[Swarm] Flare Blitz

 Sobrevoando a rota 112, senti o calor e a tensão da área, com o solo vibrando sob a atividade sísmica anormal. Estava preparado para qualquer situação, usando o uniforme padrão dos Rangers: uma blusa térmica preta de tecnologia avançada, que equilibrava a temperatura corporal, calças de sarja com vários bolsos para os apetrechos necessários e botas que facilitavam a pisada e o avanço em terrenos difíceis. Por cima, vestia minha jaqueta de comandante na cor laranja-terroso, combinando com o boné da mesma cor.

Com Dragonite mantendo a altitude, avistei uma elevação rochosa segura o suficiente para servir como base. Pousamos suavemente, e desci rapidamente configurando o drone para iniciar a varredura. O tempo era curto, e as vibrações no solo indicavam que algo de errado não estava certo. O drone levantou voo, capturando imagens e dados detalhados da área, enquanto Dragonite permanecia alerta ao meu lado. A missão era clara: identificar qualquer anomalia ou indício de atividades suspeitas que pudessem estar provocando esses distúrbios. Poderia ser algo natural, né? :slow:

Mantive meu olho no RotomTablet com o aplicativo do RangerPad onde poderia visualizar a área através do drone. Iria ser fundamental para ver algo de diferente. Tinha que comparar com o relatório-diagnostico da área que foi feito e atualizado pelos rangers antes de tudo dá errado.

flare blitz

Ah, a nada gloriosa vida de um Ranger. Sair num dia calmíssimo para um vulcão que provavelmente está entrando em erupção, aumentando as temperaturas locais e atraindo diversos Pokémon não endêmicos, atrapalhando a fauna nativa e desequilibrando o ecossistema; mais um dia normal. Mas não podemos dizer que Ayzen não amava, né? Todos esses anos como patrulheiro, essa com certeza não é a coisa mais estranha que ele já fez. Mas o chamado foi respondido, e ele estava se apresentando na região, com todas suas bugigangas e roupa bonita, preparado para qualquer coisa que fosse encontrar ali.

A missão era clara: identificar a origem do problema, e dar um jeito nele, se possível. Claro, ainda havia a possibilidade de ser apenas uma atividade vulcânica natural, mas não parecia ser. O ar estava... Diferente, e nem era o enxofre todo que invadia as narinas do rapaz pela proximidade com o vulcão. Era um ar que cheirava a problema, quase como se dissesse que alguma coisa não estava certa. Era claro que, com tanta experiência, o rapaz também sentia isso, e talvez por esse motivo ele veio tão preparado, munido de seus melhores e mais confiáveis Pokémon, além do melhor que a Base de Hoenn pode oferecer.

Depois de estabelecida a "base de operações remota" do comandante, um drone foi lançado ao ar e a identificação dos arredores começou: nada muito fora do normal. A temperatura ficava maior quanto mais próximo do Chimney, mas isso já era óbvio. Fora isso, havia uma concentração suspeita de alguns monstrinhos um pouco a esquerda do caminho que levava ao monte, provavelmente algum acidente com um Pokémon desavisado ou até mesmo algum deles sofrendo com o calor excessivo. O espírito do Ranger falaria mais alto, com toda certeza, mas ele ainda poderia simplesmente seguir adiante para o trajeto de subida, afinal, estava bem claro que a causa de tudo não se encontrava naquela parte da rota.

 
O drone seguia com sua varredura, capturando cada detalhe daquela rota infernal. O ar estava pesado, denso com fuligem e enxofre, quase impossível de se voar alto sem risco de intoxicação. Era como se estivesse no meio de uma queimadura descontrolada, algo que só tinha visto com as queimadas da Amazônia invadindo São Paulo. O céu estava coberto por uma névoa sufocante, e hora ou outra era possível lver Pokémon fugindo. A temperatura da rota tinha subido muito desde que o vulcão do Mt. Chimney entrou em atividade.

