[Parents Meeting: Axégando na Onda do Bronzeado] – Sootopolis City –

Após meu comentário sobre Elgyem e o questionamento acerca de seu nome, notei que a expressão de Naty passou de descontração a uma certa timidez bem raoidamente. É óbvio que a situação despertou minha curiosidade, também estampada no meu rosto. A menina então começou a buscar palavras para se explicar e comentou que os Pokémon que mantinha consigo não eram aqueles com quem tinha mais intimidade e interação. Com exceção de Kaleo, ou melhor... Kal — Acho muito divertido como acabamos dando apelidos para os apelidos de nossos Pokémon... Hahaha! pelo menos Ume e Lira não tem muita opção de redução... Só se for U. ou Li., mas gosto como são...  — Brinquei, sorrindo em seguida e pensando num nome para o alienzinho esverdeado — Que tal, Uffy? Já que ele pode ter vindo de um UFO?  Ou Vini de OVNI. TIPO... "Quem é ele?" e você responderia "Ah! O ViNI"  — E depois desse belo exemplar de Luchisse, gargalhei comigo mesmo, enxugando lágrimas do canto dos olhos.

Pois bem, apesar do papo estar muito bom, não poderíamos deixar a batalha de lado não é mesmo? Resolvi então me concentrar na forma que Ume se saia muito bem contra Elgyem e ainda tinha desenvoltura para correr das investidas do Psíquico. Precisava dar novas ordens e de preferência tentar acabar o mais rápido possível com essa batalha — Vamos tentar algo interessante, Ume... Tome distância e depois avance cautelosamente até o Elgyem. Depois, acerte-o com seu Leaf Storm! — Ordenei para a Bulbasaur um forte comando que certamente encerraria a batalha se fosse um sucesso. Caso contrário, não faria diferença continuar, pois seria nosso fim. Por outro lado, a batalha de Lira e Kaleo não parecia ter fim, entre tapas e ondas.

Naty respondeu meus comentários dizendo que eles realmente tinham um certo "entrosamento", ordenando mais duas ondas psíquicas imprevisíveis contra a Magikarp. Mais uns dois ou três golpes seriam o suficiente para uma vitória, mas... Estava expressiva a preocupação de Natalie com seu Solosis tão novinho e além do mais, ele já havia obtido bastante experiência. Lutava com força de vontade contra a Magikarp, mesmo sendo talvez impossível vencer. Decidi então encerrar isso de uma vez  — Certo Lira, mais uma investida, depois uma esquiva com um salto para o lado! Depois, encerramos... Tudo bem para você Naty? Podemos considerar um empate? Não vejo necessidade ver nocautear Kaleo em seu primeiro combate, não é mesmo? — Informei a treinadora sobre minha decisão e a questionei se era realmente viável. Caso ela concordasse, encerraríamos a batalha por ali, assim as duas se concluiriam ao mesmo tempo, nos deixando livres para nossas próximas decisões.

Natalie me diz algo sobre os apelidos dos Pokémon que é bem verdade... Apesar de chamarmos de apelido, é na real um nome. Tirando este "nome" apenas reconhecemos eles de forma bem genérica pela espécie e a nomeação vem como uma tentativa de deixá-los ainda mais especiais. Nós nos sentimos bem com isso e eles adoram! Além disso, ela deu o exemplo de Lira, que ficaria melhor com um apelido de "Lá" do que de "Li". Isso é claro, me fez rir — Ou então um... RÁ!  — Disse, inicialmente calmo e depois gritado e dando um pulo na hora de dizer o RÁ para pegar a garota de surpresa e dar um susto nela. Ri ainda mais depois, até colocando a mão sobre o estômago — Você me destempera, senhorita Naty....  — Comentei, sacudindo a cabeça para os lados. A garota, após ouvir minhas sugestões de nomes para o alienzino disse então que me contrataria como "apelidador" profissional, com direitos de trabalho e tudo — Quero horas extras também e muitos benefícios, okay?  — Respondi, entrando na brincadeira e dando uma piscadela para ela ao final, segundos antes de ordenar o golpe final de Ume, que foi perfeitamente executado pela Bulbasaur. Mentalmente, eu já havia calculado os prós e contras de todos os golpes e sabia que só havia vencido por uma distração da garota.... Se ela tivesse insistido no mesmo golpe no início da batalha, teria sido um resultado bem diferente para o lado de Elgyem.

