[Missão Rocket] Vs. a Equipe Foguete do Arco-Íris

Zan realmente estava demorando com a porta. Será que a MELHOR máquina precisava de ajuda? Não perguntei. Ele não disse nada quando o outro comentou...

- Tenho certeza que ele não disse isso - comentei, sem intenção de rir, mas nitidamente implicando com Joseph como o de costume. Apesar disso, tinha outro interesse com aquilo. No mesmo momento cacei duas coisas na bolsa. Um bloco e material de escrita; Separei um papel e escrevi: "como sabe que pode confiar numa máquina?" depois disquei "nume" e substitui por "NESSA" e passei folha e caneta para ele. Digitar num eletrônico era arriscado demais, pois já tinha visto Brigitte fazer menos com um grampo. No meio tempo respondia ele. - Não me dou o luxo de cometer falhas. Procuro ser preciso e ligeiro. Sem excessos, apenas o necessário. Na verdade eu não precisava destruir as máquinas, apenas identificar elas, mas como já estou aqui fez mais sentido. - Dei de ombros imaginando se por algum motivo os Rocket quisessem se apropriar da tecnologia dos Rainbow. Que pena, não é mesmo? - Além disso não costumo trabalho em grupo. Sinto que só me trazem preocupações desnecessárias e a maioria não aprova meus métodos. Sem contar que não sou um agente comum, não é mesmo? E sim, isso é uma característica minha.

Não pretendia revelar Thito, ou expor Matthew. Quando terminássemos, se ele quisesse, poderia falar com aquele Joseph, apesar de ainda achar inútil a aproximação. Nada de bom poderia vir de uma relação dessas.

Zan continuava a abrir o portão, e de onde estavam dava pra ver que ele estava fazendo o mínimo de esforço. Isso corrobora com a tese de Joseph de que ele estava fazendo hora para aquela conversa acontecer. Enfim, eles continuavam a trocar informações e confissões pessoais. Joseph tomava o pedaço de papel em mãos e o lia, erguendo uma sobrancelha. - Entendo, lobo solitário. - ele toma a caneta das mãos de Matte e começa a escrever algo no papel - Alguns dos meus irmãos pensavam assim como você. Até que a organização percebeu que uma dupla era o tamanho ideal para o máximo desempenho com o mínimo de fracasso. Humano e máquina então, melhores valores. - ele terminava de escrever e devolvia tanto a caneta quanto o papel. - Não sei se teremos chances de ter outra conversa dessas quando chegarmos lá no cume, já que não podemos perder tempo. Queria mesmo falar com os outros… - ele leva as mãos até a cabeça e faz uma careta de desapontamento. E sim, era uma encenação, como uma criança birrenta. Talvez Joseph tenha se acostumado e se apegado à presença de Matte ali e agora se permita esses tipos de brincadeiras, assim com o agente Rocket permitiu algumas outras no decorrer da subida. No papel estava escrito as seguintes palavras: “E como você pode confiar em uma pessoa que se diz ser de outra dimensão?” depois dessa frase tinha um desenho de uma carinha com a língua para fora “Não se preocupe, Zan teve toda a sua programação rastreada e implementada.”. Será se com isso as suspeitas de Matte se findariam? E essa preocupação com a confiabilidade de Zan seria também um sinal de que ele se apegou ao pai postiço?
             

Confiança. Experiência. Hm.. não sabia ao certo se estava convencido, mas certamente era algo que Matthew faria se não tivesse a mim hoje. Apenas balancei a cabeça em afirmativo, entendendo tudo, inclusive a parte onde ele gostaria de falar com minhas contra-partes. Era um desejo legítimo, uma vez que revelado isso, afinal, aconteceu o mesmo com Winnie dias antes. A todo o custo ela quis me conhecer e resultou em um péssimo término.

- Não confio. - disse, sem medir consequências. - É um dos motivos por não deixar conhecê-lo. Eles são emocionados demais... É isso. Mas sinto que estou em dívida pelo suporte que recebi, então não me importo em colaborar o mínimo.

Realmente temia que Matthew fizesse alguma besteira, como por exemplo se juntar a causa deles. Seria algo bem heróico e nada prudente, ou seja, a cara dele. Era uma coisa que esse Joseph tinha em comum com o primário e Zan já revelava. A imprudência mediante ao desejo de salvar o dia.

