[EVENTO] Gelatina? Não, obrigado

por **Lix** Qua Abr 26 2023, 00:55

Off:

Ficar em coma por um tempo é estranho. Diferente de quando você dorme e sente a passagem do tempo, pra mim foi como se eu tivesse fechado os olhos e aberto logo em seguida. No hospital os médicos me contaram que eu acabei não sofrendo sequela quase nenhuma por causa do que foi utilizado para me fazer entrar no Dream World, foi como se eu tivesse ficado em animação suspensa e só. Ainda assim, é estranho mexer com o corpo depois que ele fica um tempo assim parado.

Sai do Centro Pokémon após uma longa viagem e decidi que era hora de me reconectar com meus Pokémon, precisava de um tempo com eles. Liberei Zuko da sua Pokébola, que logo me deu um abraço e uma lambida. Já havíamos nos visto, mas não interagido além do básico. Estava no centro de Goldenrod e queria um lugar para relaxar com meus amigos, então decidi procurar algum parque próximo onde pudesse liberar os outros.

- Vamos, temos muito o que conversar!

por **Food** Sex maio 05 2023, 01:47

Off Topic escreveu:Eae camarada.

O clima era ameno, e Goldenrod já estava no ápice da noite. Passava das 23h, e Thomas estava terminando de se recuperar de um pequeno experimento esquisito em que havia perdido sua consciência (e com sorte, apenas ela). Ah, a insônia...

Naquela noite, a cidade continuava movimentada, mesmo que não no mesmo volume de sempre. Buscando algum lugar mais espaçoso para soltar seus companheiros de equipe sem causar nenhum congestionamento, nosso protagonista rumou para uma área mais isolada do centro da cidade.

Ele conhecia (ou ao menos, suponho que sim) a cidade, sendo um treinador veterano, nativo da região. Conforme caminhava na direção do tal parque, que poderia se guiar pelo Rotom Phone ou por placas (supondo que não tivesse o tal conhecimento prévio), notaria uma espessa neblina começando a tomar conta dos seus arredores. Num primeiro momento, caminhou de maneira despretensiosa, mas não tardaria para notar que o local se "dissiparia", quase como se estivesse num lugar irreconhecível; uma sala branca de fumaça.

Zuko parecia levemente incomodado com a drástica mudança, golpeando levemente o ruço persistente, sem sucesso. Aos poucos, alguns "cliques" se aproximavam da dupla. Pareciam como sandálias de madeira, carimbando os passos pelo chão da (suposta) Goldenrod...

Um esbarrão no ombro de Thomas o pegaria de surpresa, dado o fato de que era difícil enxergar qualquer coisa dois palmos a sua frente.

[EVENTO] Gelatina? Não, obrigado Gc3L7w5

A figura continuou seu caminho, mas o jovem notaria que o ambiente se tornaria um pouco mais limpo. Zuko indicaria para seu treinador um esquisito pergaminho que estava no piso de pedras, e Wilkerson facilmente notaria que as coisas já não eram como antes... Literalmente.

Progresso de Rota - Thomas Wilkerson:

Unalloyed Blade

por **Lix** Ter maio 16 2023, 00:45

Off:

Uma coisa que não falei antes, mas depois da experiência com o Dream World os meus ciclos de sono começaram a se tornar meio... erráticos, se é que eu posso chamar assim. Meus sonhos, que até então eram tranquilos ficaram estranhíssimos. Todos eles começavam com o mesmo cenário que eu vi quando entrei no Dream Worl, a ponte do arco-íris com o castelo a frente, mas desse vez tudo era monocromático. Aquilo não tinha explicação e sempre que eu me tocava do que acontecia a ponte quebrava mais uma vez e eu caia num vazio sem fundo, até o sonho recomeçar de novo. E de novo. E de novo.

Desde aquela experiência eu relutava em dormir, conseguia tirar alguns cochilos às vezes, mas nada mais do que isso. Hoje era um dos dias em que eu preferi nem tentar e simplesmente decidi ficar acordado para dar uma volta noturna na cidade.

