Capitulo 15 - Onde Está Phillipe Swirller? - "Um Mar de Justiça / Parte 2"

Assim que começamos a entrar na caverna, Nagisa começou a sussurrar. O problema era que o eco acabava reverberando as palavras mesmo ditas em tom baixo. Nagisa com sua falta de noção, acabava repetindo palavras enquanto começava a fazer uma barulheira. A única coisa que pensei em fazer foi me virar e colocar a mão sobre sua boca, enquanto colocava o dedo sobre a minha em sinal de silêncio. Esperava que ele enxergasse com o pouco de luz que entrava na caverna vinda da lua.

Com meu gesto, esperava que ele ficasse calado. Assim continuava seguindo em direção ao fundo da caverna, com passos leves para evitar mais barulhos.

A medida em que avançamos eu caverna adentro, o local ia ficando mais escuro. Além disso, o ambiente ficava mais quente e abafado por causa da unidade, dificultando um pouco a respiração. Já era chegado o momento em que precisávamos de outra fonte de luz, e assim éramos obrigados a pegar nossas Pokédex para poder iluminar apenas com as luzes da tela do aparelho, assim poderíamos chamar menos atenção do que com o feixe de luz de uma lanterna.

Era mais difícil andar ali, do que subir o monte do algodão doce, já que o calor nós fazia suar e ficar mais cansados facilmente. O ar úmido fazia o ambiente se assemelhar a uma sauna. Mas continua amos andando em um ritmo frequente, tateando as paredes para ajudar a nos guiar e pisando com cuidado.

O suor ia escorrendo por meu corpo, e eu pensava: "- Acho que já sei de onde vem o caramelo... -" Esperava não demorar para chegar ao fim, já que a esse ponto, já devíamos estar debaixo da água do mar, já que a ilha era pequena vista de fora.

Depois de vários minutos andando sem saber mais nenhuma informação sobre o local, Nagisa sinalizou para chamar minha atenção. Ao olhar na direção em que ele apontava, vi que havia uma mesa. Apressamos um pouco os passos e fomos até ela.

Havia ali alguns livros e papeis, um abajur, canetas para anotações, entre outros objetos. Provavelmente poderia haver ali alguma pista, ou informação útil. Fiz sinal para que Nagisa vigiasse, igual vemos em filmes, fazendo um gesto com dois dedos apontados para meus olhos, em seguida apontando para ele e fazendo um movimento circular com o indicador apontado para cima indicando os arredores. Ele fazia um movimento de confirmação com a cabeça e eu seguia olhando os papeia para ver se encontrava algo.

Era difícil vasculhar sem fazer barulho, ainda mais ao mesmo tempo em que tentávamos controlar a respiração para não fazer nenhum barulho mais alto.

Eu tentava evitar o barulho, mas não estava me saindo muito bem. Aquilo estava me deixando bastante ansioso. Como Nagisa não me fazia nenhum sinal, eu continuava, até encontrar um estranho bilhete debaixo de um livro. O papel já estava bastante danificado pela umidade do local, até mais que outros, mas ainda dava para ler o que estava escrito nele. ”Óki-Tóki”, eu lia e não via sentido na palavra. Eu cutucava o ombro de Nagisa e o pedia para olhar.

- Óki-Tóki... – Ele dizia baixo com um sorriso e apontava para o Walkie-Talkie. Minha ficha demorava um pouco para cair, e ele então repetia. - Óki-Tóki! – Eu finalmente entendia e batia a mão na testa.

- Será? – Eu perguntava em um murmúrio e pegava o aparelho. Eu o revirava em minha mão para ver se tinha alguma coisa diferente nele.

O aparelho não parecia diferente de um Walkie-Talkie normal. O mostrador de frequência indicava que ele estava sintonizado em alguma frequência, mas eu não sabia se deveria realmente tentar dizer alguma coisa. Quem poderia estar do outro lado? O que dizer? Não dava para saber.

Olhei por alguns segundo para o botão que abria a frequência, e o apertei sem pensar. Aquilo provavelmente faria um barulho na linha do outro lado, indicando que alguém estava pronto para falar. - Câmbio, alguém na escuta? – eu disse finalmente.

- Hahaha! – Nagisa soltava uma gargalhada imediatamente depois. Enfim eu soltava o botão, e via que ele tinha achado engraçado a forma com que eu falava. Eu o encarava com a cara fechada e esperávamos alguma resposta do outro lado. Nesse ponto, se nossas vozes não tinham chamado a atenção de alguém, era por que não havia ninguém por ali.