[EVENTO] COBAIA DE ARCEUS II: O INIMIGO AGORA É OUTRO

Quando Karemachena alcançou a esfera, a reação de Ali foi um mero grito fino e animado, como quem sentia que as coisas VOLTAVAM a dar certo. Ficou nesse estado de êxtase por alguns longos segundos até pegar o fôlego e reparar o óbvio: Karen não fazia ideia do que aquela esfera significava.

Deu um risinho, rindo de sua própria reação, e tentou apaziguar os ânimos. Quando conseguiu se recompor, foi mais útil:
- O Raek - O moço que tava ali antes - Conseguiu vir pra cá com essa pokébola. Ninguém aqui era treinador, então acho que não revistaram ninguém... - Traduzindo: ele só tinha um mísero pokémon doméstico e os Piratas não tiraram dele isso - E esse pokémon é APENAS UM WISHIWHASHI - Repentinamente seu tom de voz ficou altíssimo e ele perdeu as estribeiras - VOCÊ SABE O QUE ISSO SIGINIFICA? QUE SE ELE VIRAR UM MEGAZORDE, CONSEGUE QUEBRAR ESSAS JAULAS COM A MANDIBULA E CARREGAR A GENTE NA BOCA - Preferiu seguir com o tom altíssimo, ao menos até o final da frase. Quando terminou, deu uma pausa longa pensando em como explicar o próximo ponto. Sem arranjar palavras muito certas, só começou a falar e esperou ser compreensível - Você já viu um Wishiwashi? Eu tenho certeza que nunca viu nada igual a esse. Ele é completamente de boa, cara! Parece meio lelé. A gente tentou irritar ele de 90 formas e nada, tu sabe como irritar um Wishiwashi?

Progresso:

- Ajudo! - Falou ali, movendo o braço-bom e mostrando um polegar positivo à Karemachena, além de um sorriso confiante - Apesar de eu ser legal demais para conseguir irritar alguém - O sorriso ficou ainda maior, tornando muito difícil saber se aquilo era uma verdade ou uma mentira.

Quer dizer, que era uma mentira todos nós sabemos, mas se era uma verdade ou uma mentira PARA ALI... ai é mais difícil saber. E ai, ele ficou ali, olhando para Karen e esperando ela fazer alguma coisa. Olhou primeiro para a esfera, depois para sua mão, depois para sua cara e fez uma careta meio desgostosa. Ele estava com vergonha de pressioná-la, mas no fundo pensava "não vai liberar ele não?", com um coração meio agitado.

Encarou-a por muito tempo em silêncio; talvez esta seja a primeira vez que Ali ficava realmente em silêncio. Depois de longos minutos esperando que a menina fizesse algo, decidiu respondê-la por pura educação, apesar de que não estava ligando NEM UM POUCO para conversar; queria apenas apresentar o Wishiwashi de Raek para a moçoila:
- Passimian, né?! - O delay da resposta era constrangedor - É fácil assim conseguir pokémon de Alola? Se for, já sei por onde começar!

Progresso:

Ao jogar a esfera contra o chão, o próprio botão central acionou automaticamente; esta técnica é graças aos engenheiros de pokébola, que precisam fazer o "lançamento" não ser só pragmático, mas estiloso também. Com tudo ativado, um peixinho fora d'água - literalmente - se materializa. Ao invés de dar pulinhos de "splash", procurando um bocadinho de água para se aconchegar, ele na verdade se equilibra em suas duas nadadeiras e procura ficar de frente com a moçoila que o chamou, olhando-a com uma cara triste...

... que apesar de triste, não era beeeem triste. Era só a cara comum da espécie.


O peixinho, para a surpresa de Karemachena, não tinha mais que 20 centímetros; na verdade, arrisco não chegar até os quinze. Ele, um pouquinho incomodado com a areia seca, usa um soak rápido e se aconchega no ambiente - agora - mais úmido, balançando a calda e cavando um espacinho para se "enfiar". Dali, fecha um pouco os olhos e sem emitir um grunhido sequer dorme. Como Karen podia saber que ele dormiu?! Bem, uma bolha de água saía pelo canto de sua boca, que se fundia com outra bolha d'água que saía pelas suas guelras. O movimento de "aumentar e diminuir" era característica de uma inspiração e expiração lenta, o que podia subtender um sono.

Além disso, qualquer movimento brusco lhe acordaria com um susto, e foi exatamente o que Ali fez:
- O SEU PREGUIÇOSO! - Gritou o garoto, fazendo o peixe dar um pulo repentino e olhar em volta. Instantes depois o sono o tomou mais uma vez.

Ótimo, um Wishiwashi com narcolepsia, que que você vai fazer agora, Karemachena?! Acho que tu só tem esse peixe pra te ajudar.

Progresso:

OFF: Meu deus adiantando a história pq recebi a segunda parte e vi que vou ter q readaptar 100% da minha fanfic

Sim, era um peixinho, um peixinho um bocado sem graça, inclusive. O coitado olhou Karemachena, ouviu-a dizer tudo que tinha pra dizer e apenas se atentou a palavra "comer". Imediatament eele ficou um tiquinho eufórico, dando alguns pulinhos até cair para trás sem querer. Rodopiou um fico e ficou de costas-para-o-chão, mostrando a barriga bem inchadinha. Quando esta barriguinha branca ficou exposta, um ronco grosso e longo foi ouvido revelando o óbvio; o coitado tava com fome.

