Pokémon Mythology RPG
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[01] Após a tormenta

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A waterful start
Route 110


A sensação de ganhar era imensamente agradável, de fato. Ainda mais quando tudo parecia estar dando errado, no início. O alívio começava a tomar conta de todos. Seria, finalmente, este o fim de tudo? Aparentemente não. Apesar de já ter levado o golpe final, Dimitri ainda tirava forças do além para arrastar a treinadora junto de sua derrota.

Novamente, jogada à água. Definitivamente, uma experiência não muito agradável. Ela já não tinha passado por bastante naquele dia? O universo parecia querer dizer continuamente que não. O fato de Sapphire estar lá certamente ajudara bastante, para variar. Até por que Yoshiro, de alguma forma, perdera a consciência. Se não fosse o anfíbio, talvez ela não conseguisse sair dali.

Mas... Onde exatamente era ali? Afinal, enquanto mergulhava, Sapphire viu o lago a... Despedaçar-se? Não sei ao certo. Era como se a água estivesse dissolvendo-se, tal como todo o cenário ao seu redor. A imagem de Poochy, em terra, distorcia-se e contorcia-se. O próprio corpo do anfíbio parecia sumir. Tudo virava, aos poucos, uma grande imensidão vazia de branco, e nada mais. Sem sons, imagens, nada. Apenas o branco e uma sensação de vazio. Yoshiro, Poochyena e seu próprio corpo pareciam até mesmo nunca terem existido.

Então, tão rápido como foram embora, as coisas começaram a voltar. Mas pareciam... Diferentes? Sapphire estava em seu corpo novamente. Isso era bom. Ele via, ouvia, sentia. Estava sobre um quente amontado de tecidos. À sua volta, nenhum sinal de sua treinadora ou companheiro pokémon. Sua última memória? Provavelmente uma confusão de coisas desfazendo-se, mas isso não poderia ser real. Era confuso demais. Quase como se tudo tivesse sido uma ilusão.

O pior de tudo foi ver uma face rosa que parecia dizer “sim”.





PROGRESSO — HANAKKO :

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Achei que a cota de bizarrices do dia tivesse se esgotado no momento em que derrotamos Dimitri. Outra vez, aquele local fez questão de me mostrar que eu estava errado. Vi minha humana desacordada a apenas alguns metros de distância, contudo, antes que eu pudesse me aproximar dela, minha visão começou a distorcer-se, como se os efeitos da confusão tivessem voltado. Não… havia algo diferente dessa vez… não era minha vista que falhava, mas o próprio mundo que se desfazia.

Olhei para cima, e, lá fora, a imagem de Poochyena estava tão deformada que eu mal conseguia reconhecê-lo. Havia algo de errado naquela água? Eu não tinha como voltar à superfície para conferir… não sem a minha treinadora. Yoshiro não se mexia, algo deve tê-la feito perder a consciência. Ela não conseguiria sair de lá sem mim… e, por mais que todos os meus instintos gritassem para escapar, eu não podia abandoná-la. Com a realidade colapsando ao meu redor, tentei nadar até a minha treinadora antes que fosse tarde. Não consegui alcançá-la. Tudo, até o meu próprio corpo, desfez-se por completo, dando lugar a um universo branco e vazio, como se nada tivesse existido.

***

Quando meus sentidos voltaram ao normal, vi-me em um lugar totalmente distinto de onde estivera até alguns instantes atrás. Nenhum sinal do lago, nem dos cogumelos, nem de Yoshiro. Até Poochyena tinha sumido. Ao invés da água, o que havia sob minhas patas era um amontoado de panos que estava servindo de cama. Confortável, até, mas não tornava a situação melhor. Que lugar era aquele…? Ter aparecido lá do nada era surreal, como quem acorda após um pesadelo e pensa que ainda está sonhando. E, como se tudo já não fosse confuso o bastante, diante de mim vi uma face rosa que parecia confirmar minhas suspeitas.

Quem… quem é você!?” Levantei-me em um sobressalto, pronto para reagir caso fosse atacado. Ou quase pronto… o movimento súbito causou-me um pouco de vertigem, mas passou logo. “Que lugar é esse? E onde está minha treinadora?

Perguntas demais, talvez, mas eram tantas dúvidas explodindo em minha mente que não fui capaz de contê-las. Havia, no mínimo, uma dúzia de respostas que eu queria, contudo, preferi concentrar-me nas mais importantes primeiro.

