Lerenjes e benenes

09h58min  
"Sol forte, poucas nuvens . 22ºC"

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Bastou poucas informações no google para a morena perceber que a família Romero era uma família que talvez fosse um pouco suspeita. Tudo bem que fora o Poképédia, que era o primeiro site que aparecia, os outros eram todos de fofoca, sites pequenos e que vivem de boatos. O penúltimo site era dos processos jurídicos, mas eram processos todos arquivados e poucos abertos, grande maioria era trabalhista também. Qual grande empresa não tem o que responder a justiça, atira a primeira pedra.

No entanto, o tom questionador de Kiki ativou o modo fofoca em Kátia. Repentinamente, a corretora agarrava o braço da menina como se fossem BFF há anos. Ela mesmo começou a guiar a criadora pela própria casa, indo em direção do primeiro andar, quarto de Kiki. - Menina, e você não sabe nada. Há 20 anos Lilian, a mãe do Stefan, filha de Doña Beniga, esteve internada em uma clínica de reabilitação. Pelo menos era o que diziam. Era uma adolescente bem saidinha. Fugia dos seguranças que a mãe contratava para ir pra festa com as amigas, e li uma vez que até dorgas usava.

O tom baixinho, a conversa envolvente quase em cochichos, o jeito de olhar pra os lados como se tivesse se certificando que ninguém estava ouvindo. Todas essas características conferiam à Kátia uma boa "espalha fofoca". Conversava sobre notícias de uma época que nem facebook tinha, então, poucos lugares encontravam essas informações. Claro, nada 100%! Pareciam mais fofocas e o olhar de jornalista que quer ver uma fofoca de rico pra poder lucrar em cima, mas que soava interessante. Tudo o que Kátia falava conferia um tom de, nada mais, nada menos, do que uma vida agitada de uma mulher que curtiu sua juventude, mas por ser rica, parecia que as fofocas eram redobradas - e rendiam mais dinheiro!

– E Doña Beniga ficou arrasada. Ela tem dois filhos, um casal. A filha, doida de pedra, pelo o que dizem, e o filho sempre foi envolvido em jogos, sobretudo, de azar. De anos para cá, ninguém, NINGUÉM, ouviu mais falar dos dois. A Lilian de vez ou outra é fotografada em algum evento de família, alguma foto na revista Feebas, em que aparece a família toda. Já o tio do Stefan, Bruno Romero, ninguém nunca mais viu. Acho que ele deve ter brigado com a família.  - balançava a cabeça como se achasse muito suspeito, mas não tinha o que dizer. Bem, ela não respondia sobre a conduta da empresa em si, só os “bafos” da família em particular.

- Mas assim, quem sou eu pra julgar, né?- finalizava como uma boa fofoqueira, dobrando a calcinha de Kiki e jogando na mala. SIM! O papo envolvente de Kátia – tenho que usar o poder do mestre de RPG pra dizer que a carisma dela, apesar de forçada, era alta – levou Kiki para o quarto dela e já estava arrumando a mala dela. - O carro vai nos levar pra Saffron, devemos chegar ao entardecer. Ainda não achei um vestido bonito, vamos comprar lá?

10h32min  
"Sol forte, poucas nuvens . 26ºC"

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Encurralada pelas conversações de Kátia, que de longe envolvia um misto de emoções, sejam negativas e positivas, Kiki decidia ir, ajudar ela e a universidade, além de ouvir o silêncio de novo no quarto. Depois de um dia só em casa, trabalhando, cuidando de tudo, ela se via agora levada a deixar a fazenda de novo. Dessa vez, bem melhor do que quando ela encontrou, né?! Sorrisão da cara de Kátia já descrevia tudo! Ela estava feliz pela viagem que faria com a treinadora, esperançosa, e, sobretudo, ansiosa!

Enquanto Kiki terminava a mala, a mulher descia as escadas falando no celular, afinal, seu trabalho não parava. A menina tinha tempo de arrumar tudo, embora os Pokémon a olhassem suspeitando de sua saída. No armário de vassouras, um velho storage: grande, com capota longa, com opção de colocar Pokébola, um telefone ao lado de uma tela, sobre um teclado pesado, cuja força Nakeisha tinha que usar de forma dobrada para poder digitar. Nada que Gylfie não desse jeito! É o Pokemon mais útil da menina...

Com trocas feitas, a menina poderia passar a chave na sua casa. A ideia era voltar no dia seguinte, mas nunca se sabe o que poderá acontecer, né? No carro ali fora, a mulher buzinava com seus óculos de gatinha, sorrindo para a menina, enquanto acenava radiante para que ela se apressasse. Aqui, eu coloco o tempo para que você fale sua troca no Storage!

