Pokémon Mythology RPG 13
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[Prólogo] Unlucky Atlas and Disobedient Kyro

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Mensagem por Atlas Sáb 1 Abr 2017 - 21:49

Atlas Baros escreveu:
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Introdução: Atlas Baros, the new trainer.

Amanhecia como sempre na pequena cidade de Oldale. O céu nublado e frio deixava finas gotas de chuva cair, o que causava pequenas poças de água no gramado próximo às rotas que seus moradores percorriam.

Ventava forte, o que era ótima para o grande título de “cidade rural”, já que espalhava sementes de frutas pelos campos de terra adubados pelos fazendeiros locais. Oldale possuía a grande fama de ser uma pequena vila baseada em apenas em acolher novos treinadores, tanto que, por falta de orçamento, a mesma vivia sendo atacada por Pokémons selvagens; Oldale também era bastante conhecida pela sua exportação de frutos e carne para as grandes metrópoles.

As jornadas em si não mudaram muito com os anos. Os mesmo objetivos em ser o campeão da liga nacional e internacional, derrotar a imbatível elite dos quatro e até capturar criaturas raras e exóticas.

Bem, eu sou um vagabundo que pretende ser treinador quando capturar um Pokémon que lhe agrade. Morador de Oldale e possuo dezoito anos de idade e bem, sou horrível em minhas apresentações. Prefiro não fazê-las. Ah... Enfim. Meu nome é Atlas Baros, como dito eu tenho dezoito anos. Meus cabelos são castanhos e meus olhos cor-de-mel. Não sei dizer como é minha personalidade... Pra falar a verdade, não tenho paciência de descrevê-la. Eu sou bastante alto pra minha idade e tenho um porte físico também agradável. Não tenho muitos amigos nesta região chuvosa. Os poucos que eu tenho são a minha melhor amiga, Charlotte Vinegzete, os Pokémons e Seth Holkes, que é um babaca, pra ser sincero. Outro que tenho é o meu "parceiro" entre aspas, porque o dono dele é meu tio, mas ele me deixa treinar e passar grande parte do tempo com ele e bem... o nome dele é Aoki. Um Pokémon de espécie rara, Aoki é um Bulbasaur, que o tio conseguiu com um tal professor quando ainda morava em Kanto. Eu e Aoki nos damos muito bem, principalmente nesse clima chuvoso.

Desde minha infância treino com Poochyenas selvagens, Zigzagoons, Wurmples e até Taillows que tentam destruir as plantações de meus tios, e bem, creio eu que estou forte o suficiente para desafiar um treinador normal.  Hoje bem cedo, de preferência, eu levantei da cama. Sempre acordo neste horário para ir ao celeiro e me encontrar com Aoki, já que o tio construiu uma casinha pra ele junto com os dois Tauros macho que ele também tem.

Bem, é isso. Odeio apresentações.

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Prólogo: Unlucky Atlas and Disobedient Kyro


A manhã como sempre, era chuvosa e neblinada. Ninguém reclamava, para falar a verdade, aquilo era muito confortante. Muitos ainda se aconchegavam em suas quentes e macias camas cobertas com um grosso edredom. Oldale tinha a vantagem de produzir travesseiros forrados com penas super macias de Swellows, que caiam ao trocar de suas penugens. Como sempre, o alto rapaz de cabelos castanhos estava no enorme lago no inferior da pequena vila que morava.

- Aoki, é agora! – Dizia sério. Estava cercado de pequenas árvores e terra molhada, devido as pequenas gotas de chuvas que chuviscavam todas as manhãs.

O Bulbasaur de seu tio soltava um olhar confiante e se preparava para a batalha. Inclinava seu corpo para frente, soltando dois chicotes de vinha que saíam do bulbo atrás de suas costas. Seus íris de cor avermelhada refletiam a iluminação do ambiente, mostrando a segurança que o pequeno Pokémon sentia.

Atlas segurava uma Pokébola com força. A mesma estava bem surrada e manchada de barro, de alguma maneira, parecia que havia sido usada várias vezes para tentar capturar algum Pokémon, sem sucesso. Na frente dos dois, uma pequena lagarta rosa parecia também estar preparada para batalhar com seus oponentes. Um olhar amedrontador era solto quando ao mesmo tempo, saia em disparada para atacar o Bulbasaur.

- É agora, Aoki! Finalmente vou capturar o meu primeiro Pokémon! – Atlas sorria, estava muito animado. Desde que seu tio o deixou usar Aoki em batalhas, nunca teve sucesso em capturar nenhuma criatura sequer. De  à Pidgeys, todas as capturas foram um fracasso.

Aquela ordem era rapidamente obedecida pelo seu fiel amigo quadrúpede, que não perdia tempo e começava a correr para cima daquele pequenino Wurmple.

O coração de Atlas batia forte com a tensão de seus futuros atos. Aquela poderia ser a sua chance de ouro e finalmente obter seu primeiro Pokémon, de sua própria autoria.

A tensão aumentava a cada passo que seu companheiro dava se aproximando de seu inimigo. Quando estavam apenas alguns centímetros para se colidirem, um enorme vulto aparecia numa velocidade estonteante, que investia contra o Wurmple e fazia o pequeno Bulbasaur capotar para frente, se sujando inteiro de barro.

- Cacete! – O rapaz se surpreendia. Estava confuso e assustado, pensava que aquela captura estava garantida. Mal pode perceber que um vulto veloz roubara seu Wurmple.

Quando parava para ver o que havia roubado seu alvo, ficava vermelho de raiva. Um enorme pássaro bípede de três cabeças saciava-se com o inseto que devorava. Suas três cabeças pareciam brigar entre si para ver quem iria comer o mesmo. Montado na ave estava um rapaz em cima de uma sela de couro. Aquele Dodrio já havia sido domesticado e treinado pelo jovem, que controlava a criatura para virar e se aproximar de Atlas, com um sorriso babaca no rosto.

- Foi mal, você que ia comer o Wurmple? – O garoto perguntava, puxando as mangas de sua jaqueta vermelha e coçando seu cabelo louro e penteado em uma franja para frente. Segurava a risada, mostrando o grande bosta que ele era.



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- Seth. – Atlas rosnou para o louro, de mau-humor. Já o conhecia, assim como todos de Oldale. Aquele cara era um desocupado que quando evoluíra seu Doduo, havia se tornado o maior desgraçado de todos. Sacaneando qualquer um, apenas para mostrar que ele era mais forte sem nem precisar sair em "uma jornadazinha estúpida que não dá nenhuma recompensa", segundo o menino louro.

O Bulbasaur de seu tio chacoalhava seu rosto, tentando limpar o barro que sujava todo seu corpo, também parecia estar mal-humorado.

As nuvens se fechavam. Ventanias frias surgiam. Aquilo era comum, pra falar a verdade. Mas não importava para Atlas, que estava frustrado. Tinha uma ótima chance de capturar um Wurmple, e poderia ter o pego se não fosse pelo rapaz montado no Dodrio.

- Seth! Você é um desgraçado! Por que toda vez que eu vou conseguir uma grande conquista você tem que vir com sua galinha e estragar tudo?! – O rapaz indagava, se abaixando para limpar o rosto do Bulbasaur de seu tio, que ainda estava sujo de lama.

O outro ria. Ainda montado em seu Dodrio, fazia um gesto com sua sela para fazê-lo virar e ficar frente a frente com Atlas. Embora fosse o único “amigo” do garoto, ambos não se davam nada bem, graças às brincadeiras de mau gosto do rebelde de cabelos louros.

- Para de drama, Atlas. Era só um petisco para meu Ace. Tirando que nem é assim, eu nem te atrapalho nas suas conquistas. Você que não sabe conquista-las. – Respondia seco, de olhos fechados. Sua ave de três cabeças parecia ainda estar brigando consigo mesma.