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A waterful start
Route 110


Acho que já citei pelo quanto Yoshiro e os monstrinhos tinham passado até então, mas é sempre bom ressaltar: por muito. E a cada instante, passavam por mais, algo que parecia ser pior e mais inacreditável que o último acontecimento. E mais uma vez, a mente do aquática era enganada por ela mesma. Ou seria isto feitio de um outro alguém? Não sei, eram tantas coisas que estavam acontecendo...

O bastante para uma crise existencial, talvez. Mas não para Sapphire. O anfíbio acordou sobressaltado, tentando saber onde estava. Pergunta difícil de ser respondida. Mas talvez não para a grande e carrancuda Gothitelle azulada. A sua pele parecia reluzir em um tom violáceo do azul-marinho, e os olhos de um intenso rosa encaravam o rosto do inicial, sem piscar uma única vez.

É claro que não era uma primeira visão muito bem-vinda.

O Mudkip bombardeou sua interlocutora com perguntas. Se bem que talvez interlocutor não fosse a melhor palavra para descrevê-la. A psíquica apenas ignorou tudo, continuando a fitar Sapphire sem nenhuma aparente expressão. Finalmente, ela dera um indício que estava, de fato, viva. Distanciou-se da cama improvisada, levantando-se e revelando que era muito maior do que parecia.

E isso provavelmente fora apenas para dar espaço à um senhor de cabelos prateados que se aproximou com um sorriso caloroso. Ele carregava um chapéu branco sobre sua cabeça, com alguns detalhes dourados, e as janelas de sua alma — vulgo olhos — eram cobertas por um par de óculos escuros. Com a voz suave, perguntou ao pokémon: — Imagino que queira ver sua treinadora, certo?

E com isso, pegava o pequenino, segurando-o na palma de suas mãos, com a maior delicadeza do mundo.

Enquanto isso, não muito longe dali, uma garota abria os olhos. Sua cabeça doía, imagino eu. Seus cabelos estavam visivelmente úmidos. Não molhados, úmidos. Ela estava deitada em uma cama de um intenso vermelho, com confortabilíssimos lençóis de seda de Silcoon a esquentar-lhe o corpo. O que... O que havia acontecido?

A cama em que estava, além de ter lençóis de altíssima qualidade, parecia também ser feita de uma madeira escura muito elegante. Não muito longe, havia uma pequena mesa de mármore negro, alta, com uma xícara fumegante logo acima de si. Um odor de hibisco poderia ser captado no ar. Agradável. Ela estava em um cômodo bastante amplo.

A arquitetura, a escolha de cores, o quão classudo e elegante tudo era... Talvez a garota já tivesse visto isso em algum lugar. Talvez uma mansão misteriosa que vira, no que parecia ser muito tempo atrás? Um lustre de cristal iluminava o quarto. Havia também uma estante com vários livros de capa dura. E, de acordo com a janela, estava de noite. Talvez por volta das nove horas?

Não tenho certeza. Ela ouvira o som de algo chocando-se. Uma porta sendo encostada. Um senhor de cabelos lisos e brancos, com chapéu branco e óculos escuros. Ele aproximou-se, sorrindo, olhando para o lobinho cinzento que dormia aos pés da jovem. — Olá, minha cara. Está melhor? Acho que um pequeno aqui gostaria de vê-la.

Com isso, esticava as mãos, revelando Sapphire. O que... O que significava isso tudo?





PROGRESSO — HANAKKO :

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Eu não sabia o que pensar daquele senhor… embora estivesse demonstrando um lado gentil e até mesmo amável, sua súbita aparição era no mínimo suspeita. O dia todo, não encontramos nenhum humano, e agora do nada um aparece? Ele parecia tão tranquilo e à vontade, sem o menor vestígio da confusão que me dominava a mente, não havia a menor possibilidade de estar perdido como nós. Logo, se não é mais um viajante azarado… então ele com certeza está relacionado com tudo o que aconteceu. Mas como exatamente um humano poderia estar por trás de tudo? É uma espécie fraca demais para isso…

Bem… não é como se eu pudesse dizer o mesmo daquele Pokémon ao lado dele. Nunca vi essa espécie na minha vida, não tenho noção do tipo de poder que ela possui. E quem me garante que criação automática de desertos e design de labirintos assombrados e mortíferos não estão entre as suas habilidades? Minha única certeza era que, embora eu não confiasse naquele homem, não seria sensato mostrar hostilidade para ele. Se aquela giganta de olhos róseos é a sua parceira… então realmente não seria uma boa ideia arranjar briga.

