Discharge Brothers

Vamos ver se me faço entender.

Ambas as barrigas reclamaram. Check! E se não ouvissem os chamados da natureza, coisas ruins poderiam acontecer. Bom, aconteceu na mesma, mas não vou me adiantar. .... Ah foda-se! Sabe quando num filme de terror onde você entra na floresta e você sente que tem algo esquisito? Então. Dai um gênio tem a ideia de se separar para procurar pistas ou sei lá o que? Então. E você que está assistindo SABE que vai dar merda? ENTÃO!

Rafael se afastou para defecar, sendo guiado por Soul. Ele invocava uma comitiva pra fazer a segurança do momento sagrado (ele conseguiu cagar sendo observado assim? deve ter demorado um pouco).

Enquanto isso, Raissa recebia todas as fotos de uma vez e aquilo foi demais pro celular baixar. Ele ficou em ponto crítico, tanto foi que descarregou. Droga! Ao menos ela tinha seus sanduiches e o suquinho para não desmaiar de fome.

Um pouco afastado dela, Rafael estava de coque quando começava perceber uma fumaça estranha se aproximar. Não era sinal de fogo desta vez. Ainda bem. Certo? Era uma névoa densa que em poucos segundos tomou todo o bosque e dificultou imenso a visão do rapaz e de seus pokémon. Eles poderiam ter se perdido se, em sinal de medo/reflexo, se aproximavam todos de seu mestre. Isso não era apenas pela espeça cortina acinzentada que que os ameaçava, mas também por um espaço avermelhado que encontrava os olhos de Lucky como se estivesse viva.


O que o jovem faria naquela situação? Encarar a misteriosa neblina rubra ou fugir dela?

Já Raissa, depois de terminar seu lanche, percebia que a fumaça da qual estavam seguindo começava a ficar mais fina. Eles provavelmente perderiam a única pista que tinham no momento. Que atitude tomaria a vingadora-mirim diante de tal questão? Sem comunicação e sem visão de seu companheiro, muito provavelmente perdida numa floresta nunca antes visitada.

Lembram do silêncio assustador que se fazia na floresta? Pois então, mesmo com Rafael fazendo barulhos e tentando chamar atenção, Raissa não via ou ouvia nada. A névoa SIMPLESMENTE não aparecia para ela. Como disse antes, Raissa estava "sem visão de seu companheiro", provavelmente perdida e sozinha, com sua única pista sumindo do mapa nos próximos segundos...

O que ela faria?

Enquanto isso, DENTRO da misteriosa neblina, nenhum dos dragões conseguiam se localizar muito bem, mesmo segundo suas características naturais. Estranho? Eu diria que seria um fenômeno "paranormal" ou até "sobrenatural". Quer dizer, onde é que uma fumaça avermelhada da cor de sangue vivo conseguia se mover e ser ouvida respirar. Espera, o que? Rafael ouvia ALGO respirando vindo daquilo?? Tudo indicava que sim.

O terremoto causado por Ash em nada atrapalhava a coisa, pois era uma substância em estado gasoso. Já os meteoros caindo, invocados por Ghi, eram evadidos como de a misteriosa névoa usasse um ataque rápido para evadir e nisso se aproximava ainda mais de Lucky e seus pokémon. E sabe o que era mais estranho? Todos os sons produzidos eram "abafados" como se alguém tivesse colocado eles dentro de um copo de vidro. Com isso, nenhum sinal de Raissa. Só que ele conseguia ver outra... coisa, se materializar bem diante dele, como se fosse A PRÓPRIA energia rubra... Sabe quando a água atinge o estado gasoso e do nada o estado gasoso formava gelo, que era uma matéria sólida? A névoa começava a soltar pequenas esferas que germinavam no solo e se aglomeraram, dando forma a uma criatura humanoide sem rosto, com pés de raízes e um olho ENORME se abrindo onde deveria ficar o umbigo. Fora isso, a pele vermelha nebulada com detalhes púrpuras.


"proteger. floresta." - disse entre múrmuros e grunhidos ouvidos como sussurros. - "humano. pokémon. dormir sempre!"

Aquelas poucas palavras decifráveis não indicavam que a criatura estava lá para fazer amigos ou conversar. Sabe o que foi pior? Perceber estar cercado, pois haviam outros dois dessas figuras em formação triangular não permitindo mais que Rafael escapasse do provável mesmo destino das criaturas da floresta. Qual foi esse destino? Ainda era um mistério.

O lupino fez muitas coisas de uma vez só. Retornou os dragões, chamou outros dois companheiros, deu uma instrução para cada, procurou conversar com as criaturas de massa corpórea diferente de carne e ossos, e por fim uma atitude um tanto quanto inusitada com a cornucópia presenteada pelos sapos anciãos.

Vamos por partes? Uma coisa de cada vez!

Quando as formas de vida orgânicas (será?) se aproximaram e viram um pokémon usar um movimento contra eles, cada um atacou com um soco de gelo na engraçadinha que tentou atacar eles com um pó do sono (-15x3). Graças a habilidade, que Rafael descobriria na prática, as criaturas não poderiam ser paradas dessa forma. Talvez quem botaria quem pra dormir foi mal interpretado...



Conversar não deu em nada.

Rezar? Quem sabe? Mas ao tentar caminhar, ele percebeu que seus pés já não eram mais... pés. Eles estavam parecendo fixados no chão. Como raízes. Só que a neblina era tão intensa que Rafael não conseguia enxergar os próprios membros inferiores. Quando se esforçou, espalhando um pouco da neblina para longe ele via que no lugar das pernas uma coisas parecendo madeiras as substituíam Sabe quem mais tinham aqueles pés? ... Sim, as pobres criaturinhas rubras.

Quando a Soul? Bom, Rafael não tinha mais visão dela, então teria que aguardar para saber.


Bolt ignorou a fumaça que agora se extinguia e continuou procurando por Rafael, agora com a ajuda de seu Rotom. Seja lá o que a menina pensasse que o fantasma elétrico pudesse fazer, não era possuir árvores como possuía ventiladores ou lavadouras de roupas. Rotom, por outro lado, não parecia tentado a usar suas habilidades na floresta (não conseguira mesmo que quisesse), apenas permanecia por perto, caçando a imagem que ela descrevera, mas só viam... árvores e mais árvores.

Quando será que ela suspeitaria que também pudesse estar perdida e sem carga no celular?

Bom, a busca continuaria por quanto tempo mais ela quisesse, mas mesmo que ficasse o resto da tarde procurando em círculos, nada se revelaria. Ao menos não por enquanto...