O garoto de cabelos castanhos se levantava novamente, com seus punhos fechados. A fúria em seus olhos pareciam chamas ardentes de cansaço por ter de aguentar aquele moleque na mesma cidade em que vivia.

- Toda vez! Você é um bosta, Seth! Vou capturar um Pokémon e sua avestruz aparece correndo e com um pulo, ele come o bicho. Eu vou comer algum lanche e seu Dodrio vai lá correndo e dá um salto pra comer meu lanche. Eu vou tentar ficar com alguma garota e sua galinha ridícula aparece correndo e pula em mim!

- Ei! Não coloque a culpa no Ace! – Seth respondia bravo. Apontando seu dedo indicador para baixo, na face de Atlas, já que estava numa altura elevada por se encontrar montado na ave.

O azarado apenas limpava a velha Pokébola que sempre guardava consigo e a colocava no bolso de sua calça. O Bulbasaur grunhia baixo, como se estivesse de mau humor e ficava próximo do sobrinho de seu dono, com medo de ser atacado pela ave de três cabeças.

- Por que você tem que ser tão babaca assim, Seth?! – Se questionava, cansado de sempre ter uma chance destruída devido o jovem.

Seth ficava sério, não respondia. Ele baixava sua cabeça, fazendo com que a sombra da árvore em cima de ambos tapasse seus olhos. Parecia estar muito triste. E lentamente descia da sela de seu Dodrio, estando com sua mão esquerda apoiada no corpo redondo da criatura, como se estivesse acariciando-a.

- Você quer saber por que eu sou assim? Sempre cantando vitória e mostrando que sou melhor que os outros? – Perguntava melancólico. Ainda de cabeça baixa.

- Você não é melhor que ninguém, você é... – Logo Atlas era interrompido, não podendo terminar seu argumento que pretendia usar para terminar de vez aquela conversa.

- Vou te dizer o porquê. Quando eu era jovem, eu não tinha um Pokémon como as outras crianças... – Dava uma pausa, soluçando um choro. – Então meu pai me disse que era para eu desistir dos meus sonhos, pois eu não era apto o bastante para domar uma das tais feras que chamamos de Pokémons e nunca seria capaz de ser o campeão da liga ou ao menos enfrentar a Elite dos quatro, pois não tinha a habilidade certa, não tinha as técnicas corretas.


~>Flashback<~



Estavam numa sala escura, apenas iluminada por uma fraca lanterna a óleo, que estava acesa com uma pequena chama dentro de seu interior. As sombras dos móveis ficavam em constante movimento de acordo como o fogo se movimentava. Uma criança, Seth, estava chorando diante de um homem alto. Era seu pai, que sério, estava pronto para dar um sermão para seu filho.

- Você é um bosta, Seth.

Ele dizia, logo acabando de vez a discussão, fazendo a criança chorar mais ainda.




~>Fim do Flashback.<~




- Tá, mas você continua sendo um... – Atlas novamente era interrompido. Fazendo o Bulbasaur de seu tio virar os olhos, impaciente.

- E então... – O garoto de boné continuava, com uma cachoeira de lágrimas escorrendo em seu rosto. – Eu perguntei por que ele achava isso. E ele respondeu com as seguintes palavras... “Você não é capaz de dominar uma criatura, muito menos evoluí-la. Você é apenas um amador mesmo que criança. Nunca irá ter posse de um Pokémon poderoso como os meus. Você é uma vergonha para mim, Seth.




~>Flashback again<~




Ainda no mesmo ambiente amarelado, o pai caminhava numa direção oposta de seu filho. A criança chorava e coçava seus olhos com ambas as mãos. Pequenos ovais corados podiam ser vistos em suas bochechas, e histericamente e ele perguntava:

- Por que, papai?!

O alto homem então se virava. Num ar misterioso, já que a falta de luminosidade tampava a parte superior de seu corpo, ficando apenas a silhueta negra de seu ser. Sua voz grossa e séria causava calafrios no pequeno, quando ele dizia com palavras sábias e precisas:

- Nós estávamos bêbados.

