Pokémon Mythology RPG
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Formigueiro na rota 3!

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Rota em dupla - Nerkon & Shianny

Off: Por favor para quem for nos narrar: Ainda não faça aparecer minha NPC parceira... ^^





11:32

Gabriel permanecia de pé na entrada da rota 3, estava um tanto perturbado com as ideias que vinham à sua mente... Havia feito a coisa certa ao simplesmente correr de sua amiga em Pewter? Não seria melhor tentar procura-la novamente? Não, muito provavelmente a garota já havia avançado na rota 3 e trilhado seu próprio caminho, teria de continuar só. O rapaz virava-se e olhava uma última vez para Pewter, desejava não ter de voltar à cidade tão cedo após ingressar na rota entre ele e Cerulean. Independente de como se sentisse, não podia discordar que aquela seria uma experiência muito diferente das sentidas por ele até agora, cruzaria um longo caminho e no meio deste passaria por uma montanha!

Novamente voltou-se para a rota 3, deu um último olhar para seu lado e sorriu para o Pikachu que o fitava com ansiedade, o mais importante membro de seu time havia evoluído durante o Club Battle de Pewter e alcançado um nível elevado, seria sem dúvida alguma de suma importância em sua jornada até Cerulean... Gabriel tentava manter-se alegre, se não considerasse a simples idiotice que havia cometido durante a batalha contra Natalie o treinador não tinha muitos motivos para manter-se abatido, tudo estava indo tão bem... Certo, ele ainda não havia ganho sua primeira insígnia, mas tinham coisas mais importantes que isso a se fazer! Primeiro precisava conhecer melhor seus pokémons, depois treina-los e evolui-los!

E por falar em evoluir... O treinador ainda mantinha-se com opinião dividida quanto à uma decisão de grande importance: Qual seria a melhor hora para evoluir seu Pikachu? A Thunderstone necessária já estava por acaso em sua posse, tudo que restava era sua decisão à favor da mudança, mas cogitava que um pokémon precisaria acostumar-se com sua nova foram após uma mudança tão drástica como a de um pequeno bebê para um pokémon amadurecido e, por tanto, hesitava aproximar a cogitava pedra de seu parceiro.

Por fim pôs-se a caminhar rota adentro... Podia não saber disso, mas seu dia e sua jornada até Cerulean seriam ambos muito interessantes.

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A ruiva observava atentamente as construções da cidade que há muito pouco abandonara. Muitas saídas existiam por esta e fizera de tudo para evitar a principal. Após tais reações provindas de Gabriel no Club Battle, sinceramente, não pretendia encontrá-lo novamente. Não queria que a tensão pairasse por entre ambos. Não desejava topar com ele em plena saída de Pewter.

Seu olhar por fim encontrou o chão, observando a terra batida e a relva suave que crescia lentamente nas margens da estradinha que encontrara. Sentia o Sol da manhã roçar-lhe o corpo e também a brisa suave que brincava com seus cabelos e sua face.

Os sentimentos que corriam dentro de si como um rio selvagem no ápice de sua correnteza, resumiam-se agora em um baixo e magoado suspiro. Talvez não devesse ter pronunciado-se para o loiro. Talvez deveria ter permitido o tempo correr, para que por acaso, com um pouco de sorte, encontrassem-se na Rota Três.

Mas, como sempre, suas emoções se esvaíam nos atos que produzia antes mesmo que pudesse pensar em estancá-las. Dessa vez, além de sofrer uma pesada derrota - ou talvez não tão pesada assim -, ainda havia estragado completamente um possível reencontro.

A solidão que agora a envolvia, fazia pesar a mente de Natalie. Sim, claro que poderia libertar um de seus pequenos para acompanhá-la, mas não queria ser vista por eles tão abalada assim. Caso quisesse tal companhia, deveria ao menos relaxar e melhorar seu aspecto físico e psicológico.

Sentou-se por sob as gramíneas esverdeadas que recobriam parte do chão, erguendo o olhar ao tingido céu azulado. O brilho difuso em seu olhar era a revelação da confusão que envolvia a mente da jovem. Lentamente, as lágrimas umedeciam suas orbes e traçavam uma suave trilha úmida por sob suas bochechas, tocando seu queixo e recaindo até o tecido fino das vestes da ruiva.

Ah, como seria bom ser uma simples nuvem... Distante, e ao mesmo tempo tão próxima. Solitária e ao mesmo tempo com diversas companhias.

Sim, uma nuvem seria ótima.

Respirando fundo, ela ergueu-se, retirando os resquícios de poeira e as pequenas gramíneas grudadas no pano de suas roupas, ajeitando suavemente uma mecha de cabelos atrás da orelha. Sim, precisava urgentemente de uma companhia. E já se julgava bem o bastante para isso.