Mesmo assim, meu corpo todo ficou tenso quando o humano se aproximou e pegou-me em suas mãos. Não sei o que eu estava esperando… mas com certeza não era a delicadeza com a qual ele me tratou. Segurava-me na palma das mãos com cuidado, como se temesse me causar qualquer desconforto. Ele é… estranho… não confio nele. No entanto, aquele senhor era minha melhor chance de encontrar minha treinadora, então permiti que me carregasse. Eu precisava achar Yoshiro, não vê-la em lugar algum me preocupa… toda vez que a deixo sozinha (não, Poochyena, você não conta), ela se mete em algum tipo de perigo.

Espere… esse lugar…

Reconhecê-lo foi uma ironia tão cruel que me fez rir, mais de amargura do que de alívio. Quem diria… depois de tudo, finalmente estávamos de volta à mansão.

***

Minha treinadora estava em um dos quartos, deitada em uma cama que parecia confortável. Quando entramos, ela nos olhou, sonolenta, parecia ter acabado de acordar. Saltei para a cama, queria conferir se a menina estava mesmo bem. E, mesmo parecendo aturdida e desorientada, pelo menos não tinha ferimentos visíveis. Seu cabelo não estava molhado como seria de se esperar, apenas úmido. Será que se passou muito tempo desde o incidente de antes…? Ou melhor, será que ele de fato ocorreu? É difícil dizer, depois de vê-lo se desmanchar como um sonho.

Yoshiro…” Apesar das dúvidas que ainda me incomodavam, era bom vê-la ali, depois de tudo. Sem nenhum demônio rosado na cabeça, longe do lago que quase a afogara, sem ser consumida por um vórtex branco que apagou tudo à minha volta… apenas ali, com seus olhos ainda marejados de sono e um sorriso tímido que abriu ao me ver, porém este se apagou assim que a menina se deu conta de onde estava.

- Melhor…? - Ela apenas repetiu a última palavra, incerta. Naquela situação, acho que melhor estava longe de ser uma boa palavra para descrevê-la. Yoshiro levou uma mão à cabeça, parecendo incomodada por alguma dor. Consequência do ataque de Dimitri, de ter quase se afogado (de novo) ou de ter sido levada de volta à mansão de uma forma tão desnorteante? Talvez uma mistura de tudo. - O que aconteceu?

Uma ótima pergunta. Olhei para o homem que me levara até ali, eu também queria ouvir aquela resposta. E era bom ele ter uma excelente justificativa para tudo aquilo…

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A waterful start
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Bem, não é de se surpreender que Sapphire não confiava muito no senhor e naquela pokémon. Afinal, se aquilo tudo havia ensinado alguma coisa para ele era que não era muito bom deixar a guarda baixa. Além disso, reconhecer o lugar no qual estava também não ajudava muito. Malditas mansões mágicas.

Ver Yoshiro certamente ajudava. Apesar da confusão instaurada dentro da mente de ambos, era bom estar na companhia um do outro. Isso era tudo que tiveram, desde que a garota fora jogada para fora do barco, não? Enlouquecer e tentar matar podiam ser objetivos do deserto e do labirinto, mas houve, por trás disso tudo, um grande estreitamento de laços por parte de treinadora e pokémon.

Mas bem, respostas. O que queriam, no momento, eram respostas. Justo. — O que aconteceu. É, imagino que vocês devam estar confusos e cansados. Aqui minha jovem, por que não toma um chá? — disse, entregando a xícara para Yoshiro, sorrindo. Puxou uma cadeira da mesa e sentou-se nela.

Como devem saber, esta é a Trick House. Fizeram bem em encontrá-la, não são todos que conseguem. — começou a dizer, relembrando o nome do lugar, tal como viram na placa, no que parecia ser muito tempo atrás. — Como indica o nome, gostamos de pregar peças.

Havia um tom de "porém" na voz do senhor, no entanto, como se algo tivesse dado errado. — Eu de fato estive acompanhando-os até o deserto, onde lutaram contra meu Diglett. No entanto, alguns imprevistos ocorreram e precisei deixar a casa. E digamos que quem ficou cuidando da casa não foi lá muito atencioso.

