Lerenjes e benenes

Off escreveu:

Bom dia (?) Tudo bom? Sou o Ayzen, narrador há quase 10 anos e estou levemente assustado com seu off :B

08h32min  
"Sol forte, poucas nuvens . 26ºC"

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Um dia ensolarado. Não era aquele sol forte que dá canseira e vontade de não sair de casa para a maioria das pessoas. Era um sol energizador! Ele ter o potencial de carregar as energias, sintonizar chakras e alinhar os chis de qualquer pessoa. Uma reação amistosa e cheia de deveres. Aliada aos grandes campos que envolviam a Universidade de Pewter, aquele cheiro de mato era ideal para dar energia aos trabalhadores, acadêmicos ou funcionários.

Exceto para KikI!

A Granja da Kiki estava um caos. A erva daninha crescia pela porteira, porém, não dava aquela visão de paisagismo com plantas, apenas de mal cuidado mesmo. O solo parecia precário, tanto em nutrientes, quanto em água. Os Pokémon bem desesperados! Inclusive, Carnivine aparecia voando no alto em um grito desesperado, envolvendo seu corpo no corpo da moça, em um choro constante, não sabendo se era saudades ou medo de algo. Parecia mais saudades, porém, exagerado!

A casa? Bem, na varanda a velha cadeira de balanço abrigava Xatu, que de forma séria e do seu jeitinho, acenava para a sua treinadora. Teleportava-se dali para aparecer rente aos pés da menina. A casa abafada, por estar muito tempo fechada, era aberta após “décadas”, onde a menina sentia aquele leve cheiro de mofo e necessidade de sol. Se tivesse um sem-terra ali, ele conseguia apossar do terreno todo.

O problema era que mesmo o gerenciamento não cobrindo todas as necessidades de operação de um criador, ele ao menos deveria manter uma certa organização ali. Acontece que não havia manutenção certa na fazenda da Lady Kiki, muito menos nas áreas desocupadas ou em qualquer outro lugar da Universidade de Pewter. Ah! Suas encomendas? Depois de meses ainda não chegaram, embora no site disseram que fora recebida por um funcionário da universidade. Quê que taco tecendo?

Off escreveu:

"Confia", disseram...~q

08h32min  
"Sol forte, poucas nuvens . 26ºC"

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Qualquer coisa era o suficiente para acalmar Carnivine. O Pokémon começava a se desenroscar do corpo da morena bonita, ao passo em que ela marchava furiosa pela casa. Xatu sumia. Nem era para ele estar ali, e ele sabia disso!!! Ao mesmo tempo, a luz começava a entrar naquele puxadinho organizado, porém, que faltava um toque humano ali. Claro, faltava também os itens da Polishop da Oster que ela comprou tudo combinando e não tinha chegado. Era pra aquela cozinha já ter virado um laboratório há “anos”.

E foi assim que o seu Smartphone Rotom sobrevoava pela cozinha em ligação, enquanto acompanhando sua dona que colocava o  tapete empoeirado para fora, via o que tinha na geladeira – não tinha nada, exceto um leite vencido – e os problemas só se acumulavam na casinha de campo. - Ligando para Kátia, Corretora rural UCP. - o aparelho repetia isso algumas vezes, enquanto dava em caixa. Era isso, fazem uma maior propaganda de cuidado com a terra enquanto a Kiki estava no mundo, e agora nem atendem o telefonema.

Carnivine observava Kiki irada e sem resposta caminhando pela casa, com uma lista enorme de irregularidades em sua fazenda: itens não entregues, casa suja, geladeira vazia, campos secos e cheias de matos, fora os demais locais que ela não tinha passado ainda. Tururu, por onde começaria? Lembre que Oster é marca cara!!!


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Off escreveu:

"Confia", disseram...~q

09h14min  
"Sol forte, poucas nuvens . 26ºC"

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E o pau estava na mesa! Mamacita estava doida com a situação atual de sua casinha, campo, investimentos. Muito dinheiro de anos de trabalho, fora especializações, pós graduações, entre outras coisas. A menina precisava de um retorno, é claro. Depois de 500 golpes por mês no gerenciamento, ela esperava muito mais. Até eu esperava mais! A menina logo fazia a convocação de todo mundo. Os flashes surgiam de todos os lados pela cozinha, que de espaçosa, tornava-se apertada.

A ave avermelhada ave uma bailada de tango e saia voando pela janela. Só o piado dela já chamava a atenção das plantas do campo, que paravam para ver a novata ir para o bosque. O corvo seguia logo atrás, com suas aves negras, destoando do verde em excesso do campo. Gylfie adorou a ideia de eletrocutar alguém. Nem parava quieto de tanta animação, enquanto abandonava sua forma ventilador, deixando o aparelho velho no chão, e entrando direto na geladeira. Depois saia e ia para a corrente elétrica da casa, deixando a geladeira sem nada em paz, passando por todo os lados, descendo se sabe lá para longe.

Nyra abria suas asas e Kiki pôde sentir o vento em sua cabeleira. Não demoraria para chegar na Universidade, passando por quilômetros e mais quilômetros de terra. Do alto a menina poderia ver o descuidado com o campo, uns mais do que outros. Há alguns meses ,tudo era bem organizado e até o excesso de erva daninha não ficava muito tempo. Agora? Parece que havia se instalado uma crise na Universidade de Criação Pokémon.