Eu observava o comportamento dos Pokémon, tentando entender se essa agitação era meramente natural ou se algo mais sinistro estava em jogo. Usava os binóculos high tech, o drone varria locais mais distante. Reservava em colocar os olhos no equipamento para ver o que queria, e olhar o TabletRotom para saber se o drone tinha captado algo. Não captou.... nada suspeito, ao menos, até agora, mas meu instinto — meu tutano — dizia que algo estava errado. Não era só o vulcão ou o aumento da temperatura. Será que um aglomerado de Magcargo, que se movia lentamente, havia caído no vulcão, intensificando a atividade geológica? Eu confesso que buscava uma explicação fora do habitual. A equipe de meteorologia não previa isso, então não deveria ser atividade cíclica da região...

Decidi montar em Dragonite novamente, passando pelo aglomerado de Pokémon para uma inspeção mais próxima. Se fosse só um fenômeno natural, eu poderia aliviar o alerta na cidade, e seguiria para o ápice da algazarra, que era o Mt Chimney. O dragão bocejou, ronronando, enquanto eu recolhia o drone e montava nele.

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Determinado a encontrar a origem do problema, Ayzen continuou sua varredura com os drones e tudo mais que poderia utilizar, apenas para não encontrar nada de muito interessante, além do já citado encontro de monstrinhos. Aquele definitivamente era o único lugar que chamava a atenção por enquanto, mesmo que provavelmente não fosse nada. As chances de serem apenas Pokémon se ajudando a fugir do calor ou a concentrar comida para não perder nada era muito grande, mas ele não poderia deixar de checar; montou em seu Dragonite e pôs-se a voar novamente.

Poucos metros depois ele sobrevoava a área que o drone havia detectado: uma concentração de algumas árvores secas, que já foram atingidas pelo calor excessivo, mas que geravam sombra o suficiente para alguns Pokémon se protegerem. A umidade ali era alta, devido a transpiração dos bichinhos e das próprias árvores, mas o estranho mesmo era que nenhum dos bichos que o comandante conseguiu avistar eram não endêmicos. Todos faziam parte do habitat natural do monte e seus arredores. Então, aonde estavam os exóticos? Talvez eles estivessem ali justamente se protegendo de algum predador? Não tinha como ter certeza, afinal, nada denunciava isso.

A certeza que o rapaz tinha era que: a temperatura ali conseguia ser ainda mais insuportável, e isso gerava um pensamento: como seria uma vez que ele estivesse no vulcão em si? E mais: como aqueles Pokémon sobreviveriam por mais tempo sem uma fonte de água próxima? Era hora do Ranger entrar em ação e salvar os monstrinhos, mesmo que temporariamente, ou simplesmente ignorar e seguir adiante com sua varredura em direção ao Chimney.

  Enquanto sobrevoava mais baixo na Rota 112, observei os Pokémon se amontoando nas poucas sombras disponíveis, sob as árvores secas. Era óbvio que o ambiente estava cada vez mais inóspito. O calor extremo, a fumaça e a baixa umidade tornavam o lugar quase insuportável. Meus lábios secavam, estalando a cada movimento, e percebi que, se continuássemos por ali, o impacto no bioma e nos Pokémon nativos seria ainda mais marcante. Aqueles Pokémon, normalmente tão adaptados à região, agora lutavam para cooperar uns com os outros na tentativa de fugir do calor infernal.

- Dragonite, use Aqua Tail para simular uma garoa. Vamos tentar umidificar o solo e aliviar um pouco a tensão aqui.- Com esse comando, Dragonite golpeou o ar com sua cauda, liberando uma leve chuva que caiu suavemente sobre o chão seco. A umidade recém-criada trouxe um alívio temporário aos pequenos Pokémon, que se dispersaram um pouco mais, aliviados pela sensação fresca. Era meio fake, né, já que com a intensidade do calor, logo isso iria evaporar.

