Tendo minha decisão acatada pelo segundo integrante, marchei desengonçada até a oval rotatória, e lá separei meus pokemons de dois em dois, em ordem e combinação aleatória. Todos que estavam comigo eram pequenos, não precisariam de mais que uma área infantil para brincarem; apenas Meowth ficara sozinho. Os pokemons de Vicent também não eram muito maiores que os meus, com exceção de Arcanine, é claro, que a dias não via fora de sua esfera. Atenta ao possível desejo de meu irmão participar, lhe disse:
- Libere os seus também se quiser, mesmo que Arcanine seja grande, acho que temos espaço suficiente para todos participarem - Afirmei.
Meu companheiro então pegou da mochila três esferas e jogou no ar, liberando-as ao mesmo tempo e revelando a disparidade de tamanho entre seus pokemons normais e seu grande cão. Encarei Arcanine com saudade, minha garganta ficou seca e meus olhos se encheram de lágrimas rapidamente. Meu emocionar era como o de quem se sentia velha por o ver tão crescido, o que não era ruim, muito pelo contrário! Estava orgulhosa de sua evolução, mesmo Vicent que quase nunca batalha e sustenta brigas, tinha uma arma forte e treinada para se defender. Abracei o gigante pokemon, afundando em seu pelo macio e solto, me perdendo entre o esvoaçante e o que me toca a face. Engoli a seco mais uma vez, abraçar sua perna me fazia quase que bancando a tia chata, por pouco não dizia
"eu te vi tão pequenino". Fiquei parada olhando-o sem muita reação por um tempo, até enfim retornar o foco ao que realmente importava; minha interação com meus pokemons e, claro, a interação deles com eles mesmos. Olhei para a equipe, agora de oito monstrinhos, e lhes disse em tom afável uma boas-vindas:
- Olá! - Disse, de forma curta
- Sei que não tenho muito contato com alguns aqui, outros sentem saudades e alguns ainda acabei de conhecer, mas estou aqui para mudar isso - ponderei, fitando Snorunt, por ser de fato o mais desconhecido.
Botei-os em um circo e completei as duplas que faltavam, Meowth, Arcanine, Axew e Elekid ainda precisavam ser encaixados, terminado isso pude prosseguir.
Andei ao meio do circulo e analisei bem as duplas que havia formado, encarando-os em 360º e nomeando-os mentalmente: Teddiursa e Snorunt; Meowth e Arcanine; Elekid e Frillish; Yamask e Axew. Poderíamos começar então? Acho que sim. Só me teria um problema, que até soa meio irônico e caco-fônico; eu não tinha experiência em maestrar treinos de experiência. Pois bem, parece que não serão só os monstrinhos que aprenderão e evoluirão hoje, não é? Aceitando isso, decidi começar, lhes dando as instruções independente de qualquer pensamento inseguro:
- Vamos fazer um treino diferente hoje, treinaremos experiência - afirmei
- Para isso precisarei de duas coisas iniciais: Alongamento e Aquecimento. Gastaremos cinco minutos alongando os membros. Aos bípedes, tentem alcançar a ponta dos pés, me imitem se possível, aos quadrúpedes, alonguem a coluna se abaixando e se aventurando em novas posições, usem o chão como apoio para esgueirar-se. Aos amorfos, peço que girem seus corpos como quem se espreme. Depois disso, daremos cinco voltas em torno da praça.Tendo introduzido a ideia, comecei a fazer o que lhes pedi. Segurei meu pé esquerdo com a mão esquerda, depois meu pé direito com a mão direita, estendi os cotovelos atrás do pescoço e, por fim, me agachei sem dobrar os joelhos, tentando agarrar meus pés longínquos; claramente não consegui, mas o que importa é a intenção. Contei até dez a cada exercício e respirei pausadamente. Não olhei para Vicent mas esperava ao máximo que ele também estivesse participando. Ao fim dessa bateria de movimentos, bati palmas duas vezes e disse algo parecido com
"Vamos!", iniciando uma corrida sincronizada.
Uma, duas, três, quatro, cinco.
Ufa, cansei! Pensava com meu cérebro pulsante. Respirei ofegante por quase um minuto para então recuperar o fôlego e conseguir falar os próximos passos; desta vez eu iria ficar de fora:
- Voltem aos seus lugares na roda! Voltem à sua dupla - Pedi e esperei ser obedecida para continuar
- Agora lhes peço outra coisa: Conheçam o adversário e a si mesmos. Mostrem seus golpes, mas não diretamente, usem o chão e a areia, mirem no céu, conheçam o poder de seus movimentos e de sua dupla. Quero que demonstrem o que sabem e, quando cansados de aprender sobre si e sobre o outro, troquem de dupla. Faremos isso até todos vocês se conhecerem melhor. Coordenarei a mudança de pares de longe, certificando que não haja problemas.Minha tática inicial não passava de uma simples dinâmica de grupo; nada que a internet não me ensinasse, felizmente temos essa tecnologia em mãos. Enquanto esta etapa do exercício era executava, me perdia olhando para meu irmão como quem se encontra completamente insegura, pedindo com os olhos um convincente "por favor, me ajuda" que, espero eu, seja atendido.
OFF: Desculpa a demora Fons, eu to tendo um problema com a GVT, e nos poucos momentos que tive acesso a internet, usei para narrar o Ran pra não prejudicá-lo. Essa semana posso me manter ativa, mas semana que vem o ritmo da rota vai cair de novo eu acho, já que não resolvi o problema ainda ):