Tocando levemente a esfera bicolor de sua pequena Zorua, ela fitou o objeto calmamente. Afinal, mesmo que sua captura já estivesse concluída há certo tempo, ainda não havia sequer dado-se o trabalho de conhecer a pequena. Ela hesitou, mas por fim mirou a esfera para o chão, esperando o animal ser liberado.

...

E...

Isso ainda iria demorar?

Natalie estranhou um pouco a passividade do objeto, e tentou mais algumas vezes antes de finalmente perceber que... Bem, que estava vazio. Em pânico, olhou rapidamente ao redor, procurando a pequena raposinha. Não acreditava que ela realmente havia saído sozinha! Chamou-a por algum tempo, mas finalmente passou a correr pelo local.

Se negava a perder sua raposa!

~x~
OFF: É o seguinte: Aqui eu tive uma ideia um pouquinho diferente e resolvi deixar separados por algum tempinho para brincar com a Zorua... Em primeira pessoa. É uma ideia para juntar ambos de um jeito... Diferente. Espero que fique bom ô>
~x~

Presa. Era assim que eu me sentia. Enroscada em um espaço minúsculo, meus pulmões e sentidos imploravam para que tudo aquilo se findasse, para que fosse apenas um pesadelo que acabaria ao raiar do dia, ao fim da tormenta. Meus músculos retiniam por liberdade, para tornar a correr por entre as árvores, por sob a campina. Ali, em um lugar obscuro e artificial, não conseguia ser eu mesma. Meu corpo tremia. Esperava sair dali a qualquer momento, esperava reencontrar a bela floresta que por tanto tempo me acolhera em seus braços seguros e repletos da mais pura magia.

Mas eu sabia que não seria assim.

Aquilo não era um pesadelo, aquilo era real. O confronto forçado, a dor sentida a cada um dos ferimentos a mim infligidos. As reações máximas que procurava ter, a corrida em busca da liberdade, da calmaria.

Com o findamento da batalha, com minha caída... Achei que tudo havia se findado, que ficaria tudo bem. Que poderia contar com a ajuda da Floresta para recuperar-me, mesmo que lentamente fosse. Que logo retornaria para brincadeiras com os outros animais, para artimanhas que se findavam em gargalhadas animadas. Eu vi o mundo transformar-se no negro, e foi assim que aqui acordei.

Eu sentia as lágrimas escorrendo por meu rosto, com o único pensamento de que queria voltar para casa. Queria meus amigos, queria meus pais. Por que tudo aquilo foi tirado de mim? Fiz alguma coisa ruim na Floresta, e tive como consequência minha permanente expulsão? Ali era o Paraíso, e estraguei tudo por um erro?

Era apenas nisso que pensava. Eu sofria ali dentro, do mesmo jeito que sofreria caso perdesse os carinhos de meus pais para a morte.

Sentia medo.

Medo de nunca mais voltar a correr pelas estradas que Arceus me permitira desfrutar. Medo de ficar ali, e para sempre. Medo da solidão. Medo de saber que, ainda que meu sofrimento se estendesse por todo meu corpo e mente, ainda que o choro escapasse por minha garganta... Ninguém me ouviria. A cápsula firme que chegava até mesmo a machucar minha pele era um lugar cuja saída não existia.

Foi quando vi aquilo.

Uma fraca luz se esgueirava em abobada a poucos milímetros em minha frente. Foi nessa hora que um raio de esperança rasgou minha alma, acertando em cheio meu acelerado coração. Soube nessa hora que talvez fosse a única chance que ainda possuísse de ver minha tão amada floresta, meu tão conhecido mundo mágico. Tocando levemente aquele feixe brilhante com as patinhas que podia fazer uso, encostei o focinho em tal abertura, em busca de minha liberdade. Claro que este não poderia passar, mas minhas simples garras conseguiam. Perfurando a claridade, vi o mundo envolver-se em uma forte luz branca, que machucava minhas pupilas e prejudicava minha visão. Senti toda aquela angústia sumir de meu coração, e em pouco tempo sentia a grama macia abaixo de minhas patas.

Um grande sorriso se formou na boca que possuía, e de imediato me deitei, rolando por sob a relva que acalentava minha alma. Por muito pouco não emiti um riso alegre, mas notei que minha presença não era única ali.

E as tonalidades rubras me alertavam do perigo.

De um salto, ocultei-me dentre as folhagens de uma moita próxima, observando atentamente a estranha espécime que era culpada de fazer minha amada floresta sumir. Sim, havia sumido. Ainda que a sensação perfeita da natureza me envolvesse, reconhecia que aquele local não era o de minha nascença.