Um pouco confuso, o peixinho se esforçou para voltar a posição original dando pulinhos. Ainda umidificando a areia, foi se aproximando aos poucos de Karen e abrindo aos pouquinhos a boca, como quem dizia "me dê comida, pufavô". Seu olho brilhava mais que o normal e uma gota d'água simbólica se formava em sua esclera.

Ele ouviu bem o que Karemachena falou?! Aparentemente não.

O engraçado é que ele ia abrindo a boca cada vez mais, parecia que o movimento não acabava nunca! Esticava seus "lábios" revelava seus "dentes" e a cada novo que mostrava, parecia que existia mais um bocado de cerdas dentárias...

E mais um, e mais outro, um outro ali, um novo acolá, mais um bocado e... puf. Um sorriso de metros. Quer dizer, não era bem um sorriso, mas um bocão enorme e muito bem aberto, onde as covinhas eram na verdade enormes buracos. O tom de suas escamas também mudou por completo, ficando num tom azul, além é claro da mudança mais evidente: o tamanho colossal do pokémon.

De repente, aquela ilha se tornou mínima para aquele peixinho. O enorme Wishiwashi, com suas nadadeiras-afiadas, se apoiava firme no chão, enquanto usava a cauda para empurrar a areia e se ajeitar. Só depois de muito bem equilibrado que o peixe olhou em volta e começou a ver a situação em que estava. Curvou a cabeça para um lado e viu Ali, curvou para o outro e viu um imenso mar, olhou para frente e viu a pequetita Karemachena e seus berros estranhos.

De imediato, balançou a cabeça e jogou a cauda para trás. Esticou as nadadeiras e as barbatanas, e no ato de "espreguiçar-se", acabou ficando com 30% mais tamanho do que adquirira na transformação. Retornou a posição inicial, deu um belíssimo bocejo mal-cheiroso e depois balançou a cabeça em sinal afirmativo, emitindo um grunhido animado.

Depois disso?! Depois disso é só imaginação. Karen deve lembrar bem da última vez que viu Wishiwashi abrindo o bocão e indo em sua direção, abocanhando-a inevitavelmente. Logo em seguida, viu uma jaula envergar dentro a boca do bicho, separando tanto as arestas que era possível sair dali sem nenhum tipo de esforço.

Não era escuro como imaginamos ser dentro da boca de uma baleia; os furos na "bochecha" deixavam com que a luz passasse com facilidade. Depois disso, sentiu um pulos serem dados e a boca do monstro começou a se encher de água, instantes depois a jaula de Ali surgiu ali, bem ao seu lado, passando pelo mesmo processo. O pré-adolescente, bastante arrependido de ter dado aquela ideia de bosta, petrificou-se de medo, tremendo igual uma vara bamba.

Pouco foi possível de ver e interpretar até que o peixão entrasse em movimento. O movimento de "deglutição" não ocorria, e nem mesmo o "mastigar" era algo muito comum. Dava a entender que o grande Wishiwashi não queria - ou AINDA NÃO QUERIA - engolir nossas queridas vítimas. Demorou para que Ali percebesse que não morreu AINDA ou que não irá morrer nas próximas horas, talvez por isso ele estivesse tão quieto...

Progresso:

"Time Lapse" e "Karen Out" foi pedido; "Time Lapse" e Karen Out" foi concedido. Ao que tudo indicava, não fora só Ali que ficou travado de medo, mas Karemachena perdeu um bocado a consciência; provavelmente por não aguentar o medo que tomara conta. A moça não se machucou, muito menos bateu em algum canto; o resultado da operação não lhe daria mais que uma dor de cabeça, uma vertigem e um enjôo, ainda assim, ela desmaia.

Ali, Ali fica preocupado. Veja bem, ele podia estar sem reação, mas sua consciência ainda estava em completo alerta. Ver sua colega desmaiando em uma boca de peixe não lhe pareceu muito confortável então ele sentiu que precisava fazer o mínimo. Com mal jeito, saiu da jaula e pulou direto na língua do pokémon, tentando alcançar a jaula de Karen. Quando o fez, tocou sua mão como num lindíssimo romance e ficou por alguns longos segundos pensando que aquilo daria um belíssimo anime romântico, ou ainda, uma cena extra de pinóquio. Como não estavam filmando, ele tratou de tirar Karem de lá com pouquíssimo cuidado, também lhe arrastando para a língua do bicho.

Quando acordou, estava um bocado molhada e em cima de um troço meio poroso, chamando por Ali. O rapaz, que começava a achar que Karen estava apaixonada por ele, da um suspiro bem longo e é sincero:
- Estamos vivos... - Seu tom não era tão feliz assim. O motivo parecia ser óbvio, mas não era. Ele logo deu um segundo suspiro longo e foi mais um bocado sincero, em tom mais duro - Mas eu tenho que te falar uma coisa Karen... eu tenho namorada.

E foi só o que falou, foi tão repentino que o som ecoou pela boca do bicho, que começava a nadar com mais velocidade. Ora ou outra ele parava e tentava detectar alguma coisa. Abria um pouco a boca e deixava a água entrar, em troca de emitir algum tipo de sonar. Instantes depois, voltava a nadar bravamente em uma direção só.

Progresso: