Alpha Saphire Squad - Exploração Abyssal

Watery Grave

A empolgação por lidar com aquela batalha de uma maneira tão fácil era compreensível, tanto que não perceberam algo no momento em que aconteceu. Quando a barreira se dissipou, os guardiões desapareceram juntos. Simplesmente sumiram, não tem como eles saírem nadando em alta velocidade depois de terem sido nocauteados daquele jeito. O que aconteceu? Acho que é algo que eles vão ficar sem saber.

Mas se aquilo gerava questões, eles ganhariam algumas respostas em troca, não exatamente para essas perguntas que surgiram, mas eram respostas apesar de tudo. Provavelmente explicaria todo aquele cenário da cidade arruinada ali no fundo do mar. A luz do arco celeste que Matthew carregava apontava para o que um dia foi uma igreja e para lá eles iam.

O prédio era grande, mas a entrada, se haviam coisas por lá, elas não existiam mais. Agora era apenas um grande hall vazio, exceto por um detalhe e exatamente o ponto alto de tudo. O grande altar de mármore, com uma estátua do mesmo material, estátua do todo poderoso criador, ou pelo menos era o todo poderoso criador. A obra de arte e provavelmente também de adoração já se encontrava consumida pelo ambiente brutal que era o fundo do mar, a cabeça da estátua havia caído e já desaparecido.

Mas aquela estátua era o objetivo deles. Ela estava em um péssimo estado, porém tinha uma parte dela extremamente conservada, essa parte que Matthew carregava. O arco celeste, esse mesmo. Se ele olhasse o que seria as costas da estátua, ele veria as ranhuras para encaixar algo e se tentasse, embora precisasse de um pouco de esforço, o arco se encaixaria ali. Mas não era só disso que precisavam, mas felizmente Raissa tinha a tal outra coisa, um buraco na base do altar, pequeno, se assemelhando a uma fechadura. Já sabem.

Bem, eles podem encaixar os artefatos nos lugares que eles pertencem. Não é como se algo fosse dar errado por causa disso né?

Seria a tour pela igreja tranquilamente. Os escombros eram esperados, mas a figura do criador decepada era de arrepiar. Alguém não acreditava muito no mito da criação da vida... Tudo bem! Haviam até seguidores de Giratina nesse mundo. Acontecia que diferente daquilo que foi arrancado sem maneira de ser devidamente devolvida o arco que estava comigo poderia... Olhando bem tinha um mecanismo de encaixe!

Tudo ia bem até algo induzir na minha mente a seguinte ideia "Não é como se algo fosse dar errado por causa disso né?" ... Quê? Qual demônio emitia esse pensamento pra me deixar na paranoia? Matte e Thito parecia calados. A estátua sem cabeça por outro lado...

"TO DE OLHO EM VOCÊ MEU CHAPA!" - Ameacei a estátua pressionando os olhos, apontando para minha visão com dois dedos e na sequência para a figura quase tão dourada como o arco em minha posse, que agora era devidamente devolvido ao dono.

- Ray, só um instantinho! Espera meu sinal pra abrir... Rotom, brota aqui!

Me preparei para gravar e comecei a narrar a aventura que terminaria com Raissa abrindo e expondo o segredo pra câmera, quase como um unboxing. Seria memorável gravar a abertura da base de um altar!

Diário de Expedição #11 escreveu:

- Então, esse é o nosso... hmm, décimo primeiro diário de expedição! Isso! E nós encontramos uma CI-DA-DE TO-TAL-MENTE SUBMERSA!!! Se liga! *mostra o exterior* Algo com um poderio enorme deve ter sido responsável por isso, mas não temos muitas pistas além de uma hipótese sem provas concretas. Durante nossa exploração encontramos dois artigos que nos trouxeram nesse templo que devia adorar a Arceus para ter uma estátua em ouro, ao que parece. E depois de provar nosso valor pra alguns pokémon que guardavam o território nós vamos devolver o arco ao Arceus e abrir esse compartimento... agora.

Era o sinal para Raissa o fazer. Poderia ser uma quebra de espectativa total de clima se nada acontecesse, mas melhor isso que notícias ruins como outro cerco daqueles, mas um de colocar medo de verdade (sem carinha fofa).

Watery Grave

Como é de praxe Matthew ouvia coisas, mal ele sabia que era uma entidade chamada "narrador" falando com ele, aquela que reside do outro lado da tal quarta parede. A entidade podia falar com Matthew, mas ele não podia falar com a entidade. O aventureiro até suspeitava da estátua decapitada e falando na tal estátua, vamos prosseguir para ela que é o objetivo principal de tudo isso.

