O silêncio pairou pesado entre todos depois de ouvirem um dos problemas básicos sobre invasores de outra dimensão. A dupla reagia, em pensamentos, de modo diferente, com Thomas preocupado sobre as consequências de encontrar outra versão de si, enquanto Mísia já se preparava para não encarar isso com tanta seriedade, se viesse a acontecer. Era essa dicotomia que Cassandra chegou a mencionar pois, enquanto umas pessoas simplesmente piravam por encontrarem suas duplicatas, outras eram capazes de enfrentar suas versões com frieza, até mesmo auxiliando as autoridades, afinal quem melhor do que você mesmo para saber quais as ações mais prováveis que você tomaria em algumas situações?
Enfim, só se ouvia os passos e os sons distantes da operação montada lá na frente da montanha. Ocasionalmente o bater de asas de algum voador passando também sobrepunha os demais ruídos. Até que tudo aconteceu; numa fração de segundos, num desses instantes, quando um grande Fearow passou voando, muitos metros acima de suas cabeças. O Ranger que montava a criatura não via nada lá embaixo, estando todos cobertos pelas copas das árvores. Mas, em sincronia com os ruídos, aconteceu:
Um vulto branco e ágil caiu na diagonal, vindo de um galho alto das árvores. Thomas, que estava imediatamente atrás de Cassandra, só sentiria o deslocamento de ar na sua frente, quando a mulher fosse atingida na lateral da costela, sendo violentamente atirada no paredão rochoso da montanha, se estatelando por lá. Aquele seria o gatilho para que pudessem ouvir e perceber tudo que acontecia ao lado da trilha em que caminhavam.
Havia uma movimentação intensa vinda da parte mais profunda da floresta, banhada em penumbra. A luz fraca emitida pelas chamas de Zuko desenhava as silhuetas de humanos, enquanto que os Pokémon se mostravam simplesmente por movimentarem entre as árvores. Mísia sentiria uma baforada quente e úmida vinda por cima, alcançando sua testa. O Persian que a espreitava do galho mais próximo não teria tempo de lhe dar uma lambida na fronte, pois Filho o faria primeiro, puxando a garota para perto de seu corpo gelado e sua gota pegajosa de catarro; sendo protetor apesar de tudo.
Uma Arbok traiçoeira deslizou depressa pelo chão, indo na direção de Thomas, mas um feixe de luz vermelha, vindo das costas do garoto, conjurava uma grande Ariados bem em cima da cobra, impedindo o ataque. Um segundo clarão invocou Jynx, que socava o ar atirando rajadas de gelo na direção do escuro, trazendo à tona um Hypno que agia nas sombras e que pode ter sido uma das causas de não terem notado a aproximação dos indivíduos.
– Porra... Eu nem vi... – Cassandra gemeu lá de onde tinha caído, tentando se apoiar nas pedras pra se erguer; estava descabelada, a roupa branca suja de terra, deslocada, sem óculos, mas com duas esferas habilmente seguradas numa mão só –
Eu seguro uns, cuidem do resto. Vou dar cobertura, mas precisam chegar no ponto de encontro...Sob ordens, os Pokémon de Cassandra avançaram mais um pouco, isolando Arbok e Hypno da batalha. Zuko tinha estado esse tempo todo encarando o hábil Primeape que meteu uma voadora na costela de Cassandra, enquanto resmungos, fungos e miados prendiam Filho num diálogo com o Persian na árvore.
Off escreveu: Vamos começar os trabalhos o/
Apesar da narração, a batalha é em dupla então não precisam se prender aos Pokémon que estão encarando os seus.
Pra todos os fins, imaginem que agora estão de costas pra montanha e de frente pra floresta, num terreno misto.
Lix & Panda – Manhã | 18ºC – Mt. Silver