Re: [EVENTO] Gelatina? Não, obrigado

por **Lix** Dom 02 Jul 2023, 18:16

Off:

Eu sabia que agora que apenas um dos inimigos resistia de pé, era questão de tempo para que o Ditto transformado em Typhlosion caísse. Uma luta dois contra um não era muito justa, mas eu não poderia me dar ao luxo de pensar em justiça num momento como aquele.

Mais uma troca de ataques ocorria e, apesar da vantagem numérica estar ao nosso lado, eu sabia que a minba dupla podia acabar caindo também. O "Typhlosion" havia sido atingido por uma sequência de golpes e mesmo assim não havia caido, até que foi a hora de seu ataque final. O monstrinho começara com um Shadow Ball em Zuko e já estava preparada para lançar seu segundo ataque. E foi assim que o falso Pokémom de fogo fez, lançando uma baforada no seu rival. Não sabia se teria como meu Pokémon resistir aquilo, imaginei até que seria a vez de Sadie lutar sozinha.

Contudo, antes que eu pudesse dar uma ordem para a coruja o inicial se levantou. Suas chamas pareciam mais vivas e seu pelo brilhava alaranjando, era a ativação da sua habilidade Blaze. Rapidamente o Pokémon derreteu seu doppelganger, reduzindo qualquer resquício dele à gosma que estava no chão.

Apesar de ser uma vitória ela não era satisfatória, era só uma luta contra cópias esquisitas e que, provavelmente, nem era Pokémon reais. Também não daria tempo de comemorar, pois era possível ouvir uma mobilização do lado de fora de um grupo que, aparentemente, queria entrar naquela sala.

Antes que pudesse pensar em qualquer coisa Ataraxia apareceu. O ronin cego não falou muito, apenas ordenou que eu seguisse até os fundos daquela sala e salvasse sua filha. Na hora não tive muito tempo para analisar, mas aquela era a primeira vez que ele exprimia de verdade quem ele havia vindo salvar.

Não dava tempo de eu falar nada e o homem apenas saia correndo na direção da porta, como ele disse que era ele que buscavam, provavelmente ele se entregaria ou tentaria atrasá-los para que eu pudesse resgatar a garota. Não deu para me opor a nada e eu agora só tinha uma escolha.

Observei Zuko e Sadie, o inicial havia ficado muito cansado com a luta e por isso retornei-o para sua Pokébola. Já a coruja seguia bem, então mantive ela ao meu lado.

- Vamos lá Sadie, não podemos deixar ele na mão.

por **Food** Seg 03 Jul 2023, 02:29

Não havia, realmente, tempo para pensar muito. Thomas logo começou a correr na direção que foi apontada por Ataraxia. No escuro, seus sentidos pareciam meio entorpecidos, como se ele estivesse descendo ou subindo escadas ao mesmo tempo. Era uma rampa de cabeça para baixo. Parecia parado, mas estava correndo.

Por um segundo, parecia que não havia sentido nos seus cinco sentidos, como se estivesse em um lugar que não obedece a realidade.

Mas, do nada, se viu numa salinha escura.

Quer dizer, era "mal iluminada". Perto da escuridão total que enfrentou antes, a iluminação rarefeita poderia até mesmo doer nos olhos de Thomas.

Eram paredes de pedras e não havia muita delicadeza em fazer o lugar muito mais aconchegante do que isso. Se tivesse que destacar algo diferente, definitivamente seriam as celas ali presentes.

Eram seis, enfileiradas em dois grupos de três, frente a frente. Pareciam remexidas ou sujas, com alguns trapos largados. Em uma delas, um choro bem baixo chamaria a atenção de Wilkerson.

Era uma pessoa encolhida, abraçando suas pernas. Não se mexia e apenas fungava. Tinha alguns cortes e machucados nos braços e pernas, mas parecia inteira.

– Por quê...? Por quê? Por quê?

Não tinham outras pessoas nas celas, e ela não havia avistado Thomas ainda. Estava, basicamente, murmurando para si, concentrada no desespero.