Em um silêncio de túmulo, me encolhia, esperando pelo pior. Mas a surpresa roubava minha expressão temerosa ao ver as lágrimas derramadas pela jovem. Por um tempo, pensei em ir até ali. Pensei em a abraçar, perguntar o motivo de seu choro infeliz, questionar se poderia fazer algo para auxiliar-lhe.

Mas, não.

Aquela poderia ser minha última chance de curtir minha real natureza, e assim o faria. A garota iria se virar uma hora ou outra. Espreguiçando-me em uma esticada longa, ouvi o estalo baixo que meus ossos provocaram após tanto tempo sem seus movimentos de direito. Empinei o focinho, dando meia volta e correndo em direção a floresta que ali havia.

O sorriso bobo emoldurava minha face, e por diversas vezes ri e corri com os animais que ali residiam. Era bem claro que minha presença era estranha e única, mas que poderia fazer? Estava feliz e recusava-me a retornar para a terrível depressão que há pouco me envolvia.

Em pequenos saltitos, notei que aquele local também possuía limites. Fiz uma careta, mas caminhei calmamente até lá, enfiando o corpo em uma moita e observando atentamente a área. Era levemente parecida com a que pouco saíra, e isso me fez entrar em pânico. Estava andando em círculos? Não, não podia, tinha certeza disso! A ruiva não teria sumido do nada, certo? Sim, sim, não estava andando em círculos.

Com curiosidade, vi um pequeno roedor elétrico em companhia de um estranho loiro que estava ali. Lembrava o outro ser, mas não poderia julgar do nada. Sorri, era um belo Pikachu que ali estava. Será que ele veria algum mal em uma brincadeira?

Meu corpo foi envolto de uma fraca luz, e aos poucos vi que minhas patas avermelhadas davam lugar a pequenas mãos alaranjadas. Olhei meu corpo, mais longo, de mesma tonalidade que aquele outro ali em frente. Claro, não queria plagiar até mesmo o gênero daquele amigo de paz, então me contentaria com sua forma feminina. Me estiquei, tendo a certeza de que estaríamos idênticos ao tocar levemente as longas orelhas que jaziam em minha cabeça.

Sorri, estaria bem melhor agora. Hesitei ao fazê-lo, mas caminhei para fora da moita, com o olhar fixo em ambos os animais. Emiti um pequeno chiado, procurando atenção, correndo para perto do roedor e novamente emitindo um sonzinho baixo. Não queria assustá-lo, afinal. Sabia o quão desastrosas tais consequências poderiam ocorrer caso o fizesse.

O esperei estancar, indo para sua frente e cutucando levemente sua bochecha, involuntariamente liberando um sorriso infantil e o abraçando com um sorriso, antes de afastar-me apenas um pouco e inclinar a cabeça para o lado.

Era a hora que poderia saber:

Amigo ou Perigo?

_________________
O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?
Formigueiro na rota 3! Zeu0QEE
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Com algum esforço, a Zorua conseguía se libertar daquela estranha prisão, era uma sensação estranha lá dentro, mas por sorte conseguiu se libertar e sorrateiramente saiu de perto da garota que a deixara ali. A garota era Natalie, que estava na rota 3 depois de um estranho encontro em Pewter, aquilo era remoído em sua cabeça e bem cedo ela já saiu da cidade, porém o Sol já estava forte, pelo menos o vento amenizava as coisas, então ela decidia retirar sua Zorua da Pokébola, mas não tardou para ela perceber que sua Pokémon não estava mais lá.

Em outra parte da rota um garoto loiro saía de Pewter também, a cidade também fora espaço de algumas amarguras, mas pensar nelas apenas piorava, ele retirou o recém-evoluído Pikachu da Pokébola e então entrou na rota propriamente dita, seguindo por uma estrada de terra batida ladeada por partes de moitas e árvores que poderia levar a uma mata mais densa ou a caminhos secundários da rota. O vento forte fazia o cabelo do loiro cair sobre os olhos, o que já começava a tirar sua paciência.

A Zorua, enquanto isso, fazia progresso em sua fuga, mesmo que Natalie ainda negasse que ela havia fugido, mas será que realmente havia capturado aquela Pokémon, não foi um sonho, tudo parecia tão mágico, tão irreal, mas não podia ser verdade, a ruiva capturou a Spinda de forma semelhante e já havia até batalhado com ela, porém como um Pokémon some, para ele sair da Pokébola sem o treinador já e difícil e um raio escarlate ainda saí do aparato quando o Pokémon consegue escapar, seria bem visível se ele tentasse sair, mas o fato é que ele não estava lá e Natalie tinha que fazer algo.