Com isso, ele olhou de relance para Gothitelle, que enrubesceu e desviou o olhar. E uau, e pele dela definitivamente brilhava em uma coloração bastante distinta. — Peço desculpas por isso. Nunca tive a intenção de machucá-los. E que não há muito para um senhor como eu fazer aqui, sozinho. — riu, com uma risada daquelas contagiantes, que fazem todos rirem também.

Veja bem, Gothitelle aqui, em união com Zoroark... Onde está Zoroark? — perguntou ele, como se só então percebesse que a raposa não estava presente. Por enquanto. Em um dos cantos do quarto, o ar começou a agitar-se, e as partículas foram desfazendo-se, como se uma ilusão fosse quebrada. De lá, saía uma grande raposa negra, de cabelos violáceos e um sorriso travesso. Sua pele também parecia brilhar anormalmente.

Ah, aqui está. Como dizia, Zoroark possui poderes ilusivos. Isso unido à grande força psíquica de Gothitelle, bem... Podemos criar ilusões de grandes proporções, que parecem tão reais quanto qualquer outra coisa. — continuou dizendo, gesticulando um pouco. Isso realmente parecia explicar bastante coisa. Talvez os portais que Casty abrisse fossem um corte na ilusão, afinal.

Mas digamos que elas acabaram empolgando-se enquanto eu estava fora. Por Arceus, foi perigoso, meninas! Prometam não fazer novamente. — disse então, dando uma breve bronca em suas monstrinhas. As duas concordaram, balançando a cabeça, mas não foi lá muito convincente.

Ele sorriu novamente, como se esperasse por uma resposta da jovem. Era muita coisa para processar, ele sabia. Mas bem, até que fazia um pouco de sentido, não?





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Honestamente? Já nem era surpresa saber que tudo aquilo fora uma brincadeira de muito mau gosto. Eu já esperava por algo assim, mas isso não me impediu de me irritar com a fala do humano. Então toda a loucura do labirinto ocorreu porque ele nos deixou sozinhos com dois Pokémons sem o menor bom senso!? Pelo amor de Arceus, dá pra ver na cara dessa Zoroark que ela faria tudo de novo se tivesse a chance. E ainda assim esse homem espera que eu acredite que foi um acidente? Que não tiveram a intenção de machucar? Só pode estar brincando.

Ora seu…” Trouxe minha treinadora aqui porque ela precisava de ajuda, e ao invés de prestar qualquer socorro eles resolveram brincar conosco!? Embora o deserto e o labirinto não tenham passado de ilusões, eu ainda sentia a ardência das mordidas de Dimitri, as lutas que enfrentei lá dentro com certeza foram bem reais. E, com elas, o perigo que minha menina tinha corrido. Fazer-nos de brinquedo quando tudo o que pedíamos era um cobertor e talvez algo para comer… e agora vir bancar o bom moço? Ah, francamente… eu teria avançado naquele humano na mesma hora, com ou sem Pokémons muito maiores que eu para defendê-lo, se Yoshiro não tivesse me segurado.

- Quietinho. - Paralisei no mesmo instante, mas não pela palavra em si. O tom de voz que Yoshiro usou… o que era aquilo? Embora me soasse familiar, era muito distinto do que ela costumava usar. Mais firme e seco, sem a doçura que minha humana sempre usava comigo. Voltei-me para a garota, mas ela não estava nem sequer olhando para mim. Seus olhos estavam fixos na xícara de chá, a qual felizmente já não estava mais cheia, caso contrário o conteúdo teria derramado pela forma como as mãos da menina tremiam. Yoshiro deu um último gole, finalizando a bebida, e devolveu a xícara para o homem antes de respondê-lo. - Obrigada pelo chá. O senhor tem Pokémons muito bonitos. Nunca vi nenhum assim.

De fato, aquelas duas tinham um brilho único, as cores vívidas que cobriam-nas cintilavam tanto quanto a lua lá fora. Entretanto, não era exatamente esse o comentário que eu estava esperando… vi minha humana olhar para a psíquica que tinha me acompanhado até ali e, depois, para a raposa que acabara de aparecer. Ver um Pokémon como aquele se materializar do nada era, à essa altura, algo perfeitamente normal e concebível. O sorriso maroto que Zoroark exibia me irritava, mas Yoshiro nem pareceu notar, estava ocupada analisando a cor incomum dela. Seu olhar era difícil de ler, até para mim.

