Green conseguia olhar para seu adversário demonstrando toda sua falsa malícia, um verdadeiro ator. Aquele olhar fez com que a lagarta tremesse e a própria treinadora também achou que na próxima vez que chegasse perto do pequeno, ele poderia fazer-lhe algum mal. A olhada era fria, pretensiosa e talvez o ambiente escuro ajudasse, fazendo sombra na parte superior da cabeça, mas ainda trazendo uma pequena luz que brilhava em um dourado escuro, parecendo uma brasa de uma fogueira recém apagada, apenas esperando que todos fossem dormir para que um incêndio tivesse início. Era com certeza traiçoeiro e mesmo dar comida para o pequeno seria difícil de esquecer como ele conseguia se esforçar e fazer um olhar malicioso como aquele, mesmo que não partilhasse de sua personalidade. Onde antes havia um sorriso de excitação pelo combate e desejo de captura do wurmple, por um breve e sufocante segundo, ela teve o coração apertado e trancou a respiração, como se quisesse passar desapercebida por aquele treecko, deixando que ele cuidasse de seus interesses com o adversário e que não se voltasse para com a garota logo em seguida.
- G-Green... - Chamou com hesitação, o que foi um erro, pois o pequeno perdia toda a sua pose de malandro num beco escuro na pior parte de Slateport, esquecida por marinheiros e domínio de bêbados e assaltantes, dando lugar ao bom e velho pokémon curioso e bobo que parecia esquecer do combate e virava-se com os grandes olhos arregalados, curioso em saber o que sua treinadora queria, dando brecha para que seu oponente cuspisse mais daquela seda em seu corpinho, obrigando-o a fechar os olhos para se proteger e sentindo a meleca se condensando no corpo, impossibilitando mais os seus movimentos. Haviam partes do corpo dele que nem mais eram verdes, podendo ser visto apenas o branco que se aglomerava e não mais tinha a aparência de fios enrolados e sim, como um cimento que secou, perdendo aquele sentimento de que era possível rasgar com as mãos (que não era possível, apenas o esticava bastante antes que rompesse e nisso, já havia grudado facilmente) e parecendo mais que o inseto queria criar uma pupa ao redor do lagarto, impossibilitando que o mesmo se movesse.
Enquanto tentava tirar aqueles fios do rosto e empurrar para longe do corpo como podia, também deixou a guarda baixa para que o adversário desse um encontrão que em conjunto da seda que fora usada para imobilizá-lo, não fora difícil acertar e mais ainda, ajudou para que tombasse, perdendo o equilíbrio ao receber o golpe, que não deveria ser muito, visto o tamanho e massa que a lagarta tinha, mas que em conjunto de tudo, o treecko precisou ralar-se um pouco na grama para retirar um pouco da seda, tombando com certo peso.
A garota, ao ver o primeiro ataque do wurmple, mesmo sendo ela quem iniciou o combate, sentiu-se ofendida com a afronta do outro ao dar um ataque relativamente baixo desses. Bateu com o pé no chão e apontou para o inseto.
- Ei! Você parece ser mais forte do que aparenta, mas o Green conseguiria receber esse golpe mais cem vezes antes de realmente cair! - Olhou para o pequeno que fazia força para se erguer, desvencilhando-se daquele misto de grama, folhas e terra que grudavam-se e pareciam trazer mais peso do que amarrá-lo e possivelmente era esse o perigo daquela habilidade que servia apenas para deixá-lo mais lento, pois com peso, Green teria mais dificuldade em chegar nele ou reagir aos seus ataques, precisando fazer esforço titânicos para conseguir se mexer, consumindo sua energia enquanto lutava duplamente, para conseguir atingir o adversário e se mover, algo que nunca antes fora um incômodo para si (provavelmente), mostrando agora que o simples ato de andar era algo deveras desafiador.