Caminhando em meia a moitas, finalmente, algo diferente de mato, um humano e um Pikachu, atreveu-se a virar uma Pikachu para tentar uma interação, então foi até ele e deu um sorriso ao se aproximar, o humano, que se tratava justamente de Gabriel, tentava voltar suas mexas para o lugar e quando olhou para o lado seu Pikachu havia se duplicado, o que foi um tanto chocante, mas logo foi possível perceber que o outro se tratava de uma fêmea, pois tinha algumas diferenças bem pequenas.

Porém aquilo não mudava a anormalidade da situação, não se lembrava de Pikachus naquela rota, seria ele de um outro treinador por ali, não havia ninguém por perto, apenas mato e um horizonte vazio que findava em uma grande montanha o Mt. Moon, o treinador ainda iria atravessá-la se quisesse chegar a Cerulean, mas ainda demoraria um pouco até chegar lá e ainda tinha que resolver quanto àquela Pikachu.

Já o Pikachu de Gabriel parecia ter apreciado a companhia, logo devolvia o sorriso e balançava sua pata em um gesto amigável, as coisas estavam indo bem para a Zorua, que, pelo visto e por enquanto, não parecia estar em perigo, além de que, se ela estivesse certa de seus talentos, sua treinadora ainda nem havia percebido sua ausência, então poderia aproveitar para ficar perto daquele Pikachu e seu treinador.


Off: Desculpe-me a demora, estarei narrando vocês mais uma vez, espero que se divirtam.

Última edição por peg57 em Seg Jun 10 2013, 17:03, editado 1 vez(es)

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- Uma... Pikachu? - O susto inicial era inevitável e por pouco não havia feito Gabriel fazer um barulho maior, por um momento acreditara que seu Pikachu havia se multiplicado! Mas... ao olhar com mais atenção era percebível a diferença não só na cor dos pokémons, mas também no corpo. Era uma Pikachu fêmea.

Ainda assim... aquilo não tirava o selo de "estranheza" da situação, tirava? Ao conhecimento do rapaz não existem Pikachus na rota 3 e com a abundância de pokémons venenosos na rota com certeza não seria a melhor hora para uma roedora meter-se por aí, a conclusão era de que aquela Pikachu não era uma pokémon selvagem. O loiro alternou olhares entre a pokémon desconhecida e seu próprio Pikachu, que tentava se mostrar para a fêmea, e suspirou, ele teria de fazer uma parada ali mesmo... e por que não aproveitar para deixar seus outros pokémons respirarem um pouco de ar fresco? Do cinto o rapaz tirou as cinco pokebolas e...


- Saiam todos! - Falou em voz alta antes de liberar seus pokémons um por um, chamando a atenção até mesmo do Pikachu shiny... Aquela era a primeira vez em que Gabriel estava com todos os pokémons em posse fora de suas capsulas.

Tais pokémons inicialmente mostravam-se num aglomerado, um ao lado do outro, mas como era de se esperar devido à falta de entrosamento entre eles, as criaturas logo afastaram-se uma das outras o mais rápido que puderam, surpresas com a presença daqueles que não sabiam serem seus colegas.

Skorupi em especial mostrava-se como uma pokémon extremamente tímida, cavando um pequeno buraco na terra e, assim que julgou-o suficientemente grande, fincando sua cabeça ali, como se não desejasse ser vista pelos outros pokémons... que simplesmente caíram na gargalhada, com a exceção de Ayako, a qual observou seus arredores, não entendendo o motivo da graça. Apesar de vergonhosa para Skorupi, a cena de certa forma reduziu a tensão pairante entre os outros pokémons que agora entreolhavam-se. Gabriel já podia ao menos registrar um avanço no relacionamento entre seus pokémons, mesmo que pequeno. O loiro decidiu então intervir e deu um passo à frente enquanto fazia o possível para parecer confiante, inflou os pulmões e falou, usando de um tom de voz amigável e calmo.

- Bom dia! - Falou, aproximando-se do grupo de pokémons. - Venham, se juntem aqui! Vocês são todos da mesma equipe, então quero que se deem bem!

Após dizer aquilo o loiro agachou-se, pôs sua mochila ao seu lado, e passou a usar um dos joelhos como apoio para se aproximar dos pokémons os quais, com a exceção da Skorupi que permanecia em seu buraco, aproximaram-se de seu treinador. Optando por ignorar a visivelmente tímida pokémon escorpião, Gabriel trocou olhares com os cinco pokémons remanescentes, antes de aproximar-se de Trapinch.

- Olá Trapinch, sou seu novo treinador... bem vindo à equipe, certo? - Sorridente e descuidado o loiro tentou pôr a mão na cabeça do pokémon formiga-leão, que respondeu-o cobrindo sua mão inteira com uma mordida. A dor desse ato logo exigiu uma reação veloz do corpo de Gabriel, que puxou o braço para trás e, com isso, fez com que Trapinch largasse da mão do rapaz e ao invés disso voasse em direção à cabeça do jovem... Não é necessário dizer que o resultado não foi muito bom. O impacto fez com que o treinador fosse levado ao chão, inconsciente e delirante, enquanto Trapinch caiu acima de sua barriga, machucando ainda mais o pobre rapaz, mas não tirando-o do cochilo que agora aceitava sem resistir.