Joseph ouvia a conclusão de Matte. Não que ele não esperasse algo daquele tipo, na verdade ele já imaginava que receberia uma negação como resposta. Por isso apelou para o argumento emocional. Mas ele não se abalou, pelo contrário, apenas sorriu e respirou fundo. - Bom, acho que eles devem estar felizes com você os protegendo. Quer saber, garoto… - ele da um leve soquinho no braço de Matte - Gostei de ter te encontrado! Fazia tempo que não me sentia assim, mais… humano. - ele então olha para Zan - Sem ressentimentos, doutor. - e volta a falar com Matte - Acho que você luta um combate justo. Se o sentimento foi minimamente parecido, acho que o Joseph desse mundo estaria orgulhoso de você! - ele volta a dar dois tapinhas no ombro de Matte e vai na direção de Zan. - Devemos montar acampamento, doutor? - novamente ele se vira para o robô, que gira nos calcanhares e olha para os dois - Já abri o portão, tem pelo menos dez minutos. Estava esperando a conversa de vocês terminar. Seus níveis de serotonina nunca estiveram tão altos, achei que seria bom pra você. - disse olhando para Joseph, depois olhou para Matte - Enquanto você, seu cortisol caiu consideravelmente. Isso também é bom. Vamos, o caminho está liberado. - pelo visto Zan não deixou de monitorar os humanos por um segundo sequer. O portão estava aberto e logo à frente deles, a segunda bifurcação.    
             

Por um instante me senti pelado, ou melhor, violado! Não era precisa eu assinar um termo de compromisso, sem ler, é claro, antes de uma máquina escanear minha vida? Enchi os pulmões de ar e coloquei as mãos nos bolsos, expirando lentamente, pensando em deixar essa passar. Ele não era meu médico particular para estar examinando meus hormônios, sinapses e seja lá mais o que Zan conseguia ler sem a necessidade de contato OU PERMISSÃO.

Revirei os olhos, retornei Pelipper, que estava até então de olho nas coisas enquanto se aprumava, e segui no caminho que nos levaria ao ponto final daquele encontro, ao lado dos outros dois. Era até surpreendente ainda não termos sido surpreendidos com mais agentes RR depois do caos na saída do elevador e das bombas nos principais pontos de acesso deles. Talvez estivessem ocupados tentando reparar danos. Ou mortos. Pelo menos grande parte. Sabia que tinham outros agentes rocket infiltrados, então também deveriam estar dando trabalho a alguns.

De fato Matte estava certo em uma coisa: o contingente de RRs estava reduzido. Haviam outros grupos assaltando a montanha naquele instante. E não só a montanha, mas seus arredores. Era um esforço coletivo de várias organizações para parar aquele avanço, aquela invasão e destruição da realidade como a conhecemos. E ele tinha sido pego no meio desse turbilhão e jogado contra uma trama envolvendo uma versão de seu pai de uma realidade alternativa e uma máquina ao qual ele não confiava. E ainda por cima invasiva! Bom, Matte seguia com esses dois viajantes interdimensionais até o próximo ponto de bifurcação.

- Adiante há mais um transponder, e acima há uma prisão. - ele diz a primeira parte para Matte e a segunda para Joseph. Este, quando ouve que é uma prisão, fecha a cara na mesma hora. Matte pode ver a mudança drástica entre o homem alegre e piadista para um carrancudo frio, meio que parecido com ele mesmo. Joseph pega sua magnum e a recarrega, olhando para Matte em seguida. - Te vejo mais tarde, garoto. - e dá um pequeno sorriso, seguindo seu caminho com Zan. Agora o caminho estava livre para Matte.

Avançando até o platô, Matte pode ver as mesmas instalações que viu anteriormente, mas a cena era um tanto diferente. Diante delas haviam dois agentes RR’s padrão, e ao lado deles uma tropa de Gravelers diferentes, parece que trazidos de outro mundo! Estavam sendo controlados por alguma coisa, e talvez pudessem ser enviados de volta, se a consciência de Matte assim permitisse…

     
             

Estranhei quando Zan fez questão de deixar claro que nossos caminhos se dividiam, sem nem ao menos explicar o que tinha naquela prisão? Sim. Muito. Em momento algum revelaram a libertação de algo ou alguém. Veria isso mais tarde. Ainda tinha que lidar com duas coisinhas básicas. Mais uma máquina e... uma horda de rochas? Sim, pois é. Entretanto, não eram naturais do monte de prata. Elas se quer pareciam pertencer a esse mundo. Não precisava da pokédex para perceber isso, bastava observar a forma como se comportavam e como me impediam de avançar.

Ri, em deboche, claro e escolhi minha estratégia. Lancei ao moluco um ovo da sorte e então comandei:

- Soterre eles com um earthquake. - fiz pouco caso dos pedregulhos.

Azula parecia curtir os colegas elétricos. O Gastrodon também...