Cessava as palavras, voltando o seu caminho para deitar em sua cama. Naquele instante, um vulto menor aparecia com um sorriso maligno. Era uma garota de cabelos louros e uma mecha castanha. Segurava uma Skitty em seus braços e ria baixinho do acontecido, já que ela não havia sido um acidente. Era sua irmã, que sem dizer nenhuma palavram recuava lentos passos, desaparecendo na escuridão.




~>Fim do Flashback.<~



- E é por isso que eu provo para todos que eu sou o melhor! – Gritava de olhos fechados, erguendo um punho ao céu, mostrando que era um vencedor. Porém o silêncio constrangedor o fazia abrir os olhos, notando que Kyle e seu Bulbasaur estavam indo embora. – Ei! Seus desgraçados! Voltem aqui!


- - - - - - - - - - X - - - - - - - - - - -

Estava anoitecendo. O dia havia sido puxado. Além de ter que entregar todos os jornais pelo quarteirão, treinou um pouco o Bulbasaur de seu tio, para que este pudesse aprender mais movimentos, com troncos de árvores caídos pelo seu terreno, por mais ou menos duas horas. Nesses poucos dias que passara apenas treinando já foram o suficiente para obter grandes resultados. Aoki já tinha técnica para batalhar sob comandos de seu tio.

Exausto, pegava a sua chave de bronze no bolso de seu casaco, e rapidamente destrancava a porta da frente em sua casa de madeira, querendo entrar a qualquer custo. Sentia um alivio ao conseguir entrar naquele ambiente quentinho. O lugar estava iluminado com algumas velas, mesmo que a maior fonte de luz seria o fogo da lareira, que se encontrava na sala de estar. O lugar era pequeno. Quando se virava, levava um susto ao ver uma menina de cabelos castanhos e com a franja grande jogada para o lado e presa com uma presilha junto de seus cabelos lisos, tinha uma beleza indescritível, tendo a pele lisa e livre de qualquer marca ou espinha, assim como Atlas. Ela estava sentada numa poltrona logo na frente da entrada, como se estivesse o esperando. Seus olhos azuis como o mar pareciam estar repreendendo o rapaz apenas com o olhar, era Charlotte, sua melhor amiga, que tinha sua Eevee, Hari adormecida no braço esquerdo da poltrona.


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- Ah, Charlie é só você. Que susto... – Atlas e dizia fechando os olhos e balançando sua cabeça negativamente, um pouco bravo. Ele retirava com calma a mochila de suas costas, fazendo com que o Bulbasaur saísse do objeto. Aoki farejou o ar e após não sentir o aroma e seu dono, subiu na mesa e se enrolou em uma bola, dormindo logo após. Aparentemente, seu tio ainda não tinha voltado.

A garota se levantava brava. Ela estava com roupas de frio também, sendo notórias as luvas rosa em suas mãos. A menina então avançava e dava um empurrão no rapaz, mesmo não tendo força o suficiente para derrubá-lo.

- Ei! O que é isso? – Ele perguntava segurando os braços da menina com facilidade, devido sua altura e impedindo futuras agressões físicas.

- Me larga! – Respondia se debatendo até conseguir se soltar. Recuava alguns passos, ainda com uma cara brava. – Atlas, desde que você começou a treinar o Aoki pro tio, você volta tarde. Ele sempre cuidava dos Zigzagoons e dos Wurmples que atacavam nossas plantações, mas agora está tudo destruído!

- Aaaah. – O garoto abria um sorriso tímido enquanto coçava sua nuca, sem graça. – Pois é, né. Vamos ter que comer só carne agora, nada de verduras.

Charlotte avançava de novo e desta vez dava um tapa na cabeça do garoto, fazendo com que o Bulbasaur acordasse, resmungando e rosnando, mas não passado muito tempo, o mesmo já roncava novamente em cima da mesinha.