Enquanto isso o grupo de pokémons apenas observou à cena, caindo à gargalhado ao término do desastre que decaiu sobre o rapaz. Era, enfim, a hora dos pokémons, que podiam fazer o que desejassem no local. Minccino decidiu por aproveitar do momento para bisbilhotar na mochila de seu treinador e limpar tudo o que houvesse ali. Budew permaneceu próximo ao rapaz e tentou acorda-lo, sem muito sucesso. Trapinch juntou-se ao seu novo dono, tirando um cochilo acima de sua barriga. Heracles decidiu policiar o grupo, simplesmente observando-os, com medo de que algum deles pudesse separar-se. Skorupi pela maior parte do tempo permaneceu no buraco, mas ocasionalmente levantava o rosto de forma a olhar para o seu novo dono. Pikachu, é claro, continuava a tentar impressionar a "Pikachu" fêmea com sua cor rara e sua força. O que iria acontecer, no entanto?

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Após um longo tempo com nenhum sucesso, a garota sentiu-se recuar para um tronco e aos poucos deslizar para o chão. Sua face, encharcada pelas mais puras lágrimas salgadas, demarcava duas trilhas singelas e úmidas ao longo de suas bochechas. Não sabia como havia ocorrido tal sumiço, e sentia-se a pior pessoa do mundo por conseguir a ridícula atualidade: Perdera um Pokémon que jazia dentro da tão segura pokéball. Sequer o anúncio do feixe esbranquiçado havia percebido. Como pudera ser tão inútil? Como pudera se distrair a tal ponto? E se algo ruim acontecesse com a pequena raposinha bicolor?

Ela respirou fundo, enquanto procurava desesperadamente manter a calma... Coisa que definitivamente não estava dando certo. Encolheu-se contra a madeira bruta da árvore, sentindo sua roupa ser tenuamente repuxada pelas deformidades no tronco da planta.

Por um tempo, ficou em silêncio, sentindo a brisa da mata brincar com seu rosto e seus cabelos rubros, que deveriam ter um contraste forte com a palidez de sua pele no momento atual. Por fim, uma rápida ideia passou por sua cabeça. Poderia ser loucura, mas precisava tentar. Era sua única chance. Não poderia desperdiça-la.

Hesitou, mordendo levemente os lábios, antes de se erguer, meio cambaleante. Ela retirou suas esferas bicolores da bolsa, fitando os objetos com certo pesar. Após aquele choque com Zorua, tinha medo de tentar libertá-los... E resultar em nada. Seu psicológico havia recebido um abalo profundo com aquele sumiço de sua... Companheira? Amiga? Não sabia se poderia chamar assim de modo tão abrupto. Afinal, o primeiro e último contato que possuíra com a pequena fora naquele mundo mágico imerso na profunda escuridão tempestuosa. Um combate. E se aquilo houvesse ocasionado um ódio interno no animal?

Balançando a cabeça, procurou tentar ignorar os próprios pensamentos, mirando as esferas em direção ao solo recoberto de relva. Ela observou com certo alívio quatro raios escarlates partirem em direção ao local, revelando aos poucos as formas escolhidas. Características principais? As grandes orelhas. O formato que mais parecia não ter ossos. O bulbo. O bico. Para a ruiva, isso definia completamente seus pokémons, pelo menos, enquanto suas devidas opacidades não eram tomadas. Ela observou a última esfera que ainda continha um certo amigo que não tivera a oportunidade de conhecer. Um, até onde sabia, Cryogonal. Por que não o usaria? Por um simples motivo. Não conhecia suas capacidades e não tinha tempo de descobri-las nesse exato momento. Se contentaria com os pequeninos à frente.

Ela abaixou-se, e respirou fundo antes de explicar a situação. Tyse permanecia impassível. Ryo olhava preocupada. Spinda inclinava o corpo. Zuby? Bem, este apenas olhava ao redor, sem entender direito, movendo suas grandes orelhas, meio confuso. Natalie estranhou um pouco a reação do dócil Nidoran, mas apenas o observou. Ela deu ordens básicas para os outros, que assentiram. Nisso, Zuby saiu caminhando por entre as árvores, guiado por barulhos ao longe, que os ouvidos humanos não conseguiriam ouvir em tal distância.

Foi quando todo o desastre começou.

