laughing and not being normal

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Golisopod estava longe de ser um problema, e constatei isso logo na primeira rodada; o nosso poder de fogo era grande o bastante para ele não resistir, e as defesas melhoradas de meu Gengar eram mais do que o suficiente para fazer o dano dele ser pífio. Era nossa batalha, com toda certeza; a questão era: eu deveria usar aquilo e tentar passar, ou só derrotar o inseto e então passar pela linha? Algo me dizia que havia alguma pegadinha por ali, mas sem muitas pistas, optei pelo mais prático. - Continue com os Shadow Ball, Mani, mantenha-o pressionado e use o ambiente a seu favor. - Não tinha muito mais o que fazer além de assistir a vitória vir; eles provavelmente não tinham um golpe superfetivo contra nós, e mesmo que tivessem, eu ainda era muito mais rápido e potente. Era uma vitória, e das fáceis.

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Parece que, no final das contas, eu só precisava mostrar minha força pra ele mesmo. Apesar de ainda precisar passar pela linha (em teoria), eu sabia que a demonstração de poder que eu havia feito pra cima daquele Golisopod era mais do que suficiente para mostrar o tipo de pessoa que eu era; talvez alguns Rockets não gostassem da minha atitude. Explico porque: até onde eu sei, a Organização (ou melhor, os Grunts), não gostam muitos de outros membros que tratam seus Pokémon bem. Foi a primeira coisa que notei no pouquíssimo tempo que passei dentro do Salão Principal, em Celadon, e isso seria um grande problema pra mim; afinal, eu nãos ó tratava bem meus Pokémon, como toda minha força dependia deles.

Eu não era adequado fisicamente para ser um agente de campo furtivo e forte, mas meus monstrinhos compensavam isso por mim, e talvez por isso eu sofra algum tipo de julgamento de meus colegas Grunts; mas nada que eu não pudesse lidar. Não é como se eu nunca tivesse sofrido bullying, né? O homem então, como esperado, cessou a luta e pediu que eu o seguisse; fiz de prontidão, passando por Manigold que ficava instransponível enquanto eu cruzava seu corpo gasoso. Algumas perguntas foram feitas, mas eu realmente não tinha ideia das respostas. - Apenas o que está escrito na descrição da missão. - Comentei, sobre quais detalhes eu sabia.

Comecei a caminhar e esperei que o treinador começasse a caminhar para que eu pudesse segui-lo, para então responder sua segunda pergunta. - Tenho algumas ideias, mas nada concreto ainda. Imagino que seja de extrema importância decidir um logo, pra preservar minha identidade, né? - Questionei de maneira retórica, logo voltando a falar. - Até o final da missão eu terei um, posso garantir. - Completei. Eu realmente já havia pensado em algo assim, desde que vi uma máscara que aqueles doutores da idade média usavam para enfrentar a peste negra. Máscaras e veneno combinam, então, talvez eu pudesse usufruir disso para tirar criatividade dali...

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Tudo aconteceu bem depressa e eu tive de raciocinar rápido pra acompanhar; tentei não dar atenção para os Grunts aleatórios que apareciam conforme íamos adentrando o lugar improvisado, para me focar apenas no que interessava: a missão. Fui caminhando junto com Sage, o chefe da área "Campo"; como falei, eu sabia que os membros eram divididos em áreas de especialização, e que essa primeira missão servia para que eu identificasse qual das três eu seguiria; novamente, estava mais tendencioso a ir pro campo, mas me deixava aberto a qualquer uma que me interessasse mais.

A que provavelmente me levaria para mais perto do Maxima era com certeza o campo, ou a inteligência, então, quem sabe eu acabe ignorando o suporte. As equipes foram devidamente apresentadas pra mim, com seus respectivos líderes estereotipados, e eu logo fui designado para o suporte, para me deixar de cara logo de começo; pelo lado bom, acabaria experimentando logo a que tinha menos interesse, então, não era de todo ruim. Me aproximei da equipe com uma expressão neutra, me apresentando novamente para o líder, Camus, e começando a observar o que eles estavam organizando; aparentemente era algo fácil, definir um terceiro lugar para acontecer o baile onde antes fora destituído pela polícia.

Mas só aparentemente mesmo. Parando pra pensar em todas as variáveis que deviam ser levadas em conta, eu só consegui pensar em uma resposta óbvia: a passagem subterrânea. Era definitivamente um lugar mais isolado, e que não teria tanta atenção dos Rangers; pelo menos era o que eu achava, com base no que conhecia da cidade. Se seguíssemos o óbvio, a segurança era maior próximo das estações de trem e da torre de rádio; o ginásio e o Departament Store também era bem policiados, o que só deixava a passagem subterrânea como opção viável a essa altura. - O que acham da Passagem Subterrânea? Aquela que liga o norte da cidade com o depósito do DPTS. Não me parece tão movimentada assim, o que já garante menos Rangers patrulhando a área.