OFF: +2 atk e speed para gastrodon / equipado com lucky egg

Aqueles pedregulhos não pareciam realmente muita coisa, mas na verdade uma multidão deles poderia causar um problema dos grandes. Mas nada que o grande molusco híbrido de Matte não desse conta de resolver!

Saltando na frente dos gigantes de pedra, que emanava uma estranha estática, Gastrodon vibrou seu corpo molenga e criou um verdadeiro terremoto! Três Gravelers não suportaram e caíram nocauteados (Graveler -65), mas alguns resistiram em um fôlego final, tirando energias sabe-se-lá de onde! (Graveler Sturdy on). Então, esses três resistentes lançaram sobre Gastrodon uma sequência de rochas que formavam um ângulo alto direto sobre a cabeça do molusco, mas não causando tantos danos assim. (Gastrodon -18) Novamente outro terremoto surgia, levando os três restantes a nocaute! (Graveler -65)

Bom, isso foram os estragos da batalha. No entorno, a situação era a seguinte. O primeiro terremoto jogou uma dos RRs montanha abaixo (insira outro Wilhelm Scream aqui). O segundo terremoto quase levou o segundo agente colorido, mas ele segurou firmemente nos controles do maquinário e resistiu. Acontece que ele acidentalmente acionou a máquina, e um vórtice se formou, tragando ele e os seis Gravelers de volta para onde quer que seja o lugar de origem deles! Como consequência desse acionamento, a máquina literalmente começou a puxar seus componentes para dentro do vórtice, e isso somado à estrutura do platô fragilizada pelos tremores foram suficientes pra liquidar com aquele maquinário!

Pelo sim e pelo não, missão cumprida! Menos um transponder no alto do grande Mt. Silver! Agora era hora de voltar e reencontrar Zan e Joseph. Não demorou muito para eles aparecerem, vindos da bifurcação, mas os ânimos eram bem diferentes. Zan segurava um de seus braços, que ele encaixa no orifício de seu ombro direito, iniciando um tipo de auto reparo. Já Joseph estava cheio de sangue e manchas escuras de algo viscoso como óleo. Ele estava coberto de fuligem, seus punhos estavam pingando sangue e, quando se aproximou, Matte conseguiu notar pedaços de osso, bem característico quando se soca a cara de alguém até a pessoa morrer…


Campo: Platô aberto do Mt. Silver, rochas no entorno          
             

Aquilo era... inesperado. É, acho que é a palavra. Primeiro que me esquecia da habilidade nata dos graveler, mesmo sabendo como sturdy costuma funcionar. Depois que, bem, na confusão dos tremores tudo ia para o espaço por acidente... É, se fosse um dia comum, cabeças rolariam. Se bem que cabeças rolaram por bem menos.

Que seja! Por mais que o sol estivesse em seu raiar, estava com sono. Desde a última madrugada me mantive de pé e trabalhando para aqueles ingratos! Talvez por isso deixei as coisas como estavam, após conferir o curso e trocar cabos de lugares só por diversão, encontrava com eles e observava na cena do encontro coisas não muito boas.

- Eu... vou... gostar de saber o que aconteceu? - Disse apontando para um pedaço do corpo humano que não deveria estar exposta, e não estamos falando de genitais! - E com quem aconteceu?

Meu olhar era de dúvida. Há minutos ele estava falando sobre confiança e permiti que ele, provavelmente, tivesse matado alguém no meu mundo sem dar maiores explicações. Acho que agora, quando estava pedindo, ele poderia voltar a ser gentil e me contar.

Joseph apenas balançava a cabeça, erguendo um dedo para Matte, pedindo a ele um tempo. Logo Zan se aproximou do agente rocket e comentou. - Não chegamos a tempo. Encontramos o corpo de uma criança em uma das celas. Ele me pediu para identificar a causa da morte. Provavelmente foi fome. Ele matou o carcereiro esmagando o crânio com socos. - o robô contava com aquela típica neutralidade de inteligências artificiais: sem emoções, só os fatos pelos fatos. Joseph respira fundo e retira um cantil de sua cintura, jogando o conteúdo nas mãos. Zan se aproxima e se voluntaria para retirar os pedaços de ossos e despejar um pouco do spray analgésico em suas mãos. Logo, eles retomaram a caminhada para a subida até o topo da montanha.

Então, em algum momento da subida, ele quebra o silêncio. - Provavelmente você vai me julgar pela atitude emocional. Tem certas coisas que não consigo lidar. Esses filhos da puta mexendo com crianças é uma delas. - por mais que tenha dito que não tem planos para ser pai, essa reação pelo visto indica que há traços de paternidade naquela versão do pai de Mattew, Thito e Matte. Ou há um motivo mais profundo para aquilo, não dava para saber. Mas eles estavam subindo, continuariam a subir, até o destino!