17h35min  
" poucas nuvens . 22ºC"

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Com tudo acertado, Kiki deixava o recém nascido Burmy aos cuidados do santuário Birch, em Hoenn, e ia até o carro de Kátia, um excelente veículo para as estradas, devo dizer, sendo o modelo 2020 no valor de 145k. Kiki poderia ter um desses OwO Enfim, agora, o GPS do carro mirava a capital, local onde terão que convencer o povo rico a investirem em uma cidade de caipiras metidos a inteligentes. Calma, to exagerando! Rico investe em tudo, mesmo no que não dá dinheiro! Vai por mim, já assisti Dinastia.

Essa viagem seria de 7 horinhas. Claro que voando era bem mais rápido, fazendo uma linha reta, e não pegando a rodovia que saia de Pewter para o MT Moon. Uma estrada tortuosa, perigosa e que necessitava de reparos, subindo a montanha e descendo pelo asfalto, não acessado por treinadores, já que grande maioria cruzava entre montanhas, pelo vale. A partir de Cerulean, a estrada era melhor! Pararam para almoçar na cidade bem conhecida pela menina, antes de seguirem pelo sul. Alguns pokémon no caminho, muito bem eliminados pela valente treinadora, e de longe era possível ver os arranha-céus da cidade!

Saffron City era, tipicamente, uma cidade grande. Muitos prédios, trânsito horrível, pessoas mal humoradas e estressadas. Acho que era falta de dinheiro! Se bem que Kiki tem dinheiro e se estressou logo cedo. Todas as 6 horas e meia de viagem foram bem tranquilas, afinal, com Kátia falando muito, ficando até menos ansiosa, se Kiki reparasse bem. Talvez ela precisasse sair mesmo de Pewter, mesmo que seja a trabalho.

Bem, a ideia era comprar um vestido. A festa seria às 7h, mas ninguém chega cedo, né? Kátia falou que a Universidade bancaria o hotel, então restava, em plena 17h35min, horário de pico de trânsito, irem para o shopping center, em um fim de tarde de beleza. Iriam achar vaga em salão, vestido ou seja lá o quê? Dificilmente, mas qualquer coisa elas improvisariam. Kiki era bonita naturalmente mesmo, né?

Estacionaram ali no estacionamento do shopping e pegavam o elevador para os andares superiores do gigantesco centro de lojas. Kátia sempre sorridente, com sua bolsinha de lado, bem executiva. Kiki sendo Kiki. E muita gente no shopping, mesmo ele sendo ENORME!

20h10min  
" Noite. 19ºC"

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Bem decidida, Kiki conseguia escolher um vestido mais rápido do que qualquer garota do universo que tenha um signo que tenha um signo não indeciso. O passeio de Shopping era agitado, com Kátia dando pitaco nos vestidos, embora possivelmente a criadora tivesse ignorado e sorrido. Ela parava uns minutinhos para responder mensagens no Pokézapp, enquanto outrora ela ligava para alguém, mas voltava para comentar algo.

Com vestido em sacolas, as duas partiam para um salão de beleza. Kátia era ótima para fazer um passeio de Spa no shopping, ficava animada e, por hora, não lembrava do trabalho. Exigiu à cabelereira que fizesse algo simples e bonito no cabelo das duas, o mesmo da maquiagem. Não demoraria por conta disso. Kátia falava muito e sorria para todos. Felizmente, naquela etapa da maquiagem dela, enquanto Kiki já estava quase pronta, com apenas os bobes no cabeço, Kátia ficava quietinha.

Um som ambiente no salão, várias mulheres e profissionais trabalhando. O maquiador de Kátia era muito bom, por sinal, como não entendo muito, fica por conta de sua imaginação. As duas estavam prontas para poder ir pra festa. Qual o horário? 20h10min. Mas rico sempre atrasa...

20h47min  
" Noite. 19ºC"

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Parece que o projeto arrecadação de fundo deu uma travada ali. Kátia se perdia na tentativa de parecer arrumada. Claro que ela precisava de mais especialistas do que Kiki. Pela idade, pelo tom de pele pálido, que ficava detrás de mesa longas horas por dia. Além de que, ela estava muito estressada, precisava de uma injeção de ânimo. Ela conseguiu! Claro que não chega aos pés de Kiki, mas ela ficou mas apresentável também. Porem, atrasada.

As duas saiam voando para o hotel mais próximo. Bem, o hotel não era bem um hotel, parecia algo adaptado. Um prédio velho, que ficava ali no centro mesmo, na esquina com se sabe lá o quê. Mais cara de pousada do que hotel. Um senhor careca, barrigudo, barba malfeita, camisa regata branca e bermuda de várias cores atendia as duas. O olhar dele era um pouco desconfortante, mas parecia que a estadia delas era no hotel mais barato da cidade. Iam dividir um quarto com duas cama box de solteiro e um banheiro que talvez estivesse limpo, mas tinha um piso e paredes tão escuras que não sabia distinguir, até mesmo pela pressa.

Trocadas de roupa? Uber chegou porque Kátia vai beber!!!! Boa sorte, Kiki. E fica pra descrever mais no próximo post, porque estou com sono.