GRANDE NOVELUUM BRASIL - CÁPITULO 3: KARENS E BOCAS
Uma história Virtuum, co-roteirizada pela @Panda
PRAIA DO LILYBLON, LITORAL DE LILYCOVE
“Vou te contar. Que os olhos já nem podem ver. Coisas que só o coração pode entender. Fundamental é mesmo o amor. É impossível ser feliz sozinho.” A doce voz de uma cantora de cabelos curtos e encaracolados enchia o clube à beira-mar. Enquanto isso, na quadra de tênis, um casal de meia-idade jogava na companhia de seus dois Pokémon, um Sawk e um Throh.
— Minha cara Viktória, você está indo muito bem! Vejo que as aulas foram maravilhosas para você! — disse o homem após um corte na jogada de sua esposa, com um lançamento alto e curto. O Sawk da mulher estava longe, mas começou a correr para alcançar a bola, enquanto Viktória, mais controlada, deu dois passos e lançou uma jogada forte entre Throh e seu marido, marcando um ponto.
— Haha! Lucian, você está distraído demais com a inauguração do Pré-Vestibular — disse Viktória, repousando a raquete ao lado de uma cadeira de praia e pegando uma toalha para secar o suor.
— É um grande investimento, meu amor... Um curso renomado em um lugar de pobretões e mortos de fome. Fica perto daquele bairro "meia boca" da classe média invejosa que correu para matricular os filhos e fazer inveja aos miseráveis da Vila. O próximo passo é gerar especulação imobiliária, atrair os iludidos e depois comprar barato os imóveis dessa gente quando não conseguirem compradores... — completou Lucian, sentando-se na cadeira ainda segurando a raquete.
— Com licença, senhor e senhora Okido, mas a senhorita Okido está aqui! — interpelou um garçom, finamente trajado, acompanhado de uma jovem de cabelos rosas e óculos de grau.
— Papai, mamãe! Estou preocupada. Não acho que os outros alunos vão entender bem que meu nome é K-A-R-E-M-A-C-H-I-N-A — disse Karen, falando séria e sofrida, tentando soletrar seu nome. Em resposta, Lucian e Viktória apenas a encararam estupefatos, até que o senhor Okido quebrou o silêncio levando a mão ao rosto:
— Misericórdia...
— Minha querida... — disse a senhora Okido, ponderando como falar — Por onde posso começar? Pois bem, na verdade seu nome é Karemachena. Mas não deveria se preocupar com isso... Imagine que triste se seu nome fosse algo tão simples como... sei lá, Helena?
Após a ponderação de Viktória, Lucian também se pronunciou, dirigindo-se a Karen:
— Não, ela está certa. É melhor ter um nome fácil, pois você precisa ser amiga daqueles... digo, daqueles estonteantes estudantes. Irei pedir que oficialmente você se chame Karen em todos os documentos do curso. Todos os funcionários serão avisados para chamá-la assim.
— Obrigado, papai, mamãe... Irei me retirar.
PRÉ-VESTIBULAR OKIDO, ENTRADA DA VILA JURUBINHA – AINDA NESTE DIA...
O dia de Karen não havia sido dos mais fáceis em sua primeira experiência no Pré-Vestibular. Digamos que ela tenha absorvido cerca de 40% do conteúdo super condensado e saturado de meio-dia de estudos. Contudo, para a alegria de seus pais, ela havia conseguido fazer amizades:
– Deixa eu ver se eu consigo lembrar... Vocês são Flora e Tyrant, filhos do Floricultor. Tem aquele rapaz filho do Açougueiro, a outra menina filha do Marceneiro. O Hayato, filho do dono da casa de Fogos de Artifício. Eu definitivamente não me chamo Karemachina, sou a Karen! Filha do dono desse lugar aqui. E você, Lisanna... Seus pais fabricam bolsas, não é mesmo? – Comentou Karen, anotando mentalmente o que cada um dos alunos com quem tinha interagido era. Porém, Lisanna era um caso diferente dos demais...
– Ok, uma não-Karemachina, saquei! Eu só acho que a Florinha tem que dar graças a Arceus que os pais não são donos de um sex shop, né? E sobre mim... Não! Não tem nada a ver com bolsa. É BOLSISTA! Eu ganhei essa vaga por ser a melhor da turma no meu antigo colégio... – Respondeu Lisanna, caindo na gargalhada em seguida. O quarteto caminhava pelos corredores inferiores do curso logo após o almoço, esperando o horário da aula de Biologia Pokémon.
– Você fala coisas muito engraçadas, Lisanna. Não entendo nada! Mas sim, a Classe do meu pai é Floricultor, com bônus em Flor e Erva. Ele me mandou aqui porque é a quest de ganhar Profissão, pelo que entendi. Depois também vou poder escolher minha classe – Disse Flora, comentando suas frases gamers, mas com a maior naturalidade do mundo, com toda a seriedade.
– Hmm... E você não esqueceu aquela menina, que vocês chamam de ‘loira básica’? – Perguntou Tyrant, que até então se mantinha silenciado – Eu não sei o nome dela, que engraçado... Mas todos nós nos apresentamos, não foi? Inclusive você falou várias vezes que se chamava Karen, por isso eu tenho certeza que não esquecerei tão cedo...
– Ha-ha-ha – Riu, a jovem de cabelos rosas – Eu repeti, né? Erm... Mas enfim... Sim, verdade, a ‘loira básica’. Ela é filha de um dono de prédios na região, mas ela tem nome, ela se chama...
– NÃO!
– Ora, por que não? Eu ainda não terminei de falar – Disse Karen, arqueando as sobrancelhas e colocando as mãos na cintura – Como eu dizia, o nome dela é...
– NÃO!!!
– Ok, chega! Agora está me tirando do sé...
– Karen, não somos nós que estamos falando isso!! Está vindo dessa sala aqui... Parece um Depósito, um lugar de guardar tralhas – Diz Tyrant, se aproximando da porta, olhando pela fechadura – É um Macaco...
– MACACO?! – As três meninas perguntaram em uníssono, ao passo que Tyrant as respondeu – Ok, tecnicamente um Passimian...
E após respondê-las, o menino mexeu na maçaneta, que simplesmente se abriu. Ali dentro, em meio a tanta tralha, havia um Passimian amarrado pelo pé com uma corda que... Curiosamente não estava amarrada em lugar nenhum. Oh, o velho truque...
– Oh! – Disse Karen, com os olhos cheios de lágrimas ao ver o fato – Ele é tão burrinho, não podemos deixá-lo aqui, tadinho... Eu já sei o que vamos fazer! ... Peraí, o Macaco FALA?!
PENSÃO DA DONA LYDIA, VILA JURUBINHA – VOLTAMOS AO FINAL DO CAPÍTULO ANTERIOR
– O MACACO FOI SEQUESTRADO POR VOCÊS? – Gritou Mísia, com a cara vermelha de raiva, fulminando os adolescentes. Levou as mãos na cintura e depois apontou o dedo na direção do quarteto, sacudindo-o violentamente conforme falava – VOCÊS NÃO TÊM PAI NEM MÃE? SÃO FILHO DE CHOCADEIRA? PORQUE SÓ ASSIM PRA NÃO PENSAR NO DESGOSTO QUE ESTÃO DANDO PARA A FAMÍLIA?!
Nessa hora, quem surgiu e colocou a cabeça para fora da cozinha foi Luch, ele vestia um avental xadrez, vermelho e branco e segurava um bowl com um fouet – O que tá rolando pessoal?! Ah! Um Passimian! Caraca, esse é raro! Entra aí pessoal, entra aí, Dona Lydia fez uns bolinhos de chuva com banana. Macaco gosta de banana, né?
Diante de tal abuso, Artemísia ficou de boca aberta, enquanto o quarteto de crianças e o macaco entravam na cozinha da Pensão da sua mãe e achavam um lugar na mesa, inclusive o Passimian – Luch, sei que disse pra você se sentir em casa, mas não acha um pouco demais convidar eles pra entrar assim?
Enquanto dizia isso, apesar da diferença de altura, Mísia segurava os ombros de Luch e olhava bem em seus olhos, que... Quem diria? Estavam vermelhos – TU TÁ CHAPADO? Ai, não acredito!
– Relaxa, minha parceira... Confia no pai! É que eu tô fazendo uma receita nova, daquelas, sabe? Mas ó, não coloquei nada nos bolinhos da sua mãe. E o Passimian pode ficar lá no meu quarto escondido, agora vamos descobrir o que rolou, né? – Luch comentou com Artemísia, dando umas batidinhas na cabeça dela, virando de costas para o grupo, a fim de perguntar melhor o que houve – Então, de menores, agora que estão seguros e alimentados. Qual é a do macaco?!
Enquanto o quarteto se entreolhava, pensando se deveria ou não contar detalhes, uma cabecinha encarava a todos pela janela da cozinha. Ela vestia o uniforme do curso Okido e mantinham lisas madeixas loiras. Sim, era a Loira Básica... Como será que essa garota reagirá a nova informação?