Progresso de Rota - Thomas Wilkerson:

Unalloyed Blade

por **Lix** Sex 07 Jul 2023, 19:56

Off:

Passar por aquele corredor escuro era algo esquisito, isso porque não dava para entender direito para que lado eu estava indo ou mesmo se eu estava subindo ou descendo. Meus sentindos pareciam suprimidos ali e isso me dava uma sensação estranha de desconexão com o meu corpo.

Após muito correr eu finalmente consegui chegar em algum lugar. O corredor tinha seis celas, todas elas sujas, mas somente uma tinha alguém. Não conseguia identificar direito se era uma criança ou adulto, pois estava encolhida. As únicas coisas que eu notava foram os cortes nas suas pernas e seu choro incessante.

Sadie aterrisou ao meu lado e eu comecei a falar com quem eu acreditava ser quem eu deveria salvar: - Ei, eu vim te tirar daqui. Vim a pedido do seu pai - falei, abrindo a cela e esperando que ela se levantasse.

por **Food** Sex 07 Jul 2023, 23:13

Quando Thomas falou em voz alta, chamou a atenção da menina que estava encolhida ali. Ela deveria ter, no máximo, a idade o treinador: vinte anos. Era uma estimativa meio vaga, porque se deu principalmente pelo corpo e voz da (suposta) jovem adulta.

Sua reação inicial foi a de congelar. Parou o choro, parou o balanço, parou o murmuro. Se manteve estática por cerca de trinta segundos, que poderiam ou não ter parecido muito mais tempo para Thomas.

– P-pai...

Ela começou a tremer, como se tivesse ouvido alguma péssima notícia junto daquela palavra. Lentamente, virou seu rosto na direção de Wilkerson.

Seu... Rosto?

Thomas já havia presenciado alguns casos mórbidos de mutilação naquele local, mas aquela menina era o ápice de tudo aquilo. Seu rosto estava coberto por algumas faixas manchadas de sangue, de modo que sua cabeça parecia simplesmente mumificada, e sabe se lá o que era sua face naquele momento. Mesmo assim, se tratando de uma bandagem mal amarrada, existiam alguns pontos frouxos pelos quais seria possível ver um de seus olhos, completamente turvo e com as pálpebras avermelhadas.

– Po-por quê? Por quê?! O-o que mais meu pai quer? Por favor, não! Por favor...

De forma bastante fútil, ela simplesmente voltou a se encolher e choramingar. independente disso, o treinador poderia notar que as outras celas estavam todas vazias, mas tinham claros sinais de que haviam sido usadas há não muito tempo. A única que ainda restava era aquela moça, e algo no mínimo curioso seria notado por Thomas, se acabasse se aproximando um pouco mais.

A cela da menina estava aberta!

Ou, melhor dizendo: não haviam portas, ou fechaduras, ou cadeados, ou trincos. A grade tinha um espaço faltando, o suficiente para que até mesmo um adulto bem robusto passasse sem esforços. Seria uma armadilha..?

Logo em frente a cela (basicamente nas costas da menina), uma pequena caixa, semelhante a um baú, também estava ali.

Progresso de Rota - Thomas Wilkerson:

Unalloyed Blade

por **Lix** Sáb 08 Jul 2023, 11:21

Off:

A garota que choramingava devia ter por volta da minha idade, 20 anos no máximo. Contudo não dava para ter certeza, já que ela provavelmente estava desnutrida. Seu rosto estava coberto por bandagens, porém dava para saber que ela havia sido mutilada.

Mas o que me chamou a atenção mesmo foi a reação da garota quando falei que havia vindo a pedido de seu pai. A menina entrou em choque total e simplesmente ficou imóvel, em seguida começou a murmurar que não queria aquilo, quase como se... seu pai tivesse feito algo errado.

Parando para pensar nisso algumas coisas pareciam muito estranhas, aquela garota não estava realmente presa afinal. Não haviam correntes e nem um cadeado na cela, além do grande rombo na grade pelo qual um adulto poderia passar facilmente. Das duas uma, ou ela não estava presa ali antes ou algo estava MUITO errado.