A resposta para o encerramento da batalha foi Natalie dizendo que eu tinha mais truques na manga do que parecia... Sorri em resposta, nitidamente tímido — Ume nasceu uma Bulbassaurinha muito especial, mas sempre guardo esta surpresinha para o final... É um poder grande demais para ela controlar com perfeição, pelo menos por enquanto. É fácil acabar mirando em um alvo e acertar o outro lado da Arena, ainda mais se o adversário for bem rápido!  — Expliquei para ela minha decisão, enquanto Bulbasaur parecia se surpreender com o resultado, aproximando-se do Elgyem nocauteado para tocá-lo com a ponta de sua vinha, bem de leve e numa distância segura com bastante curiosidade, até que de repente o Alien foi sugado de volta para sua cápsula. Obviamente, isto fez com que Ume arregalasse os olhos na direção de Naty, voltando lentamente a reconhecê-la. Como num passe de mágica, a Pokémon simplesmente passou a sorrir e dar saltinhos, agitando suas vinhas como um "Olá", ouvindo o que a garota tinha a dizer sobre ser dura na queda — Dura na Queda mesmo! Né Ume? Agora você pode descansar à vontade! Até irmos no Centro Pokémon — Comentei para a Pokémon, que concordou com a cabeça e correu até um pouco de Sol, onde deitou-se esparramada, recebendo bastante incidência solar sobre o bulbo em suas costas, algo relaxante para a criaturinha.

Resolvida a batalha anterior, restou a conclusão desta Batalhinha entre Lira e Kaleo! Como eu disse anteriormente, resolvi que não seria uma boa ideia manter os dois se batendo até um nocaute. Solosis era um bebêzinho e não seria legal para ele acabar nocauteado em sua primeira experiência prática de combate... Sendo assim, ordenei apenas mais um golpe para a Magikarp e a fiz retornar, primeiramente até meu colo e depois para dentro de sua cápsula. Lira era tão pequenininha, mas estava extremamente motivada e era possível notar isso em sua expressão. Bem... Talvez não fosse tão fácil notar já que seus olhos sempre bem abertos e o corpo em constante contorção eram bastante comuns a todos os momentos. Entretanto, o tempo de convivência entre nós dois já havia feito com que eu me acostumasse com as mínimas variações de humor da Karpinha, que flexionava um pouco mais seus bigodes ao entrar no modo destruidor, como eu gentilmente apelidei sua sede por vitória. — Calma Lira, você terá seu momento... Entretanto, Solosis é só um bebê, vamos com calma. Sei que a vontade de crescer está pulsando dentro de você e faremos algo a respeito bem em breve, pode deixar...  — Comentei com Lira, acariciando seu rosto com a pontinha do dedo, antes de trazê-la de volta para a cápsula. Enquanto isso, Natalie terminava de conversar e retornar seus companheiros, pronta para ir até o Centro Pokémon recuperá-los, assim como eu faria — Vejo que está pronta também... Vamos voltar então até o Centro? E depois, quer aproveitar que ainda tá cedo pra treinarmos um pouco? Eu tenho um Pokémon que precisa aprender dominar uma técnica ainda e acho que Luci também, não é?  — Falei com Naty, mas também citando Luci, que respondeu afirmativamente ao meu questionamento. — O que acha, Naty? E aliás, vem Ume! Depois você pega mais Sol, vamos entrar um pouco...  — Comentei com a Bulbasaur, já caminhando para o interior do estabelecimento e esperando a resposta da garota para seguirmos.

