Após aquele ovo parar de se mexer, não voltou mais a fazê-lo, mas acreditava que logo o pokémon brigaria mais uma vez para nascer. Enquanto esperava, continuei observando o treinamento de Karen e Arthur, ela estava indo muito bempara alguém que não sabia muito sobre pokémons, talvez ela tivesse talento para essas coisas. Um momento depois, senti o ovo novamente em minhas mãos se mexendo.
-É agora!
Não era. Levou um pouco mais de tempo que antes para parar. Meu sorriso lovo se desfez mudando minha expressão cono as que Cupid costuma fazer inflando a bochecha. Bem, não tive muito a fazer, então fiquei esperando o ovo agir novamente.
Karen se surpreendia um pouco com toda a força do símio, contudo, ela achava que aquela simples demonstração ainda não seria de todo o necessário para executar uma técnica que prometia quebrar algumas barreiras defensivas! Sendo assim, ela logo propôs um novo exercício, na verdade, era semelhante ao anterior mas possuía um nível a mais de dificuldade.
O Passimian continuava bem confiante, talvez até demais, já que quando tentou repetir os movimentos ele soltou um berro de dor logo de seguida. A primeira tábua tinha sido quebrada, a segunda estava apenas um pouco rachada e a terceira aparentava estar intacta. Contudo... A mão do macaco não parecia tão intacta quanto isso já que ele estava agarrada a ela bufando sobre ela na tentativa de aliviar a dor.
Aparentemente, a força bruta por si só não seria o necessário para dominar o Brick Break... Seria necessário mais que apenas movimentos e a força física natural da espécie.
Arthur realizava o golpe novamente, dessa vez tentando quebrar mais tábuas de madeira. Infelizmente, o Pokémon não conseguiu e até mesmo machucou sua mão. Estalei a língua e me aproximei dele rapidamente.
- Arthur! - Disse, correndo em sua direção. Assim que alcancei ele, peguei sua mão e comecei a encarar ela. Não parecia ter sido um machucado severo, mas poderia estar doendo bastante. - Me desculpe por isso, Arthur...
O símio fungou e fez sua careta de sempre. Em seguida, apontou com a cabeça para as tábuas de madeira que ele tinha golpeado. Olho para elas e vejo que uma tinha sido quebrada, enquanto outra foi rachada e a última estava intacta. Como eu imaginava, faltava força...
- Arthur, acho que você foi bem, mas precisamos de um pouco mais de força. Você pode continuar? - Perguntei para o símio, que assentiu com a cabeça. - Bem... Vamos fazer o seguinte...
Enquanto falava e pensava, troquei as duas tábua danificadas e coloquei mais duas novas, que estavam intactas, em cima dos tijolos. Fiquei meio receosa de fazer isso, mas acreditava no potencial de Arthur.
- Arthur, quero que você tente novamente, mas, dessa vez, não quero que simplesmente ataque as tábuas. Quero que respire fundo. Que você tente canalizar a maior quantidade de força e energia possível em seu braço e em sua mão, tentando deixar ela o mais rígida possível, para realizar um golpe realmente poderoso, entende? - Perguntei, olhando nos olhos do Pokémon. - Sei que você consegue!
Para ser honesta, eu tinha muitas dúvidas, principalmente em relação ao meu método de treino. Bem... Como Tyrant não havia falado nada, acho que não estava tão errado assim... Suspirei e me afastei do Pokémon para que ele pudesse realizar o golpe sem se preocupar em me machucar ou algo assim.
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Ai, ai. O que fazer para esse ovo chocar a não ser esperar? Mesmo chegando a hora, eu sentia como se ele estivesse brincando comigo e só queria me trollar pra fazer pensar que ainda não era a hora, mas eu sentia que era agora, então eu estava apostando que o ovo está próximo de chocar.
-Eu aposto que ele está próximo de chocar! - disse em um tom alto.
O que fazer para ele chocar mais rápido? Eu não tinha nenhum pokémon com Flame Body nem era um criador para, magicamente, reduzir o tempo que o pokémon é gerado. Bem, não tinha muita opção, então simplesmente resolvi esperar... Opa, ele tá se mexendo?
-Eu sabia! É agora! - O ovo balançou mais forte que antes, mas... -Por que ele faz isso comigo? - nem nasceu e já estava me iludindo. Mais uma vez, ele parou. O que ele queria comigo?
Enquanto Tyrant fazia papel de trouxa ficando todo animado com o nascimento de mais um pokémon que balançava dando a parecer que ia nascer mas logo cessava os seus movimento a monotreinadora continuava o árduo treino do seu Passimian para dominar o golpe.
Ela percebeu que realmente apenas a força do símio, apesar de imensa, não era suficiente e utilizar o golpe "nu" seria bastante perigoso já que haviam chances de o próprio pokémon se machucar ao atacar, dessa forma, fortalecer a mão que usaria o golpe com energia seria uma forma de assegurar que o golpe ficaria bem mais forte assim como ajudaria a fortalecer os seus músculos de forma a sentir mesmo o impacto do embate prevenindo que se machucasse.
