[MISSÃO ROCKET] 020 — i know the end

Algo inicialmente me dizia que mais uma vez as coisas não sairiam como planejado, mas, né? Natalie costuma dizer que sou mega pessimista e, bom, talvez seja verdade. Depois de uma noite de soco, assassinato e investigação que não deu em nada, acredito que posso sim me permitir a achar que NADA VAI DAR CERTO.

— Argh. — ajeitei o tapa olho; a pele ainda estava um pouco dolorida e ele apertava demais — Eu mereço umas férias depois disso.

Em ordem alfabética, comecei a folhear os arquivos. Nada do R6001. Nada. Virei, desvirei, olhei entrelinhas, vi se não tinha nada dobrado e.... Nada. Puta merda. Quem faz esse esquema é muito do esperto ou eu que sou muito burra.

— Esse é ótimo mesmo! — interrompi a conversa dos dois, piscando meu unico olho funcional para Senti e abrindo um sorriso — Vou roubar ela um pouquinho, tá? Coisas de garotas. — puxei a pequena para um canto — Nada da carga, Senti. Igual ontem. Que merda é essa?

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— Huh?

Preciso confessar que não esperava o que vinha a seguir. Assim, eu não duvidava da capacidade de Senti como Rocket, mas essa tampinha com toda intimidação repentina me deixou meio... apavorada. É quase como se o seu bichinho de pelúcia de repente virasse o Chucky, sabe? Você sabe que existe um Shuppet preso ali dentro mas você espera que ele nunca se revele.

Deixei que ela fizesse seu trabalho. Depois de todo meu estresse ontem, acho que merecia um descanso da dor de cabeça.

— Nossa... Quem diria que o Torchic gorducho fosse tão rápido. — brinquei, ajudando a arrastar o corpo do homem pra trás da mesa — Vamos ver o que Joaquim tem a dizer.

Se esse cara tiver ganhando propina pra modificar os relatórios... Porra. Tem que ser muito idiota pra achar que pode mexer com algo da maior Organização criminosa do mundo e sair impune.

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As coisas se desenvolviam um pouco mais, porém tudo ainda parecia muito... Estranho. Uma carga desse tamanho, sumir sem qualquer tipo de vestígio e ninguém saber absolutamente nada sobre? Estava na hora de agir do meu modo ou ficaríamos aqui pra sempre.

Pirata e com um pouco de dor no olho, segui Senti até Seu Joaquim, mas não sem antes ela me dar uma dica. Acho que talvez a pequena tenha percebido que estava ficando impaciente e essa foi a forma que encontrou pra me dar uma segurada.

Coitada, não me conhece.

— Okay, mas se não resolvermos, vou matar todo mundo de píer.

Dei uma risada, mas daquele estilo que não dava pra saber se era brincadeira ou não, sabe? Pois é.

Com a cara mais falsa do mundo, segui com Senti até o bigodudo e, então, finalmente fui designada para um local onde a pequena não estivesse. Não que fosse ruim, já que ela me ajudou bastante até agora, mas ela e seu Torchic certamente tentariam me parar caso eu tentasse ser um pouco mais... Drástica.

— Indo para o navio, então! — fiz uma continência para Joaquim e Senti, o resto do resto que sobrava da personagem simpática e inocente que estava fazendo — Hooray!

Enquanto caminhava até lá, meu PokéNav bipou. Dei uma gargalhada com a primeira mensagem desesperada e depois meu coração se encheu de ternura quanDO VI O NENÉM DO ARIEL TODO GRANDÃO.

Para Natalie escreveu:

@Shianny

Olha só, não é minha culpa, tentei te assustar mas a Ivy me atrapalhou!!! Minha vingança ainda não tá completa, tá? ME AGUARDE.

Esse olho roxo foi ela que me deu um socão... Precisei fingir que tinha sido atacada pra dar uma lição num menino aqui na missão. Se é que me entende.

*figurinha de um Pikachu piscando o olho*

E QUE NENÉM É ESSE MEU DEUS ARIEL VOCÊ TÁ A COISINHA MAIS LINDA DA TITIA TODO GRANDÃO OLHA SÓ O TAMANHO DESSE CABEÇONA

*áudio enchendo a serpente marinha de elogio*

FINALMENTE VOCÊ PAROU DE NEGLIGENCIAR MEU SOBRINHO FAVORITO, WOOPER!

Depois do Bombril, claro. Não quero morrer eletrocutada.

Tá fazendo o quê?

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Não sei se foi a distração de mandar uma mensagem pra Wooper, se foi brevemente a risada que me tirou do meu modo de ataque, mas... Foi subir no elevador com dois rapazes que eu apaguei. Ainda tentei lutar, mas esses produtos químicos que usam pra derrubar as pessoas são complicados. Isso somado a força dos dois, homens, contra a minha pega de surpresa, não teve jeito. Quando dei por mim, já estava dormindo.

E aí nesses momentos que fica aquele pensamento: será que, finalmente, morri?

Por quê, né? Se eles quisessem, tinham me cortado em pedaços, jogado no ar e virado comida de Gyarados (desculpa, Ariel). Mas não foi dessa vez que vocês se livraram de mim.

— Huh?

Abri os olhos com certo receio e uma dor de cabeça infernal, somente para encontrar o pintinho balofo me balançando de um lado para o outro. Tateei o corpo atrás dos meus pertences e senti o coração palpitar, mas felizmente o Torchic havia trazido minhas coisas de volta a mim. Levantei, puta dentro das calças, cuspindo fogo para o primeiro que passasse na minha frente.

Não deu outra.

O pequeno passarinho tentava me direcionar para onde correr, mas logo era interceptado por um Magnezone enorme. Atrás do elétrico, sua treinadora, falando algo sobre fazer com que virássemos comida de tubarão. Ha... Você encontrou a pessoa errada.

— Sashimi, Matcha! — busquei a esfera de Aggron e Braixen e equipei a Mega Stone da metalica no meu brinco — Hora de destruir essa porra toda... Vou matar cada um desse lugar. — toquei o indicador sobre a Aggronite e abri um meio sorriso — Mostre sua força total, filha! Mega evolução! — o meio sorriso se transformava em um sorriso macabro, quase que sádico; não via a hora de matar aquela mulher no soco — Duplo Body Press! Matcha, Light Screen e Flamethrower!

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Primeiro é necessário falar sobre como é esquisito esse negócio de Mega Stone. Ou pelo menos a sensação que isso passa dentro de você. É quase como se um pedaço da sua alma se soltasse e se unisse junto com a do seu Pokémon. Um calafrio percorre o corpo, o coração palpita e, puff, parece que existe algo saltando do seu peito e se conectando a algo ainda maior.

Amor, eu diria.

Mas não gosto de ser bobalhona assim.

Abri um meio sorriso e tudo que queria era correr pra abraçar Sashimi. Desde que era uma pequena Aron já via todo esse potencial nela, mas... Quem diria, né?

— Filha, duplo Body Press novamente. Caso derrube o Pokémon na primeira, use a segunda na treinadora. — abri um sorriso de orelha a orelha — Matcha, Protect e Flamethrower!

Não mandei entrar no meu caminho, porra. Agora não vai sobrar nem pro enterro.

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