Off :
Então, estou aqui tendo a honra de fazer uma rota com o ser mais adorável deste fórum (também conhecida como @Shianny), para podermos apresentar melhor uns dois certos individuozinhos. Tudo vai se passar dentro dos limites da Virtuum e não terá relação direta (ainda) com as rotas que nossas personagens estão tendo no momento.
“Que lugar escuro… onde eu estou? Não lembro de ter vindo até aqui. Na verdade, não posso dizer que lembro de muita coisa… apenas sinto minhas patas se moverem, obrigando-me a seguir em frente, embora não seja nenhum desejo racional que as empurre. Por mim, eu continuaria parado bem aqui, até descobrir o que está acontecendo… infelizmente, meu corpo não parece muito disposto a seguir meus comandos.
Após alguns minutos, senti o ar ao meu redor mudar. A umidade aos poucos aumentava, agraciando minhas barbatanas com uma sensação de conforto e pertencimento. Havia água por perto, muita dela… onde, exatamente? Não tenho certeza, mas preciso encontrá-la. Onde quer que ela esteja, é para esse lugar que preciso ir. Por natureza, é o meu lar, sei que lá estarei seguro.
Por sorte, não foi muito difícil achar. Pude seguir uma guia que tão encarecidamente surgiu em meu caminho: uma luz prateada no céu, capaz de cortar parte do breu que me cercava. Deve ser a lua, claro. Até sorri pela minha boa sorte, correndo ao encontro do seu brilho sem nenhuma hesitação. De fato, ela me guiou até um vasto e deslumbrante lago, de água tão límpida que senti minhas brânquias vibrarem de alegria. A sensação de estar ali era tão boa… fez toda a minha insegurança desmanchar-se.
Já não me importava descobrir que lugar era aquele, ou como eu tinha chegado ali. Apenas ergui meus olhos aos céus, sorrindo para a minha guia em agradecimento por sua benevolência. Ainda fiquei alguns instantes mirando-a, encantado por tê-la como companhia, até que ela… retribuiu meu olhar. Uma risada mansa, mas estranhamente maliciosa, ecoou logo acima de mim, fazendo um calafrio percorrer meu corpo. Algo ali estava errado… muito errado...
Percebi com um segundo de atraso que aquela não era a lua. Penas prateadas caíram sobre a minha cabeça, seguidas por uma ventania tão violenta que arrancou-me para fora da água. As mesmas risadas de antes tomaram o ambiente, e pude ver aquele brilho prateado deformar-se no céu noturno, aos poucos tomando a forma de… asas?
“Sa...” Ouvi uma voz débil ao longe, contudo, estava tão hipnotizado por aquela luz que mal dei atenção. Ela bailava sobre a minha cabeça, em movimentos tão graciosos que eu não conseguia tirar meus olhos dela… e foi com essa mesma elegância que conjurou uma segunda rajada de vento, jogando-a diretamente contra mim.
Ergui-me com dificuldade, meu corpo parecia mais pesado que o normal. Não dava tempo de desviar… meu único reflexo foi formar uma esfera de água e jogá-la contra o chão, fazendo uma enorme onda se erguer ali. De nada adiantou - aquelas navalhas de ar partiram-na ao meio, minha última defesa foi destruída como se não fosse nada. Eu... sempre fui fraco assim?
Aquele golpe me lançou outra vez de encontro ao lago. A água ardia em meus ferimentos já abertos, tingindo-a de vermelho ao passo que me arrancava um lamento sôfrego. Enquanto isso, o baile continuava nas alturas, anunciando em risos zombeteiros que aquilo ainda não havia terminado. No entanto, por mais que a vontade de lutar estivesse em todo o meu corpo, eu não conseguia me mexer. Embora eu estivesse na minha área de domínio, meus músculos simplesmente… travaram… não pude fazer nada além de observar aquele ser nos céus, torcendo para que o desespero não estivesse tão evidente em meu rosto. Não quero morrer como um covarde...
“Sapphire…” A mesma voz de antes ecoou em meus ouvidos, um pouco mais alta. Dessa vez, um calafrio percorreu minha espinha. Onde eu já a ouvi…? Parece-me tão familiar…”
- SAPPHIRE! - Um grito estridente me fez acordar em um sobressalto; tentei colocar-me de pé, contudo, minha pata se enrolou em algum pano e me fez perder o equilíbrio, caindo de cara no chão. Espere aí, chão…? Não, é macio demais para ser isso.
