Alola, Kanto!

Domingo, 10:30 h - Rota 10, Arredores de Lavender

Depois de um trajeto bem difícil para Timothy, a dupla finalmente alcançou a parte mais baixa do caminho. O Guia estava arrasado e, enquanto Ame escolhia um dos caminhos a seguir, ele simplesmente sentou-se no chão, desabando e trazendo Beedrill de volta para a esfera. A Coordenadora observava suas opções e sentia que era um excelente momento para pescar, inclusive perguntando se Timothy não queria participar da sessão. O rapaz, ainda meio desorientado, apenas esticou o braço, segurou a Old Rod e concordou com a cabeça — Eu, acho que tudo bem, né...? — Comentou ele, olhando ao redor — Ainda não estamos na Praia exatamente, ela começa ali embaixo do Píer, basicamente... — Explicou, ainda sentado.

A faixa de areia realmente começava ali, mas bem estreita e cheia de pedras. Tinha mais espaço na parte próxima dos tocos de madeira que sustentavam o píer, exatamente para onde os Shellder e Krabby fugiram com a aproximação dos treinadores. Eles eram espertos, pois sempre viam pessoas passando e por isso corriam. Entretanto, era provável que os exóticos Pokémon estrangeiros não fossem tão ligados assim. — Ok, vamos pescar! — Decidiu-se Timothy, levantando e começando a caminhar para o espaço com maiores rochas e que avançava em direção ao mar. Contudo, ele simplesmente parou após o terceiro passo e virou-se, fazendo sinal de que era melhor manterem silêncio... — Tá ouvindo isso? Acho que tem Pokémon por perto, vamos ver se algum aparece! — Sussurrou, abaixando-se entre as pedras para não assustar quem é que fosse. O que estaria se aproximando?

Domingo, 10:30 h - Rota 10, Arredores de Lavender

Ame havia passado por uma longa descida e só queria relaxar, pescar e depois caçar Pokémon, mas... Não foi isso que o destino reservou para ela aparentemente. Timothy, depois de levantar do breve descanso e a seguir para as pedras, acabou notando a presença de um Pokémon bastante diferente e colorido aproximando-se. Aparentemente a criatura não tinha notado a presença dos humanos, pois dançava sozinha, uma espécie de "dança flamenca". Era bem... Diferente, né? — Está vendo Ame? É um Oricorio! Um Pokémon que pode ter vários tipos diferentes, depende da flor com a qual se alimentam... Interessante, né? Esse aí é do tipo Fogo e Voador — Explicou, andando sorrateiramente pelas pedras para uma visão melhor e também para não acabar sendo visto, podendo causar uma fuga.

— Bem, meu trabalho é ser o Guia. Eu não vou me envolver em batalhas... Mas fique a vontade para lidar com o Pokémon. Alguns preferem tentar uma abordagem mais suave com o Pokémon, outros vão direto para a batalha. Você que decide! — Sussurrou, explicando as opções da Coordenadora. Enquanto isso, Oricorio dançava e apenas parava quando encontrava alguma coisa interessante entre as pedras, tentando bicar para pegar. Era uma boa oportunidade para abordá-lo. As opções de lugar para fugir eram poucas, exceto é claro se saísse voando. Diante disso, como Ame agiria? Paz ou Guerra?

Domingo, 10:40 h - Rota 10, Arredores de Lavender

Foi realmente surpreendente e anticlimático para Ame quando Timothy a abordou pela presença de algum Pokémon. Entretanto, não era qualquer tipo de surto por parte dele. O Selvagem exótico era bastante real e também incrível aos olhos de Coordenadora da garota. Ame imediatamente imaginou as possibilidades daquele Pokémon em uma apresentação visual ou artística, ainda mais junto de outro voador, como seu Swellow. Ah... Bem, mais ou menos... Desde que havia capturado Swellow no meio de outro Swarm, a garota parecia não ter tido oportunidade para construir um laço tão forte com o Voador. Isso era evidente pela forma como o Pokémon reagia aos seus pedidos...