~x~

Cobrindo a boca com uma das patas, foi inevitável liberar um pequeno risinho ao notar o susto do espécime que acompanhava o roedor elétrico. Ele era engraçado. Meu contato com o rapaz era bem mais diferente do que da outra que havia conhecido. Também ri ao notar a exibição de Pikachu, ainda que um pouquinho mais baixo, movendo levemente as orelhas e sorrindo.

No entanto, ao ver aquelas esferas bicolores nas mãos do loiro, não pude evitar uma careta leve, dando alguns passos para trás. Ele... Ele também me aprisionaria? T-Todos eram iguais? Não havia espaço no mundo para onde fugir? Parecia que a única segurança que possuía era minha convivência com aquela floresta pacífica, e agora esta havia sido destruída e permanecia apenas em minhas mais doces lembranças. Estava preparada para sair correndo em disparada dali. Porém, foi inevitável levar um susto e saltar para trás ao notar os raios esbranquiçados, luminosos, que partiam dos objetos partidos ao meio. Inclinei suavemente a cabeça para o lado, sem entender, e aos poucos vi as formas dos outros pokémons. Me aproximei novamente, em torno de uns dois passos, olhando curiosamente para as novas presenças ali. Conhecia cada uma das espécies.

Minccino, Budew, Trapinch, Heracross, Skorupi. Todos amigos na Floresta. Também haviam se perdido de lá? Pensei em questionar tal coisa para eles, mas resolvi permanecer em silêncio. Nunca se sabe... Vai que aquele... Como chamavam? Eu não sabia. Olhei para o loiro com certa confusão. Bem, na dúvida, improvise. Vou chama-lo de “grandão”. Vai que ele não sabia da existência daquela Floresta? E se resolvesse destruir e sequestrar mais amigos meus? Balancei a cabeça e sentei no chão. É, eu não poderia falar com ele ali, não, não!

Precisei rir com a reação de todos eles. Com o desastre do grandão. Era tudo tão diferente, tão mais alegre. Cutuquei levemente a cabeça da escorpião quando esta se enfiou no chão, dando um pequeno aceno e sorrindo. Está tudo bem, eu pensava. Observava os que antes mais pareciam desconhecidos, agindo como um verdadeiro grupo. Um lugar que pudessem chamar de lar.

Inconscientemente, um sorriso triste emoldurou meus lábios. Como eu queria fazer parte daquele grupo. Daquela... Família. Mas, ali não era meu lugar. Eu sabia disso. Tudo o que eu queria era voltar para a floresta mágica que por toda minha vida acompanhara meu lento crescimento. Meus lentos progressos. Meus... Aniversários.

Pensando nisso, pensei em meus pais, imediatamente dirigindo meu olhar para o chão. Era melhor esquecer tudo aquilo. Eu nunca poderia voltar. O que a natureza dá, os outros podem tirar. Mas o que a natureza tira, nunca mais volta. Disso eu tenho certeza. Meu estado atual é a prova.

Procurei ignorar tudo aquilo quando o roedor voltou a se exibir, sorrindo. Lentamente, me aproximei dele, sem saber exatamente o que fazer. Sabe, estava meio perdida e...

...
Não seria preciso pensar.

Abruptamente, ouvi um forte berro, que se transfigurava em anéis suavemente transparentes, virando ondas que embargavam o ar. Senti o som transpassar meu corpo, e aos poucos notei meu corpo tremer. A tonalidade amarelada/laranjada lentamente metamorfoseava-se para o acinzentado enegrecido. O resto metamorfoseou-se em tons rubros escuros. Meus olhos, há pouco meio castanhos, transfiguravam-se no mais puro azul-água que já vira. Senti a pelugem conhecida envolvendo meu pescoço, ao passo que minha cauda, antes longa, tornava a virar uma suave bola fofa de pelos. Minhas orelhas e meu corpo se encolhiam, forçando-me a apoiar-me novamente sob as quatro patas. Também soube que fui atirada alguns metros para trás, sem ter a certeza se os outros também haviam sido. Mas aquilo sem dúvida deveria acordar o loiro caído. (Uproar – Spinda)

Pobre Skorupi, acabaria levando terra na cara.

Meio atordoada com o alto som que quase partira meus tímpanos ao meio, cambaleava um pouco, zonza e com a visão levemente turva. Eu só soube que um jato de algo que parecia... Não sei... Areia, lama, poeira? Não queria e tampouco conseguia pensar agora. Vi aquela matéria ser atirada contra os outros ali presentes, e meu coração se apertou ao pensar que a visão de qualquer coisa que ocorresse agora seria meio dificultada. O que estava acontecendo, afinal? (Sand-Attack – Pidgey)

Eu vi vinhas. Ao menos, achava que eram. Senti meu corpo ser enlaçado e rapidamente impulsionado contra o ar, arrastada em direção ao mato que há pouco havia saído. Remexi-me insistentemente, sem sucesso em desvencilhar-me daquelas plantas que me envolviam. (Vine Whip – Bulbasaur)

E então, desisti, entregando-me à própria sorte. Não sabia o que aconteceria. Talvez chegasse a ser castigada, se fosse aquela garota. Era assim que eles agiam, não? Mentalmente, implorava que conseguisse mover-me, que pudesse não voltar para aquela prisão. Eu não queria viver enclausurada. Havia passado muito tempo naquele lugar estranho.