Arthur se sentiu ultrajado por não conseguir quebrar as três placas de madeira e por isso achou por bem seguir as indicações da sua treinadora, agora, ele não devia concentrar-se em usar a sua força mas também em acumular e concentrar energia na sua mão. A energia necessária era mais que natural ao pokémon, era-lhe familiar a nível anatómico já que fazia parte da sua biologia desde que era uma única célula, por isso, não foi complicado começar a produzi-la e emiti-la através do seu corpo, então, começou a dirigi-la para a sua mão enquanto a erguia, a concentrando toda sob a mesma que começava a adquirir uma aura acastanhada, de início parecia estar tudo bem, contudo, a energia parecia estar longe de refinada e se manifestava de forma selvagem e imprevisível, pelo que quando começou o movimento descendente toda a energia explode sobre uma onda de energia que logo se dispersa.
O Passimian apesar de um natural no uso da energia do tipo lutador parecia ter algumas dificuldades no domínio da técnica já que exigia uma quantidade de poder que ele até agora nunca tinha experimentado usar e por isso tinha algumas dificuldades em controlar tais quantidades de energia. Seja como for tudo indicava que estavam no caminho certo, ele só precisaria de praticar algumas vezes até ele e o seu corpo se habituarem e o macaco achar o seu próprio mecanismo para controlar tanta energia e dominar o golpe.
Esperei, esperei e esperei. O ovo não queria mais se mexer, ele estava me fazendo passar por trouxa mesmo? Bem, saí daquele banco e fui em direção a uma grande pedra próxima dali, subi nela e sentei-me. Mantive segurando o ovo em uma mão e coloquei a outra no queixo -Chocar ou não chocar? Eis a questão... - após dizer isso, ele se mexeu de novo -Aff, tá me tirando? Estava pensando em voltar para perto de Karen, quando... -Ok, já chega de me trollar, já pode parar de se balançar se não for nascer - dessa vez eu estava errado, o ovo voltou a se mexer, só que agora estava rachando, logo a casca começou a cair e o bichinho de dentro, um mamífero de dentro, era um símio.
-Nunca duvidei!
Agora sim, não precisava mais me preocupar em quando o pequeno pokémon iria nascer. Quando o vi, notei uma certa semelhança com o gorila gigante que derrotei em Galar -Muito prazer, eu sou Tyrant - o macaquinho encarou-me então sorriu e apontou para umas flores à vista no gramado -Você quer? - Fui com ele em meus braços em direção a ela, ao chegar perto ele pegou algumas unidades, ele deve ter um gosto natural por flores -Acho que você vai se dar bem com Cupid - isso se levarmos em conta que ela realmente gosta de flores como ele aparenta gostar -Parando pra pensar, eu não conheço sua espécie. Como se chama?
-Grookey!
Grookey, se eu não entendi errado era isso -Seja bem-vindo, Grookey. Vamos indo, ok? - Karen estava para terminar seu treinamento, logo seria bom voltar até lá e ver se ela não precisava de ajuda com algo. Fomos em direção a ela -Como vai o treino? - o recém-nascido assim que a viu estendeu sua mão com uma das flores para entregar à garota, dessa vez não havia Cupid para nos "roubar". Grookey dizia algo, talvez fosse "Pra você! Pra você!".
-Acho que... Ele quer te dar a flor. Bem, como vai o treino?
Fiquei alegre em ver que Arthur tinha sim energia para manipular. Achei até um pouco incrível demais, pois nunca tinha pensado que o símio conseguiria expelir uma... Energia assim.
Quando o Passimian estava para realizar o golpe, entretanto, a energia se dispersou. Seu ataque tinha "falhado", mas ele com certeza estava no caminho certo. Encarei aquilo por algum tempo, com a mão no queixo, pensante. Enquanto pensava, olhei para o lado e vi um pequeno macaquinho verde me estendendo uma flor. Tyrant em seguida me perguntava como estávamos indo.
- Acho que indo bem... Acho.
Me agachei para ficar na altura do pequeno Pokémon.
- Oi, fofinho. - Falei, sorrindo para o pequeno. - Muito obrigada. - Disse, pegando a pequena flor e passando a mão no queixo dele. - Qual é o seu nome? - Perguntei para ele.
Ouvi um "CAHAM" vindo atrás de mim e me levantei. Era Arthur, de braços cruzados, me encarando com ciúmes.
- Ah, me desculpe, Arthur. Vamos terminar isso! - Falei, batendo uma palma e me direcionando para o Pokémon. - Hum... Precisamos... Precisamos de mais concentração, eu acredito! - Falei. - Ou mais sentimento! Você está sentindo algo agora?
O Pokémon coçou sua cabeça e inclinou ela levemente para a esquerda, arqueando suas sobrancelhas. Estava na dúvida do que eu queria dizer.
- Uma vez me foi dito que precisamos canalizar nossas energias com um sentimento! Raiva ou Amor, coisas assim. - Falei. - Eu não sei se isso faz sentido, mas iria sugerir que você tentasse se concentrar em um objetivo, um sentimento, e canalizasse isso em sua mão. Aí depois você... Golpeia as tábuas. Faz sentido? - Olhei para Tyrant. - F-faz?
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Após repensar um pouco sobre a situação, Karen deu mais uma possível dica que poderia ajudar o símio a concretizar o golpe que assentiu imediatamente e pareceu animado com a ideia.
Os primeiros movimentos foram exatamente os mesmos mas a energia manifestada era ainda em maior intensidade e cobriu toda a mão do pokémon criando uma aura que assumia a mesma forma que a sua mão, parecendo até que a sua mão era maior do que realmente era. Então... O movimento descendente quase impossível de ser acompanhado se deu e a sua mão atravessou as tábuas como se não fossem nada, literalmente uma faca atravessando manteiga. Ele chegou mesmo a atingir o chão, já que nem Arthur esperava tanta potência, o que causou uma onde de energia que fazia os pilares de tijolo caírem e se racharem um pouco.
Se faziam parte de alguma obra era melhor não os usar agora...
Para além disso, Tyrant via o nascimento de mais um monstrinho que já era utilizado pelo seu treinador para oferecer flores a Karen, utilizando da sua fofura como uma forma de se aproximar da moça subtilmente. Afinal... Garotas não resistem a coisas fofas, né?
Mas bem... E agora... Era o fim? See you next time?
Não consegui deixar de exclamar de felicidade quando Arthur conseguiu finalmente quebrar as tábuas. Sua força tinha sido impressionante! Até eu entender o que tinha acontecido na cena demorou um pouco. Foram alguns segundos para a ficha cair e eu perceber que ele tinha golpeado as tábuas com tanta força que quebrou todas elas.
- Perfeito, Arthur! - Disse, me aproximando do Pokémon. Ele apenas fez novamente sua careta e pegou seu coco, abraçando ele.Você foi muito bom agora. Conseguiu aprender o movimento direitinho! - Após dizer isso, eu pegue minha Pokedex e retirei o CD dela. Andei até Tyrant e entreguei o tal TM para o rapaz.
- Muito obrigada, Ty. - Falei. - Acredito que agora eu esteja mais preparada para ajudar... De alguma forma.
Eu fiquei me perguntando o que poderia fazer de útil por lá... Além disso, eu só tinha dois Pokémon, sendo que Arthur era bem forte, mas Percy... Era apenas um recém-nascido. E eu ainda tinha dois ovos que supus que vão demorar para nascer, mas nem disso eu tinha certeza... No final de contas, não sei se poderia ser de muita utilidade.
- Estou preocupada, Ty. - Comentei. - Eu quero ajudar Saffron, mas... Eu nem sei se tenho ferramentas para isso... Se eu esperasse esses ovos nascerem, teria mais ajuda, mas... Vai que o que nasce de dentro deles é algum Pokémon pequeno que nem Percy? - Indaguei. - Acho que talvez deveríamos ir logo, não é? Eu não sei bem...
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A com uma execução perfeita Karen e Arthur encerravam o treinamento do TM, item este que a garota me devolveu logo em seguida e me agradecendo ao fazê-lo -Por nada, Karen - peguei o disco e o guardei em seu compartimento, depois o coloquei na área correta de minha mochila. Depois do término da atividade, ela disse estar mais confiante, mas também com medo... Medo de não poder ajudar e de não ser útil para reverter aquela situação. A verdade era que... Eu também sentia algo parecido, mesmo tendo uma equipe boa o suficiente para ajudar, será que seríamos capazes de fazer isso? A região acabara de voltar do fundo do oceano e sua estrutura provavelmente estaria destruída, por isso...
Não pense nisso... Karen... Eu também tenho medo... Medo de não conseguir ajudar, mas eu sei que eu preciso fazer isso. É por isso que eu não posso duvidar de mim mesmo agora. Quando a evacuação para Hoenn começou, eu não pensei que chegaríamos a esse ponto e eu não sei o que fazer, eu acho que não vamos saber até chegar lá.
Karen disse que não sabia se tinha as ferramentas necessárias para isso. Ferramentas físicas para ajudar a construir prédios? Não, pelo menos não interpretei dessa maneira, eu pensava que ela falava de sua própria capacidade e competência para coordenar essa atividade entre sua própria equipe. Sendo sincero, talvez eu também não tivesse. Ao continuar falando, segurei as mãos da treinadora.
-Sabe... Você não vai fazer isso sozinha, porque eu... Eu... Eu vou estar ali com você e vou tentar ao máximo te ajudar a achar soluções para o que precisar. Vou ficar ao seu lado e te ajudar com o que precisar, então... Me ajuda... Me ajude também.
Disse a última parte com uma voz quase de choro. Na real, a carga emocional naquele momento era grande, estava segurando o choro por um bom tempo na tentativa para quando chegasse a hora de encarar a situação eu não tivesse problemas, mas não era assim que as coisas funcionavam, não é? Estamos falando de minha casa aqui, a casa de minha família e do lugar onde passei toda a minha vida em ruínas, não era uma situação comum como qualquer outra. Não sabia como Karen estava se sentindo, mas queria passar confiança para ela, mesmo não demonstrando tanta em mim... Não é como se eu estivesse confiando em mim mesmo como antigamente nesses últimos tempos...