Conhecendo Mountrock city

Sophia e seu parceiro começavam a ficar preocupados depois de ouvir o estranho som. Eles continuavam seguindo na direção do som, mas agora estavam mais atentos e andando com bastante cuidado. Andaram por mais alguns minutos, e nenhum som foi ouvido novamente, mas eles finalmente chagavam em algum lugar. O túnel havia terminado, e agora eles se encontravam na entrada de um grande salão escuro. A partir dali, as pegadas já não estavam indo todas para o mesmo lugar, elas se espalhavam para todas as direções.

Sophia e Charmeleon ficaram parados ali por um tempo, estavam analisando o local com atenção. Para todos os lados que olhavam, não viam nada além de trevas.

- Ei! Você ai com o Charmeleon...

Eles ouviram uma voz chamando. Mas de onde vinha? Com toda aquela escuridão e o eco do enorme vazio, era impossível determinar de onde vinha.

- Aqui! - Repetiu a voz, e dessa vez eles puderam ver uma lanterna se acendendo e apagando rapidamente. - Venham pra cá depressa, ou ele vai encontrar vocês.

Parecia que Sophia estava prestes a descobrir o que acontecia ali nas profundezas das ruínas de Mountrock.

Os dois logo foram em direção a voz que os havia chamado. Ao se aproximar o bastante, Sophia viu que havia um homem e uma mulher abaixados atrás de uma coluna caída. Os dois tremiam de medo e pareceram aliviados ao ver o uniforme que a garota vestia.

- Meu nome é Valter e eu sou um dos pesquisadores que estava investigando essas ruínas. E ela é minha assistente, Bianca. – O homem deu uma pausa rápida e em seguida continuou falando baixo. - A algumas horas atrás, um escavador encontrou um corredor inteiro atrás de uma parede, e assim que o corredor foi exposto, uma movimentação estranha apareceu nos nossos sensores. Todos que estavam presentes vieram ver o que acontecia, já que era uma área inexplorada, precisávamos da equipe inteira para armar os equipamentos. Enquanto estávamos vindo nos encontrar com o escavador, nós acabamos perdendo o contato com ele pelo rádio. E quando chegamos aqui embaixo, descobrimos uma tumba antiga, e alguma coisa aconteceu com o escavador. Ele atacou os outros membros da equipe e os fez dormir. – O homem deu outra pausa, e logo voltou a falar. - Só sobramos nós dois. E não conseguimos sair, pois estamos com medo de sermos atacados também.

Sophia olhou em volta, mas ainda assim não conseguia enxergar uma distância muito grande. Ela só conseguia ver mais um homem caído próximo a parede a sua direita, e algumas colunas seguindo para o lado oposto a parede em direção ao centro do salão. Não parecia ter mais nada ali que impedisse a saída do casal. Talvez o que quer que tenha feito os outros dormirem, estava escondido em algum lugar, esperando o momento certo para atacar. Ela tentaria tira-los dali, ou vasculharia o local?

O homem ficou feliz em saber que a jovem havia visto um outro grupo de pegadas seguir por outro túnel.

- Então o escavador, deve ter ido para o labirinto das ruínas, que era a única parte conhecida até hoje. Então vamos te acompanhar até lá, e de lá vamos até a saída para buscar ajuda. Mas tem muita gente aqui embaixo, nós estávamos em dez quando viemos atrás do escavador. Pode deixar que depois que buscarmos a ajuda, nós arrumamos um jeito de busca-los. - Valter se levantou um pouco apreensivo ainda, mas com o pouco de luz que eles tinham, ele conseguiu perceber que realmente o escavador não deveria estar mais ali.

Aceitando a proposta do pesquisador, Sophia fez sinal para que eles começassem a andar. Como todos já conheciam o caminho, e estavam com bastante pressa para sair dali, não demoraram muito para chegar até a bifurcação. Sophia parou novamente na frente das duas entradas e observou que as pegadas não haviam mudado. O casal já se preparava para sair, quando a mulher se virou para Sophia.

- Muito obrigado por nos ajudar. E tome cuidado para não se perder. Lembre que os cabos no teto podem te ajudar a manter-se no caminho principal, é só seguir os cabos pretos. E não se preocupe, essa parte é toda iluminada. - Depois de dizer isso, os dois correram em direção a saída.

Sophia olhou para os cabos no teto, e percebeu que haviam cabos pretos e cabos cinzas. Então se ela sempre se mante-se no caminho principal, ela não deveria se perder. Ela entraria no labirinto mesmo sabendo que poderia se perder ou ser atacada?

Sophia se separava de Valter e Bianca, e seguia o caminho da esquerda. Ela pretendia seguir com cuidado, e sempre seguindo as pegadas, sem se preocupar se estava indo no caminho principal ou não, já que seu objetivo era encontrar o escavador. Logo no começo do caminho, ele fazia uma curva para a esquerda, seguindo a mesma direção do caminho que levava a saída. Ao final desse corredor, uma grande passagem à direita, se dividia em dois caminhos. Sophia dessa vez nem parou para pensar, apenas seguiu pela esquerda, que era por onde as pegadas iam. Novamente o corredor seguia virando pela esquerda e em seguida pela direita, onde ele se dividia em dois lados, à esquerda não havia saída, deixando apenas uma opção para seguir. Depois de seguir para a direita, o corredor novamente fazia uma curva de 180° à esquerda, e assim que os dois viravam, Charmeleon de repente parava.

- Charr! – O lagarto dizia apontando para uma mancha de sangue na parede. Sophia não havia percebido a mancha na parede, ela estava distraída com as pegadas no chão, que agora não apresentavam mais o mesmo ritmo. Parecia que havia acontecido uma luta ali, as pegadas estavam todas bagunçadas, e um pouco mais pra frente elas estavam arrastadas. Mas o que era mais estranho, era que havia apenas um para de pés... Ou seja, só havia uma pessoa.

O caminho ainda continuava um pouco à frente e fazia mais uma curva à direita. Charmeleon novamente pareceu farejar algo, e correu até a entrada para o próximo corredor.

- Meleon! Meleon! -  Ele grunhia desesperado, fazendo sinal para Sophia ir até lá.

Assim que a jovem Ranger fez a curva, ela se deparava com uma cena que não esperava. O caminho ali se dividia em três, um caminho à esquerda e dois à direita, e no meio uma parede. O que ela não esperava era encontrar um homem prostrado no chão bem de frente para a parede que separava as duas direções. O homem estava vestindo roupas de trabalho, e usava um capacete com lanterna, do lado de seu cinto, algumas ferramentas de escavação. Só podei ser ele, o escavador.

O que Sophia faria agora? Ela finalmente havia encontrado o homem que procurava, mas alguma coisa havia acontecido com ele. O homem parecia estar desmaiado, ou pelo menos era isso que ela esperava. Suas roupas estavam sujas de sangue e terra e haviam duas estranhas pedras ao lado de seu corpo. Esses detalhes poderiam deixar as coisas um pouco mais claras, mas o que ela faria a partir dali?

Pedras(Imagem ilustrativa)

A Ranger se abaixava próximo do escavador e perguntava se ele estava bem. O homem não respondia, e também não se mexia, mas o movimento sutil de seu tórax demonstrava que ele estava vivo e apenas desacordado. Não havia mais pegadas a serem seguidas, mas ainda havia um mistério a ser resolvido. Sophia ainda permanecia no caminho principal das ruínas, sendo assim, ela poderia retornar ao início e levar o homem para fora, se ela conseguisse o carregar. Ou ela poderia continuar seguindo em frente para poder descobrir o que havia acontecido com ele, já que talvez havia alguma outra coisa ali dentro.

Enquanto ela pensava no que fazer a partir dali, ela não percebeu o que Phiro percebia. As duas pedras que estavam caídas ali, começaram a emitir um brilho roxo em suas saliências. E algo parecia estar saindo de dentro delas.

Imagem ilustrativa