Comentei, num tom normal e apenas tentando dar alguma ideia. Pelo pouco que me explicaram da missão, eu sabia que o nosso objetivo era não chamar a atenção, e esse parecia ser o lugar perfeito. Esperava não ter falado besteira e acabar saindo como intrometido, acontecia com frequência.

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Não satisfeito em ser o protagonista em tudo na minha vida, tinha de ser em um lugar que eles não davam muita atenção para novatos; parecia loucura querer dar uma ideia no meio de todo mundo ali, sendo que sequer perguntaram minha opinião, mas fui surpreendido quando de fato me deram ouvidos. Não só isso, como também me trataram de maneira especial, já me delegando a um grupo e seguindo minha ideia. Fiquei realmente feliz em ser valorizado, e situações como essa me mostravam que os Rockets não eram absolutamente nada do que falavam por aí; só sabia que eles preferiam a força a inteligência, mas claramente se mostraram diferentes. Eu não tinha muito do primeiro, mas inteligência era algo que eu me gabava um pouco.

De qualquer forma, em pouco tempo de conversa já tínhamos um plano concreto, e eu fazia parte dele junto com outras pessoas bem distintas, principalmente uma mulher que me chamou bastante a atenção, pela aparência bastante discrepante do restante; não liguei muito para isso no final de tudo, até porquê, tinha que me preparar para a tal missão. Não sabia bem como seria minha primeira vez em campo, mas certamente não seria fácil, e por isso, eu precisaria do time completinho; perguntei ao chefe se havia algum computador que eu pudesse usar, e caso a resposta fosse positiva, o usaria para trocar a equipe, trazendo comigo meus melhores monstrinhos nos lugares dos ovos que carregava atualmente.

Troca feita, ajeitei a mochila nas costas e fiquei sentado em um dos cantos, esperando por mais ordens e me preparando psicologicamente. Contanto que não fosse nada parecido com aquela noite de caça, eu estaria feliz, mas algo me dizia (lá no fundo da mente) que eu não sairia ileso de mais essa noite. Teria de sair diferente, ou, no mínimo, bem mais depressivo do que quando entrei por aquela porta. Era hora de provar para mim (e para a ER) que eu tinha o que era preciso para estar aqui, e continuar; era hora de mudar o mundo, um passo de cada vez.

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Apesar de tudo, eu não estava tão nervoso, queria mais era que tudo acabasse logo para que pudesse voltar e finalmente ser aceito na Equipe Rocket. Desde que saí daquele bar eu só penso nisso, em lutar contra o sistema corrupto e acabar com tudo de podre que tinha na sociedade; mesmo que significasse ficar ainda mais podre do que o próprio problema. Eu sei, é bastante clichê, mas não consigo evitar de pensar essas coisas, não depois do que acontecera, era impossível continuar imparcial depois do que presenciei, e eu tinha plena certeza que havia escolhido o lado certo. Era complicado, pensar que eu tinha de cometer crimes para que todos parassem de cometer, mas era minha única opção.

Seguindo os membros, fomos pelo buraco que levava para o local da festa, a única garota do grupo ficou para trás junto comigo, quase que de propósito, e aproveitou o momento para fazer uma breve aproximação; MS era o nome, mas não me atraía de forma alguma. Ouvi tudo que ela tinha para dizer, mas não sentia nada pela maneira dela querer "carregar no meu sucesso"; sucesso esse que eu desconhecia, se alguém havia falado bem de mim, certamente não foi para mim, mas não surpreendia. Afinal, com todo esse holofote que o capitão tem colocado em cima de mim, era normal que alguns imaginassem que eu estava sendo cotado para coisas maiores, mas não era esse meu plano; havia apenas uma coisa que eu queria.

- Horan. - Respondi simples, sem dar muita trela. - Não sei qual sucesso mas, fico feliz de que alguém liga para mim. - Sorri, de maneira ladina, tentando dar uma resposta a altura do deboche dela. Depois disso eu cessei a conversa, prestei atenção completa no que Hyoga estava falando, e sabia exatamente o que iria fazer; mas me surpreendi novamente quando ele me deu o direito de escolha. Aparentemente a minha dupla era a garota, e o lugar que eu iria estava exatamente na ponta de língua. - Vamos pelo primeiro. - Decidi, sem consultar a Miss. Eu sabia que queria ir pelo primeiro, apenas pela altura do lugar, o que me favorecia em caso de uma fuga.

Quando o capitão desse a ordem, finalmente partiria para dentro do túnel com a garota, sem saber muito bem o que esperar, mas esperando uma trajetória sem muitos percalços.

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