Última edição por Pagliacci em Dom Jun 30 2024, 18:08, editado 1 vez(es)
Uma história Virtuum, co-roteirizada pela @Panda
PRAIA DO LILYBLON, LITORAL DE LILYCOVE
“Vou te contar. Que os olhos já nem podem ver. Coisas que só o coração pode entender. Fundamental é mesmo o amor. É impossível ser feliz sozinho.” A doce voz de uma cantora de cabelos curtos e encaracolados enchia o clube à beira-mar. Enquanto isso, na quadra de tênis, um casal de meia-idade jogava na companhia de seus dois Pokémon, um Sawk e um Throh.
— Minha cara Viktória, você está indo muito bem! Vejo que as aulas foram maravilhosas para você! — disse o homem após um corte na jogada de sua esposa, com um lançamento alto e curto. O Sawk da mulher estava longe, mas começou a correr para alcançar a bola, enquanto Viktória, mais controlada, deu dois passos e lançou uma jogada forte entre Throh e seu marido, marcando um ponto.
— Haha! Lucian, você está distraído demais com a inauguração do Pré-Vestibular — disse Viktória, repousando a raquete ao lado de uma cadeira de praia e pegando uma toalha para secar o suor.
— É um grande investimento, meu amor... Um curso renomado em um lugar de pobretões e mortos de fome. Fica perto daquele bairro "meia boca" da classe média invejosa que correu para matricular os filhos e fazer inveja aos miseráveis da Vila. O próximo passo é gerar especulação imobiliária, atrair os iludidos e depois comprar barato os imóveis dessa gente quando não conseguirem compradores... — completou Lucian, sentando-se na cadeira ainda segurando a raquete.
— Com licença, senhor e senhora Okido, mas a senhorita Okido está aqui! — interpelou um garçom, finamente trajado, acompanhado de uma jovem de cabelos rosas e óculos de grau.
— Papai, mamãe! Estou preocupada. Não acho que os outros alunos vão entender bem que meu nome é K-A-R-E-M-A-C-H-I-N-A — disse Karen, falando séria e sofrida, tentando soletrar seu nome. Em resposta, Lucian e Viktória apenas a encararam estupefatos, até que o senhor Okido quebrou o silêncio levando a mão ao rosto:
— Misericórdia...
— Minha querida... — disse a senhora Okido, ponderando como falar — Por onde posso começar? Pois bem, na verdade seu nome é Karemachena. Mas não deveria se preocupar com isso... Imagine que triste se seu nome fosse algo tão simples como... sei lá, Helena?
Após a ponderação de Viktória, Lucian também se pronunciou, dirigindo-se a Karen:
— Não, ela está certa. É melhor ter um nome fácil, pois você precisa ser amiga daqueles... digo, daqueles estonteantes estudantes. Irei pedir que oficialmente você se chame Karen em todos os documentos do curso. Todos os funcionários serão avisados para chamá-la assim.
— Obrigado, papai, mamãe... Irei me retirar.
PRÉ-VESTIBULAR OKIDO, ENTRADA DA VILA JURUBINHA – AINDA NESTE DIA...
O dia de Karen não havia sido dos mais fáceis em sua primeira experiência no Pré-Vestibular. Digamos que ela tenha absorvido cerca de 40% do conteúdo super condensado e saturado de meio-dia de estudos. Contudo, para a alegria de seus pais, ela havia conseguido fazer amizades:
– Deixa eu ver se eu consigo lembrar... Vocês são Flora e Tyrant, filhos do Floricultor. Tem aquele rapaz filho do Açougueiro, a outra menina filha do Marceneiro. O Hayato, filho do dono da casa de Fogos de Artifício. Eu definitivamente não me chamo Karemachina, sou a Karen! Filha do dono desse lugar aqui. E você, Lisanna... Seus pais fabricam bolsas, não é mesmo? – Comentou Karen, anotando mentalmente o que cada um dos alunos com quem tinha interagido era. Porém, Lisanna era um caso diferente dos demais...
– Ok, uma não-Karemachina, saquei! Eu só acho que a Florinha tem que dar graças a Arceus que os pais não são donos de um sex shop, né? E sobre mim... Não! Não tem nada a ver com bolsa. É BOLSISTA! Eu ganhei essa vaga por ser a melhor da turma no meu antigo colégio... – Respondeu Lisanna, caindo na gargalhada em seguida. O quarteto caminhava pelos corredores inferiores do curso logo após o almoço, esperando o horário da aula de Biologia Pokémon.
