#006 — Incandeia meu candiá

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Joe passava toda a viagem para a região de Kanto cochilando com sua cabeça encostada no vidro do transporte, o sono estava tão bom que hora ou outra escorria uma baba pelo vidro. Permaneceu assim por um longo tempo, de vez em quando se remexia no banco e encostava sua cabeça no mesmo, depois voltava a encostar na janela. O sono era tão profundo que nem tinha percebido que tinha chego até o seu destino, sendo necessário ser acordado por uma das funcionários daquele transporte. Totalmente sem graça, o rastafari secava aquela baba do vidro e do seu queixo, dava um sorrisinho e agradecia pelo a boa ação. Era visível a necessidade por um descanso desses.

Assim que colocou os pés em Lavender, Yokosuka soltava um longo bocejo e se espreguiçava. Olhava para todos os lados e seus olhos se enchiam de água, era incrível sentir todo aquela sensação de estar de volta para sua cidade natal. Quanto tempo ficava viajando para fora? Ficava se perguntando o jovem e ao mesmo tempo que ficava admirando as mudanças que aconteceram desde a tragédia por toda Tohjo; nem se comparava com o ambiente que tinha encontrado em Tohjo quando estava ajudando a força tarefa de Sienna. Agora se tratava de um ambiente pacato, com uma brisa refrescante de tempos em tempos que bagunçava um pouco seus dreadlocks. Lembrando os bons e velhos tempos daquela cidadezinha.

Não via a hora de visitar a fazenda de sua família e matar a saudade de todos os membros do clã, infelizmente esse momento iria ter que esperar por mais algumas horas. Tinha alguns pokémons perdidos na natureza e que precisavam de ajuda. Antes de prosseguir para a rota 10, Joe retirava da pokébola seu Haunter para também matar a saudades de seu lugar de origem.

— E aí, parceiro. Já sabe aonde estamos? — Disse com um sorriso no rosto e os olhos ainda cheio de água. Haunter olhou para um lado, olhou para o outro e não acreditou onde estava; O fantasminha começou a voar para todas a direções para comemorar a volta na cidade em que nasceu e por fim deu uma lambida em seu treinador, pra mostrar sua felicidade. — Eu também estou feliz por estar de volta! — Deu uma risada. — Mas... — Deu uma pausa dramática, Haunter respondeu revirando seus olhos como insatisfação. — Como posso dizer... Tem alguns pokémons perdidos na Rota 10, lembra dela? Costumavamos ir lá para ver alguns Slowpokes e meditar um pouco. Enfim, parece que esses pokémons eram de um zoológico, sei lá. Não prestei atenção direito. Mas uma coisa eu sei: temos que ajudar. Não é mesmo, amigão? — Haunter balançou seu corpo positivamente.

Sem mais delongas, a dupla seguia na direção da rota do swarm, trocando algumas idéias e relembrando histórias antigas por aquelas áreas.

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Joe e seu fiel amigo adentravam na rota 10, a felicidade por está de volta ao lugar de origem era notória. Ambos pareciam duas crianças felizes caminhando e rindo pela trilha, observavam também toda a extensão do mar e sentiam a brisa refrescante.

Não demoravam muito para localizarem uma aglomeração de pessoas por perto, coisa que não era muito comum naquela rota. É claro que aquilo só poderia significar que aquelas pessoas também estavam por ali para capturar algum desses pokémons diferentões.

— Nossa, tá realmente cheio por aqui. — Disse surpreso para seu Haunter. — Mas se queremos ver algum desses pokémons raros, acho melhor evitarmos essas aglomerações... Pode acabar assustando esses pokémons. — O fantasminha acabou concordando com a idéia do seu treinador e deu um sorriso.

Logo a dupla tentava localizar algum caminho que não tinha pessoas ou que tinha poucas e seguia viagem pelo mesmo.

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Resolvendo ignorar todas aquelas pessoas, Joe e seu Haunter seguiam um caminho ao contrário dos demais. Apenas dava para escutar uma comemoração eufórica por causa da captura de um pokémon pseudo. Sem fazer idéia de qual monstrinho se tratava, o rastafari pegava sua pokédex da mochila e fazia uma rápida pesquisa para mais informações.

— Hmmm... Jangmo-o, é? — Leu todas informações a respeito da criaturinha em questão. — Dragão, lutador... Interessante, pelo visto deve ser um pouco raro. Acho que chegamos tarde... — Suspirou, balançando sua cabeça negativamente; um pouco decepcionado por ter perdido aquela chance.

O momento bad vibes não durava muito tempo, o fantasma cutucava seu treinador e apontava para alguma coisa se mexendo na água. — Boa, amigão! Vamos ver o que é. — Curiosos, a dupla dava uma corridinha e se aproximava daquela direção.

No meio da sua corridinha em direção ao desconhecido, um pequeno crustáceo laranja saltava da água e ficava encarando o treinador. Joe tentava aparentar ser amigável com um sorriso no rosto e se aproximava devagar, para não assustar a criaturinha.

— Érr... Olá? — Puxou sua pokédex e apontou para o pokémon a sua frente para mais informações. — Está tudo bem com você, amiguinho? Por um acaso está perdido, daquele zoologico lá? — Tentou oferecer ajuda para o pequeno. Porém o mesmo não estava para conversa, com sua garra tentou beliscar o pé do rastafari. Por sorte, o jovem conseguiu escapar com um pulinho pra trás e até catou um cavaco, permanecendo em pé ao final. — Opa! Calma aí. Não estou aqui para te ferir ou algo assim. Apenas ajudar... Está com fome? — Pegou sua mochila e retirou um sanduíche, mostrando para o pokémon aquático, ficando atento para saber qual seria a reação.

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Com sua pokédex em mãos, Joe identificava aquele pequeno caranguejo que se tratava de um Krabby, um pokémon nativo daquelas áreas. Pelo jeito, a criaturinha estava bem irritada pela quantidade de pessoas passando pelo local e talvez até com os pokémons que estavam perdidos. Sensibilizado, o rastafari iria tentar ajudar de alguma maneira, ainda mais depois de ver que aquele Krabby não parecia ser um pokémon maldoso; inclusive até achava fofo pelo jeito que comia o sanduíche.

— Tá gostando do lanche? — Tentou puxar assunto com o pokémon a sua frente. Derrepente uma voz feminina surgia das suas costas. — MAS O QUE!? — Gritou assustado, não esperava alguém surgir assim do nada. Ficando totalmente desconfortável depois que percebeu que se tratava de uma ranger. — Ah, perdão, senhora! E-então... E-eu pretendo pegar ele, mas vai depender dele. Não quero deixar ele ainda mais estressado com uma batalha pokémon, sabe? E não custa nada tentar... — Retirou uma pokébola vazia e foi se aproximando ainda mais de Krabby. — O que acha, amiguinho? Esse pessoal todo está te estrassando, né? Não acha melhor seguir viagem com a gente? Assim que voltarmos pra casa terá mais sanduíches como esse, prometo. — Deu um sorriso e apontou a esfera bicolor, deixando o mesmo decidir.

Com a captura ou não, Yokosuka voltaria para perto da Ranger e puxaria um assunto qualquer. — Como está o dia hoje? — Perguntou, se mostrando educado. — Quando vejo um ranger lembro da minha irmã, admiro o trabalho de vocês.