Entre eles, talvez encontrassem alguns Poochyena, Zigzagoon e Electrike, que corriam frenéticos buscando abrigo. Em níveis mais raros, também avistei Mightyena, Linoone, Minun, Plusle, e Gulpin observando cautelosos. Eu sabia que aquele alívio seria breve, mas talvez o suficiente para que os Rangers chegassem e cuidassem da evacuação dos Pokémon de forma mais eficaz. Eu deveria continuar a busca, investigar mais a fundo o que estava causando essa intensa atividade no vulcão. Ou chegar na conclusão de que era tudo normal.

Dragonite, com aquele corpanzil rechonchudo, parecia ser o primeira a comer a ficar suado. Apesar do tipo dragão ter resistência natural ao tipo FIRE, eu não sabia o quão resistente isso poderia se tornar para ele, debaixo de um gostosa camada de gordura, que o dava fofura. Mas espero que esses pequenos se sintam bem. - Vamos, Dragonite. Vamos voar para a montanha!

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A atitude do Ranger era a esperada: tentou de alguma forma ajudar os pequenos e aliviar o calor colossal que inundava a rota. O golpe aquático de Dragonite foi suficiente para um refresco temporário, alguns dos monstrinhos até estavam um pouco mais animados, e olhando para cima eles apenas viam o dragão rechonchudo sobrevoando; muitos pensaram ser um anjo, um salvador. Alguns até fizeram algumas preces para o ser que os salvara do calor, como se estivessem agradecendo a providência de Arceus. Com aquele ato, Ayzen provavelmente salvou a vida de muitos Pokémon, mesmo que fazendo tão pouco.

Agora, o foco dele era a majestosa montanha que se punha entre ele e seu objetivo: descobrir a origem de tudo aquilo. Não seria uma subida fácil: a testa e as mãos suando, os olhos e as narinas ardendo com o enxofre, o pobre Dragonite tendo que fazer o dobro de esforço para carregar seu treinador. Mas valeria a pena uma vez que ele conseguisse acabar com o que quer que fosse que estivesse causando toda essa onda de calor exacerbada. Dragonite içou voo e eles logo partiam em direção ao Chimney.

O que o chamou a atenção durante o trajeto foi um grito desesperado: algum Pokémon, certamente. Talvez estivesse preso? Sendo atacado por algum outro bicho de um nível maior na cadeia alimentar? Não dava para ter certeza. O lugar era um pouco a direita do "caminho" que ele estava fazendo enquanto voava, mas certamente valeria a pena investigar, se isso significasse salvar mais alguma vida. Isso era o trabalho dele também, afinal.

Aqua Tail de Dragonite trouxe alívio imediato para os Pokémon da rota. A água parecia uma dádiva em meio ao calor, pingando sobre os corpos ressecados e revigorando a terra quente. Os Pokémon, antes exaustos e ofegantes, erguiam os olhares com gratidão, como se reverenciassem o grande dragão. O contraste entre seu tamanho imponente e sua ação gentil era uma cena que me fez sorrir de canto, mas o alívio seria breve.

Enquanto monitorávamos o terreno, o ar carregado de fuligem e enxofre tornava o ambiente cada vez mais sufocante. O calor era implacável, e até mesmo o voo baixo de Dragonite começava a esbarrar com rajadas de ar quente, quase como um aviso do vulcão para que ficássemos longe. Vagabundo! EU VOU SUBIR SIM. O céu, obscurecido pela fumaça, tornava impossível subir mais alto sem enfrentar o risco de intoxicação. A minha visão parecia meio prejudicada, como se tudo em minha frente fosse meio que um sonho, tal como um evento do Tyrant que eu participei na terra dos sonhos. Então tenho domínio de causa e evento ~q

Foi nesse cenário que ouvi um som diferente—um lamento distante, como um choro frágil e desesperado. Parecia um Pokémon, mas o som não era familiar. Algo ou alguém estava sofrendo, longe do caminho principal. Mesmo com o calor crescente e o cheiro ácido do enxofre pesando no ar, eu sabia que não poderia ignorar aquele chamado. Afinal, eu sou ranger, eu criei o personagem pra isso mesmo.

