#001: O começo de tudo?

Enfim terminou. Após um turno conturbado, o canídeo se sobressaiu sobre o Pokémon de Norman sobre uma vitória apertada, conquistado pela queimadura causada há rodadas anteriores. Sorri então quando Helius veio à minha direção. Agachei-me e afaguei o pequeno, que balançava sua cauda compulsivamente e deixava sua língua de fora. O líder então me elogiava, dizendo que estava muito bem.

Norman então trouxe ao campo um bicho preguiça. Era um Slakoth, talvez uma das espécies mais conhecidas do continente e o primeiro estágio do Pokémon pelo qual o líder de Petalburg era conhecido. Lembro-me vagamente de alguma aula sobre o mesmo, mas já era o suficiente para se ter uma ideia do que fazer.

Não tinha o mesmo equilibro de Spinda; do contrário, era desigual. Ataque e defesa especial não eram seu forte, assim como velocidade, e sua habilidade não o permitia atacar consecutivamente, abrindo uma boa brecha para uma vitória. Em teoria, era fácil, mas na prática talvez nem tanto.

— Fez um bom trabalho, Helius. Descanse um pouco — arqueei a pokébola do canino e o retornava para lá por um raio azul cintilante. Peguei então a miniatura da outra, e apertando no tão da esfera bicolor, seu tamanho fora multiplicado. Joguei-a em direção ao campo de batalha, dizendo: — Vamos lá, Walle!

O Pokémon ímã flutuava pelo campo de batalha. Seu tipo aço seria de muita ajuda, já que os ataques do tipo normal não tinham efetividade sobre Magnemite. Seus golpes também eram fortes, o que me desse mais um ponto de vantagem sobre a batalha.

— Walle, Thunder Wave e Sonicboom. — bradei a Magnemite.

A habilidade de Slakoth de não atacar consecutivamente era um obstáculo para Norman, e deixá-lo paralisado traria mais uma dor de cabeça ao especialista. Isso me deixaria frestas para atacar a preguiça e então vencer aquela batalha sem dificuldade alguma.

Os golpes de Slakoth eram um problema, de fato. Ele movia-se apenas uma vez, e nessa única vez em que se moveu, utilizou um ataque para deixar Magnemite dormindo. Esse mão era apenas o único problema. Walle não obedeceu aos meus comandos por inteiro, os acatando apenas parcialmente. Pedi-o para utilizar um ataque e ele utilizou outro.

Isso era ruim. Ele era treinado por mim, e não iria obedecer às minhas ordens? Seu comportamento era normal, jamais mostrou alguma desavença comigo, mas mesmo assim confiava demais em si – ou então não confiava tanto em mim. Confiança. Era o que faltava.

Norman então ordenara o ataque, que me deixou estupefato: um movimento do tipo lutador. Aquilo era super efetivo em Magnemite, e as propriedades ofensivas da preguiça eram fortes o suficiente para causar grandes danos no ímã. Comecei a me desesperar aos poucos. Fechei os olho então e respirei fundo, procurando o que fazer.

Para meu tormento, não havia muita coisa; apenas torcer para que ele ficasse paralisado e Walle acordasse imediatamente.

— Walle, acorde! Confia em mim, eu sou seu amigo! — bramia ao ímã, na esperança de que ouvisse minha voz e obedecesse aos meus comandos. — Magnet Bomb duplo!



off.: