Capitulo 15 - Onde Está Phillipe Swirller? - "Um Mar de Justiça / Parte 2"

Depois que fazíamos barulho ao falar no Walkie-Talkie, ouvíamos um barulho alto ao longe no túnel. Pareciam ser passos pesados. Mas antes que pudéssemos prestar atenção no som, vinha a resposta. Para nossa surpresa, quem estava do outro lado, era o Phillipe Swirller.

Logo apertei o botão e o respondi. - É claro que sabe que estamos atrás de você. Então não precisa se magoar. E onde nós estamos? Estamos no seu esconderijo na caverna. Então saia de onde estiver e nos enfrente! – Enquanto eu falava, o barulho continuava, e parecia se aproximar.

Nagisa olhava para o fundo da caverna, e eu olhava para o lado oposto a procura da fonte do barulho. Com tanto eco, não dava para saber ao certo de onde estava vindo.

Phillipe parecia gostar bastante de uma conversa, e depois que eu tentava faze-lo aparecer, ele acabava contando uma pequena história sobre o lugar, além de dizer que não estava ali. Enquanto ele falava, percebia que Nagisa girava para tentar localizar o autor daquele som estranho, e logo depois deixava uma das gotas cair em sua boca para ver se era verdade o que o homem dizia.

Eu estava irritado por ele não estar ali, o que nos fazia ter ido até lá atoa. Eu apertava novamente o botão do aparelho de comunicação e voltava a falar. - Sim, ouvi dizer que essa ilha é conhecida como Ilha Caramelo. Isso não é novidade para nós. – Eu fingia que já sabíamos tudo sobre o local. Mas na verdade estava era ficando bastante preocupado para descobrir o que era aquele som. - Eu me chamo Allan Leoxes. Mas não se preocupe, ainda podemos rir bastante se me disser onde está. – Eu terminava de falar e me lembrava do: - Câmbio!

Assim que soltava o botão, novamente voltava minha atenção ao som estranho. Parecia que estávamos bem próximos de descobrir o que era, e esperava muito que não fosse o vulcão que ficava ali embaixo. Pensando bem, o calor não era só por estarmos abaixo da superfície, era realmente o calor vindo de algum lugar. Nossa pele pegajosa agora fazia muito mais sentido.

- Nagisa, precisamos sair daqui. Pode ligar a lanterna agora. – Assim que terminava de falar, dessa vez sem preocupação em fazer barulho, Nagisa apontava o feixe de luz em direção ao fundo da caverna, já que era um local ainda desconhecido para nós. Eu também ligava a minha, e me preparava para seguir de volta ao exterior.

- Será que não tem mais nada importante lá? – Ele perguntava com os olhos brilhando. Era óbvio que queria ver o lago de caramelo.

- Acho melhor sairmos logo, se esse som for algo perigoso, aqui não é o melhor lugar para se estar. E o lago é de caramelo fervente... Pessoas morreram lá. – Eu aproveitava para tirar a ilusão da pobre criança crescida.

Nagisa se emburrava e começava a se preparar emocionalmente para ir embora.

Assim que começávamos a seguir em direção à saída, acabamos descobrindo que realmente estávamos em perigo. Phillipe fez questão de nos dizer seu plano maligno de nos enterrar vivos ali, e ainda se gabou de conseguir ver tudo de onde estava. O lado bom é que conseguíamos sua localização, mas precisaríamos sobreviver àquilo.

Continuamos seguindo depressa, até que fomos bloqueados por alguns escombros e um líquido dourado e viscoso. Era o tão falado caramelo fervente. O líquido bloqueava o caminho junto com as rochas que haviam se desprendido do teto da caverna, e o calor aumentava ainda mais.

- Como vamos passar? – Nagisa perguntava assustado.

- Acho que podemos tentar uma coisa, mas pode ser um pouco arriscado. – Eu dizia me lembrando do nosso treinamento nas ruinas da represa na Rota 105. - Talvez Slow e Dany possam usar suas habilidades psíquicas para nos levitar até o outro lado do caramelo, e assim que chegarmos do outro lado, podemos recolher eles para suas pokébolas. Pode ser que dê certo, mas se eles não conseguirem nos carregar juntos, ou se acontecer alguma outra coisa, podemos morrer. Quer tentar mesmo assim?

Nagisa olhava para mim com muita dúvida, mas não tínhamos muita opção, já que se ficássemos parados ali poderíamos morrer de qualquer forma.

Para executar o plano, eu começava liberando Spartos naquele espaço apertado. Ele não se sentia muito confortável, mas logo via que estávamos em perigo. - Amigão, desculpa te pedir isso, mas precisamos de ajuda para sair daqui. Abra caminho com toda a força que puder, precisamos limpar o máximo do trajeto à frente. Lance Air Slash e Flamethrower intercalando os dois. Assim deve conseguir cortar as rochas e deixar o caminho limpo. – Tirar o obstáculos era o primeiro passo para conseguirmos passar por ali, depois seriamos levitados até um local seguro e poderíamos retornar os pokémon que ficaram do outro lado.

Se tudo desse certo com essa primeira parte, Nagisa já estava pronto para pedir que seus pokémon nos ajudassem também, já que não havia outra forma aparente.

Spartos estava tendo dificuldades em conseguir abrir caminho nos escombros, mas ele continuava com bastante garra. Não tínhamos outra saída, ou pelo menos não tínhamos tempo para procurar por uma. Ele continuou, e os respingos o machucavam e o faziam urrar de dor, aquilo tudo também doía em mim, e eu fechava os olhos até que ouvia seus joelhos baterem contra o chão.

- Desculpa te fazer passar por isso amigão. – Eu dizia enquanto seu último ataque terminava de abrir caminho, mas liberando uma enxurrada de caramelo fervente. Nagisa agiu bem rápido, e enquanto eu recolhia meu fiel companheiro, seus pokémon nos levitavam, praticamente nos jogando do outro lado do caramelo. Com um rápido movimento, os dois pokémon foram recolhidos logo antes da onda descer caverna adentro.

- Estamos salvos! – Nagisa gritava enquanto corria. Eu ia atrás dele, e apesar de estar feliz por estarmos salvos, não tinha ficado muito feliz com o resultado.

- Ainda não, corra!

Quando pulávamos para fora da caverna, sua entrada caia atrás de nós. Respirávamos descontroladamente, e estávamos muito ofegantes. Glace já estava na areia quando voltei a prestar atenção aos arredores, ela nos ajudava a levantar enquanto perguntava. - O que aconteceu? Quando ouvimos aqueles barulhos, pensamos que estavam no meio de uma batalha, mas isso não explica o estado de vocês, e nem o sumiço da caverna.

- Ele tentou nos matar! – Disse Nagisa depois que sua respiração voltou. - Ele queria nos transformar em barrinhas de caramelo. Aquele homem é louco.

- Ele deixou pistas para que entrássemos em contato com ele, mas era uma armadilha. Ele pensa que estamos mortos, mas agora sabemos sua localização. – Eu contava em seguida. O Walkie-Talkie ainda estava em minha mão, e talvez fosse útil usá-lo em algum momento futuro. - Precisamos voltar à Sootopolis, não estamos em condição de continuar. Agora ganhamos um pouco mais de tempo, já que ele pensa que estamos mortos.

Dessa vez tínhamos conseguido sobreviver graças a nossos pokémon, mas tinha sido por pouco. Voltamos ao barco, e pedimos ao Capitão Falange para nos levar de volta até Sootopolis, e apesar de ainda precisarmos conseguir seus doces para o pagamento, também precisávamos melhorar um pouco nossa força de combate. Talvez estivesse na hora de voltar para a base.

Enquanto o barco seguia de volta à Sootopolis, eu admirava o brilho da lua sobre as ondas do mar. Era uma sensação boa. Em seguida pegava meu Pokénav, bem a tempo de ver as notícias sobre minha região natal. Nem tudo tinha terminado péssimo naquele dia.