- Moça, não se preocupe tudo vai ficar bem. Se ele fez algo com você vou te ajudar a escapar dele - Não sabia ainda ao certo qual era a verdade, mas decidi começar tentando deixar a garota segura. Se Ataraxia havia realmente feito algo, bom ele ia pagar.

Outra coisa de repente tomou minha atenção, um baú. Era estranho um objeto daquele tipo ali, parecia bem posicionado até demais, como se fosse uma armadilha. Algo me dizia que as coisas iam dar errado, mas o que aconteceria ao certo eu não sabia. Respirei fundo e mesmo suspeitando abri o baú.

por **Food** Sáb 08 Jul 2023, 18:39

É claro que haviam mais dúvidas aparecendo naquela situação bastante confusa, cada vez mais. Independente disso, Thomas sabia que, num primeiro momento, seria importante conversar com o que era sua única fonte de uma nova pista de para onde ir. A suposta filha de Ataraxia parou novamente de chorar, não só por ter ouvido a frase do treinador, mas porque ele encostou no pequeno baú.

Num primeiro momento, a caixa não se abriu. Ao invés disso, uma voz masculina ressoou, dizendo algo como:

"Gostariam de ilusões e ~~refúgio~~liberdade, ansiaram em tamanha ignorância que negligenciaram seus afetos e ASCENDERAM"

Descrevendo o som de modo mais detalhado, parecia ser a voz de um adulto jovem, homem, qualquer; Thomas notaria que a forma polida e o leve sotaque se assemelhavam ao modo como Ataraxia falava, mas poderia ser apenas uma leve lembrança / deja vu. As partes traçadas da frase, com palavras vermelhas destacadas, seriam o equivalente a uma voz muito mais grossa e distorcida, que "atropelava" a palavra na frase original.

A menina estava com as suas duas mãos em cima de onde estariam suas orelhas (o que não podia ser confirmado graças as bandagens). Quando a "fala" terminou, ela lentamente descansou os braços novamente.

– Ela não para de soltar esses ruídos. – Mesmo que estivesse falando em voz alta, a forma como a menina dizia aquilo não passava muito a impressão de que estava falando com Thomas. – Eles vem aqui pegar quem começa a conseguir ouvir as vozes. Significa que já desistiram... Mas eu não vou... Eu não vou...

A única aparente certeza é a de que, o que quer que fosse ouvido pela menina, não era a frase adulterada que Wilkerson havia escutado. Ele notaria que, mesmo selado, o baú vibrava um pouco, com um leve brilho. Parecia estar esperando... Algum tipo de resposta. Uma palavra chave que o abrisse, talvez...

Progresso de Rota - Thomas Wilkerson:

Unalloyed Blade

por **Lix** Dom 16 Jul 2023, 18:56

Off:

Somente dúvidas, era isso que eu tinha com a mensagem esquisita e cifrada do baú. A voz que saia dela lembrava a de um homem jovem, talvez Ataraxia, mas eu não tinha certeza. O fato era que não somente eu ouvia, mas a garota também. O baú parecia falar na mente das pessoas e enlouquecê-las, mas eu não tinha certeza do porquê e nem o que fazer.

Porém, após falar a frase o objeto parecia esperar uma resposta, pois vibrava e emitia uma fraca luz. A frase era um enigma? Se sim, eu não entendera a pergunta. Comecei a repassar a frase na minha cabeça, de novo e de novo. Aquilo não fazia sentido, até que me toquei de algo.

- As primeiras letras das palavras, juntas elas formam um nome. Lembra algo que eu já conheço, mas parece uma pegadinha. - Encostei a mão no baú e falei quase como em uma pergunta: - Gilatina?

por **Food** Dom 16 Jul 2023, 20:48

Assim que foi murmurada a resposta, o baú nas mãos de Thomas explodiu com uma fumacinha roxa que, subiu um pouco e dispersou no ar. Lá dentro, três pequenos objetos misteriosos que poderiam deixar algum Pokémon feliz.