Ame queria que Swellow se aproximasse do Oricorio e começasse a... Bem... Dançar. Sim, certamente o Pokémon Voador viu isso com bastante estranheza e pareceu rir da Treinadora. Realmente não haveria forma de convencê-lo tão rápido a uma atitude tão longe da sua personalidade. A criatura só queria comer, uma das promessas ofertadas por Ame no momento da captura, afinal... — Não sei se Dançar é uma forma de lidar com um Pokémon Selvagem, mas... Ele realmente é um Pokémon Dançarino, então... Quem sabe? — Comentou Timothy, no momento em que Swellow bateu suas asas para partir na direção de Oricorio. Quando ele pousou com as penas esticadas e seu tamanho superior, bem na frente do adversário, era óbvio que o Voador Selvagem assustou-se.

Entretanto, não havia para onde fugir de um outro Pokémon Voador, o que fez Oricorio desistir de um escape. Swellow parecia ameaçador e aproximou-se com o intuito de atacar, mas apenas quis... Cochicar. Sim, ele começou a sussurrar algo próximo do rubro Pokémon, o que despertou uma risada vindo dos dois, enquanto observavam Ame. Em seguida, simplesmente bateram asas e voaram para um "recuo" das rochas no penhasco. Ali, empoleirado, pareciam bater papo e rir da menina. Que cruéis! O que Ame faria agora? Será que era melhor deixar eles conversando um pouco e resolverem a situação sozinhos enquanto pescava? Ou será que teria alguma forma de ir la´e interferir nesse motim? O que fazer?

Domingo, 10:53 h - Rota 10, Arredores de Lavender

Inicialmente, o ódio corroía Ame por dentro. Como aquelas duas criaturinhas poderiam ter se unido tão rapidamente contra ela?! Certamente a Coordenadora não queria deixar aquela situação "barata", mas também sabia que não valeria a pena ir tirar satisfação com os Pokémon agora, ainda mais querendo capturar um deles. E se a criaturinha se irritasse e simplesmente voasse para longe? Era muito improvável que Swellow fosse impedir isso. Na verdade, ele acabaria "gargalhando" pelo fracasso da sua treinadora. Sendo assim, Ame passava a descontar toda a sua frustração em Timothy, que provavelmente nem se importava com todas as queixas, desde que não o obrigasse a descer ou subir algum paredão de pedras perigoso.

Um pouco antes de começar a carregar o Guia até a praia, em uma inversão de papéis, Ame explicou o motivo de ter tentando o truque da dança. Explicação que parece ter sido convincente o suficiente para Timothy, pois o jovem apenas confirmou com a cabeça o que ela dizia. Não sabemos se por livre e espontânea vontade ou por medo, né? — Compreendo... Realmente, faz sentido... — Disse ele, sendo perguntado em seguida se os dois ficariam bem, apesar de ter sido uma pergunta retórica. E bem... Realmente Swellow e Oricorio não poderiam estar melhores, observando e divertindo-se com as explosões de personalidade de Ame. Eles certamente os seguiriam até a praia, enquanto o Voador da Coordenadora explicava de um ponto bem privilegiado como era a vida com sua treinadora.

Já lá embaixo, Ame trazia Timothy pelo pulso até a região da praia em si. Eles passaram por baixo de uma parte do píer, entre as colunas de sustentação e chegaram uma faixa de areia que dava também acesso a uma mata mais distante. Entretanto, não havia aceso ao píer, pelo menos não por enquanto. O jeito era seguir adiante pela faixa, procurando Pokémon ou aproveitando o momento para pescar. Alguns outros treinadores também faziam isso, mas lá de cima do píer de madeira, voltados para o mar — Aqui estamos... Essa é a praia e depois dela praticamente só a Rota 12 lá no final dessa faixa de areia... Você vai pescar, não é? Então eu vou ficar por aqui sentado nessa pedra. Tudo bem? — Informou Timothy, achando um cantinho para ele, enquanto Swellow e Oricorio vinham voando e pousaram no alto de um poste de iluminação, ainda de olho no que Ame faria...