Caminhei junto de Zuko até o parque. Sabia que não era o melhor lugar para se visitar a noite, mas admito que eu não estava no meu melhor momento. Só queria passar um tempo com meus Pokémon longe de um Centro Pokémon ou qualquer lugar que lembrasse um hospital.

Acabei sendo pego de surpresa com uma mudança repentina no clima e uma névoa (ou como dizem lá em Mahogany, cerração) tomou conta dos arredores. Eu ainda via Zuko, que havia acendido as chamas de seu pescoço e parecia não gostar muito da situação, mas eu já havia perdido o caminho. Era difícil me localizar direito por ali e eu não conseguia enxergar muito mais do que um palmo na frente do meu nariz.

Ainda tentando me localizar acabei ouvindo um som ritmado de madeira batendo no chão. O toc toc parecia próximo e quando me dei por conta vi que a pessoa que fazia barulho esbarrara em mim. A princípio parecia simplesmente um homem usando trajes bem tradicionais de Johto, mas levando em consideração que Goldenrod era uma das cidades mais populosas do continente, ele podia ser só um cosplayer também. Zuko rosnou, mas eu fiquei mais preocupado em me desculpar.

- Foi mal, ai! - Respondi, mas o homem não parecia muito preocupado com as minhas desculpas.

Antes que eu tentasse me achar novamente, Typhlosion encontrou algo esquisito no chão, provavelmente algo que o o carinha havia derrubado. Papéis enrolados de forma que lembravam o formato de um pergaminho, o que poderia indicar que aquilo era desde um documento importante, até um acessório qualquer de fantasia.

Me abaixei para pegar o item e assim que estava com ele em mãos me virei e chamei o homem que a pouco havia esbarrado em mim - Ei, isso é seu? - Disse. Mas assim que me virei, notei que algo não parecia certo.

por **Food** Ter maio 16 2023, 16:37

Foram mais alguns "cliques" dos Geta (havaiana de madeira pros intímos) do homem misterioso no chão de pedras até que ele parasse sua caminhada. Num primeiro segundo, ficou parado, de pé, em silêncio. Dez segundos pareciam durar dez minutos, mas o misterioso cosplayer finalmente se moveu, virando lentamente sua cabeça até a pessoa que vocalizou naquela cena com silêncio digno de filme de suspense.

Thomas, é claro.

– Não. Isso era meu. – E com a cabeça baixa, resultando no chapéu de palha tampando seu rosto, continuou. – Mas eu o entreguei para seu destinatário.

De forma nada pragmática, ele disse que o pergaminho era de Thomas.

Era um papel bastante afetado pelo tempo, isso era certeza. Amassado, amarelado, levemente rasgado, até. Tinha um pequeno apoio dourado em cada uma das extremidades verticais, o que facilitava para abrir aquele Whatsapp dos Maias e Incas.

A neblina enfim se dissiparia, ao menos em sua grande parte. Thomas poderia notar que estava em algum lugar aparentemente elevado, porque a nevoa não era tão proeminente e grossa, mas ainda bastante presente, de forma mais natural.

Parecia um pequeno vilarejo ancestral em uma planície cercada por montanhas. Pequenas casas (ou melhor dizendo, o resto delas) cercavam o treinador e o homem misterioso, que carregava alguns pertences bastante... Ultrapassados, no mínimo. Desde ferramentas no chão até a forma como as coisas eram construídas ou colocadas transmitiam uma atmosfera bem esquisita de "viagem ao passado". Não que realmente fosse o caso, mas se criava uma sensação bastante esquisita naquilo tudo, em que o único diferencial era Thomas e seus all-stars com sei lá quantas centenas de ano de antecedência...

– Eu me chamo Ataraxia. – Disse o homem, seguindo o olhar de Thomas pelo novo ambiente.

Progresso de Rota - Thomas Wilkerson:

Unalloyed Blade

por **Lix** Ter maio 16 2023, 20:10

Off:

Aquele cara realmente tinha estilo. Afinal, quem entrega um documento pra outra pessoa daquele jeito? O que é isso, um filme?