Com o coração acelerado, virei para Dragonite, que também parecia alerta ao som distante. Até o dragão notou esse choro, ronronando para mim, como se ele mesmo perguntasse se realmente iria poder desviar o caminho. Dei dois tapinhas nas costas e mudei a direção, inclinando-me para o lado. Não era uma Kiki da vida em voo, mas dava pros gastos. Afinal, Togekiss foi meu transporte por muitos anos, seja em missões, seja na vida como treinador.

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Num movimento rápido, Ayzen virou-se na direção do chorinho e disparou para o lugar que vinha o possível Pokémon preso. E foi exatamente isso que ele encontrou: uma lulinha presa entre árvores pegando fogo. Estava bem claro que ele estava sufocando, com os tentáculos secos e usando toda a sua energia restante para pedir ajuda. Com o Aqua Tail do Dragonite seria fácil livra-lo do fogo, mas talvez tirar os troncos de cima dele fosse mais difícil do que o esperado; isso tudo agindo depressa, para não acabar perdendo o bichinho no meio das labaredas. Vai saber a quanto tempo ele estava enfiado ali?

Não havia muito mais coisa por ali, apenas outras árvores pegando fogo e nenhum sinal de outros Pokémon. O que era esquisito, já que os outros monstrinhos que Ayzen encontrou antes estavam todos agrupados, se ajudando, o que o levaria a pensar: porque ele estava ali? Será que se perdeu dos outros? E mais, porque aquelas árvores estavam pegando fogo? Não parecia algo natural, já que apesar da temperatura alta, não havia outro foco de incêndio identificado na varredura que o Ranger fez anteriormente. Todas essas dúvidas, contudo, só seriam respondidas depois. Agora era hora de agir.

Entre o calor escaldante e as rajadas de ar tóxico, avistei um pequeno Inkay preso em meio às chamas. Árvores caídas e em chamas bloqueavam sua fuga, e ele lutava desesperadamente com suas últimas forças, seus tentáculos fracos se movendo como um pedido de socorro silencioso. Dragonite pousou suavemente, levantando poeira e cinzas ao aterrissar. O gigante, apesar de sua envergadura, sempre demonstrava uma delicadeza impressionante em situações assim. Ronronou mais um pouco. Olhei para Inkay, que mal conseguia manter seus olhos abertos, e percebi que não tínhamos muito tempo.

- Dragonite, use Aqua Tail para o alto e faça uma nova chuva para apagar essas chamas! -ordenei, a voz saindo firme. EU procurava luvas térmicas nos RangerTools para me proteger do sgalhos outrora em chamas. Demoraria para dissipar o calor, enquanto iria precisar me proteger. - Nydon, nos ajude também.- liberava mais um Pokémon.

O dragão balançou sua cauda imensa, liberando uma onda de água que apagaria as chamas ao redor de Inkay em uma explosão de vapor e fumaça. Aproximei-me com cautela, sentindo o calor residual das árvores queimadas no ar. Agachei ao lado de Inkay, tentando não assustá-lo.

- Está tudo bem agora, pequeno. Vamos te tirar daqui.- Dragonite, ainda atento, ficou de guarda enquanto eu conferia o estado de Inkay, pronto para protegê-lo e garantir que não houvesse mais ameaças. Assim, eu, Dragonite, e Nydon iriamos mover a árvore para que pudesse dar mais espaço para Inkay flutuar para longe, se salvando daquele terrível fim. Inkay não era um pokémon muito natural da região, poderia fazer parte do grupo de migração que foi atraído/espantado pelo abalo do vulcão.