Ao que tudo indicava, nós dois nos perdíamos em trocadilhos quando estávamos juntos e, como um vício, nos aprofundávamos cada vez mais nessas brincadeiras bem pessoais e só "nossas", certamente deixando terceiros bem perdidos nas conversas que tínhamos... Não é à toa que Luci e Yuri se mantinham distantes, conversando entre si e com os Pokémon. Apesar de que se eu os questionasse, certamente responderiam que não queriam quebrar o "clima" entre Naty e eu, então para evitar um momento constrangedor, achei melhor deixá-los assim o máximo de tempo possível. Mas enfim... Finalmente havíamos chegado ao ponto em que precisávamos nos reunir novamente e não havia mais o que esperar, portanto os chamaria de volta. Enquanto isso, Natalie me contava sobre um golpe que podia ser ensinar em Rinshin, uma cidade de Hoenn que eu ainda não conhecia bem a localidade, mas já me interessava — Grass Pledge? Ok, lembrarei disso quando estiver por lá! Obrigado, Naty! — Comentei com a garota, ouvindo em seguida o que ela tinha a dizer sobre as técnicas que aprendeu com Sophia, assim como eu e a menina Macchiato. Que mundo pequeno este, não é mesmo? Isso acabou me fazendo lembrar que a jovem treinadora tinha Pokémon a treinar ainda — Luci, Yuri! Nós vamos voltar lá para dentro e depois vamos treinar para dominar algumas técnicas... Sei que Joltik e Pichu ainda precisam aprender algumas coisas não resolvidas, não é mesmo? Tenho Dwebble na mesma e a Melany, que pretendo ensinar uma técnica bem interessante...  — Comentei, enquanto caminhávamos até o interior do estabelecimento e era seguido por uma extremamente animada Ume, que cantarolava algo em seu próprio "idioma" e sacudia-se de forma ritmada de um lado para o outro com os olhos fechados... Eu até poderia jurar que seu bulbo cintilava como nunca, talvez por todo o Sol que ela pegou enquanto nos esperava decidir um objetivo novo.

— Acho que vale a pena pegar Sol mais vezes Ume, olhe como está brilhante!  — Comentei para a pequena gramínea, recebendo um sorriso em resposta. Luci e Yuri também pareciam notar isso, pois a menina aproximou-se da Bulbasaur e tocou sua cabeça em um rápido carinho, elogiando sua beleza — Está radiante Ume! E aliás, sim Luch... irei treinar Joltik e Pichu para dominarem as técnicas que faltam! Quero muito ver meu pequetuxo Pichu usando um golpe Trovão tão poderoso! É de surpreender qualquer adversário! — Comentava Luci, com os olhos faiscando de emoção, mas sendo interrompida pela "palestra" de Yuri sobre o assunto — Eu acho que não é uma boa opção... Trovão é bastante forte, mas só é eficaz mesmo enquanto houver chuva, pois estudos indicam que apenas 7 em cada 10 trovões conseguem acertar um organismo vivo, mesmo sendo direcionados e... — Explicava o garoto, quando levou um cascudo de leve da irmã — EI! Não estrague minha diversão! Eu quero ver o que quero ver, então SHIU! — Afirmou ela, cruzando os braços e encarando o outro lado com uma expressão de indignação. Já o Macchiato, encurvou as próprias costas em retração, fazendo uma carinha triste e afastando-se da irmã, conforme entrávamos no Centro Pokémon.

— Eeeei, sem brigas... Não há ninguém errado aqui. Yuri só queria ajudar com as informações, Luci... E Luci só quer realizar essa vontade, mesmo com esse pequeno probleminha do golpe. Não há nenhum conflito de interesses...  — Comentei com os dois, que se entreolharam e acabaram voltando a se aproximar, mesmo sem interação. Nesse instante, já estávamos quase no balcão de atendimentos e eu já levava minhas mãos até as Pokébolas de Lira e de Ume, uma pronta para entregar a Magikarp e a outra a postos de retornar a Bulbasaur. Contudo, o brilho dela se mostrava mais intenso do que antes e até ofuscava minha visão. Fiquei em dúvidas se aquilo era real ou um surto meu — Ok, vocês todos estão vendo a mesma coisa que eu não é?  — Questionei as crianças e também Natalie, enquanto via a própria Bulbasaur assustada com sua transformação. O primeiro sinal de mudança foi na sua boca. Quando Ume falava e abria a boca, dentes mais pontiagudos se mostravam proeminentes. Em seguida, sua pele parecia alterar-se de tom levemente para o azul. De repente, todo seu corpo foi envolvido pelo mesmo brilho do bulbo e também cresceu em tamanho. O próprio bulbo abriu-se, deixando folhas caindo para os lados e revelando um bulbo menor e mais concentrado no centro. Por fim, como mágica, todo o brilho despedaçou-se como se fosse uma fina camada de pele feita de luz e os pedacinhos brilhantes se espalharam pelo chão até desaparecer, apagando-se. No lugar da Bulbasaur, surgia uma recém-formada Ivysaur, com sua flor fechada e rosa, cercada pelas folhas do outrora bulbo. Sua voz era mais grave e a expressão mais carracunda, além de parecer ter mais forças nas patas.

Luci e Yuri aproximaram-se para olhar, com a menina até batendo palmas. Na verdade, muita gente que circulava pelo Centro Pokémon acabou parando para ver aquela cena, que sempre arrancava sorriso de treinadores — Cacetada! Nem acredito, tu evoluiu! Olha só você, toda crescida... Está crescendo muito rápido! Parece outro dia que te encontrei lá em Meteor Falls e olha como está linda!  — Comentei, jogando-me no chão de joelhos e abraçando Ume — Você merece agora um bom descanso, né? Evoluir deve ter te feito gastar uma baita energia. Pronta para voltar  — Questionei a Pokémon, que concordou na cabeça. Restava então apenas trazê-la de volta para a Poké Ball e foi isso que fiz, erguendo-me novamente. — Terei muito o que treinar depois com ela nessa nova forma, mas agora... Vamos às prioridades! — Comentei com os presentes, entregando as Poké Balls e a Dusk Ball para a Enfermeira Joy. Enquanto isso, Naty escorou-se no balcão e comentou comigo sobre ensinar algum TM para mim ou para Luci. Enquanto ela falava, eu não tirei os olhos dos olhos da jovem e quando dei conta de que a encarava demais, acabei ruborizando um pouco, olhando para o lado e sorrindo, mas ainda prestando atenção firmemente em suas palavras — Erm... Deixe-me ver então as opções... — Comentei, meio sem graça, esperando ela me mostrar os TMs que possuía, tratando de escolher um que era bastante útil para Geodude. Já Luci, não encontrou algum que lhe interessasse e apenas agradeceu a ajuda.

Enquanto eu olhava a lista de TMs, a Enfermeira Joy acabou trazendo de volta nossos Pokémon, que recolhemos prontamente. — Obrigado Enfermeira! E... Hmm. Eu vou ficar com o Power Up Punch para ensinar para o Geodude. Aproveitarei para trazer Dwebble e Numel para o time, assim juntamos um trio de treinamento de técnicas, junto dos dois de Luci e os seus também. Em grupo é bem melhor de aprender algo, não é mesmo? — Agradeci a Enfermeira e tomei uma decisão, avisando Natalie. Em seguida, fui até o Computador e depositei as Poké Bolas de Lira e de Ume, retirando Melany e também Dwebble — Bem estou com meu trio pronto. Você irá conhecer mais dois amigos meus! Podemos voltar para os fundos do Centgro Pokémon, quando você quiser! — Comentei com a garota, mostrando minhas Poké Balls. Já Luci, tratou de adiantar-se em liberar seus três companheiros. Cleffa subiu em sua cabeça, Joltik em seu ombro e Pichu ficou em seus braços, num abraço bem firme e carinhoso — Os meus também estão prontos. Não vamos perder tempo! Uhuuuuu! — Comentou a garota, apressando-se com o irmão em saírem de volta a Arena. Isso era bom, antes que eu alguém tomasse nosso lugar de treino e que ainda seria nosso por um bom tempo se dependesse de mim e da minha vontade de melhorar meus companheiros.

Enquanto eu me forçava a não ficar encarando muito para Naty, para não passar uma imagem errada de mim, a própria menina também demonstrava sinais de timidez, por algum motivo que eu desconhecia. Será que ficou tão evidente meu desconcerto? Será que ela entendeu o que se passava pela minha cabeça? Digo... Não era nada de errado que se passava, eu falo sobre minha vergonha de estar olhando. Não é como se eu fosse um pervertido, ok? Enfim... Eu estava quase me recuperando, mas ter esta visão e todos os pensamentos que vieram após ela, me fizeram se desconcertar de novo. Se não fosse a Enfermeira Joy com nossas Balls, eu realmente tinha dado um vexame catastrófico. Aproveitei o "gongo" ter me salvado para respirar fundo e emendar o próximo assunto, sobre as trocas que faríamos no Centro Pokémon, mais precisamente no computador. Naty, inclusive, me falou sobre seu Pokémon chamado Zuby, que me fez pensar ser um Zubat. Sério.... Só podia ser um Zubat. Eu achei ótimo poder ver um, já que tinha vislumbrado a Golbat/Crobat de Sophia, mas jamais havia visto o morcego tão de pertinho! Eu mesmo fiz minhas trocas por um novo time de seis companheiros e assim que foi possível, segui a garota e as crianças até o exterior. Como eu havia dito, Luci foi rápida o bastante para lançar seus pequenos lá mesmo dentro do estabelecimento. Já Natalie, esperou chegarmos no campo de terra batida para isso e olha... Ela nem poderia ter feito isto do lado de dentro!

Inicialmente, a ruiva lançou três Pokémon conhecidíssimos por mim: Axew, Solosis e Elgyem, para os quais dei um aceno bem rápido e tinha certeza que lembrariam da minha pessoa. Entretanto, a situação foi ficando cada vez mais enevoada conforme os outros Pokémon surgiram. O quarto era de uma espécie bem conhecida por mim, mas não pessoalmente.... Cryogonal! Um Pokémon de Gelo bastante incomum, tanto pela sua raridade, mesmo em minha Região Natal, como pela sua forma no mínimo exótica. Eu realmente tinha dificuldades de saber onde era sua boca e olhos às vezes, mas o efeito que seu corpo tinha ao receber luz do Sol era incrível, formando até mesmo uns fractais no chão. Antes mesmo de esboçar uma reação eu já estava com minha Pokédex em mãos, apontada para o Pokémon de Naty. Eu também acabei me tocando de que não tinha observado a Ume com a Dex após a evolução e agendei mentalmente isso para a próxima oportunidade que tivesse para tal — Onde você conseguiu um desses? Haha! Todo mundo sempre acabava se perdendo na Twist Mountain atrás de um... Alguns até invadiam uma Mineradora que tinha lá e acabavam presos. Quando Cryogonal queria sumir, ninguém achava eles. E no inverno, que eles apareciam mais, acabava que não era nada seguro andar por lá... — Comentei com a garota, sorrindo com a explicação dada e já observando o que a Dex dizia:

"Beep! Cryogonal! Pokémon Cristalizante! Este Pokémon nasce de Nuvens Nevadas e seu corpo transforma-se em vapor, fazendo-o simplesmente desaparecer quando a temperatura de seu habitat sobe demais. Entretanto, ao retornar para temperaturas mais baixas, seu corpo re-cristaliza e é recriado da mesma forma anterior, naturalmente. Ele utiliza-se de correntes feitas inteiramente de gelo para agarrar suas presas e congelá-las a uma temperatura incrível de até -100° C! Beep! Boop!

— Então é por isso que ficava tão difícil capturar ele fora do Inverno... As temperaturas mais altas faziam ele virar vapor. Ele devia ficar no teto das cavernas, gotejando na cabeça dos treinadores e rindo dos desavisados! Hahahaha! — Disse, ainda mantendo a Pokédex aberta, pois não sabia exatamente que tipo de Pokémon iria surgir em seguida. Fiquei apreensivo, até que mais uma Poké Bola da menina foi lançada e revelou um Pokémon bem alto e imponente, com um olhar bem tenebroso e de poucos amigos. Sim, eu conhecia a Espécie, mesmo não sendo comum em Unova ou por aqui, era um Nidoking. Peça conhecida nos torneios que via na TV. Esse eu podia dizer com certeza o seu tipo, Venenoso e Terrestre e até poderia afirmar que já quis enfrentar um deles pessoalmente. Entretanto, minha ânsia por uma batalha era facilmente equilibrada pelo pavor que seu olhar penetrante causava sobre mim. Ele me analisava de cima a baixo com intenções nada amigáveis e só acalmou-se quando a menina carinhosamente tocou seu rosto e até mesmo deu um beijinho lá para agraciá-lo — Pokémon bem forte... Bem bacana... Então esse era o Zuby? Eu jurava que era um Zubat... Mas acho que me enganei... hehe... Pelo menos é de Kanto também, né? — Comentei, esperando o meu aparelho fazer comentários sobre ele.

"Beep! Nidoking! Pokémon Broca! Este Pokémon utiliza sua grande e poderosa cauda para esmagar, apertar e então quebrar os ossos de sua presa, entre eles a espinha dorsal de sua vítima. Com uma sacudida desta cauda ele pode derrubar até mesmo uma Torre de Transmissão Elétrica. Além disso, sua pele dura como aço, potencializa bastante suas investidas funcionando ainda como uma armadura. Seu chifre também é bastante rígido, afiado e venenoso podendo perfurar até mesmo diamante. Em batalha, avança com selvageria para cima dos oponentes, principalmente quando estes hesitam em agir e uma vez em ação, nada pode pará-lo. Por possuir braços e pernas fortes, o combate corpo-a-corpo é sua especialidade, sendo capaz de quebrar postes telefônicos como se fossem palitos de fósforo. Beep! Boop!

— Bem, estou impactado. Por Arceus, ainda bem que você tem bastante controle e amizade por este cara aí. Ele não é de brincadeira, não é mesmo? Eu estava até pensando em desafiá-lo para uma batalha contra um de meus Pokémon logo mais, mas estou começando a reconsiderar a ideia. Se Axew trucidou Geodude como se fosse nada, imagina o que um Nidoking desses não faria, não é mesmo? Agora me pergunto... Se estiver libertando Pokémon em ordem de poder, o que vem a seguir? Um Kyogre? Hehe — Expressei-me em tom de respeito ao poder de Zuby, mas também com bastante comicidade, afinal sabia que Nidoking não faria nada comigo ali (Acho q). Entretanto, mesmo que de brincadeira, contava com algo ainda mais surpreendente no momento em que Natalie liberou seu último Pokémon  não me desapontei ao esperar "grande". Literalmente... O que saiu da Poké Bola moldou-se de luz a carne, tomando proporções incríveis que me fizeram erguer a cabeça para cima se quisesse admirar por completo. Um Gyarados, em toda a sua imponência, surgiu de dentro da cápsula e berrou em seu tom próprio, forte e assustador, capaz de arrepiar todos os pelos que eu conhecia e até os menos apresentáveis. A menina inclusive comentou a coincidência de termos dois Ivysaur, pelo menos agora e também dois Pokémon da Linha Evolutiva de Gyarados, no caso a Lira. Mesmo que, se levássemos em consideração seu tamanho, ela jamais chegaria a tal porte — Bem, uma versão Full da Lira, não é mesmo? Levando em consideração as proporções, acho que ela não passará de uns quatro metros de comprimento quando evoluir  — Fiz um sinal de pequeno tamanho com as duas mãos com as palmas viradas uma para a outra e depois ri, no momento em que a Dex informou que havia analisado as informações do grandalhão.

"Beep! Gyarados! Raramente visto pela natureza. Enorme, feroz e brutalmente destrutitov, é capaz de destruir uma cidade inteira em um ataque de fúria, tendo relatos do tipo sido feitos em tempos de Guerra remotos. É dito que em momentos de conflito mundial, Gyarados surgem com sua fúria inabalável, destruindo tudo e todos em seu caminho. Sua ferocidade natural é atribuída a forma como a evolução da Magikarp ocorre. As células cerebrais do Pokémon passam por uma transformação estrutural radical e isso pode gerar uma certa confusão problemática no momento da evolução pela grande quantidade de energia absorvida. Em alguns lugares, Gyarados são conhecidos como "Deidades da Destruição" e temidos pela sua grandiosidade. Beep! Boop!"

— Ooookay! Agora começo a me perguntar se tudo terminará bem quando a Lira evoluir... Ela às vezes pode ser um pouco dura, sabe? E isso porque é uma Magikarp. Imagina como Gyarados. Pequena, mas "arretada", digamos assim... Mas é um problema que eu terei que me preocupar em outro momento, não é mesmo? Estarei preparado quando isso acontecer! — Comentei, tentando manter o bom humor e o sorriso no rosto, além de finalmente guardar a Pokédex. Em seu lugar, segurei as Poké Bolas de meus três companheiros, soltando-os em seguida. Um ao lado do outro, os pequenos surgiram diante de mim: o conhecido Geodude, além de Dwebble e também Numel. Geodude mantinha-se com a expressão carrancuda de sempre e os braços cruzados, sem muita animação. Dwebble, por outro lado, surgiu já sorridente e acenou para a menina do outro lado do campo, não se deixando abalar pela grandiosidade de Nidoking e do Gyarados presente. Já Melany, parecia absorta em pensamentos, ruminando alguma coisa desconhecida e olhando para o infinito do horizonte que nem era visível. — Bem, esses são Geodude, que você já conhece e até derrotou. É a vida... Também tem os novatos, Dwebble que apesar de ser de Unova, eu acabei capturando por aqui e ao seu lado, Melany, a Numel. Ela é um pouco lenta de raciocínio, mas tem um grande coração e em algum momento te notará e será um amor, pode acreditar. — Disse, aproximando-se dos três e fazendo um carinho em sua cabeça. Dwebble prontamente reagiu sorrindo para mim e passando sua patinha sobre minha mão em retribuição. Melany não sentiu minha mão, mas no momento em que deveria notar meu toque, notou a presença de Naty e de seus companheiros, sorrindo de forma quase abobalhada para eles. Segundos depois, ela virou-se para mim e sorriu também, soltando algumas brasas de seu "vulcãozinho" pessoal.

— Joltik está pronto para treinar com o Dwebble, Luch! Você pode coordenar o treinamento? Eu dou continuidade com dicas para ele conforme formos avançando, o que acha?  — Comentou Luci, deixando que o inseto elétrico subisse em sua mão e fosse até as costas desta, me encarnado com os vários olhos pequeninos — Nem tenho o que negar, Luci. Acho ótimo. Naty, se tiver algum Pokémon que queira aprender Poison Jab, vamos nos unir? Assim a gente divide eles em equipes, mais ou menos. — Comentei com a garota, pedindo para que Dwebble já se juntasse com o Joltik, que chegava ao solo. — Bem, todos vocês, vamos lá... A descrição do golpe na Pokédex indica que é um movimento que usa uma parte do corpo do Pokémon banhado em veneno para acertar o adversário com chances de envenenamento... Bem, para aqueles que sejam do tipo venenoso isso parece ser bem tranquilo, não é mesmo? Dwebble e Joltik, vocês terão um pouco mais de trabalho, mas não é impossível, fiquem tranquilos. Só precisam aprender a dominar seu próprio corpo. Mesmo não sendo do tipo venenoso, vocês e também eu e outros humanos produzimos coisas dentro da gente que são "tóxicas" e precisam ser eliminadas de várias formas. O trabalho aqui é concentrar estas substâncias, mesmo que não sejam criadas para isso, para serem secretadas pelas mãos e garras e aí, BANG! Acertar o adversário com essas partes do corpo e torcer por um envenenamento. Entendido? Como primeiro passo então, vamos tentar concentrar nossas energias em transpirar essas substâncias tóxicas nas partes que usarão para atacar. Acho que Dwebble pode usar sua pinça e Joltik, uma de suas patas, presas ou até essas partes pontudas de suas costas. O que acham?   — Questionei os Pokémon, deixando-os nessa tentativa inicial.

