A floresta verdejante tem sombras sob o carvalho.

A central respondeu com 'afirmativo' e desligou. Por hora, nada aconteceu; quem sabe nos próximos posts? Por detrás dessas linhas, alguns policiais se moviam e legistas também. Em alguns posts, Galvanis iria receber um relatório mais pontual, com informações mais relevantes. Por hora? Nada. O início da Ilex Forest já estava sendo vigiado (graças aos incêndios) e agora a vigilância dobrou; no mais, nossa dupla tinha 'mais o que fazer', e não ficaria ali fazendo o trabalho de outro, não é?!

O que posso lhes contribuir para esse 'post filler' é que Valentain estava com a garganta meio ardida, graças ao vômito repentino e ácido. A sopa de Berrys não lhe caiu tão bem, fazer o que? Estava um pouco sedento por glicose e a barra de cereal ajudava, mas não era tão suficiente. Sua Starmie iluminava o caminho enquanto nada demais acontecia.

Era bom um sossego, né?! Depois de um susto desses, uns minutos de silêncio mórbido podia ajudar a organizar as ideias. Caminharam mata a dentro por mais um bocado de tempo, passaram-se dez minutos sem que a trilha acabasse ou que as árvores ficassem menos densas até que o brilho-da-estrela não fosse mais o único no cenário. Ao fundo, no horizonte, era possível ver melhor a luz do dia; indicando que as árvores deixariam de ser tão densas por um período-de-trilha.

"Havia pressa, mas também havia cautela"... é, não para todos. Claro, não que Sand Tomb seja um ataque em área estrondoso e pavoroso, que pudesse trazer a morte de muitos; isso não era um risco. Mas o Onix era, em si, um pokémon Corpulento que chamava atenção. Quando Valentain botou a grande serpente de pedra no campo, as árvores não se adaptaram ao seu corpo e envergaram um pouco, sendo obrigadas a penderem para dar espaço as pedras duras do rochedo. Claro, ele não quebrou nada, não derrubou nada e muito menos fez um estrago irreparável, mas fez um barulho bastante incômodo, que fizera com que alguns pokémons-pássaros voassem para longe assustados.

... nada demais, eu acho.

No mais, usou seu Sand Tomb e nada aconteceu: para o alívio de Galvanis e frustração de Valentain.

Enquanto isso, o Ranger seguiu caminho com cautela, já partindo-para-frente e olhando-para-baixo. Seu RangerPad fez um beep ligeiro, indicando uma pequena notificação, porém antes de abrí-la, o garoto alcançou o bendito espaço aberto e pode dar uma boa olhada no que diabos aconteceu ali. O espaço onde a luz do sol entrava sem a barreira das árvores era justamente um espaço onde outrora o fogo queimou. Um espaço de chão-preto, queimado e cinza. Sem árvores erguidas, apenas troncos queimados e derrubados ao chão. Um lugar onde não havia mais grama ou arbustos, completamente execrados pelo fogo.

O "espaço aberto" não era um campo ou uma pradaria de flora rasteira ou mediana, era um campo de fuligem: um cinzeiro. Pela ausência de fumaça e pelo pouco-cheiro-de-fogo, além das temperaturas normais, era de se imaginar que aquele incêndio já devia ter ocorrido a duas semanas ou mais, até porque, não havia muitas cinzas-finas no chão, restando apenas fuligens grossas. A poeira provavelmente fora levada pelo tempo. Outra coisa que não era possível encontrar (e que seria fácil, caso o incêndio fosse recente) era pokémons machucados ou recém-mortos. Também não tínhamos barulho o sinal de desespero.

A única coisa que se destacava na maré de cinza era algo AINDA MAIS CINZA. Sim, um mísero troço ainda mais cinza. No canto esquerdo da visão de Galvanis, uma pequena depressão-geográfica fora cavada e ali havia uma plataforma com uma portinha de metal, que parecia dar para alguma estrutura subterrânea. Um Bunker? Talvez.

Agora... sabe uma coisa estranha? Ele não via o 'fim' daquele maldito campo queimado. Sabe? Ele não via - do outro lado da linha do horizonte - a Ilex Forest voltar a se erguer em altos troncos, como no bioma em que estava a segundos atrás.

Nem o Onix de Valentain via... e olha que ele é bem mais alto! A serpente estranhou tanto que até foi mais para frente olhar aquilo com certa curiosidade, indo na mesma direção que Galvanis mesmo que Valentain não o ordenasse fazer tal coisa.

Ah... o beep? Era pontuações do legistas até então. Não era nada muito complexo ou grande, afinal de contas, se passou apenas uns quinze minutos! Ainda assim, no primeiro olhar, eles já diziam coisas relevantes. Como Galvanis estava em missão no EXATO MOMENTO, a central decidiu que informá-lo em tempo real, mesmo com minúcias, poderia ser importante. Ele provavelmente receberia mais 'beeps' como esse no decorrer da missão.

OFF: GENTE DO CÉU ME DESCULPA!!! Eu tinha até estranhado que vocês não tinham postado ainda, ai fui ver, eu que tinha deixado de seguir o tópico de vocês sem querer D:

Valentain tem um ponto que detém certa razão: os pokémons sempre dão um jeito. Se deixarmos o mundo com eles, o mundo vai funcionar muito bem. O problema são os humanos mesmo; os pokémons se resolvem. Não que isso torne o caso menos triste... talvez isso torne mais. Certamente não precisariam forçar tanto suas adaptações se não fossem nós... humanos.

Onix, ainda meio incomodado com a mudança abrupta do bioma, recebeu o toque de Galvanis com convalescência, recuperando-se de uma certa dor e levando seu tempo para "ir na frente". Ali ele não tinha medo de destruir árvores ou causar incômodos com seu corpo-enorme, afinal de contas, o local já estava mais do que destruído.

No mais, o beep foi visto. A mensagem que Galvanis recebeu viera em formato de tópicos, facilitando a comunicação e agilizando a compreensão:

Menino; 5-7 anos; caucasiano;
Não Identificado; fêmur esquerdo pela metade, dificuldade de medição de altura;
Morte por sufocamento
Dentes de Leite Rosados: evidência de morte por sufocamento violento, possível enforcamento.
Dentes de Leite Rosados: evidência de morte por sufocamento já a alguns dias.
Retirada de órgãos internos pós-morte;
Pé esquerdo serrado pós-morte;
Sem cabelos;
Encontrado uma cueca infantil próximo do corpo, ainda não identificada;
Nenhum MENINO de 5-7 anos foi dado como desaparecido na região nos últimos 3 meses;

... muita informação?? Muita informação!! Por isso serei um bocadinho sucinta ao falar do tal "Bunker"... se lembra? Pois então, os dois garotos correram até a porta e tentaram abrir. Ali viram uma pesada porta de metal, como de costume para Bunkers em geral. Precisavam girar uma pesada roldana para destravar a porta e só ali precisavam de muita força! Respiraram, empurraram, empurraram e empurraram! Nada a maldita roda se mexer!

Estava emperrada?! Bleh, parece que não... o problema devia ser "sincronia", porque depois de algumas tentativas, a roldana girou um bocadinho e eles conseguiram destravar a porta de metal. Depois disso ficou fácil! Pra puxar o Onix podia ajudar... com a boca, é claro! Mas antes de eu descrever esse novo espaço a vocês, favor dar um jeito de acender a luz! Ta tudo muito escuro aqui! Nem tem o que descrever, viu?!

Procurem um interruptor... na verdade, será que tem energia? Acho que um pokémon de fogo poderia ser mais útil. Ou um isqueiro! Quem sabe uma lanterna?