- Se nada aconteceu de verdade, por que o senhor disse que foi perigoso? - A menina por fim fitou o dono da mansão, sentando-se de frente para ele. Parecia mais curiosa do que com raiva, porém seu tom denunciava que ela ainda estava chateada com aquilo. - Quando caí no lago… a sensação de me afogar foi a mesma que tive no mar. Tudo naquele lugar pareceu tão real. Obrigada por ter nos tirado de lá, mas não vou desculpar assim tão fácil. Achei que íamos morrer lá dentro.

A menina cruzou os braços, emburrada, mas fiquei impressionado por ela não ter se alterado muito com aquelas revelações. No labirinto, Yoshiro tinha começado a gritar com o “Minotauro” por muito menos, e agora até que parecia contida. Talvez estivesse sem energia até para esbravejar, ou quem sabe o jeito doce do senhor tenha acalmado-a de alguma forma. Não dava pra saber.

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A waterful start
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Que a reação da dupla não seria muito boa já se imaginava. Ainda assim, as coisas poderiam ter desenrolado-se de maneira ainda menos agradável. Yoshiro conseguira conter a si mesma e ao seu pokémon, mantendo-se calma e a sanidade. Depois daquilo tudo, afinal, era bom ter alguém disposto a conversar, e de preferência, humano e com xícaras de chá. Quer dizer, eu acredito, pois não?

Sapphire não estava tão feliz, mas obedecia sua treinadora. Bem, não era de tudo culpa dele. Estou certo de que ele tinha um ótimo motivo para ter deixado Gothitelle e Zoroark no controle. Por falar nestas, a jovem treinadora reparara na peculiar coloração com a qual reluziam, e intrigada, perguntara àquele que parecia ser seu anfitrião sobre ambas. Eram bonitas.

Ah sim. Elas nasceram assim. Encontramo-nos muitos anos atrás, criamos laços, e elas estão comigo desde então. — esclareceu ele, apesar de ter sido um tanto quanto vago em sua resposta. Não explicava lá muita coisa, mas parecia ser o máximo que ele soltaria em relação ao quão exóticas eram as monstrinhas. — Belas, não?

E então, uma pergunta que, novamente, retomava ao labirinto e tudo que lá passaram. Imagino, de fato, que a experiência no lago tenha sido aterrorizante. O homem exibiu um sorriso triste e solidário. — Como eu disse, Gothitelle possui grandes poderes psíquicos, e sabe controlar a mente com maestria. Isto, somado à habilidade de Zoroark, pode acabar sendo mortal. — extremamente tranquilizador.

Você estava realmente afogando. Ou ao menos, era o que seu cérebro acreditava, e seu corpo apenas seguia o ritmo. — os pokémon psíquico, às vezes, parecem tão inocentes que acabamos por esquecer de seu grande poderio para com a mente. Eles a conheciam melhor que ninguem. Era um fato estonteante. E por que Yoshiro parecia tão calma?

Eu sei que andou passando por mais bocados, mocinha. E sinto muito por ter causado-lhe mais dores de cabeça. — disse ele, empático. Estalou os dedos, e Gothitelle magicamente encheu a xícara com o mesmo líquido, para caso Yoshiro quisesse mais. — Eu nunca teria sido tão bruto e agressivo. Dimitri também exagerou. Ele não sabe a hora de parar. Ainda assim, você conseguiu passar pelas provações de Gothitelle com sucesso.

Ele parecia um tanto quanto surpreendido. Imagino que não tenham sido muitos os que conseguiram passar pela psíquica com sucesso. — Estou certo de que ela já teria algo a mais planejado logo em seguida, mas felizmente cheguei a tempo. Vocês não estavam em condições para nenhuma outra provação.


Assim sendo, jovenzinha, permita-me entregar-lhe um presente por ter passado por tudo, tal como meu pedido de desculpas. — ele disse por fim, batendo palmas novamente. Quando ouviu as palavras "presente" junto às palmas, Poochyena, que dormia sobre a cama ao lado dos pés da treinadora subitamente acordou, e animado, começou a latir. A porta abriu-se mais uma vez.

Dela, um pequeno broto verde surgiu. Parecia um pouco tímido, mas também animado. O cãozinho enlouqueceu quando viu a plantinha dentro da sala, pulando da cama, correndo até está e dando-lhe algumas lambidas de carinho. O senhor riu. — Ah sim, imagino que vocês já se conheçam, já que Budew nasceu junto de você. — o noturno... Conhecia a planta?