- O pior de tudo, é que um Vira-Lata Shiny ainda invadiu aqui pra quase passar pulgas pra Hari, e você sabe que se minha linda Eevee der pulgas eu vou te matar! Além de que se Aoki estivesse aqui, ele poderia ter espantado aquela praguinha.

- Um... Vira-Lata? – Atlas fica curioso com aquelas palavras, ao mesmo tempo em que sua mente ficava confusa. Vira-latas era o termo que Charlotte criou que era denominado para um Pokémon raro e sem dono. Não era comum vira-latas em Oldale, geralmente todos os Pokémons raros eram domesticados, todos tinham dono, que cuidavam deles com carinho. Era bem incomum alguém abandonar um animal de tal porte, pois é bem difícil conseguir um.

A menina apenas concorda com a cabeça, ainda com uma expressão raivosa. Atlas não perdia tempo e a ignorava por um instante, olhando pela janela para ver o Pokémon no quintal deles, que provavelmente ainda estaria lá. Brenda estava certa. Podia ver um pequeno jacaré azul, com escamas afiadas e cor-se-sangue, assim como seus olhos. Na boca do Pokémon era possível identificar fileiras de dentes afiados, brancos e cintilantes, ele estava encolhido entre a plantação de trigo que era muito comum naquela cidade. A criatura ficava apenas com a cabeça pra fora, observando a casa enquanto seus olhos vermelhos e cintilantes ficavam um pouco fechados graças ao vento. O Pokémon na plantação não era nada mais, nada menos do que um Totodile, um pokémon bastante incomum em Hoenn.



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- Ah não, Atlas. Você não vai pegar esse bicho não, né? – Charlotte suspirava, balançando a cabeça negativamente enquanto colocava uma mão sobre o rosto.

O garoto não perdeu tempo, caminhou em direção à porta e correu até os campos de trigo, surpreendido com o frio e a forte ventania gelada que estava recebendo em seu corpo. Aoki apenas ficou confuso, e virou a cabeça para a loira.

Pela janela dava pra ver o garoto se ajoelhar e pegar sem cerimônias a criatura, que deixou-se levar pelos braços quentinhos e acolhedores do menino, não hesitando ou atacando-o em algum momento.

- Vem, carinha, eu vou cuidar de você. – Sussurrou para o Pokémon, que ficou quieto, mas ainda rosnava levemente. A pele do jacaré azul estava gelada, Atlas o escondeu em seu casaco, o esquentando, enquanto virava-se novamente para a casa de madeira e adentrava na mesma. Puxou uma cadeira da mesa da central e sentou-se, com o bípede em mãos; o menino fazia um cafuné no mesmo, que relaxava os músculos, cessando seu rosnado aos poucos – Ok, vamos tomar banho!

O rapaz levantou-se e levou o jacaré azul para o banheiro, no qual uma banheira quentinha aguardava-o - provavelmente Charlotte tinha a preparado para dar um banho na Eevee, mas no momento, seu Totodile era mais importante. Pegou o Pokémon pelas axilas, que parecia bem calmo, já que aparentava gostar bastante de água. Atlas o mergulhou lentamente na banheira, esperando alguma reação, porém o mesmo apenas sorriu, mostrando sua arcada dentária afiada e bateu seus bracinhos na água, brincando e se divertindo, enquanto relaxava na banheira quente, esperando seu novo dono lhe dar um bom banho.

Charlotte estava brava. Não acreditava que o primo tinha arranjado mais uma boca para alimentar, mais um animal para cuidar. Ela apenas ficava observando de fora do banheiro, ela bufava, repreendendo o rapaz, enquanto segurava sua Eevee em seus braços, onde ela parecia estar dormindo. Atlas estava ajoelhado em frente da banheira. Estava dando um banho no jacaré, que parecia estar sério, sem se mover. Ele ficava olhando para o rosto do garoto que o resgatara, mas ficava parado, apenas respirando e piscando.

O vapor da água quente fazia as janelas e os espelhos do banheiro embaçarem, mas também tornava o lugar bem quentinho. Aoki estava ao lado de seu treinador, com suas patinhas dianteiras apoiadas na estrutura de azulejo, tentando observar o Totodile.

- Ele tá cheio de carrapatos e arranhões... Como você pode querer deixa-lo lá fora? – O rapaz perguntava para a prima, indignado. Ele então começava a vasculhar numa estante até achar uma pomada. – Ainda bem que tenho isso. Amanhã irei leva-lo no Centro. Tentar ver se ele já está registrado, vaciná-lo e tal. – Conversava ignorando a melhor amiga praticamente, já que a garota era contra pegar um animal de rua e adotá-lo.

- Imagine as doenças que ele vai te passar, cara. – Charlotte bufava, dando meia volta, ainda acariciando Hari, em seus braços, e foi ao quarto. – Vou dormir. Amanhã a gente conversa.

- Pff. Doença... Que nada. – O jovem abria um sorriso, passando a pomada em sua mão direita, logo caminhando até a frente da banheira aonde iria se ajoelhar de novo. Calmamente passava a mão melada de pomada no corpo magro do Totodile, que aparentemente tinha passado um bom tempo sem se alimentar. O Pokémon apenas movia seus olhos, olhando para o garoto com uma carinha mal-humorada. – Você é muito lindo... É um bicho fedido muito lindo. – Brincava, fazendo uma voz de retardado enquanto esfregava suas mãos nas costas do pequenino Pokémon, que retorcia a cara, mas deixava o menino lhe dar banho, já que o mesmo gostava de água.

Aoki, com seus olhos vermelhos, fitava o sobrinho de seu dono, feliz pelo mesmo conseguir seu primeiro Pokémon. Já o Totodile, tinha uma expressão rabugenta, não se movia muito. Ele apenas encostou sua testa no nariz de Atlas, como forma de agradecimento por ele ter o resgatado.


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O treinador aguardava seu Pokémon em uma das confortáveis cadeiras brancas da sala de espera. Atlas tamborilava os dedos em seu próprio colo, impaciente com a demora para ter seu Totodile entregue. De facto, Atlas sentia-se um pouco sozinho sem a companhia rotineira do Bulbasaur de seu tio ao seu lado, já que o Pokémon tinha saído em um passeio com seu tio e só voltaria mais tarde.

A sala em que se encontravam não era muito grande. Era totalmente branca com algumas cadeiras para as companhias dos pacientes os aguardarem. No centro, havia um balcão onde uma mulher de cabelos castanhos recepcionava. Não demorou muito, até surgir outra vestida com um jaleco esbranquiçado. Essa carregava uma pequena criatura bípede e de cor azul-clara. O pequeno jacaré além de estar com o corpo mais brilhante e cheiroso, também possuía uma gravata negra com listras cor de sangue envolvendo o seu pescoço, dando-lhe um ar cômico.

A mulher que o segurava era deveras nova, parecia estar no auge de seus vinte anos. Era belíssima, com seus cabelos louros e seu corpo escultural e bronzeado levemente.

- Aqui está! – A enfermeira falava num tom alegre, enquanto colocava o Pokémon no colo de Atlas, que agora envolvia o Pokémon em seus braços, o segurando como um bebê. O Totodile se ajeitava nos braços do dono, raivoso, não parecia ser obediente como os demais, sempre contendo uma expressão agressiva em seus olhos vermelhos. – Ele foi um anjo! Não fez bagunça durante o banho, só ficou rosnando quando nós o secamos com o secador, mas nada muito sério.

Atlas abria um sorriso enorme no rosto, tentando segurar uma gargalhada ao ver o Totodile raivoso com aquela gravata e todo pomposo. Parecia um pequenino modelo metrossexual.

- Muito obrigado, Maki. – O caipira respondia, usando o nome da mulher após verificar o crachá que a mesma levava no lado direito de seu jaleco branco de enfermeira. Se levantou da cadeira e se espreguiçou, olhando para a mulher – Quanto que deu?

