Cobrindo o perímetro

A orgulhosa Mauville, cidade no coração de Hoenn, fora contemplada com um evento de pura elegância organizado pela sociedade The Wolves, da qual o jovem Igneel Scarlet era membro.

A mando de seu - glorioso e destemido (?) - líder, o treinador fazia uma especie de segurança na porta do restaurante Lua Nova. Como estava tudo tranquilo e nenhum dos competidores resolveu por fogo num champanhe e explodir os concorrentes (talvez pelo fato de não ser um evento oficial com premiações de fitas) Igneel tinha algum tempo para si. O natural de Pallet decidia por fim interagir com sua Chimchar, que reagia bem ao apelido solar.

OFF: Olá IG, quanto tempo não interagimos. Espero que seja uma rota proveitosa de interação com seus companheiros. Qualquer dúvida (ou erro) não deixa de me notificar, okay? Eu só não entendi onde exatamente você está e deseja treinar (bora evoluir esse Lavitar).

Certo de que uma caminhada poderia fazer bem para ele e sua Chimchar, Igneel decidia se afastar um pouco da aglomeração de pessoas, lojas e outras coisas, que formavam o centro de Mauville. Então, junto com seus pensamentos e a inicial do tipo Fogo de Sinnoh, Scarlet andava sem rumo na vida, apenas curtindo o momento.

Quando menos restaurante chiques surgiam e mais churrasquinhos de rua brotavam era sinal de que a favela estava presente! O aspecto de sujeira infelizmente também aparecia, sendo um problema de desleixo do governo da cidade. A pobreza também alcançava grandes cidades. Alguns moradores de rua faziam fila para comer a sopa de voluntários de uma seita qualquer. Dois dos que Ig conseguiu ver usavam camisetas com imagens de Kanto. Provavelmente cidadãos que perderam tudo e não conseguiram recomeçar do zero em outro lugar.

O treinador tinha se afastado do centro procurando os "melhores locais", mas no momento só via miséria e alguns petiscos baratos por 1 pk. Foi então que ouviu um psiu. Ao olhar para os lados e procurar, avistou uma mulher alta e de ossos largos. Ela usava tranças nagô e tinha um pokémon noz meio mal encarado.

— Psiu, coé cara! Ta procurando uma parada maneira? - Ela saia do beco de braços cruzados e cuspia no chão. - Bela macaca essa a sua, ta afim de trocar?

A voz da garota era bem rouca e o rosto cheio de erupções faciais não melhorava muito o diálogo.

OFF: Seus "locais" estavam desatualizados, confira se suas experiências e demais estão ok e me avise qualquer coisa.

O natural Pallet foi pego de surpreso ao chegar numa região esquecida da metrópole. O bairro, não muito longe do lixão por qual Igneel visitara, necessitava de uma ação solidária urgente. Talvez com o retorno de Tohjo algumas daquelas pessoas poderiam esquecer os últimos dois anos e seguir com suas vidas, graças a Sienna Co. e aos voluntários que em breve fariam um serviço de qualidade para o continente antes inundado.

Enquanto o rapaz conversava, do seu jeito, com a estranha ali, Sun e o Pokémon Noz dela se estranhavam entre fungadas e longas inspeções. Isto até a treinadora tomar um susto com o jeitão de Ig.

— Ih qual foi, tu é cana? - A garota estava com receio de se envolver com Igneel pela forma como ele agiu, sem o mínimo de normalidade falando das coisas bacanas.

O Noz fazia uma acrobacia e escalava a treinadora, ficando no ombro dela, agarrando-se a uma das tranças, preparado para atacar caso Igneel não conseguisse convencer que não fazia parte da polícia de Hoenn.

Com o aumento de voz da garota, outras pessoas olharam feio para Scarlet.

OFF: Verifiquei a troca de contatos e atualizei ^^

Algo em Igneel fazia com que as pessoas pensassem o melhor dele. Seriam as roupas? As falas? As ações de bom moço? Ou teria um mistério por trás daquele rostinho moreno? De qualquer forma, o universo parecia querer que ele se alistasse para algum serviço militar, como a polícia pokémon ou talvez até os patrulheiros. Não era uma vida de glamour, como a profissão que os artistas de coordenação pokémon tinham nos concursos, como aquele que acontecia no restaurante Lua Nova, mas era um emprego justo, apesar de que as vezes a justiça falhava. Isso ficava evidente com expressões de pessoas como aquelas que ele encontrava. O que fazer quanto a isso? Não é tarefa do narrador.

Todavia, analisando a fala e as ações do jovem, a garota relutava em acreditar, mas parecia ceder. O companheiro semente dela nem tanto, mas aí já era outra história.

— run... Ta certo. Nesse caso eu conheço um lugar. Vem comigo! - Ela começou a caminhar na direção sul, que dava para algumas vielas. - Sou Brunzetta, aliás.

O que Igneel faria? Seguiria Brunzetta e seu Pokémon para onde ela guiaria?

Seguindo Brunzetta, o treinador ficava esperto. Por mais que ela não demonstrasse mais desconfiança, ele não confiava 100% na situação. Mas quem poderia culpá-lo? Estava sendo guiado por alguém estranho para um lugar aleatório sem ter avisado nenhum amigo ou familiar. Será que notariam se ele sumisse? De toda forma, Igneel tinha que manter as vozes de sua cabeça - vulgo narrador - no controle e tomar suas próprias atitudes.

Como ainda era de tarde, nada parecia muito sinistro, só mal planejado e sujo. Um bueiro aberto, onde ele quase meteu o pé, se Brunzetta não tivesse avisado; Corredores pequenos que davam para acessos de casas menores que um dos quartos da sede da sociedade; Muitos fios pendurados nos postes de maneira perigosa. No entanto, também tinha alegria e esperança. Algumas crianças jogavam bola num campinho de terra mais a frente; Vizinhas fofocavam de suas varandas, quase coladas.

— Alguns treinadores vem aqui para batalhar e apostar, mas não é pra ficar encarando ninguém nos olhos! - disse a treinadora brutal, cuspindo no chão, demonstrando descosto com o fedor de esgoto.

Ela apontava para uma entrada subterrânea, sem placa nenhum indicando ser um lugar de batalhas. Provavelmente era ilegal já que envolvia apostas.

— Tenta ser mais descolado, sei lá - ela dava a dica antes de abrir a porta e descer, aguardando Ig lá embaixo.

Durante o breve momento que a porta da entrada ficou aberta, o jovem Scarlet ouviu alguns gritos e aplausos. Ou estavam muito animados ou alguém estava sendo torturado. O que o treinador faria?