#003 - Verde e Prata

A comemoração da vitória veio principalmente para tirar o pequeno Marill da adrenalina da batalha. Só que aquilo não pôde durar por muito tempo uma vez que tinham uma urgência a resolver: Serena ainda estava perdida naquela floresta estranha e precisava ser encontrada depressa!

Com a batalha, principalmente graças aos golpes de Marill, o espaço que servia de ninho para os insetos agora estava bastante aberto, com galhos, mato e arbustos amassados ou mesmo destruídos. Ainda assim não era um espaço tão grande, sendo suficiente pra até quatro pessoas se deslocassem sem problemas.

Pokémon e treinador então se dividiram em busca de pistas, cada um fazendo uso dos seus melhores atributos. Vincent tinha altura e olhos a seu favor, enquanto Link por ser menor conseguia vasculhar espaços que o garoto talvez não pudesse, além de ter uma audição bem mais apurada também. Mas, foi seu olfato que salvou dessa vez.

A busca já quase parecia infrutífera, levando alguns bons minutos de atenção e ansiedade, quando o aquático foi atraído por algo no lado oposto ao de onde vieram: um emaranhado de delicadas flores que destoava em meio ao verde predominante. A coroa de flores de Serena! Meio destruída e amassada, mas Vincent reconheceria assim que as visse.

Relatório de batalha:
- Marill Lv. 8 [0/169] recebeu 666 de EXP, subindo para o Lv. 11 [57/285], ganhou +7 de happiness [12];
~ Pode aprender Charm, deseja substituir algum move?

Off: Sem problema! Já alterei o apelido dele :3

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Ter finalmente encontrado uma pista de Serena deixava Vincent ainda mais afoito, sabendo que podia estar mais próximo de achá-la. Com a coroa de flores firme numa das mãos ele segui naquela direção, com o forte palpite de que a pequena Cleffa também teria ido por ali.

Marill liderava o caminho, igualmente determinado, mas mais ainda precavido. Só que, infelizmente, nada no cenário parecia mudar de novo. Eram aquelas árvores altas, que às vezes formavam verdadeiros obstáculos no caminho, naquela floresta escura e misteriosa com aqueles olhares vindos de mais cantos do que se podia enxergar.

Houve um instante em que o pequeno aquático hesitou, em dúvida para onde seguir. Foi nesse instante que uma delicada pétala se desprendeu de uma das flores da coroa de Serena e, talvez contrariando algumas teorias Físicas, esvoaçou por alguns centímetros para a direita, pousando sobre a grama e sob um filete da luz prateada do luar que ali conseguia penetrar a copa das árvores.

O pio de uma ave numa árvore próxima antecedeu o breve sussurro, com palavras indistintas que possivelmente só o garoto teria ouvido. Enfim, Marill parecia ter uma resposta, pois desprovido do ceticismo humano ele correu até aquela pétala singular e a farejou, mas precisava questionar se seu treinador acreditava naquele sinal tanto quanto ele.

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Não era mesmo fácil numa situação de aflição ponderar entre a razão e os sentimentos à flor da pele. Sábio era aquele que conseguia refletir decisões numa condição dessas, em que muitos elementos vem à tona para que possamos nos agarrar a eles. Nesse sentido, Vincent agarrava-se, sobretudo, aos instintos de seu Pokémon, aceitando segui-lo.

Link só precisava da aprovação do treinador para correr adiante, deixando para trás aquela pétala misteriosa. Seriam alguns minutos de caminhada apressada, mas pros aflitos com certeza pareceria muito mais tempo. Conforme avançavam a floresta dava alguns sinais sutis que talvez demorassem a perceber: a luz da lua voltava a penetrar com um pouco mais de frequência, indicando que as árvores se tornavam um pouco mais esparsas; por consequência os arbustos e a grama ficavam cada vez maiores, insinuando que o sol também os agraciava por ali.

Foi só depois de contornarem uma grande rocha de obstáculo é que Vincent pôde ver o que se erguia alguns metros mais adiante, uma grande e alta árvore! Não seria preciso pensar muito pra reconhecer a importância daquela anciã que se escondia no meio da floresta, cujo tronco era tão grosso que poderia ser abraçado por várias pessoas, juntas; tão alta e densa que tinha uma clareira só para si, formando um anel a seu redor. Decerto era um ponto de referência importante dentro da caverna verde. Para humanos e para Pokémon também. Link vibrava ao vê-la.

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Petalburg Woods era, sem dúvidas, um ponto de encontro muito inusitado, principalmente pra pessoas que ainda não se conheciam, não tinham o contato um do outro, e que uma das partes estava visivelmente perdida. Por isso, Igneel encontraria alguma dificuldade em encontrar Vincent ali dentro, ainda mais sem saber que o garoto seguia se deslocando pela floresta.

Era uma noite fria e silenciosa na floresta, e tudo que amenizava isso eram os pontos em que o luar ainda penetrava por entre a vegetação. Contudo, vindo pela entrada da cidade de Petalburg, não seria tanta surpresa para o treinador ainda encontrar um "esboço" de trilha aberta por outras pessoas que já passaram por ali antes.

Não tinha como ter ainda alguma certeza de que o garoto das fadas tinha ido por ali, mas provavelmente seria o melhor palpite já que, bem, era uma trilha e Vincent tinha vindo do mesmo lugar, então... Restaria à Igneel se permanecer atento à outros sinais que pudessem lhe indicar que algo ou alguém desviou caminho em algum momento, como a grama amassada que desviava para um dos lados e, em dado momento, culminava numa árvore com talos e farelos de cogumelos roídos aos seus pés, além de alguns galhos severamente quebrados.

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O cenário era realmente encantador, quase místico, então não seria surpresa que ele atraísse (e mantivesse) a admiração das criaturas, mesmo humanos imaginativos como Vincent, que mesmo adorando estar ali, precisava retomar o foco do seu principal objetivo que era encontrar Serena. Pôs-se a caminhar ao redor da árvore acompanhado de Link, juntos eles gritavam o nome dela.

Suas vozes tiveram até um curto eco naquele espaço mais aberto, e com certeza assustaram de novo alguns moradores da floresta, porque fizeram várias coisinhas pequenas e roliças correrem apressadas para a vegetação do entorno. Um similar a uma semente tropeçou no caminho, e outro mais robusto lembrando um cogumelo voltou para ajudar o pequeno a se por de pé.

Apesar disso tudo, o que realmente chamou atenção foi um gritinho animado lá do outro lado da espessa árvore. Serena respondia ao chamado do seu treinador e não parecia nem um pouco temerosa ou triste, como se nem mesmo tivesse noção de ter ficado tanto tempo perdida, sozinha e no escuro... Será que estava mesmo?

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A floresta era vasta e ficava agora cada vez mais escura, porque quanto mais entrava nela, mais as copas das árvores se adensavam até não permitirem mais que a luz do luar penetrasse. Agora Ingeel contaria com nada mais além das limitações da visão humana se adaptando à escuridão. Seria preciso também muito cuidado para que ele não tropeçasse em nada nem ninguém, porque os riscos podiam ser altos num lugar tão selvagem como esse.

Fora isso tudo era silêncio, porque os habitantes dali dormiam. O vento corria fraco e úmido, mas não trazia nenhum aroma consigo. Nessas condições a determinação não seria o suficiente para encontrar pistas de Vincent, que seguia se deslocando pela floresta sem um sentido claro, afoito com outros propósitos, e sem deixar tantos rastros além de grama pisada ou alguns galhos partidos.

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