- Bem, o banho e a vacinação foram sessenta. Mais o registro dá o valor de oitenta. – Falava enquanto contava nos dedos, forçando para se lembrar de totalmente do preço de cada coisa. – Mas pra você tem descontinho, já que é sobrinho do Sr. Agnes! – Dava uma piscadela, esfregando sua mão nos cabelos castanhos do garoto, bagunçando-os. – Fica tudo por cinquenta, ta?

O rapaz então caçava alguma coisa em seus bolsos, até retirar algumas notas e entregando para a bela loura. Ela contava as cédulas e sorria, articulando seus joelhos para ficar frente a frente com o Totodile e o olhar, Atlas por sua vez, acariciou o rosto do bípede, que tentava desvencilhar-se com pontapés, socos e tapas.



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- Então você quer partir em uma jornada... – Seu tio proclamou, enquanto levava a xícara de café quente e amargo aos lábios, bebericando-o, enquanto o líquido descia como uma catarata por sua garganta, queimando as paredes desta – Pois, bem, eu deixo, já que isto era o que minha irmã queria. – O homem corpulento sorriu, afastando o objeto pequeno de sua boca, para o pousar novamente na mesinha central. O Totodile estava adormecido nos colo do treinador, que o ajeitava devidamente, sentando-o e apoiando as costas do jacaré em sua barriga, o Pokémon, mesmo com a repentina mudança de lugar, continuava dormindo e babando um pouco. Charlotte, por sua vez, apenas olhava-os, escovando sua Eevee com uma escova de madeira. – Porém coloque um nome nele, você sabe que é a tradição da família colocar apelidos nos Pokémon, Atlas. – O seu tio prosseguiu, com sua voz rouca e grossa, enquanto passava a mão delicadamente na crista bicolor de seu Pidgeot, que estava pousado no braço esquerdo de sua poltrona, enquanto pedia para que Charlotte colocasse um pouco de água para o Mightyena que o homem adulto possuía, fazendo a menina sair do local, fechando a porta rústica em um baque, a menina parecia um tanto quanto frustrada, ela parecia com vontade de chorar pelo jeito que andou até a saída.

- Já coloquei o nome dele no Centro que fui, tio. – Atlas respondeu, enquanto o homem arqueava uma sobrancelha e ficava em silêncio, ainda acariciando a crista da elegante ave, o homem esperava que o sobrinho prosseguisse, e ele assim fez – Ele se chama Kyro. – O menino falou, e viu os lábios do tio curvarem-se em um sorriso satisfeito, e por fim, o homem estalou os dedos, fazendo com que o Pidgeot voasse brevemente para a mochila já preparada e a pegasse com o bico, lançando-a para o menino, que prontamente a pegou, enquanto colocava seu novo Pokémon adormecido deitado ao seu lado, no sofá vermelho.

- Vá, menino, faça o desejo de sua mãe não ser em vão! – O homem exclamou, enquanto sentiu os braços de seu sobrinho lhe envolverem em um abraço caloroso – Vá se despedir de Charlotte, sim? Vocês são melhores amigos, afinal.

Atlas afirmou, enquanto limpava com as costas da mão algumas lágrimas presas que teimavam em libertar-se, pegou o Totodile nos braços, dessa vez acordando, mas o jacaré não fez nada demais, como era esperado, deveria estar grogue pelo sono. O menino desceu as escadas, fazendo-as rangir e partiu em encontro da menina, que como um míssil, voou em sua direção e o apertou em seus braços finos, fazendo as costas do garoto se abaixarem um pouco para retribuir o forte abraço, devido sua estatura, mas nada muito incômodo.

- Eu ouvi tudo detrás da porta, você não precisa se explicar. – A voz da pequena garota estava embargada e o mais alto pode sentir algumas gotas quentes se chocarem contra seu suéter cinza, molhando-o – Eu só quero te pedir uma coisa, tá? – Prosseguiu, afastando-se do garoto – Cuide bem do Kyro, fiquem mais próximos, acabe com essa teimosia dele e... – Interrompeu sua fala em um suspiro, fungando logo após – É pra me mandar cartas ou me ligar sempre que puder ok?