Com um pouco de esforço o arco celeste se encaixava na estátua, mas nada acontecia, o que deixava claro que a chave também era necessária para a ativação de sabe se lá o que. Raissa, tão receosa como o seu parceiro colocava a chave, girava e então a mágica acontecia. Quer dizer, de começo, apenas dois pares de pedrinhas foram ejetadas, literalmente ejetadas, voando para perto dos aventureiros. Uma dessas pedrinhas era azulada em formato de estrela e a outra também era azul, só que em uma cor mais vívida, essa já era bem familiar, mas muito familiar mesmo a Matthew.

Depois que as pedrinhas apareceram, o chão se abria em uma pequena abertura e então uma grandíssima tábula de pedra se erguia. Apesar de estranho, isso não era a parte mais intrigante de tudo, mas o fato de tal tábula não estar em algum tipo de língua antiga como é de se esperar de um artefato de sabe-se lá quantos anos atrás, mas estava na língua em que os dois vingadores podiam entender, palavra por palavra.

Tábula de pedra escreveu:

"Apenas uma divindade é capaz de suprimir o poder de uma outra. Por isso eu peço para você, ó Jirachi, ser milenar com o poder de realizar o desejo dos afortunados. Sei que ele é de certa forma o seu irmão e da mesma forma até mesmo o meu irmão, afinal, somos todos filhos do Criador, porém, eu peço para você, Realizador de Desejos, pare o leviatã. Ele já causou e é capaz de causar o sofrimento de muitos, sejam pessoas ou pokémon, por isso eu imploro, use a sua força lendária e o impeça"

Se o fato deles poderem ler a tal tábula já era intrigante, teria algo ainda mais intrigante ainda. Na tábula havia uma fechadura, do exato mesmo formato da que estava no altar que fez essa tábula aparecer. A dupla tentaria abrir aquela fechadura de novo, mesmo sem saber o que pode acontecer?

Os fragmentos de joia que brotaram do compartimento me deram um leve susto, claro. Sabia de que se tratava uma delas, era a z-crystal waterium, mas o outro parecia um pouco menos refinado, talvez de valor considerável em alguma joalheiria. De toda forma o que mais me instigou foi o escrito. Não só as palavras, mas compreende-las, o que significava que aquilo era relativamente recente?

- Rotom, uma foto!

Queria guardar aquelas palavras.

Sim, ainda tinha mais coisa pra ver, mas não estava tão interessado nos podres de uma congregação. Sei lá, parecia sacrilégio ou algo do tipo. Claro, ainda estava curioso, mas queria fazer outra coisa. Nos adiantar! Então deixaria o serviço investigativo com a sentinela!

- Ray, pode continuar investigando? Vou dar uma olhadinha lá fora e ver se não tem mais nenhuma outra ameaça nos rondando...

A verdade era que gostaria de capturar outras espécies. Não pude colocar os outros na pokébola, o que era uma grande perda para alguém que tinha apresso pelos aquáticos, mas quem sabe minha sorte não mudava?

Antes de ir pro lado de fora do templo "caçar" diria - Se não abrir com jeitinho, use a força.

Watery Grave

Matthew e Raissa, ambos com os seus Rotom Phone, tratavam de registrar tudo o que acontecia, em especial aquelas palavras que estavam na tábula de pedra e a história que ela contava. A criatura que estava selada, ali nas profundezas, estava lá graças aos poderes do lendário "Fazedor de Desejos" Jirachi. Ambos se perguntavam a quanto tempo atrás isso aconteceu, mas datar aquilo era um tanto impossível, ainda mais que estava em uma linguagem um tanto que moderna, um pouco rebuscada, mas longe de ser uma linguagem da antiguidade.

Agora a dupla se separaria mais um pouco, Matthew daria uma explorada no lado de fora, de volta a praça central da cidade arruínada, o que na verdade foi um simples pretexto para ele ir atrás de uns monstrinhos para capturar. Já Raissa ficaria por dentro daquele templo, ver se consegue arrumar mais algumas informações.


Como eu disse antes, datar a existência daquela estrutura era uma tarefa um tanto quanto impossível, mas Raissa teve uma boa ideia, uma ótima ideia na verdade, analisar o tipo de alga que crescia nas paredes do templo arruinado. Mas o que impede que o ciclo de vida de várias dessas algas não se tenha passado enquanto todas aquelas ruínas se mantinham em pé? Como se algo até mesmo mágico as impedisse de virarem pó? Será que aquelas
ruínas eram o próprio selo da criatura lendária?

