[Valley of Steel] Bullet Punch

A distribuição de tarefas era feita e como o jogador esqueceu de mencionar alguns nomes e funções, vou tomar a liberdade de narrador e improvisar -q

Papéis não eram muitos, há de se dizer, pois aquela não era uma base de inteligência nem de pesquisa, então as pastas mais robustas eram de manuais de instruções dos equipamentos, mapas diversos e fotos de Pokémon, algumas delas atreladas a algumas fichas. Os conteúdos detalhados dessas coisas é claro que poderia ser investigado mais tarde, com tempo. Um pequeno Charmander daria conta de apenas um terço disso, mas uma robusta Volcarona conseguiria levar o restante.

Eram os outros dispositivos de comunicação os que configurariam maior volume e peso para ser transportado, pois incluíam minicâmeras, notebooks, tablets, comunicadores, rastreadores... Mais de uma caixa seria necessária para dar conta de levar tudo, porém boa parte disso Swampert podia arrastar e carregar, ficando o restante para ser arrastado por Froslass e carregado pelo próprio Ayzen.

No mais, caberia à Ambipom levar com sua cauda uma daquelas caixas aleatórios de conteúdo desconhecido que Ayzen decidiu carregar. Isso nem de longe atrapalharia as habilidades da EXPERIENTE MACAQUINHA EM NÍVEL MÁXIMO. Assim, ficariam para trás as armadilhas, as armas, os acessórios e outros equipamentos provavelmente incapazes de emitir sinais ou mensagens. Também ficaria para trás tudo que dizia respeito aos pertences pessoais dos meliantes, pois estavam na tenda com "paredes" que o Comandante não remexeu muito.

– Senhor, deixei o localizador neste lugar e pedi que um colega fosse até aí pegar o que ficou pra trás. – comunicava a prestativa Sam.

Por "localizador" a moça queria dizer aquele item que ela tinha anexado ao pequeno Agron. Emolga tirou o item do bichinho e largou por ali no acampamento, de modo que o elétrico e o menor pudessem acompanhar a caravana Kitshomo rumo ao acampamento Ranger. Inclusive, o pequeno alado de Sam faria questão de auxiliar na escolta do prisioneiro junto do Ranger, sendo os "olhos aéreos" ao saltar e planar entre as montanhas, enquanto Absol abria caminho.

Surgia então uma das primeiras pedras no caminho... Literalmente! Só que essa era uma pedra um tanto grandona e larga, do tipo que causaria um desvio de longos minutos se Ayzen e companhia fossem contorná-la. Mas, com não mais que quatro metros de altura a barreira natural também podia ser transposta por cima, o que polparia um tempo, mas necessitava de certo trabalho em equipe para acontecer.

Missão Ranger – Tarde | 24ºC – Ayzen

O plano era bom. Ainda haveria um investimento de tempo na tarefa que seria superior a uma simples escalada do obstáculo - fácil para uns, difícil para outros -, porém certamente custaria menos tempo do que fazer o desvio pelas laterais. Além disso, estava bem claro o investimento de longo prazo que o Comandante fazia, já pensando na equipe que estava por vir e precisaria refazer aquele caminho.

Para agilizar, os Pokémon deixaram de lado suas cargas uns instantes, para estarem completamente livres. Tudo foi feito como o Comandante ordenou, exceto as funções de Volcarona e Froslass que aqui vou tomar minha liberdade de narração para determinar que as duas fizessem outras coisas. Afinal de contas acho que atualmente tenho bastante propriedade para dizer que esse lance de derreter e resfriar pedra para moldá-la não vai funcionar por questões de física e química... É isso, não estamos em "Avatar: Dobradores de Magma" -q

A mariposa de fogo auxiliaria como podia engenharia da rampa, pois sua seda muito resistente seria como cimento para firmar as pedras de apoio que Charmander empilhava na base. Froslass por sua vez manteria a guarda sempre alta, se aproveitando de seus dons naturais para fazer a defesa do grupo e, principalmente, manter uma vigília curiosa sobre o prisioneiro, que parecia ligeiramente desconfortável com os olhares da fantasma para ele, coisa que lhe provocava arrepios de frio às vezes.

Tempo investido e tarefa cumprida, foi a líder Ambipom a primeira a atravessar a rampa, exibindo o resultado do trabalho e garantindo que era seguro para seus companheiros. Em seguida foi Absol, afinal o Pokémon desastre precisava reafirmar que o sucesso da macaca não era apenas uma sorte de principiante. Dito isso, a resposta final de que era seguro veio só com Swampert, pois ele era o brutamontes da turma, além de ser quem carregava o maior peso. Assim, o grupo fez sua travessia para cima do largo obstáculo de pedra.

Do alto puderem ver que realmente o desvio seria um bocado longo e então tinham poupado um tanto de tempo ali. Enfim, puderam seguir adiante seu rumo, de acordo com o mapa do RotomPhone levitante - que começava a indicar precisar recarregar a bateria em breve. Fora isso a vista não era lá tão favorável ou diferente; era tudo só a imensidão irregular do vale com seus obstáculos naturais.