O menino riu, enquanto afirmava com a cabeça, sinalizando que manteria contato todos os dias.

- Obrigado Charlie. – Atlas agradeceu, sorrindo docemente para sua melhor amiga, sentindo suas lágrimas borbulharem dentro de si e submergirem em seus olhos, e fechando-os, o menino sentiu as quentes gotas caindo como cascatas finas por suas bochechas. Chalotte, por sua vez, sorriu, passando a mão pelos globos oculares, limpando qualquer lágrima que ali tinha. Ela fitou a pequenina raposinha caramelo cheirar o jacaré bípede, que apalpava com seus bracinhos os pelos sedosos da quadrúpede e mordia o ar, tentando coçar sua gengiva. O pequeno crocodilo pequenino dirigiu-se ao seu treinador e pulou em seu suéter, mordendo-o e fazendo Atlas gritar, enquanto abanava o braço, tentando soltar o Totodile desobediente. Charlotte apenas sorriu largo, prendendo uma gargalhada, enquanto o menino segurava o Totodile, pelas axilas, este se debatia e mordia o ar, tentando alcançar a cara do dono para coçar sua gengiva. – Seja forte por nós, e aguente aquele babaca do Seth por enquanto, sim? E quando puder sair em uma jornada também, quero que me procure, quem sabe nos seguimos juntos não é? – O menino prosseguiu, enquanto mantinha o bípede azul longe de si para evitar medidas drásticas.

A menina afirmou, enquanto dirigia-se para a porta, pegando sua raposa caramelo em seus braços e a apertou levemente, e segurando as gotas salgadas que insistiam em cair, abriu a porta.

- Boa sorte, bobalhão. – Charlotte proferiu, enquanto dava o último abraço no seu melhor amigo. – Quando eu sair em uma jornada, eu irei te caçar em todo o canto de Hoenn, tenha certeza.

A menina gargalhou, enquanto o amigo também o fazia, e então, eles se afastaram novamente, despedindo-se mais uma vez, segurando as lágrimas e fungando.

E atravessando aquela porta, Atlas Baros começou sua jornada por Hoenn, acompanhado apenas de um Totodile desobediente, cujo nome era Kyro.


Última edição por Atlas em Seg 3 Abr 2017 - 14:35, editado 8 vez(es)
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[Prólogo] Unlucky Atlas and Disobedient Kyro Empty Re: [Prólogo] Unlucky Atlas and Disobedient Kyro

Mensagem por Convidado Dom 2 Abr 2017 - 16:44

Apesar do tamanho, eu adorei seu post, não foi cansativo de ler. Mas... Eu infelizmente terei que reprovar porque ninguém pode começar com Axew, muito menos um Shiny.
Você só pode começar com os iniciais de Hoenn ou com os Pokémon do tópico linkado abaixo. Mas... Para começar com um Pokémon do Começo Alternativo, você deveria tê-lo feito na biografia de sua ficha. Se você quiser editá-la, me avise por MP. E por favor, sem shiny.

https://pokemyrpg.forumeiros.com/t11326-guia-comeco-alternativo

Quando editar post aqui avisando.
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[Prólogo] Unlucky Atlas and Disobedient Kyro Empty Re: [Prólogo] Unlucky Atlas and Disobedient Kyro

Mensagem por Atlas Dom 2 Abr 2017 - 20:14

Tudo bem, já atualizei o tópico e mudei o Axew para um Totodile, desculpe-me pelo imprevisto, eu não li as regras citadas em seu post.

De qualquer forma, perdoe-me pelo imprevisto, mais uma vez.
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Mensagem por Artie Ter 4 Abr 2017 - 22:44

Peço desculpas pela demora.

Perfil atualizado e inicial entregue.

Fique a vontade para postar sua primeira rota em Oldale ou proximidades. Boa jornada!
Artie
Artie
Especialista Water I

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