Não me pergunte porque isso estaria aqui, num local tão mórbido.

– Parou... Parou. – A garota parou de se mexer e gemer e olhou na direção de Thomas. Ainda era um pouco esquisito, considerando seu rosto, as bandagens e as manchas, mas seu olhar parecia ser menos sofrido. Seu olho, agora mais brilhante e colorido, parecia mais com o de alguém "vivo". – Q-quem é você...?

Foi um questionamento em tom de surpresa, mas não de susto. Como se a menina, que antes falava sozinha, tivesse saído de seu "transe". Ela encarou Thomas profundamente, por alguns segundos.

– Por que você veio até aqui...? – A moça perguntou, e, em seguida, olhou para o lado esquerdo de onde ela e Wilkerson estavam. Se Thomas seguisse o olhar da jovem, notaria uma luz esverdeada, bem fraca, mas em tom bastante forte, quase radioativo. – Qual o seu nome?

Progresso de Rota - Thomas Wilkerson:

Unalloyed Blade

por **Lix** Sáb 22 Jul 2023, 14:54

Off:

O baú soltou uma esquisita fumaça roxa, que sumiu rapidamente. Agora aberto pude ver que ali haviam simples pirulitos, o que era MUITO estranho. Porque um baú com a voz do demônio me daria aquilo? Minha mãe sempre disse que eu não devia aceitar doces de estranhos, mas ali estava eu pegando pirulitos de um baú em um dos lugares mais macabros que eu já havia visto.

Após aberto a voz havia parado. Eu não a ouvi mais e, aparentemente, nem a garota. Ela parecia melhor agora, menos assombrada e mais humana. Ainda visivelmente surpresa a garota me perguntava quem eu era afinal.

- Eu me chamo Thomas, vim aqui para resgatar você. Seu pai, Ataraxia, sabia que estava aqui e me pediu ajuda.

Omiti a parte da viagem no tempo, provavelmente ela não estava pronta para saber mais isso. Porém, estava preocupado com o que a moça diria, já que ela parecia muito assustada quando falei do pai dela. Claro, aquilo podia ter sido só efeito do baú, mas algo me deixava preocupado.

Acabei notando que a moça também fitava um canto da sala com uma estranha coloração esverdeada, o que não podia ser nada bom. Olhei para aquilo e só pensei no pior, mas aguardei.

por **Food** Sáb 22 Jul 2023, 18:17

Off escreveu:Você tem a opção de dar no pé ou seguir a luz verde. Obviamente o bagulho acaba se tu não seguir, o que não me parece muito inteligente...

– P-por que meu pai iria querer isso...? Thomas.

A jovem parou por alguns segundos, encarando a luz verde, e depois voltando sua atenção para nosso protagonista. Ela abaixou sua cabeça, encarando seu corpo que estava com algumas feridas e tremendo.

– Eles fizeram isso com meu corpo... E eu tenho sorte de não ter como ver meu próprio rosto, que também deve estar horrível... – Seus olhos lacrimejaram levemente. Parou por um segundo, engolindo em seco. – E-ele... Meu pai que me colocou aqui. Me entregou para eles.

Ela disse isso com clara confusão no olhar. Era óbvio que para ela não fazia sentido, e imagino que menos ainda para Thomas. Mas, mesmo que aquilo pudesse chamar a atenção dele, não é como se estivessem num barzinho para conversar, com todo tempo do mundo.

Os brilhos das luzes esverdeadas se intensificaram.

– Eu não sei ao certo o que está acontecendo lá. – A jovem já adiantou. – Mas sei que levam as pessoas que estavam aqui antes de mim. As que enlouqueceram. Disseram que não demoraria muito mais para completar o plano... – Era uma mistura de desespero com confusão, é claro. Há quanto tempo aquela garota deveria estar ali? – Eu acho que estão tentando trazer algo. Algo ruim.

A menina tremia, mas continuou encarando fixamente aquele canto... O que você fará agora, Thomas...?

Progresso de Rota - Thomas Wilkerson:

Unalloyed Blade

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