Só não tinha ocorrido ao nosso loiro protagonista que no fim daquela grande barreira que atravessavam havia uma descida... Bem, pelo menos essa aqui não era tão alta quanta a subida, com não mais que dois metros de altura do chão. Muitos atravessariam sem problemas, mas o projetinho de Lizardon e o prisioneiro todo amarrado iam precisar de ajuda, além das bagagens da nossa turma que teriam que ser descidas em segurança.


*Contando: 2

Missão Ranger – Tarde | 24ºC – Ayzen

Preciso reconhecer meu profundo arrependimento em ter pressionado esse post num dia atípico para o jogador, porque eu não entendi nadinha...
Como nada fez muito sentido, vou continuar fazendo uso das minhas liberdades narrativas aqui.

Para começar, precisamos esclarecer algumas coisas. Primeiro, havia aquele alto obstáculo no caminho, que aqui chamaremos de "platô", um terreno alto que se estende de forma plana. O Comandante optou por criar uma solução engenhosa, aqui representado pela sua rampa improvisada com pedras lapidadas, lama e seda grudenta. A rampa estava lá, prontinha para subir até o topo do obstáculo e assim todos o fizeram.

O grupo caminhou então sobre a superfície plana do platô atravessando ele por inteiro, de uma ponta a outra. Contudo, um novo obstáculo havia se apresentado na extremidade oposta. Em outras palavras, depois de subirem eles precisavam descer!

Como é compreensivelmente impossível que uma rampa remendada em pedra e seda de inseto pudesse ser transportada de um lado até o outro, afinal não era um objeto móvel, entendemos que uma nova solução deveria ser encontrada para efetuar a descida. Assim sendo, devo filtrar alguns elementos textuais para encontrar o que mais faz sentido naquela descida...

Ayzen desceu tranquilamente, tendo apoio dos seus Pokémon maiores. No chão, Ayzen conseguiria carregar Charmander no colo. Depois, com auxílio de Ambipom e Swampert o Ranger desceria o prisioneiro cujos movimentos estavam limitados. No fim, o restante da carga desceu do platô pelo investimento de apoio entre todos os Pokémon envolvidos, pois o Ranger investia o próprio tempo se amarrando ao prisioneiro e dois de seus Pokémon.

Quando todos estavam no chão a caminhada seguiu, em direção ao acampamento dos Ranger. Outros pequenos obstáculos foram se mostrando no caminho, mas todos puderam ser contornados sem contratempo. Também, parecia que a normalidade voltava a respirar pelo Valley of Steel, porque finalmente Ayzen pode ver a fauna local se mostrando pelo ambiente, ainda que todos os selvagens imediatamente fugissem ao perceber a ação dos humanos por ali.

Mais de uma hora tinha se passado naquela caminhada intensa. O sol já tinha se escondido atrás das montanhas em definitivo, de modo que o vale se cobria de sombras e o céu se tingia dos tons do poente. O grupo estava cansado, principalmente o pequeno Charmander, junto de Absol e Volcarona que ainda não tinham parado desde a última intensa batalha. Até o prisioneiro ofegava e suava bastante, seus olhos pesando e demonstrando a fadiga.

Era hora de descansarem alguns minutos, nem que fosse para se hidratar e recuperar um pouco do fôlego...


*Contando: 3

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O plural da palavra mochila se perdia na imensidão do vale, visto que só uma pessoa tinha tal tipo de bagagem por ali e era o próprio protagonista dessa história. Assim, como ele próprio viria a concluir minutos depois de ter dado as ordens à Ambipom: só havia um cantil com água para aquele grupo. O recipiente nem mesmo estava cheio, já que Ayzen tinha bebido uma parte dele horas atrás, a caminho do covil inimigo.

Mesmo assim, Ambipom fez o que pode para administrar o líquido precioso entre os companheiros. Por sorte o aspirante a Lizardon ainda estava em sua forma miniatura e, como um Pokémon de Fogo, não precisava de mais do que um gole. Absol estava mais cansado do que com sede, pois era parte da sua biologia habitar áreas montanhosas e desérticas como esta, então só outro gole lhe saciaria. Volcarona, no entanto, havia produzido muita e muita seda desde o começo do dia de hoje, sem dúvidas ela era a mais necessitada independente das suas caraterísticas quentes, a bichinha precisava até mesmo de um bom banquete, quando o momento permitisse, para recuperar os nutrientes investidos em seda; para ela Ambipom permitiria goles generosos, abrindo mão até mesmo da parcela que a própria macaquinha poderia consumir, sempre companheira!

De Swampert não temos muito o que dizer, pois sua natureza terrosa conseguia suportar as intempéries daquele lugar. Froslass não tinha desidratação e a fadiga era leve, pois o que ela mais vinha perdendo era, na verdade, a paciência, por estar em ambiente tão monótono, seco e, para ela, quente. Por fim, o prisioneiro e Ayzen compartilhariam os goles finais da água e talvez, só talvez, Ambipom tenha deixado uma maior porção para seu mestre ao invés do criminoso.

Cerca de quinze minutinhos se passaram até que os músculos de todos tivessem voltado a um ponto de maior estabilidade.  Mas, o Absol que liderava o caminho anunciava de repente uma presença nova...