Com a mente ainda aturdida, demorei um par de segundos para voltar aos meus sensos. Por sorte, as cobertas quentes e confortáveis, o espaço arejado e a mobília muito bonita e bem-arrumada criavam uma atmosfera bastante acolhedora, que aos poucos acalmou meu coração ainda aos pulos. Eu conhecia bem aquele lugar: era um dos dormitórios pertencentes à Virtuum, o qual caridosamente fora oferecido à minha treinadora enquanto ela estivesse na mansão.
E, falando na menina, ela estava sentada bem na minha frente, com os braços cruzados e um olhar irritado, mas também nebuloso de sono. Uma cara de quem acabou de acordar contra a vontade, e não gostou nada disso. O motivo era bem óbvio: a humana estava encharcada dos pés à cabeça, tremendo de frio e com os cabelos pingando tanto que lembravam o céu noturno em uma noite tempestuosa.
- Pode parar de inundar nosso quarto, por favor? - Reclamou, lançando-me um olhar incriminatório e apontando para o teto, onde pesadas nuvens de chuva haviam se formado.
“Ah… opa, desculpa…” Encolhi-me entre minhas cobertas, envergonhado. Acidentes como aquele não eram comuns, mas aconteciam de vez em quando… o Rain Dance não é tão fácil assim de controlar. Basta um estresse aqui, uma dor de cabeça ali, e “plin”, uma tempestade inteira começa a surgir sobre a minha cabeça sem eu nem reparar. “Mas não sei desfazer isso. Ela vai passar sozinha.” Balancei a cabeça, desesperançoso, só para reforçar o que dizia. Afinal, humanos não escutam muito bem.
- Acho que não tem jeito, né? - Yoshiro suspirou, frustrada, mas bem menos enraivecida do que eu estaria no lugar dela. - Vá dar uma volta, eu arrumo essa bagunça quando a chuva parar.
Não tive coragem nem de erguer a cabeça para encará-la, muito menos para discutir. Apenas saí do quarto, já me sentindo um perdedor nas primeiras horas da madrugada. Esse dia mal começou e já estou torcendo para que ele acabe...
Dentro da mansão não tinha nada para fazer, principalmente àquela hora. Por isso, decidi ir ao jardim, quem sabe um pouco de ar puro me faça bem… embora minha vontade de ver a lua agora realmente não seja das maiores.
Após alguns minutos, senti o ar ao meu redor mudar. A umidade aos poucos aumentava, agraciando minhas barbatanas com uma sensação de conforto e pertencimento. Havia água por perto, muita dela… onde, exatamente? Não tenho certeza, mas preciso encontrá-la. Onde quer que ela esteja, é para esse lugar que preciso ir. Por natureza, é o meu lar, sei que lá estarei seguro.
Por sorte, não foi muito difícil achar. Pude seguir uma guia que tão encarecidamente surgiu em meu caminho: uma luz prateada no céu, capaz de cortar parte do breu que me cercava. Deve ser a lua, claro. Até sorri pela minha boa sorte, correndo ao encontro do seu brilho sem nenhuma hesitação. De fato, ela me guiou até um vasto e deslumbrante lago, de água tão límpida que senti minhas brânquias vibrarem de alegria. A sensação de estar ali era tão boa… fez toda a minha insegurança desmanchar-se.
Já não me importava descobrir que lugar era aquele, ou como eu tinha chegado ali. Apenas ergui meus olhos aos céus, sorrindo para a minha guia em agradecimento por sua benevolência. Ainda fiquei alguns instantes mirando-a, encantado por tê-la como companhia, até que ela… retribuiu meu olhar. Uma risada mansa, mas estranhamente maliciosa, ecoou logo acima de mim, fazendo um calafrio percorrer meu corpo. Algo ali estava errado… muito errado...
Percebi com um segundo de atraso que aquela não era a lua. Penas prateadas caíram sobre a minha cabeça, seguidas por uma ventania tão violenta que arrancou-me para fora da água. As mesmas risadas de antes tomaram o ambiente, e pude ver aquele brilho prateado deformar-se no céu noturno, aos poucos tomando a forma de… asas?