Enfim! Kiki pousava nos prédios administrativos, que ficava entre os prédios dos outros departamentos. A universidade era enorme! Dispunha de vários cursos de várias áreas. Havia o prédio de ciências sociais, com seus advogados, contadores e economistas, o prédio de licenciatura, laboratórios, ciências da terra, onde Kiki fazia parte, tinha o departamento de ciências naturais, das biologias, ciências da saúde, do lado do hospital universitário, outro grande prédio.

Como um prédio burocrático, havia três níveis, a reitoria sendo o último andar, e outros departamentos espalhados nos demais. No térreo, havia a Imobiliária Rural, um departamento pequeno, com uma sala e uma antessala. Na antessala, não havia secretária, enquanto na sala, a porta estava fechada, não trancada. Era possível ouvir a voz de Kátia conversando ali dentro, em tom alto, porém, não entendível. Não havia janelas da antessala para a sala. Apenas uma parede, uma porta. Ali, a mesa de secretária abandonada, com cadeira e um sofá pomposo de dois lugares.

09h30min  
"Sol forte, poucas nuvens . 26ºC"

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O pequeno escritório da imobiliária não estava lá essas coisas. Primeiro dia ali, a menina lembrava de uma secretária, folhetos e tinha até um chá de maracujá com rapadura delicioso, no ponto certo. Agora? Kátia estava aos gritos dentro da sala, enquanto ela não tinha nem água para ser ofertado. Até o figrobar que ficava ali fora retirado! Após as batidinhas, a porta se abria com Kátia no telefone, meio abismada e notoriamente surpresa com a presença da menina. Fez sinal com o dedo que estava no celular e em seguida abria a mão pedindo para esperar um pouco.

Kátia era uma mulher de meia idade, com cabelos acastanhados curtos, aqueles terninhos bem específicos da área. O sorriso dela sempre fora envolvente, com um papo acolhedor, que convenceria a Requiem inteira a comprar propriedades em sua mão. No entanto, o sorriso não era lá tão claro e suas olheiras estavam bem presentes, ao ponto de sua maquiagem – mesmo leve – não estar conseguindo esconder.

Alguns minutos e ela retornava. Claro. Não poderia ignorar a menina. Era possível ver uma respiração funda detrás da porta e Kiki poderia imaginar ela esticando a roupa com a mão, na tentativa de se parecer mais apresentável, enquanto abria a porta. - Bom dia, Nakeisha.- sorriso forçado. Chama pelo nome. Típicas estratégias de vendedor. - Desculpe a demora, estava em uma ligação importante. - dava espaço para que a morena pudesse entrar na sala de Kátia.

A sala era conforme a menina se lembrava da última vez. Espaço mediano, uma mesa de um material bem conceituado, cadeiras confortáveis, uma janela no fundo iluminando algumas plantinhas e uma parede com vários quadros com diplomas, cursos e fotos de grandes empreendimentos da corretora. - Já imagino o porquê de estar aqui e já peço desculpas.- começava. Mais uma estratégia de mercado: admitir erros quando não se tem anda pra fazer!


[Imagem meramente ilustrativa]

09h30min  
"Sol forte, poucas nuvens . 26ºC"

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O tom de voz controlado de Kiki caia como uma faca no coração de Kátia. Talvez ela esperasse alguém mais nelvoso, porém, com Kiki controlando sua ira, ela parecia até desconsertada. Mas isso não deteria o posicionamento estratégico que a mulher adotava e adotaria naquela conversa. Em uma poltrona de frente de Kiki, a mulher abandonava a sua cadeira-presidente detrás da mesa, adquirindo uma postura de confiança e sem formalidades, porém, sem ultrapassar os limites.

Um cruzar de pernas. Uma posição perfeita. A coluna dela era boa. Um soltar de ar antes de iniciar o pedido de desculpas. - Eu sinto muito, Nakeisha. Nós vendemos para você um sonho e no momento está soando um pesadelo.- não tinha metáfora melhor naquele momento. - Deixe-me ver... - esticava seu braço para a mesa, pegando o seu tablet, e passando os dedos para o lado, procurando a informação que desejava. - Almoxarifado.- concluía em um tom sério, porém, ainda cansado. - Um funcionário deveria ter entregue em sua casa há 04 dias, mas houve um probleminha...

Mesmo com toda confiança que sua profissão lhe conferia, Kátia desestabilizava ao citar “probleminha”. Seus ombros caíam, o tablet repousava em seu colo. Por alguns segundos, Kiki percebeu seus olhos se perderem no fundo da sala, como se um fantasma estivesse ali, enquanto os lábios superiores tremiam, em reflexo de profundo estresse. - Sei que a erva daninha tá incontrolável no nosso campo. Posso jurar que alguém passou e lançou más sementes por aí. Hehe Mas estou montando um cronograma de limpeza local que pode beneficiar todo os criadores da universidade.- a tentativa dela de esconder algo era muito boa, porque o tom confiante e toda a postura voltava automaticamente para seu corpo. Pena que Kiki era uma garota reparadora!