– Comandante! – Davi anunciava, correndo na direção do loiro agitando uma das mãos em saudação – Que bom te ver! Está voltando pro acampamento já, suponho... – concluía depois de avistar o grupo com o carregamento robusto – Eu to indo pra lá, só agora conseguimos estabilizar as coisas no acampamento. Alguma coisa que eu precise saber da base inimiga ou do caminho? – ele ouviria com atenção, antes de seguir o próprio caminho sem se demorar, permitindo que Ayzen também pudesse enfim concluir seu trajeto de retorno, pois Davi não era só uma novidade, como também um sinal de que o acampamento Ranger estava bem próximo agora.


*Contando: 4

Missão Ranger – Tarde | 24ºC – Ayzen

As informações eram passadas e talvez uma das mais valiosas seja a que fala dos acessos subterrâneos da equipe inimiga. "Seladas por rochas" não fazia tanto jus à situação, uma vez que as rochas estavam ali só para tapar o buraco, literalmente. Ainda assim, Davi tinha sido alertado e ficaria de olho nisso e em tudo mais que fosse pertinente. Por isso, acenou e partiu rumo à sua parte do trabalho.

Realinhados de novo o grupo do Comandante partiu em mais uma longa caminhada. Diferente do jovial cadete, eles aqui não podiam sair por aí correndo serelepes pelo vale pedregoso, afinal além do cansaço alguns carregavam peso. Mas não faltaria força de vontade naquele time para vencer os últimos obstáculos e consumir com quase mais uma hora de caminhada. Desde o princípio, muito tinha acontecido...

Absol seguia fazendo sua varredura, eventualmente sumindo de vista ao saltar para picos mais altos e razoavelmente distantes, varrendo o terreno das ameaças que definitivamente nem se apresentaram, ao mesmo tempo em que colocava em prática os sentidos naturais que os instintos da sua espécie traziam no DNA.

Ambipom era a maestra que Ayzen treinou para ser. Ela ia e vinha pela fileira de caminhantes confirmando de tempo em tempo que estavam todos ali. Ela orquestrava até mesmo pequenos ajustes no transporte do carregamento, como quando ajudou Volcarona e Froslass a dividirem seus fardos através de um novo suporte feito com a versátil seda. Ou quando tirou da mochila de Ayzen um par de meias velhas para calçar os pézinhos inexperientes do Lizardinho que vinha se queixando do solo cheio de pedras - ele nasceu para voar, afinal. Mesmo assim em nenhum momento a macaquinha largava o próprio fardo, que carregava sem reclamar em momento algum. Mas é claro que depois de tantos anos juntos Ayzen saberia ver os sinais mais profundos que sua parceira tentava ocultar dos demais, nem que fosse o simples gesto de ela trocar com mais e mais frequência qual das suas mãos carregava as caixas; teve até um momento que o peso foi parar nos braços reais de Ambipom. Mas estava tudo bem, ela dava conta!

De Volcarona e Froslass há pouco a se dizer, pois já mencionei o modo engenhoso que as duas usavam as habilidades da inseto para dividir o peso da carga. Eventualmente Froslass dava sua contribuição também, congelando temporariamente o solo abaixo delas, de modo que as caixas pudessem deslizar em alguns terrenos mais escrotos.

Para Swampert, carregar o peso não era um desafio em si, mas foi verdadeiramente um treino aquele de carregar ao longo de tantas horas. Uau! Ele também ficava variando os métodos usados para tal finalidade, mas o importante é saber que o braço direito não vai ficar mais hipertrofiado que o esquerdo. Hehe!

Lizardinho... Bem, é um bebê, independente do que o nível dele tente nos dizer. Nem mesmo dava para exigir tanto assim de sua obediência, por enquanto. Houve momentos em que Ayzen o pegou sendo literalmente carregado por algo ou alguém, mesmo que o carregador não quisesse aquela companhia, mas em minutos o bichinho voltava para seu lugar na caravana, malhando as perninhas. Quando Ambipom deu a ele as meias o mundo se tornou uma novidade! Não que tenha melhorado tanto assim o incomodo das pedras nos pés, mas... Bem, ele é um bebê, como eu disse.

Enfim, depois desta reflexão que transmite a essência do esforço de uma equipe que cumpre o dever ao mesmo tempo em que treina, cá estamos nós, enfim chegamos todos ao acampamento Ranger. Já é noite e o céu é tomado por estrelas, pois a lua ainda se esconde atrás das montanhas.

No fim, é até confortante ver na última curva os tons alaranjados dos toldos do acampamento Ranger, que se tornam mais nítidos pelas luzes elétricas que pendem de alguns pontos no teto da tenda aberta. Há vida ali, com movimentação, sons que não são só o silêncio das montanhas e os ruídos dos pés... Talvez seja o cansaço e a fome, mas há até mesmo um cheirinho de comida no ar...

– Comandante! – até o som de uma voz familiar parece ter um efeito diferente aqui – Que bom que chegaram em segurança!

*Contando: 5 - FIM

Missão Ranger – Noite | 20ºC – Ayzen