005 - ADIRE AD ALTER

Adire ad Alter

Finn, talvez um pouco chateado por ter sido descoberto, logo se animava com a iminente curiosidade abrir a caixinha do Ranger, praticamente arremessando a tampa longe quando a pegou com a boca para abri-la. Dentro havia uma escama cor-de-rosa, bonita até, mas sem muita utilidade por agora. Galahad, preguiçoso, somente se aconchegava no colo de sua treinadora, caindo em um sono quase que instantâneo; pelo que parece, o Pokémon é bem orgulhoso, já que era capaz de ter se chateado com sua performance na tenda de força.

Não era muito difícil encontrar a barraca de arqueologia, honestamente. Diferente das menores que vendiam TRs, doces e tudo mais, essa era um pouco maior, com um rapaz vestido no estilo Shimmer Jones, com direito a chapeuzinho e roupas típicas semelhantes às usadas em desertos. Ah, segurava também um chicote no formato de uma Seviper, batendo no chão para chamar atenção dos transeuntes. Um grande Flygon feito completamente de areia — bem firme, por sinal! — estava disposto em sua frente, como uma grande estátua, assim como um grande castelinho, identificado com uma plaquinha como "Palossand, o Rei das Areias", uma espécie de fantasma que se incorpora sobre a sílica. Com uma entrada bem ampla, a fila desse já não estava tão grande quanto a dos demais, mas a fila VIP se encontrava vazia, somente aguardando o nosso casal.

— SEJAM BEM-VINDOS! POR FAVOR, REVERENCIEM O NOSSO REI! — o baixo rapaz batia o chicote no limítrofe entre a areia e o chão, o que chamava a atenção do Pokémon terrestre, que mexia seus bracinhos-torres de um lado para o outro — Vejo que possuem a grande pulseira enviada dos Deuses! — adorou à Tyrant e Karen, buscando a mão da especialista e lhe dando um leve beijo; aliás, o olhar de Finn era completamente encantado por toda aquela teatralidade exagerada, algo que até mesmo chamava atenção de Galahad, que abria um único olho disfarçadamente para também observar o funcionário e seu Pokémon — Venham, venham! Nossos tesouros aguardam por vocês!

Deixando o fantasma para trás, que ainda brincava de manter seu enorme Flygon bem firme, o responsável pela barraca acompanhava nosso casal para dentro. Inclusive, o chão era todo coberto de areia, com suas paredes e tetos decoradas bem no estilo desértico, com lampiões, cantis, toras de madeira com fogo, tudo isso trazendo um pouco do aspecto que se espera encontrar em um local como aquele. Abriu uma porta, que dava para uma varanda e um ambiente circular mais baixo, semelhante à um poço bem fundo. Com uma luz amarelada e areia caindo dos buracos que haviam entre os paralelepípedos da parede, dava para ver que por mais que mais areia entrasse, a quantidade ficava a mesma, provavelmente obra do Rei das Areias. Uma queda dali até que machucaria, mas parecia ser o único problema de fato naquele local.

— Fiquem daqui da bancada e arremessem essa vara de pescar especial! — o funcionário entregava duas, uma para cada; ao invés de possuir um anzol, havia uma garra ao final da linha, a qual era acionada com um botão na base do objeto — Quando se sentirem prontos é só apertar e puxar de volta! Rezem muito para nossos Deuses para conseguirem uma boa pescaria! — se direcionou à porta, fechando-a atrás de si — Quando terminarem é só me encontrar do lado de fora!

Hora da pesca, então, né?

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E não é que a sorte sorriu para o nosso casal?

Despretensiosamente, Karen jogava sua garra-anzol naquele monte de areia, apertando o botão um tanto quanto rápido demais. Muitos diriam que isso diminuiria as chances de conseguir algo bom, né? Pescaria tem que ter paciência e tudo mais. O que acontecia era exatamente o contrário: quando a especialista puxava a garra de volta, uma grande bola dourada conhecida como Big Nugget e de imenso valor de venda estava presa na engenhoca. Tyrant e Finn também acabavam por dar bastante sorte, conseguindo uma Pearl.

E antes mesmo que pudessem sair, era como se o funcionário percebesse que já haviam pescado uma vez, abrindo a porta que anteriormente havia fechado. Sinalizou com a cabeça, indicando que o seguissem uma vez mais. Passando por mais alguns corredores, o próximo cômodo agora era bem simples, grande e espaçoso com muita, muita areia.

— Agora é hora de colocar a mão na massa! — brincou, entregando um kit com uma pá e uma enxada para cada um — Que casal de sorte, hein! — sorriu, já saindo de volta pela porta — Vocês sabem o procedimento, estarei aguardando aqui fora! Boa sorte!