Os próximos eram Numel e Geodude. Resolvi começar pelo Rochoso, pois ele usaria um dos TMs de Natalie e não queria atrapalhar ela... Sendo assim, pedi para a garota que me passasse o disco e o encaixei na minha própria Pokédex quando o recebi. As instruções de aprendizado surgiram na tela e eu repassei as mais básicas para Geodude, me preparando para entender como ele agiria. — Ok, Geodude, nós vamos aprender um golpe bem simples, mas que não faz parte do seu repertório, então vamos ter que descobrir uma forma de despertar esse poder em você. A descrição do movimento diz que o Power Up Punch trata-se de repetir um golpe várias e várias vezes até que os punhos se tornam calejados e mais rígidos, aumentando assim o dano que causam. Isso tem tudo a ver contigo, amigão... Sabe a ideia de que sob pressão uma pedra pode chegar até diamante? Então, você é uma grande pedra e precisa forçar seus punhos a ficarem cada vez mais fortes e lapidados. Pensando aqui bem rápido eu acho que podemos usar de base o seu movimento Rock Polish, mas focalizado em suas mãos. Assim você deixa os seus punhos num formato mais específico para que seus golpes sejam mais poderosos, talvez colocar umas pontas afiadas nos dedos que conforme forem golpeando o alvo, se tornarão mais resistentes e PRONTO, você terá algo bem próximo do golpe desejado. Que tal? Comece então a polir suas mãos na forma ideal. Estou contando com você! — Disse ao Pokémon de Pedra, deixando-o por conta própria com o treinamento de seu movimento.

Por fim, sobrava Numel e também Pichu. Por não termos o mesmo objetivos, Luci assumiria o treinamento do Ratinho Elétrico sozinha, enquanto eu me concentraria apenas em Melany... Coloquei então o Disco do movimento Rock Slide que havia recebido dos pais dos Macchiato e passei as primeiras instruções para a Pokémon. — Melany, Olá! Aqui ó! — Disse para a Pokémon de Fogo, acenando para ela por algum tempo até que ela me notasse e se virasse para mim — Vou explicar bem devagar, mas sei que vai entender... Nós iremos aprender uma técnica muito útil para complementar seus golpes que já são muito bons, maaaas... Você terá que lembrar-se do seu ambiente natal para isso. Consegue se lembrar? — Expliquei e dei um tempo para a Pokémon absorver o conteúdo, enquanto sacudia levemente a cabeça, esperando. Quando uma luz pareceu se fazer em seu rosto, continuei a explicação. — Ok... Quando você morava lá perto do Mt. Chimney, deve ter notado que ao fazer algum tremor de terra de qualquer tipo, era comum algumas rochas acabarem se soltando das paredes da montanha e rolarem para cima de algum Pokémon ou simplesmente pararem lá em algum vale, de boas. Certo? A ideia desse golpe é a mesma coisa! Você vai gerar um deslizamento de pedras sobre o oponente. Mas é aí que entra a parte mais difícil.... Você não é do tipo Pedra, né? Mas isso não é um problema muito grandioso, porque somos espertos. Sabe o que acontece quando Lava derretida endurece? Ela vira Pedra.... E você tem bastante Lava dentro de você, tanto que consegue até lançar ela nos oponentes... Sendo assim, quero que se concentre no seu movimento Lava Plume, mas ao invés de potencializar a temperatura dele, tente esfriá-lo, jogando mais terra sobre a lava, de modo que quando você lançar o golpe, saia uma Pedra e não uma bola de lava incandescente. Ok? O primeiro passo é conseguir uma pedra, depois vamos tentar dominar ela e formar mais talvez... Não se preocupe. — Finalizei a explicação do movimento e fui observar como os outros se saiam. Ao mesmo tempo, Luci conversava com Pichu. — Ok Pichu, vamos ter uma conversa... Hoje vamos mostrar para o Yuri e todo mundo que o Trovão é o melhor! Né?! OKAY! Empolgação! Quero que você use seu movimento Thunder Shock e una ele com o Wild Charge e tente virar uma bola de energia gigante! Vamos virar verdadeiras máquinas de eletricidade. Consegue?! Estou contando com você Pichu. Vaaaaamos! — Dizia a garota, recebendo uma confirmação de Pichu com uma expressão de "desafiado", mas pronto para agir. O que será que sairia desse treinamento intensivo?