Bom, se aquilo era para mim mesmo, decidi olhar mais atentamente. Realmente, o papel não parecia nada novo, estando até meio desgastado, mas até ai podia ter sido feito para parecer assim. Não levei aquilo totalmente a sério, mas no fundo algo me dizia que o item era realmente verídico.

Também não pude deixar de notar que a neblina havia ficado mais fraca e comecei a reparar na cidade a nossa volta, algo havia mudado ali e os edifícios de Goldenrod davam lugar a pequenas casas meio destruídas. É Totó, tenho a impressão de que não estamos mais em Johto.

O homem ainda continuava próximo e agora se apresentava como sendo Ataraxia. No início achei meio engraçado, parecia nome de personagem de RPG, mas tudo que eu havia visto até agora indicava que talvez ele não fosse só um cosplayer.

- Eu me chamo Thomas, ele é Zuko. Onde estamos?

Perguntei, direto e reto. Em minha mão segurava o pergaminho, mas sem o abrir ainda.

por **Food** Qua maio 17 2023, 14:47

– Estamos em... Uma época em que coisas que não deviam acontecer acabaram acontecendo. – O homem misterioso, Ataraxia, olhou para o horizonte, de forma bastante inspiradora e comovente.

(Não vou desmerecer ele com o fato de que tá tudo com neblina e ele não vê tão distante assim).

– Há pessoas que, em meio ao desespero, se agarram a qualquer crença. – Finalmente parou (ao menos de leve) com a pose dramática e apontou para onde estava "olhando". – Isso as leva a machucar outras pessoas.

Assim que essa última frase foi proferida, a neblina daquela direção começou a girar, quase como um furacão. Era silencioso e delicado, e logo se dissipou abrindo o caminho. Uma construção que antes não havia sido notada por Thomas ou Zuko acabou aparecendo.

Era uma verdadeira fortaleza oriental, mesmo que com sua construção bastante danificada. Parecia sofrer dos resquícios de uma antiga guerra, que definitivamente já havia ocorrido há muito, muito tempo atrás.

Mesmo em meio a essa construção destruída e abandonada, Thomas conseguiria enxergar que haviam alguns pontos de luz bem leves, como velas ou tochas. Ataraxia voltou a andar para frente, agora com o rumo mais "estabelecido": aquela fortaleza.

Provavelmente...

– Preciso de sua ajuda, Thomas Ele E. Zuko. – Disse o ronin, evitando novamente o contato visual com nosso protagonista. – Existe alguém que preciso salvar. Lá. – E apontou de novo para a construção.

Progresso de Rota - Thomas Wilkerson:

Unalloyed Blade

por **Lix** Qua maio 17 2023, 18:51

Off:

Se estávamos em uma época onde coisas não deveriam acontecer, isso significava que...

- Espera, eu viajei no tempo? - Perguntei meio atônito a Ataraxia.

Se isso se confirmasse era algo pelo qual eu nunca havia passado. Eu já conhecera outros continentes, mundos virtuais, mundos dos sonhos e até outras realidades, mas nunca havia ido até o passado. O mais engraçado contudo era que o homem - que a essa altura eu já acreditava não ser cosplay porra nenhuma - parecia incólume aquilo, como se soubesse o porque eu estava ali (ou talvez, fosse ele o motivo de eu estar).

Ao menos do que ele dizia, o que eu conseguia entender era que algo de ruim acontecera e ele precisava da minha ajuda para consertar, mas porque eu?

Enquanto as explicações rolavam, coisas misteriosas continuavam a acontecer. Um vento forte abria caminho até o que parecia ser uma fortaleza antiga, um lugar provavelmente abandonado.

Ataraxia falou diretamente comigo, claramente não havia entendido meu nome direito, mas tudo bem. O samurai (acho que ele era um mesmo), enfim me explicou o que ele queria comigo ali: ajuda para salvar alguém. Aquilo me deixou muito intrigado, afinal por que eu? Será que eu fui a primeira pessoa com um Pokémon que ele achou? E o mais importante, se aquilo era mesmo o passado, o quão perigoso era a minha presença ali?

