De repente, a claridade proporcionada pelos alhões-lanterna do Rotom Phone eram a minha salvação. Agora eu conseguia enxergar direito o caminho e certamente aquilo era melhor do que encarar os vultos fazendo cara de maldosa. Eu acho que eu não conseguia ser valentona por muito tempo, principalmente com o meu tamanho. Nem o Avocado, com a careta de boboca que ele tinha. Tadinho! Meu bichinho era a coisa mais fofinha do mundo todo.
Decidi obedecer tudo o que meu celular pedia. Afinal, ele parecia ser a voz da razão em meio a toda aquela loucura. O único ser cujo cérebro não era feito de gelatinha, porque o meu certamente era. Não demorou para que achássemos, com a ajuda dele, um abrigo. E... ah, não era NENHUM HOTEL CINCO ESTRELAS, mas eu fiquei feliz em achar um possível local para nos escondermos do perigo, do frio e dos fantas— digo, dos bichos da floresta. Enfim, longe dos perigos noturnos, né?
— Ah sim, ótimo! Ótimo! Vai ser como se estivéssemos em uma cama fofinha... macia... bem quentinha... — eu já começava a sonhar acordada enquanto me dirigia à toca. Com os gravetos e folhas em meus braços, me enfiei junto com o Trapinch no local apertado, mas suficientemente grande para nós três, e despejei tudo no chão. — Tudo bem assim? Muito obrigada, senhor Rotom Phone! Prometo não ser tão tapada assim da próxima vez! Você nos salvou!
— Pinch. Pinch! — concordou meu Avocadozinho.
Estávamos a salvo finalmente!
[ah, a inocência da infância.
será mesmo, varda? será mesmo?]
será mesmo, varda? será mesmo?]