Aves de Rapina

Aves de Rapina

Mavis finalmente chegava em Forina Valley, após resolver o breve problema que havia aparecido na rota 122 - Eita, ainda bem que trouxe uma muda de roupa extra. - Comentava já pensando em trocar de roupa assim que a chuva passasse.

Com o intuito de começar a procurar por pistas ou algo que levasse a um rastro dos sequestradores de pokémons, o galariano começava a se preocupar com a companhia do camponês - "E agora? Será que ele pretende me seguir por muito tempo?" - Pensava consigo mesmo, afinal, a parte mais perigosa da missão era o fato de que haviam pessoas vazando informações sobre o ocorrido. Ou seja, era melhor não confiar em ninguém - "Se for necessário, vou ter que mentir urgência sobre algo pra dar um perdido nele." - A mente de um ansioso funcionava a milhão, e Mavis também tentava considerar o fato de talvez aquele homem ser apenas um camponês qualquer.

- Humm, Bob, o que você disse que tinha que fazer por aqui? - Finalizava a frase deixando um silencio no ar, esperando que o homem respondesse o que exatamente ele pretendia por aquelas bandas. Mavis sabia que o homem não havia falado exatamente o que iria fazer ali, mas era sempre bom jogar um verde.

Aves de Rapina

Era ótimo ver a chuva dando trégua, principalmente tirar um tempo para se secar e trocar suas roupas... depois disso, Mavis estava praticamente novinho em folha. Claro, tirando seus cabelos que ainda estavam úmidos. O galariano só os chacoalhava, tentando tirar o excesso da agua da chuva de sua cabeleira.

Mas então que seu momento de "princeso" era cortado por Bob. O homem queria se vingar, mas do que afinal? - Desculpa, você disse se vingar? - Indagava de forma curiosa, até porque o homem não parecia ser do tipo que ia atrás de vingança. Se é que existia um estereótipo para esse tipo de pessoa.

Enfim, Mavis não tinha imaginado algo desse tipo, por isso ficara um pouco em choque e sem palavras - É... um... se me permite perguntar... vingança do que? - Não custava nada perguntar né? Ao menos teria um pouco menos de desconfiança quanto ao camponês.

Aves de Rapina

Parecia que Bob realmente estava decidido em se vingar, ao menos era o que dava perceber ao ouvi-lo falando com tanta raiva a mesma frase duas vezes. Mas uma coisa levava a outra e finalmente chegava no assunto principal, de quem ele pretendia se vingar.

- Hmm, rangers e bandidos é? O que eles fizeram para você? - Indagava com um tom diferente. Era melhor colher mais informações antes de assumir qualquer coisa? Provavelmente sim, mas era interessante tentar alinhar seus objetivos - Particularmente eu também estou atrás de alguns bandidos... imagino se são os mesmos. - Continuava jogando verde para colher maduro.

Mais umas chacoalhadas no cabelo para que secasse mais rápido e então voltava a perguntar - Como pretende se vingar? Você possui algum pokémon? - Era chato fazer tantas perguntar, mas Mavis estava intrigado com o fato do homem estar escondendo alguma coisa. Afinal, se tivesse algum pokémon, como não se protegeu do Mightyena na rota 122? Ou por outro lado, se não tivesse pokémons com quem contar, como iria se vingar de uma organização de bandidos como aquela? Enfim, Mavis podia sondar o homem e andar junto dele sem falar seu verdadeiro objetivo, ao menos até ele ter certeza que Bob era alguém de confiança.

Aves de Rapina

Para ser bem sincero, Bob não parecia ser uma pessoa má. Mas parte da descrição da missão era basicamente não confiar em qualquer pessoa. Bom, Mavis começava a baixar sua guarda quanto ao camponês e esperava não se decepcionar - Desculpa fazer tantas perguntas, imagino que deve ser chato para você ter que se explicar para um desconhecido, hehehe. - Comentava meio sem jeito, afinal, o galariano não havia dado sequer uma informação sobre si mesmo - Mas eu entendo, agora muita coisa faz sentido. - Dizia enquanto colocava uma de suas mãos no queixo de forma pensativa. Ligando os pontos, realmente seria válido dar um voto de confiança para o homem.