- Ok, Green, é isso, você não vai apanhar de graça! Dê Pound nesse atrevido! Mas não dê apenas um, dê um por mim também! Mostre a nossa força e que lutamos juntos! Eu sei que você consegue! - Ao mesmo tempo em que dava comandos para que finalmente partissem para a ofensiva, não mais focando em estratégias para que o inimigo sentisse-se fraco, desmoralizado, sem segurança ou rotas de fuga, agora era o momento dele mostrar que realmente não estava para brincadeiras, que seus golpes pesavam, que mesmo contra tudo que sofrera até agora, ele ainda era o mais poderoso entre aqueles dois, talvez não pelo seu elemento, mas por ter alguém com a qual se apoiar, uma treinadora que mesmo não estando ali trocando golpes, ela coordenava tudo e ajudava-o a tomar as melhores decisões.
Esperava que o tapa não fosse como o anterior, onde poderia ter deixado marca e estalado fortemente, agora queria ter certeza que o wurmple sentisse aquilo, que o barulho não fosse apenas um estouro de balão e sim, uma pedra caindo e quebrando a pele da água, que a pancada não se limitasse à pele do inseto, deixando marcado também a sua memória, que toda a vez que ele ouvisse o bater de palmas, relembrasse da vez que recebeu o golpe de Green. Talvez não o suficiente para traumatizá-lo, mas queria que ele soubesse o que provocou sua queda, que aquele simples ato fizesse tanto efeito quanto uma habilidade de fogo ou de um predador voador. Aquele impacto deveria ser semelhante a uma habilidade que causasse confusão, pois com a força do verdinho, ele ficasse perdido em pensamentos do motivo de ter recebido tanto dano e que o segundo tapa viesse para lhe mostrar que tinha mais de onde aquele tivera vindo.
Os pensamentos de Camilla poderiam ser um tanto quanto cruéis, direcionados para um de seus pokémons favoritos e que até segundos atrás houvera fantasiado em pegar o wurmple de colocá-lo para nanar, dar uma chupeta para que ele mascasse até cansar e enfim voltar a descansar tranquilo após o estresse que fora ter seu ambiente invadido e sem que pedisse, entrasse em uma batalha, mas sem favoritismos com terceiros, Green ainda era o seu companheiro e lutaria ela mesma se fosse necessário para ver a vitória do lagartinho. Era o seu inicial e consequentemente, criou fortes vínculos com ele, esperando apenas o bem dele e mesmo que acreditasse cegamente no potencial dele, ainda se preocupava em ver como lutava. Podia-se dizer que ambos ainda eram verdes e precisavam treinar mais.
Estava ansiosa, isso era inegável. Mesmo que já houvera batalhado algumas vezes na escola, nada foi "real", apenas treinos com pokémons dados pelo conselho didático para que as crianças aprendessem o básico do mundo em que viviam, então ganhar ou perder era irrelevante, o que contava era a aplicação dos ataques, os movimentos, os tipos, o uso de poções ou demais itens para fortalecimento ou recuperação. Queria pegar o Rotom Phone e chamar algum professor para que o mesmo viesse avaliá-la para ver se estava certa nas suas escolhas, se não estava puxando demais Green em seu primeiro embate ou se apenas estava desperdiçando tempo valioso ao tentar enfraquecer a lagarta e o combate já teria tido um fim se apenas tivesse partido para a ofensiva desde o começo, repetindo golpes até criar um hematoma e acertasse um golpe crítico. Mesmo que Green pudesse ter confiança em sua treinadora de que os comandos dela seriam as melhores a serem usados aqui ou ali, ela mesma não partilhava de tal sentimento, que mesmo em pose de que tinha controle da situação, a voz que não demonstrava inseguranças ao falar com força e convicção, ainda assim sentia o coração apertado e toda vez que o treecko se movimentava e dava ou recebia um golpe, trancava a respiração.
Tais faltas de confiança em si mesma era a porta de entrada de muitos outros temores e paranoias, então apenas faria o que o companheiro estava fazendo desde o começo, acreditando no outro. Enquanto ele tinha plena consciência de que a treinadora sabia o que estava fazendo, ele recebendo algum dano, deveria ser calculado ou que ali era o momento de mostrar que aguentava alguns golpes, a de cabelos azulados entregou-se ao pokémon, acreditando que ele dava tudo de si e que faria o esforço necessário para vencer aquele combate para enfim, capturar o wurmple e assim, somar forças e fofuras para a equipe.