“Sa...” Ouvi uma voz débil ao longe, contudo, estava tão hipnotizado por aquela luz que mal dei atenção. Ela bailava sobre a minha cabeça, em movimentos tão graciosos que eu não conseguia tirar meus olhos dela… e foi com essa mesma elegância que conjurou uma segunda rajada de vento, jogando-a diretamente contra mim.
Ergui-me com dificuldade, meu corpo parecia mais pesado que o normal. Não dava tempo de desviar… meu único reflexo foi formar uma esfera de água e jogá-la contra o chão, fazendo uma enorme onda se erguer ali. De nada adiantou - aquelas navalhas de ar partiram-na ao meio, minha última defesa foi destruída como se não fosse nada. Eu... sempre fui fraco assim?
Aquele golpe me lançou outra vez de encontro ao lago. A água ardia em meus ferimentos já abertos, tingindo-a de vermelho ao passo que me arrancava um lamento sôfrego. Enquanto isso, o baile continuava nas alturas, anunciando em risos zombeteiros que aquilo ainda não havia terminado. No entanto, por mais que a vontade de lutar estivesse em todo o meu corpo, eu não conseguia me mexer. Embora eu estivesse na minha área de domínio, meus músculos simplesmente… travaram… não pude fazer nada além de observar aquele ser nos céus, torcendo para que o desespero não estivesse tão evidente em meu rosto. Não quero morrer como um covarde...
“Sapphire…” A mesma voz de antes ecoou em meus ouvidos, um pouco mais alta. Dessa vez, um calafrio percorreu minha espinha. Onde eu já a ouvi…? Parece-me tão familiar…”
- SAPPHIRE! - Um grito estridente me fez acordar em um sobressalto; tentei colocar-me de pé, contudo, minha pata se enrolou em algum pano e me fez perder o equilíbrio, caindo de cara no chão. Espere aí, chão…? Não, é macio demais para ser isso.
Com a mente ainda aturdida, demorei um par de segundos para voltar aos meus sensos. Por sorte, as cobertas quentes e confortáveis, o espaço arejado e a mobília muito bonita e bem-arrumada criavam uma atmosfera bastante acolhedora, que aos poucos acalmou meu coração ainda aos pulos. Eu conhecia bem aquele lugar: era um dos dormitórios pertencentes à Virtuum, o qual caridosamente fora oferecido à minha treinadora enquanto ela estivesse na mansão.
E, falando na menina, ela estava sentada bem na minha frente, com os braços cruzados e um olhar irritado, mas também nebuloso de sono. Uma cara de quem acabou de acordar contra a vontade, e não gostou nada disso. O motivo era bem óbvio: a humana estava encharcada dos pés à cabeça, tremendo de frio e com os cabelos pingando tanto que lembravam o céu noturno em uma noite tempestuosa.
- Pode parar de inundar nosso quarto, por favor? - Reclamou, lançando-me um olhar incriminatório e apontando para o teto, onde pesadas nuvens de chuva haviam se formado.
“Ah… opa, desculpa…” Encolhi-me entre minhas cobertas, envergonhado. Acidentes como aquele não eram comuns, mas aconteciam de vez em quando… o Rain Dance não é tão fácil assim de controlar. Basta um estresse aqui, uma dor de cabeça ali, e “plin”, uma tempestade inteira começa a surgir sobre a minha cabeça sem eu nem reparar. “Mas não sei desfazer isso. Ela vai passar sozinha.” Balancei a cabeça, desesperançoso, só para reforçar o que dizia. Afinal, humanos não escutam muito bem.
- Acho que não tem jeito, né? - Yoshiro suspirou, frustrada, mas bem menos enraivecida do que eu estaria no lugar dela. - Vá dar uma volta, eu arrumo essa bagunça quando a chuva parar.
Não tive coragem nem de erguer a cabeça para encará-la, muito menos para discutir. Apenas saí do quarto, já me sentindo um perdedor nas primeiras horas da madrugada. Esse dia mal começou e já estou torcendo para que ele acabe...
Dentro da mansão não tinha nada para fazer, principalmente àquela hora. Por isso, decidi ir ao jardim, quem sabe um pouco de ar puro me faça bem… embora minha vontade de ver a lua agora realmente não seja das maiores.