– Você fala coisas muito engraçadas, Lisanna. Não entendo nada! Mas sim, a Classe do meu pai é Floricultor, com bônus em Flor e Erva. Ele me mandou aqui porque é a quest de ganhar Profissão, pelo que entendi. Depois também vou poder escolher minha classe – Disse Flora, comentando suas frases gamers, mas com a maior naturalidade do mundo, com toda a seriedade.
– Hmm... E você não esqueceu aquela menina, que vocês chamam de ‘loira básica’? – Perguntou Tyrant, que até então se mantinha silenciado – Eu não sei o nome dela, que engraçado... Mas todos nós nos apresentamos, não foi? Inclusive você falou várias vezes que se chamava Karen, por isso eu tenho certeza que não esquecerei tão cedo...
– Ha-ha-ha – Riu, a jovem de cabelos rosas – Eu repeti, né? Erm... Mas enfim... Sim, verdade, a ‘loira básica’. Ela é filha de um dono de prédios na região, mas ela tem nome, ela se chama...
– NÃO!
– Ora, por que não? Eu ainda não terminei de falar – Disse Karen, arqueando as sobrancelhas e colocando as mãos na cintura – Como eu dizia, o nome dela é...
– NÃO!!!
– Ok, chega! Agora está me tirando do sé...
– Karen, não somos nós que estamos falando isso!! Está vindo dessa sala aqui... Parece um Depósito, um lugar de guardar tralhas – Diz Tyrant, se aproximando da porta, olhando pela fechadura – É um Macaco...
– MACACO?! – As três meninas perguntaram em uníssono, ao passo que Tyrant as respondeu – Ok, tecnicamente um Passimian...
E após respondê-las, o menino mexeu na maçaneta, que simplesmente se abriu. Ali dentro, em meio a tanta tralha, havia um Passimian amarrado pelo pé com uma corda que... Curiosamente não estava amarrada em lugar nenhum. Oh, o velho truque...
– Oh! – Disse Karen, com os olhos cheios de lágrimas ao ver o fato – Ele é tão burrinho, não podemos deixá-lo aqui, tadinho... Eu já sei o que vamos fazer! ... Peraí, o Macaco FALA?!
PENSÃO DA DONA LYDIA, VILA JURUBINHA – VOLTAMOS AO FINAL DO CAPÍTULO ANTERIOR
– O MACACO FOI SEQUESTRADO POR VOCÊS? – Gritou Mísia, com a cara vermelha de raiva, fulminando os adolescentes. Levou as mãos na cintura e depois apontou o dedo na direção do quarteto, sacudindo-o violentamente conforme falava – VOCÊS NÃO TÊM PAI NEM MÃE? SÃO FILHO DE CHOCADEIRA? PORQUE SÓ ASSIM PRA NÃO PENSAR NO DESGOSTO QUE ESTÃO DANDO PARA A FAMÍLIA?!
Nessa hora, quem surgiu e colocou a cabeça para fora da cozinha foi Luch, ele vestia um avental xadrez, vermelho e branco e segurava um bowl com um fouet – O que tá rolando pessoal?! Ah! Um Passimian! Caraca, esse é raro! Entra aí pessoal, entra aí, Dona Lydia fez uns bolinhos de chuva com banana. Macaco gosta de banana, né?
Diante de tal abuso, Artemísia ficou de boca aberta, enquanto o quarteto de crianças e o macaco entravam na cozinha da Pensão da sua mãe e achavam um lugar na mesa, inclusive o Passimian – Luch, sei que disse pra você se sentir em casa, mas não acha um pouco demais convidar eles pra entrar assim?
Enquanto dizia isso, apesar da diferença de altura, Mísia segurava os ombros de Luch e olhava bem em seus olhos, que... Quem diria? Estavam vermelhos – TU TÁ CHAPADO? Ai, não acredito!
– Relaxa, minha parceira... Confia no pai! É que eu tô fazendo uma receita nova, daquelas, sabe? Mas ó, não coloquei nada nos bolinhos da sua mãe. E o Passimian pode ficar lá no meu quarto escondido, agora vamos descobrir o que rolou, né? – Luch comentou com Artemísia, dando umas batidinhas na cabeça dela, virando de costas para o grupo, a fim de perguntar melhor o que houve – Então, de menores, agora que estão seguros e alimentados. Qual é a do macaco?!
Enquanto o quarteto se entreolhava, pensando se deveria ou não contar detalhes, uma cabecinha encarava a todos pela janela da cozinha. Ela vestia o uniforme do curso Okido e mantinham lisas madeixas loiras. Sim, era a Loira Básica... Como será que essa garota reagirá a nova informação?
Última edição por Pagliacci em Dom Jun 30 2024, 18:08, editado 1 vez(es)