Cerrei as pálpebras, preparando-me para o pior. Ouvia o bater de asas próximo de mim, por que eles a ajudavam?

Eles pararam e eu sabia que era minha hora. Estremeci ao sentir o toque praticamente desconhecido, mas tomei coragem para abrir os olhos e olhar para cima ao sentir-me confortavelmente aninhada nos braços da que antes julgara como inimiga. Meu coração se apertou ao ver seu rosto molhado de lágrimas. Era culpa minha? Não queria fazer ninguém sofrer. Sem capacidade de mais nada, apenas encolhi-me, tocando levemente com a patinha a bochecha daquela espécime engraçada, desajeitadamente secando aquela parte do rosto. Ou espalhando a umidade, sei lá. O que vale é a intenção, né?

- Desculpe, Zorua. Eu não sei exatamente o que houve, mas creio que devo pedir-lhe isso. E-Eu... V-Você está bem? – Ouvi sua voz baixa atravessar minhas orelhas, que se moveram com suavidade. Não esperava por aquilo, mas tudo bem. Assenti suavemente com a cabeça, olhando para trás, ainda preocupada com aquele grupo de quem fui praticamente sequestrada. Ou quase isso, né...

Também reparei nos outros ali perto. Bulbasaur, Pidgey, Spinda, Nidoran. Todos permaneciam calmos e sorrindo levemente, relaxando próximos dali. Ouvi a ruiva murmurar algo que me pareceu um “Obrigada”, observando-os assentirem com a cabeça. Eles aproximaram-se um pouco e ficaram sentados ou deitados ao lado do tronco bruto, com exceção do Pidgey, que alçou voo e se equilibrou em um galho mais baixo.

Só então, pude realmente relaxar. Sabia que estava meio longe daquela estrada, mas o que poderia fazer? Acho que a garota não tinha ideia do que iria acontecer.

Minhas orelhas sacudiram, e novamente voltei o olhar para o lado que havia sido meio que... Carregada.

Por que estava com uma enorme sensação de que algo iria acontecer?

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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?
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Apesar da estranha companhia, Gabriel não se pertubou muito com a presença da Pokémon e decidiu ficar por lá, assim liberou todos seus Pokémon, aproveitando para todo se conhecerem, tudo ia bem, até o treinador se apresentar para o novo Pokémon, que parecia gostar do novo treinador, porém suas maneiras de cumprimentá-lo eram mais ferozes do que se esperava, fazendo o loiro cair para trás com uma mordida seguida de cabeçada, quase desmaiando ele aproveitou para cochilar um pouco enquanto seus Pokémons se entrosavam mais.

A Zorua, ainda como Pikachu, via tudo aquilo de uma forma bem diferente da esperada, os Pokémons se davam bem com o "grandão" e entre si, apesar de cada um ter o seu modo. Ela continuava próxima do Pikachu que vez ou outra parava para ver o que acontecia ao redor, mas sempre ficava de olho na nova companheira.

Enquanto isso um pouco distante dali a ruiva chorava com a perda de sua Pokémons, nem a havia conhecido direito e ela já fugira, seria ela tão má assim? Mas não se deixou abater, por muito tempo. Liberou seus outros Pokémons e logo o Nidoran identificou alguns barulhos estranhos e decidiu ver donde eles provinham, assim a treinadora seus Pokémons o seguiram.

Então depois de andar um pouco uma confusão tomou lugar. Areia encobriu o lugar, um alto choro acordava o treinador que estava dormindo, mas não via nada, alguns cipós passaram por cima de sua cabeça, mas logo voltaram para o meio da areia. Não era possível se enxergar nada direito, Natalie se aproximava da nuvem de fumaça e logo conseguía pegar sua Zorua.

No fim de tudo isso, a Zorua terminava nos braços de sua treinadora, que nem vira o loiro direito para saber que se tratava de Gabriel e ela já correra para longe dele, por outro lado o treinador pode perceber a ruiva correndo e aqueles cabelos castanhos com partes rubras não o deixavam dúvida de quem se tratava, via o Spinda e o Bulbasaur ao lado, seria muita coincidência se não fosse Natalie, quem de certo modo estava evitando.