Parecia que sim. O senhor estalou os dedos novamente, e uma almofada de veludo apareceu à sua frente. — Por favor, minha cara, aceite Budew e esta poção como meu pedido de desculpas. — proclamou então, arrumando o chapéu em sua cabeça, e tirando de cima da almofada uma poção de coloração azulada. O que Yoshiro faria?





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Saber que poderíamos ter realmente morrido lá não era nada animador. Por um instante, perguntei-me o que teria acontecido se alguma daquelas pedras tivesse mesmo nos acertado. Ficaríamos bem, por ser uma ilusão, ou os poderes psíquicos de Gothitelle eram poderosos a ponto de nos esmagar, como se fossem reais? Algo me diz que eu não gostaria da resposta. Yoshiro não pareceu surpresa ao saber que estava mesmo se afogando, a sensação deve ter sido real demais para ela sequer cogitar a chance de ter sido uma farsa. Apenas aceitou o chá que fora novamente lhe oferecido, mas mal conseguia segurar a xícara.

Ei, você está bem?” Subi na perna da humana para ficar um pouco mais alto e apoiei a porcelana em minha cabeça, para que parasse de tremer. Foi uma pergunta tola, é claro que não estava, e essa falta de reação me preocupava muito mais do que se ela tivesse começado a gritar com o homem e seus Pokémons. A menina estava quieta, dando mais atenção ao chá do que ao seu interlocutor, e eu já tinha aprendido que isso não era bom sinal. Esperei que minha treinadora respondesse alguma coisa, qualquer coisa, mas quem falou primeiro foi Poochyena.

Assim que o humano mencionou um presente e bateu palmas, o cãozinho acordou e começou a latir. Ele correu para recepcionar uma plantinha que havia acabado de entrar pela porta, quase se jogando em cima dela e dando várias lambidas. Esses dois… se conheciam? De onde? Parecia uma coincidência grande demais que tivessem nascido juntos, como o dono da mansão disse, já que deve ter meio mundo de Poochyenas selvagens nessa rota.

- É seu amigo, Koda? - Koda? Poochyena demorou uns instantes para se dar conta de que Yoshiro estava falando com ele. Aquele nome era novidade… a menina nunca o usou antes. - Ah, pensei em te chamar assim… você não é um urso, mas acho que o nome combina mesmo assim. Gosta dele?

O lobo latiu, feliz, parecia ter aprovado. Eu preferi nem questionar o comentário sobre o urso, essa menina diz umas coisas estranhas às vezes. Na verdade, ela como um todo é estranha, nunca vi humana tão esquisita. Yoshiro estendeu a mão, pegando a poção que o homem tinha oferecido-a, parecida com a que ela tinha usado em mim após a luta com Gulpin. Parece que foi há tanto tempo… será que passamos mesmo só um dia lá dentro? Para meu azar, a menina não estava se lembrando de perguntar isso.

Ela devolveu a xícara, outra vez vazia, para o senhor e andou até Budew, fazendo uma curta reverência ao passar pelo humano maior. Não acho esse o melhor momento pra mostrar respeito pelos mais velhos, mas quem sou eu para questionar? Enfim, a garota aproximou-se da plantinha e se sentou perto dela, fitando-a em dúvida quanto ao que fazer.

- Uhn… oi? - A humana inclinou a cabeça, sem saber direito o que falar. Até tentou estender a mão para fazer carinho na planta, porém temeu assustá-la e recuou. - Seu nome é Budew, não é? Você é uma gracinha, nunca vi um Pokémon de planta tão de perto. Quer mesmo vir comigo, pequeno?

Até pouco tempo atrás ela nunca tinha visto nenhum Pokémon tão de perto, mas isso é só um detalhe. Yoshiro passou algum tempo esperando por uma resposta, antes de voltar-se ao senhor e finalmente dirigir a palavra a ele.

- Se ele quiser vir comigo, vou cuidar bem dele, prometo. E obrigada pela poção também. - Ela não estava sorrindo, como geralmente faria, parecia apenas… eu não sei. Cansada, talvez? Francamente, era como se a cabeça dela estivesse funcionando no automático, sem de fato processar o que acontecia à sua volta. Se fosse um computador, aposto que estaria aparecendo uma mensagem de erro no sistema.

