente à situação, continuava focada em seus afazeres para se preparar para passar a noite na floresta. Ela perecia querer montar uma barricada na porta de sua barraca, para prevenir a entrada de pokémons insetos. Ela realmente parecia não gostar deles...

A Pokédex me mostrava os dados dos pokémons em sua tela, eram Slakoth, e o aparelho ainda me mostrava as condições dos dois pokémons, eles estavam envenenados e feridos. Eu conseguia ver os ferimentos pelo corpo dos selvagens agora que eles estavam mais perto, fiz sinal para Venon não reagir e tentei me aproximar deles bem devagar tal como eles mesmos faziam.

- Dianna, eles estão feridos e precisam de ajuda. Pegue duas Oran Berrys e o Antidoto na minha mochila, e traga aqui por favor. - Eu precisava fazer alguma coisa, mas não tinha como eu curar os dois, eu tinha apenas um Antidoto. - Não se preocupem, eu vou ajudar vocês, mas só tenho como curar o veneno de um de vocês por enquanto. Depois disso eu posso sair e procurar alguma erva ou fruta que ajude com isso, então por favor me deixe ajudar vocês.

Dianna procurava os itens na mochila para poder trazer pra mim, assim que ela chegasse com eles eu começaria o tratamento dos Slakoths, daria uma fruta para cada um para poder restaurar um pouco suas energias, e aplicaria o Antidoto no que estivesse parecendo pior. Depois de fazer isso, deixaria eles sob os cuidados de Venon e partiria com Natsu para poder encontrar uma Pecha Berry ou alguma outra coisa que pudesse curar o veneno. Pecha Berry.