Se Raissa fosse ver as algas que se estendiam pelas paredes da ruína, ela não chegaria a nenhuma conclusão inspiradora, veria que era um espécime bem comum, algas bem verde, cujo tempo de vida é por cerca de sete anos. Será que aquelas ruínas estavam ali por sete anos? Será mesmo?


Já Matthew conseguia chegar em algum lugar com o que ele queria. Apesar daquelas ruinas, depois dos guardiões terem sido derrotados, se encontrar silenciosas e sem vida, volte e meia algumas criaturinhas submarinas passavam por ali. O que leva a entender que não era um lugar selado, mas sim de amplo acesso no fundo do mar.

E falando nas criaturinhas que vagam por ali, um solitário Luvdisc se encontrava bastante intrigado, provavelmente atraído pela luz de Zan, o Lanturn de Matthew, pois o mesmo fitava a lanterna do peixe elétrico. Mas Lanturns são comuns no bioma, o que deve ter deixado o peixe coração confuso é a criatura que montava o peixe luminoso. Os pokémon selvagem dos biomas submarinos, poucos sabem como humanos se parecem e são menos capazes de reconhecer um quando se leva o equipamento de mergulho em conta. Então, o pequeno apenas fitava Lanturn e o seu "cavaleiro".

Jirachi.

O safadinho estava muito bem acordado e apareceu para realizar um desejo meu, mas era diferente das imagens na pokédex. Não tinha as fitas para que fossem escritos os desejos, como aquele provavelmente foi feito. Não conseguia imaginar a relação e pensar nisso não me ajudaria em nada agora. Me dava até medo pensar que um pokémon tão poderoso estava livre e realizando pedidos impossíveis como um gênio maluco...

Por isso deixava o restante com Rayssa. Eu realmente já tinha visto demais e não sabia o quanto de preocupação aguentaria sem perder o controle porque estar naquelas zonas abissais já eram gatilhos o suficiente. No entanto, como estava lidando ligeiramente bem com os desafios enfrentados, Matte não forçava a barra. Desde Janine ele tem compreendido mais meus momentos e respeitado meus desejos. Não me atormentou quando apareci na Cherry Cup e tão pouco tentou me impedir de mergulhar com Rayssa. Apesar disso, suas convicções (que também eram minhas de alguma forma) nunca estiveram tão firmes. Era preciso ganhar mais acessos dentro da organização para avançar nas investigações.

Esperava de verdade que Rayssa fosse sagaz como era Gray e descobrisse algumas informações úteis sobre aquilo tudo. Quanto a nós, além de pesquisas as espécies que viviam naquelas condições, tentava encontrar uma saída, já que começava a me preocupar com o nível de oxigênio. Isso e a força que o capitão mencionou. Ele não parecia ter motivos para inventar uma história já que não ganharia nada com isso.

Foi no meio dessa busca que um pokémon rosadinho chegou até nós. Ele parecia curioso, igualmente como eu estava.

- Um pokémon natural de Hoenn. Não lembro de ter encontrado um Luvdisc antes. - Dizia acreditando que a descoberta era recíproca da forma como me encarava.

Era em momentos como esse que eu desejava ser capaz de me comunicar com os tipo aquático como me relaciono com Rayssa, por exemplo. Fera era um caso especial. O pokémon compreendia o desejo do meu coração. Nem mesmo Kingdra ou Carracosta são capazes de me compreender completamente. Imagino que apenas uma ideia geral, como os momentos de perigo em que os chamo para batalhar ao meu lado e os movimentos que são de seu conhecimento e tenho acesso pelos dados obtidos na pokédex. Se não fosse por estudo e a minha pouca conexão com eles, talvez nem isso fosse possível. Me perguntava então como é que aquela criaturinha curiosa poderia entender que eu não queria seu mal, mas que desejava que ela viesse comigo? Como não via um cardume da espécie por perto não conseguia imaginar como era viver em condições tão inóspitas como aquelas no fundo do oceano. Certamente meus companheiros tinham uma vida mais confortável ao meu lado, e quando não, na companhia de minha mãe na fazenda de casa.

- Eu gostaria muito que me acompanhasse Luvdisc, mas estou um pouco impaciente para conversar no momento então peço desculpas - Dizia, mesmo que ele não conseguisse me entender, já soltando a Fera trocando o Life Orb pelo power item que aumentava o atributo ATK, temporariamente, comandando - Body Slam.

Claro que o pokémon poderia resistir, mas caso o fizesse repetiria o comando. Já preparava uma Premier Ball para a captura logo que desmaiasse.