As respostas eram curtas, mas eficientes e objetivas. Recebiam uma pequena instrução sobre onde poderiam ir e não, não haviam placas indicando os lugares. Teriam que simplesmente se virar perguntando a outros rangers no caminho ou atentando-se a explicação da superior que apontava alguns locais importantes, como a própria academia que estavam, refeitório, dormitórios e tudo mais que fosse importante.
Sobre a pergunta de andar com os Pokémon soltos por aí, foram respondidos apenas com um "desde que consigam controlar eles pra não fazer merda, podem".
Então os dois poderiam simplesmente ir explorar a academia como bem entendessem. De fato não era exatamente um dia com algo realmente interessante pra fazer, os Rangers aparentemente deixaram os recrutas simplesmente à deriva nesse primeiro dia. Seria parte de um teste também? Talvez pra descobrir o que os recrutas irão fazer em momentos que não estão sendo monitorados? Bem, mas nessa teoria, estariam sendo! O monitoramento de Schrodinger, eu acho...
De toda forma, era um dia bem livre e independente do que forem fazer nesse dia, não podiam deixar as imediações da Academia, essa era a única regra principal. Claro, e não fazer besteira lá dentro. Por mais que ainda não sejam Rangers oficiais, ainda vão precisar seguir as normas e o bom senso. Por isso, apesar de poderem descrever o que fizeram ao longo do dia... Vamos ao dia seguinte.
... ... ...
Logo pela manhã. Como o Comandante Krieg havia falado, simplesmente ninguém apareceu pra acordá-los. Os mais precavidos colocaram despertadores, pois todos receberam instruções de que deveriam estar no mesmo salão onde ouviram o discurso pela primeira vez às 5:30. Então o sol mal havia terminado de nascer no horizonte, ainda estava levemente escuro mas com uma iluminação natural começando a chegar, e novamente estava o Comandante Krieg acompanhado das outras duas mulheres e o outro homem, os responsáveis pelos dormitórios.
— Bom dia, aspiras. Espero que tenham dormido bem. Se não dormiram... Peçam a Arceus que tenha piedade de seus corpos, porque suas almas já são minhas. — Ele parecia ter orgulho em falar isso.
— Todo treinamento aqui é necessário pra que vocês desenvolvam suas capacidades mentais de resistir as adversidades [...] — E ele fazia novamente um longo discurso. Parece que a primeira adversidade que tentavam instruir os alunos era resistir ao tédio. E eles estavam atentos, com olhos de águia, em qualquer recruta que parecesse estar piscando os olhos por tempo demais e abaixando a cabeça levemente. Eles queriam posturas de sentido impecáveis, formação correta, e um estado de alerta que era difícil de um civil qualquer ter nesse horário da manhã, se já não estivesse preparado fisiologicamente para isso por conta de outros fatores no histórico da pessoa.
Então depois de aproximadamente uns 40 minutos de falatório, parecia que o treino finalmente iria começar. As instruções eram simples: Escolher um de seus Pokémon para te ajudar. Se não havia um Pokémon disponível, tinha alguns Pokémon a escolher, providos pela Academia. Mas fora alertado que os Pokémon que eles fornecem são de temperamento difícil, era algo proposital. Mas provavelmente vocês vão usar seus próprios. No entanto, haviam algumas regras: O Pokémon não pode ser algum que voa e simplesmente te carregar nas costas; Eles não devem fazer o trabalho todo sozinhos, devem servir apenas como um pequeno suporte; Eles não podem "criar" caminhos novos pelo circuito, isto é, provocar destruição do circuito por usar um Dig e criar um atalho ou algo do tipo.
O primeiro exercício consistia num circuito de velocidade porém com obstáculos diversos. Havia de tudo. Começava com uma corrida de 50 metros que terminava logo numa parede com uns 3 metros de altura e uma corda no chão próximo á parede. Logo atrás dessa parede, tinha uma queda de 3 metros pois não havia a corda do outro lado, mas tinha um chão de areia no final da queda para amortecimento. Mais uma corrida de 20 metros, agora na areia, que terminava numa daquelas trincheiras falsas, com uma grade de metal em cima e um chão de cascalho embaixo, cujo objetivo é simplesmente se arrastar até o final. Por fim, havia mais uma parede de 3 metros de altura, dessa vez inclinada, porém com um instrutor. Era uma simulação de um companheiro ferido, então o recruta deveria subir o "morro" que o concreto formava carregando o instrutor junto, de alguma forma. Depois o exercício estaria completo e poderiam aguardar os outros terminarem antes de passar pro próximo.