- Eu ajudo, mas preciso que você me diga, por que eu devo confiar em você?

por **Food** Qui maio 18 2023, 15:37

– Você não deve. Você pode. – Disse, ainda no seu tom sereno de indiferença, mesmo que estivesse pedindo por algum que parecia ter o mínimo de importância para ele. – Do mesmo jeito que eu posso, e confio em você. Porque preciso confiar em algo... – Murmurou, com a voz levemente tremida, encarando novamente aquele forte. – Pedi para que alguém capaz aparecesse, e você foi quem esbarrou comigo.

Até esse ponto, acredito não ser exagero dizer que o homem mantinha sua compostura, dificilmente esboçando qualquer tipo de mudança em seu tom de voz, e ainda evitando o contato rosto a rosto com nosso protagonista. Essa última ação, entretanto, se manteve durante toda essa interação...

– Ali, não há mais lógica a ser obedecida. São todos insanos. Rasgam seus corpos e marcam sua pele por um "criador" que talvez nem exista, e... – Teve que parar de falar, porque notou que talvez pudesse acabar assustando Thomas. E isso seria péssimo, porque claramente não poderia lutar sozinho.

E assim se instaurou o silêncio entre os três.

Silêncio, neblina e arrependimentos.

~~(Caralho essa soou 30% legal, 50% piegas, 15% forçada e 10% sou ruim de matemática)~~

Progresso de Rota - Thomas Wilkerson:

Unalloyed Blade

por **Lix** Sex maio 26 2023, 09:34

Off:

Eu não tinha absolutamente nenhum motivo para acreditar naquele homem, porém ele parecia realmente desesperado. Pelo que me contara aquele lugar era recheado de pessoas ruins e que fariam coisas horríveis em prol de um tal "criador".

Não sabia o que deveria fazer, mas não tinha muita escolha. Estava em uma época diferente da minha e não sabia como voltar para casa, eu podia lutar ou desistir. Me virei para Zuko, ele não rosnava mais. Pelo contrário, o Pokémom de fogo assistia tudo pacífico.

- Tudo bem, eu ajudo.

Seguiria o homem e ajudaria ele a resgatar quem quer fosse, mas antes fiz algo que já deveria ter feito. Abri o pergaminho e li seu interior.

por **Food** Sáb maio 27 2023, 16:01

Meio sem opções, Thomas acabou cedendo as suplicas indiretas daquele homem enigmático que conhece há pouco. Sem suspense, nosso protagonista abriu o pergaminho de imediato, após chegar em sua decisão.

O pergaminho continha a enigmática passagem:

??? escreveu:”Até este momento, não se encerrou.
Não se encerrou, pois não permitiram que o fizesse.
Venha ao meu encontro, em ___, às __ horas.
Já tardou demais a conclusão deste enredo.”

Completamente vago e meio esquisito, quase como um bilhete antigo que perdeu a validade (e o senso de termos mais casuais). Bem, independente da reação inicial de Thomas, Ataraxia se preparava para dizer algo. Talvez explicar o que estava escrito ali?

– Eu não sei o que foi escrito neste pergaminho. – Ah, deixa quieto então. – Ele me foi dado pelo meu mestre, quando pedi a ajuda para que ele escrevesse. – E enfim, levantou sua cabeça e pela primeira vez, mostrou seu rosto para Thomas.

Num primeiro momento, parecia um rosto "comum". Era um homem com uma barba rala e relativamente jovial, por volta dos trinta e poucos. A maior característica que poderia chamar a atenção eram seus olhos, que eram completamente brancos, e seu rosto, com uma cicatriz em "X" que passavam pelo rosto inteiro, inclusive por cima dos olhos em si.

Ele muito provavelmente havia danificado a própria visão, se não estiver claro o suficiente.

– Isso já faz algum tempo. Que pedi para que escrevessem este pergaminho. – Ele começa a andar lentamente na direção do forte. – Mas imagino que esses detalhes não sejam de grande importância. Por favor, Thomas E Zuko, me acompanhe. – E após uma leve parada em sua fala, como um leve suspense receoso, ele completou. – E esteja preparado. Eles são perigosos.

Progresso de Rota - Thomas Wilkerson:

Unalloyed Blade

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