Resumo :
Ir para Lilycove, por favor.
Chegando na base de Sienna, tivemos algum tempo para descansar. Ou melhor, eu tive, pois minha humana estava tão ocupada tentando tirar a terra e o cimento do cabelo que nem pôde relaxar. Apesar de tudo o que passamos durante aquele serviço voluntário, tenho a impressão de que o maior sofrimento para Yoshiro foi ter se sujado tanto - logo ela, fresca como é. Por fim, após quase uma hora no banho e depois de ter gastado metade do estoque de shampoo da ilha, a menina se deu por satisfeita e pudemos sair para jantar.
Felizmente, ofereciam aos voluntários um verdadeiro banquete, eu e os outros Pokémons adoramos. Já nossa treinadora, por outro lado, estava com tanto sono que mal pôde aproveitar a comida. Após um tempo lutando para não cochilar em cima da mesa, ela notou que já tínhamos terminado e retornou meus colegas de time para suas Pokébolas. Então, acenou para mim, murmurando um embargado “está na hora de ir”. Nossa missão neste lugar já tinha terminado, era hora de voltar para casa.
Dessa vez, não precisei contar com o péssimo senso de direção da minha treinadora: eu mesmo fiz questão de decorar o caminho até a seção de transportes, para evitar que nos perdêssemos de novo naquela gigantesca ilha. Graças a mim, o percurso foi tranquilo, sem dobrar na direção errada, andar em círculos e nem invadir salas de acesso restrito. Nenhum cientista precisou brigar conosco dessa vez. Yoshiro me seguia em passos trôpegos, quase se arrastando pela estrada em uma débil tentativa de não render-se ao cansaço. A menina realmente não estava acostumada a fazer tanto esforço… o trabalho em Ecruteak conseguiu exaurir suas energias ainda mais do que a mansão mágica da rota 110.
Por sorte, o porto não era muito longe. Chegando lá, um funcionário da Sienna Co. perguntou a Yoshiro para onde ela queria ir. Slateport, com certeza. É a única cidade que conhecemos até o momento, lá poderemos planejar melhor nossa jornada antes de seguir viagem. Nenhuma outra escolha tem sentido.
- Vou naquele. - Apontou para o navio mais próximo, mesmo sem saber para onde ele se dirigia. À essa altura, tudo o que a garota desejava era poupar suas pernas de uma caminhada maior, e qualquer atalho (por mais arriscado que fosse) era muito bem-vindo.
- Ah, você vai para Lillycove? - Hein? Espera, não! É Slateport, humana. Não temos nada o que fazer em Lillycove, nem sei que lugar é esse.
- É, pode ser. - Cansada demais para corrigir o homem, Yoshiro saiu arrastando sua mala para dentro do navio, deixando-me pasmo atrás dela.
“E-ei, Yoshiro! Você não pode fazer isso! Nem sabe onde essa cidade fica!” Fosse por não me entender, fosse por não se importar, a garota simplesmente me ignorou. Seguiu para o interior da embarcação, mais parecendo um zumbi do que uma pessoa, e jogou-se na cama do primeiro dormitório que encontrou. Tentei fazê-la levantar, mas outra vez não houve resposta. Será possível que essa pirralha já dormiu!? Ai ai… que treinadora problemática me arranjaram. Por culpa dela, agora vamos parar em uma cidade onde nunca pisamos antes, sem o menor preparo ou planejamento. Não dá pra acreditar... "Pelo amor de Arceus, Yoshiro… minha vida seria muito mais fácil se eu pudesse simplesmente te colocar em uma Pokébola."