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Não, ela não estava bem. Sejá lá o que se passava na mente de Yoshiro, provavelmente não era muito bom. Doente, talvez? Afinal, realizara um grande esforço físico — e mental, aparentemente — desde que chegara ali. Parecia finalmente ter acabado, mas ainda assim, deixaria sequelas. Talvez ela levasse algum tempo até que pudesse "voltar ao normal". Se é que esse normal existia.

Koda parecia ser um bom nome. Apesar de a jovem ter murmurado algo ininteligível sobre ursos, Poochyena parecia gostar do apelido que lhe fora dado. E por falar no canídeo, este parecia bastante alegrinho pela companhia de Budew. Demonstrando-se respeitosa pelo senhor, ousou aproximar-se da plantinha, que lhe sorria tímida.

Quando a gramínea fora questionada sobre querer ou não seguir caminho com Yoshiro, apenas olhou para Poochyena, um pouco que incerta. Dois latidos do noturno bastaram para que ela desse alguns pulinhos, balançando a cabeça, animada. Uma fofura, aquele bebê. A cena fez o senhor sorrir, também. É, às vezes um pequeno e inocente pokémon dava conta de, mesmo sem perceper, tirar as preocupações das pessoas.

Isso é bom. — disse ele. Seu olhar terno parecia, mais uma vez, tentar passar conforto. — Logo estará sentindo-se melhor, estou certo disso Tem algumas boas companhias aí, ao seu lado. — apontou então para Sapphire e Koda, os monstrinhos que haviam acompanhado-a até então. Eles pareciam descansados, como se a fatiga das últimas batalhas e experiências tivesse desaparecido.

Acho que ficará surpresa, também, com os acontecimentos mais recentes. — palpitou, dando uma piscadela. Será que havia acontecido algo enquanto a treinadora estava alheia ao mundo? — Afinal, não acha deixei a casa por um motivo qualquer, acha? — perguntou então, sorrindo.

Bem, o mundo não poderia parar de girar por conta da garota, certo? Ainda assim, a voz do homem parecia carregar um quê de importância, como se algo muito mais importante do que Yoshiro poderia imaginar tivesse acontecido. Ele deu então um tempo para a garota terminar de conversar com a Budew.





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Depois de todas as loucuras daquele dia, era revigorante ver o jeitinho tão animado e inocente da Budew. Totalmente distinta dos seres mal-encarados e com certos traços de sadismo que encontramos no deserto e no labirinto. Principalmente no labirinto. Sem se dar conta, a plantinha acabou aliviando a pressão do ambiente, até Yoshiro riu um pouco com a atitude dela.

- Então, está decidido? - A garota pegou uma Pokébola e, assim como fez com Poochy antes, estendeu-a ao alcance da pequena. Um sorriso dócil formou-se no rosto da humana, mas também um pouco tímido, como se ela estivesse mais nervosa do que o próprio Pokémon a ser capturado. Mal de iniciante, eu acho? Se até em um comum acordo essa humana fica insegura, não quero nem imaginar quando ela tiver que fazer uma captura pelo método tradicional… - Espero que sejamos boas amigas, Budew. Vou tomar conta de você, pode ficar tranquila.

Como a plantinha já tinha afirmado que viria conosco, acredito que ela aceitaria entrar na esfera, tal qual Poochyena havia feito. Puxa, vou demorar um pouco para me acostumar a chamá-lo de Koda… pelo menos é um nome curto e fácil de lembrar. E, se a plantinha aceitou tão facilmente entrar no time, com certeza foi por causa do canídeo. Eles de fato se davam muito bem, e Poochyena era quem mais parecia eufórico por saber que viajaria com a pequena a partir de agora. Era ótimo ter uma cena feliz no dia, pra variar, e aquela Budew com certeza conseguiu elevar o ânimo de todos.

- Sim, tenho muita sorte por tê-los. Nem estaria aqui se não fosse por eles. - As últimas palavras foram pronunciadas mais rápido que o normal, lembrar-se das cinco ou seis situações de grande risco que tinha acabado de vivenciar provavelmente não era muito agradável. Mesmo assim, ela dirigiu a cada um de nós um olhar agradecido, demorando um pouco mais comigo. Por alguns instantes, sua expressão tornou-se vaga, parecia outra vez perdida em divagações. Quando ela voltou a falar com o idoso, com um pouco de atraso, havia traços de preocupação no seu tom, mas realmente não soou tão expressivo quanto seria esperado. - Aconteceu algo sério? O que foi?

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