Para o acaso de ver que o wurmple sentiu os golpes que recebera e enfim pudesse ser capturado com mais facilidade, terminaria aquele combate o mais rápido possível, jogando a pokébola no inseto, preocupada com demais danos que Green poderia receber além daquilo, ou de cansar-se além do esperado ao estar amarrado tão fortemente a ponto de não conseguir andar, tinha uma noção do quanto aquilo deveria ser desagradável.
- G-Green... - Chamou com hesitação, o que foi um erro, pois o pequeno perdia toda a sua pose de malandro num beco escuro na pior parte de Slateport, esquecida por marinheiros e domínio de bêbados e assaltantes, dando lugar ao bom e velho pokémon curioso e bobo que parecia esquecer do combate e virava-se com os grandes olhos arregalados, curioso em saber o que sua treinadora queria, dando brecha para que seu oponente cuspisse mais daquela seda em seu corpinho, obrigando-o a fechar os olhos para se proteger e sentindo a meleca se condensando no corpo, impossibilitando mais os seus movimentos. Haviam partes do corpo dele que nem mais eram verdes, podendo ser visto apenas o branco que se aglomerava e não mais tinha a aparência de fios enrolados e sim, como um cimento que secou, perdendo aquele sentimento de que era possível rasgar com as mãos (que não era possível, apenas o esticava bastante antes que rompesse e nisso, já havia grudado facilmente) e parecendo mais que o inseto queria criar uma pupa ao redor do lagarto, impossibilitando que o mesmo se movesse.
Enquanto tentava tirar aqueles fios do rosto e empurrar para longe do corpo como podia, também deixou a guarda baixa para que o adversário desse um encontrão que em conjunto da seda que fora usada para imobilizá-lo, não fora difícil acertar e mais ainda, ajudou para que tombasse, perdendo o equilíbrio ao receber o golpe, que não deveria ser muito, visto o tamanho e massa que a lagarta tinha, mas que em conjunto de tudo, o treecko precisou ralar-se um pouco na grama para retirar um pouco da seda, tombando com certo peso.
A garota, ao ver o primeiro ataque do wurmple, mesmo sendo ela quem iniciou o combate, sentiu-se ofendida com a afronta do outro ao dar um ataque relativamente baixo desses. Bateu com o pé no chão e apontou para o inseto.
- Ei! Você parece ser mais forte do que aparenta, mas o Green conseguiria receber esse golpe mais cem vezes antes de realmente cair! - Olhou para o pequeno que fazia força para se erguer, desvencilhando-se daquele misto de grama, folhas e terra que grudavam-se e pareciam trazer mais peso do que amarrá-lo e possivelmente era esse o perigo daquela habilidade que servia apenas para deixá-lo mais lento, pois com peso, Green teria mais dificuldade em chegar nele ou reagir aos seus ataques, precisando fazer esforço titânicos para conseguir se mexer, consumindo sua energia enquanto lutava duplamente, para conseguir atingir o adversário e se mover, algo que nunca antes fora um incômodo para si (provavelmente), mostrando agora que o simples ato de andar era algo deveras desafiador.
- Ok, Green, é isso, você não vai apanhar de graça! Dê Pound nesse atrevido! Mas não dê apenas um, dê um por mim também! Mostre a nossa força e que lutamos juntos! Eu sei que você consegue! - Ao mesmo tempo em que dava comandos para que finalmente partissem para a ofensiva, não mais focando em estratégias para que o inimigo sentisse-se fraco, desmoralizado, sem segurança ou rotas de fuga, agora era o momento dele mostrar que realmente não estava para brincadeiras, que seus golpes pesavam, que mesmo contra tudo que sofrera até agora, ele ainda era o mais poderoso entre aqueles dois, talvez não pelo seu elemento, mas por ter alguém com a qual se apoiar, uma treinadora que mesmo não estando ali trocando golpes, ela coordenava tudo e ajudava-o a tomar as melhores decisões.