- Certo, eu topo em juntarmos forças para irmos atrás desses bandidos. - Mavis finalmente aceitava a proposta do camponês, agora precisavam começar a juntar pistas. A não ser que Bob já tivesse alguma informação que o treinador não soubesse - Olha, estou dando um tiro no escuro, realmente não sei por onde começar a procurar, se você está por dentro de alguma fofoca ou está sabendo de pistas, por favor, essa é a hora de discutirmos sobre isso. - Essa era a intenção, mas Mavis fora cortado quando uma luz começava a sair de sua mochila.

- Masoquê? - Ele puxava sua mochila rapidamente e de dentro dela tirava uma pequena incubadora com um ovo dentro - Minha nossa, eu estou com esse ovo a tanto tempo que até tinha esquecido da existência. - Ficava envergonhado com o fato, mas estava ansioso para ver o monstrinho que ia sair dali de dentro - Eu ganhei de presente, então não sei que pokémon vai nascer desse ovo. - A ansiedade era tanta, que não conseguia parar de tagarelar. O monstrinho eclodia do ovo de forma cômica, levantando apenas o tampão de cima do ovo para espiar com seus olhinhos. Repentinamente saia lá de dentro, e passava diretamente pelo vidro da incubadora. Era um fantasma! Bom, um fantasma bem conhecido pelo treinador para falar a verdade - É um Dreepy! - Falava com a voz um pouco mais alta e arregalando seus olhos. Dreepy era um pokémon bem conhecido na região de Galar, terra natal de Mavis.

O monstrinho rapidamente flutuava até a cabeça do galariano e se pendurava, assim como a espécie costumava a fazer quando estavam por perto de um Drakloak. Talvez fosse puramente instinto, mas ele sabia exatamente onde ir. A verdade era que com certeza o recém nascido estaria mais protegido se estivesse ali em cima da cabeça de Mavis, ou de Drakloak.

- Hehehe, nenhuma objeção quanto a isso. - Dizia ao acariciar o dragão fantasma - Desculpa Bob, fiquei tão chocado com o nascimento que acabei entrando no meu próprio mundinho por alguns minutos. - Mavis se levantava com o pequeno Dreepy debruçado em sua cabeça.

Aves de Rapina

O nascimento ocorria de forma usual, e a pequena Dreepy nascia saudável (graças a Arceus). O homem perguntava sobre o nome que Mavis daria para a monstrinha e um breve silencio tomava conta do ambiente - Hmm, ainda não sei... acho que preciso de um tempo para pensar, hehehe. - Como a pequena fantasma havia nascido de surpresa, o galariano não havia pensado em um nome com antecedência. Na verdade a recém nascida não parecia se importar muito, já que voltava a fechar seus olhos enquanto deitava nos cabelos de seu treinador.

O assunto principal voltava ao foco e Bob explicava sobre os caminhos secretos usados pelos bandidos, ou até pelos rangers antigamente - Hunf... acho que era de se esperar. - Mavis suspirava antes de sua fala, mas não estava bravo com o camponês, por isso voltava a se explicar - Digo, você criou os caminhos com um objetivo bom em mente. Agora se estão usando para fazer o mau, daí a culpa já não é sua. - Ao menos era como o treinador via a situação.

Olhava para o horizonte, tentando pensar em algum tipo de plano - Certamente já sabemos por onde começar, mas você tem alguma ideia se esses caminhos são bem patrulhados? - Até então, Mavis não tinha ideia se esses caminhos eram subterrâneos ou se era possível passar despercebido até chegar no covil dos bandidos, mas de certa forma imaginava que seria impossível evitar que houvesse batalhas - Não me entenda mal, eu não me importo de chutar algumas bundas. Mas eu já tive experiencias com esse tipo de missão e normalmente o líder por trás desse plano todo será alguém mais complicado de lidar. - Ou seja, era melhor guardarem forças para a batalha principal.

Enquanto essa conversa acontecia, a pequena Dreepy não parava quieta em cima da cabeça do galariano. O cabelo de Mavis fazia com que ela escorregasse, por isso não conseguia ficar deitada por muito tempo na mesma posição. Até ela ter a ideia brilhante de repartir o cabelo do seu treinador no meio, dessa forma ela teria estabilidade, deitando exatamente na repartição. Era a coisa mais fofa, Mavis não podia deixar de sorrir, mesmo no meio da missão. Por fim, pegava alguns docinhos que tinha guardado na sua mochila e dava para a pequenina comer.