Esperava que o tapa não fosse como o anterior, onde poderia ter deixado marca e estalado fortemente, agora queria ter certeza que o wurmple sentisse aquilo, que o barulho não fosse apenas um estouro de balão e sim, uma pedra caindo e quebrando a pele da água, que a pancada não se limitasse à pele do inseto, deixando marcado também a sua memória, que toda a vez que ele ouvisse o bater de palmas, relembrasse da vez que recebeu o golpe de Green. Talvez não o suficiente para traumatizá-lo, mas queria que ele soubesse o que provocou sua queda, que aquele simples ato fizesse tanto efeito quanto uma habilidade de fogo ou de um predador voador. Aquele impacto deveria ser semelhante a uma habilidade que causasse confusão, pois com a força do verdinho, ele ficasse perdido em pensamentos do motivo de ter recebido tanto dano e que o segundo tapa viesse para lhe mostrar que tinha mais de onde aquele tivera vindo.
Os pensamentos de Camilla poderiam ser um tanto quanto cruéis, direcionados para um de seus pokémons favoritos e que até segundos atrás houvera fantasiado em pegar o wurmple de colocá-lo para nanar, dar uma chupeta para que ele mascasse até cansar e enfim voltar a descansar tranquilo após o estresse que fora ter seu ambiente invadido e sem que pedisse, entrasse em uma batalha, mas sem favoritismos com terceiros, Green ainda era o seu companheiro e lutaria ela mesma se fosse necessário para ver a vitória do lagartinho. Era o seu inicial e consequentemente, criou fortes vínculos com ele, esperando apenas o bem dele e mesmo que acreditasse cegamente no potencial dele, ainda se preocupava em ver como lutava. Podia-se dizer que ambos ainda eram verdes e precisavam treinar mais.
Estava ansiosa, isso era inegável. Mesmo que já houvera batalhado algumas vezes na escola, nada foi "real", apenas treinos com pokémons dados pelo conselho didático para que as crianças aprendessem o básico do mundo em que viviam, então ganhar ou perder era irrelevante, o que contava era a aplicação dos ataques, os movimentos, os tipos, o uso de poções ou demais itens para fortalecimento ou recuperação. Queria pegar o Rotom Phone e chamar algum professor para que o mesmo viesse avaliá-la para ver se estava certa nas suas escolhas, se não estava puxando demais Green em seu primeiro embate ou se apenas estava desperdiçando tempo valioso ao tentar enfraquecer a lagarta e o combate já teria tido um fim se apenas tivesse partido para a ofensiva desde o começo, repetindo golpes até criar um hematoma e acertasse um golpe crítico. Mesmo que Green pudesse ter confiança em sua treinadora de que os comandos dela seriam as melhores a serem usados aqui ou ali, ela mesma não partilhava de tal sentimento, que mesmo em pose de que tinha controle da situação, a voz que não demonstrava inseguranças ao falar com força e convicção, ainda assim sentia o coração apertado e toda vez que o treecko se movimentava e dava ou recebia um golpe, trancava a respiração.
Tais faltas de confiança em si mesma era a porta de entrada de muitos outros temores e paranoias, então apenas faria o que o companheiro estava fazendo desde o começo, acreditando no outro. Enquanto ele tinha plena consciência de que a treinadora sabia o que estava fazendo, ele recebendo algum dano, deveria ser calculado ou que ali era o momento de mostrar que aguentava alguns golpes, a de cabelos azulados entregou-se ao pokémon, acreditando que ele dava tudo de si e que faria o esforço necessário para vencer aquele combate para enfim, capturar o wurmple e assim, somar forças e fofuras para a equipe.
Para o acaso de ver que o wurmple sentiu os golpes que recebera e enfim pudesse ser capturado com mais facilidade, terminaria aquele combate o mais rápido possível, jogando a pokébola no inseto, preocupada com demais danos que Green poderia receber além daquilo, ou de cansar-se além do esperado ao estar amarrado tão fortemente a ponto de não conseguir andar, tinha uma noção do quanto aquilo deveria ser desagradável.