Mas porque a garota estava correndo dele? O que acontecera com a Pikachu que estava ali? Será que era de Natalie a Pokémon e ela estaria correndo por ter achado que o treinador não queria sua companhia, afinal ele nem a procurou ao sair de Pewter, seus Pokémons olhavams para o treinador, principalmente o Pikachu, ainda um pouco atordoado o treinador havia acabado de se levantar e não fez nada e eles o cobravam para que tomasse alguma atitude.


Off: Shi, tome cuidado que você acabou narrando o que não deveria.

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Com a chegada nada silenciosa dos pokémons de Natalie todos os ingredientes necessários para acordar Gabriel de seu cochilo mostraram presença. Assim que Spinda usou seu Uproar o loiro imediatamente acordou, assustado, zonzo e com os ouvidos zumbindo intensamente, tamanho havia sido o efeito do grito do panda que o loiro não conseguia se quer olhar direito... pensando bem, talvez a batida que havia sofrido em sua cabeça ainda estivesse fazendo efeito, mas não era exagero dizer que, ao se levantar, o rapaz parecia um bêbado.


O cérebro do treinador de Blackthorn nem se quer fora capaz de processar os eventos que ocorriam ao seu redor, não percebendo bem a presença de Natalie, mesmo que Pikachu fosse capaz de reconhecer a garota... e por falar em Pikachu, o roedor ainda estava abalado pela descoberta, levava as mãos à bochecha e mantinha uma expressão de pavor em seu rosto, perguntava-se se aquela Pikachu a qual ele estava galanteando era realmente uma Zorua... mal podia acreditar.


Ao mesmo tempo em que treinador e pokémon estavam em seus próprios transes, os pokémons restantes do loiro recompunham-se... ao mesmo tempo em que Minccino fazia a festa ao limpar seus companheiros e deixa-los limpos como nunca. A exceção era, claro, Skorupi. A escorpião estava desaparecida, ou melhor, escondida abaixo de um montinho de terra, esforçava-se, esforçava-se e... abria um pequeno buraquinho ali por onde pôde colocar a cabeça para fora, respirar e observar à confusão que estava prestes a começar.


Gabriel, mesmo após o tempo durante o qual Natalie havia interagido com sua pokémon, permanecia zonzo. O treinador olhava para os arredores, vez ou outra desequilibrando-se e ficando prestes a cair, não conseguia distinguir bem quem era quem, via alguns pokémons e, assim que virou-se para Natalie, olhou para a garota com um olhar arrepiante... era aquele o olhar que as garotas diziam ser de um pervertido? Talvez. Mas não era bem esse tipo de coisa que passava-se na mente do jovem, ele acreditava que a garota mais à sua frente era outra pessoa e, com passos turvos, aproximou-se da treinadora, abrindo os braços e abraçando-a ao mesmo tempo em que enfim falava algo...


- Côomo êh bôm té vê, mamãe... Pera, dêxá eu tee apesentar a um migo meô - A fala do rapaz estava estranha, completamente diferente do usual tom de voz grosso e claro, o loiro realmente parecia um bêbado tonto. Após suas "boas vindas" à garota, o rapaz largou-a e começou a cambalear na direção da árvore mais próxima que encontrara, continuou a ir em direção à ela e, quando estava perto, jogou-se... BAM! A pancada pôde ser ouvida por todos os presentes com facilidade, despertando a preocupação dos pokémons do rapaz, que aproximavam-se dele para assistir ao seu terinador... abraçar uma árvore. Mas tal ato estranho não durou muito tempo, após apenas dois segundos ele soltou-se e caiu em direção ao solo, de costas, apenas semi-consciente e com o rosto vermelho...


Vendo a situação do rapaz, Pikachu virou-se na direção do grupo de Natalie e encarou-os com um olhar desafiador. Aqueles estranhos malucos haviam acabado com a paz do local, assustado-os, enchido-os de terra e ainda faziam o seu treinador passar por aquelas loucuras? Para o roedor não tinha mais outra escolha: ele estava a ponto de lutar. Deu meia volta e, como um líder, começou a dar um discurso que resumia-se à diversos "Pika pika" e "Pikachu", fazia gestos com a mão e tudo mais, estava claro que queria brigar... Não que o grupo realmente estivesse interessado nisso, Skorupi ainda estava semi-escondida em seu próprio canto, Minccino mostrava indiferença e em seguida começava a fazer cócegas em seu dono, Budew e Heracross ambos tentavam evitar a luta e Trapinch... não fazia nada além de fitar seus colegas.


Em meio à toda essa confusão fora quando Gabriel acordou enquanto liberava umas gargalhadas que logo tornavam-se resmungos sobre a dor que sentia, levava as mãos ao nariz e levantava-se, olhando para a árvore aonde havia batido e em seguida para seus pokémons, sendo a primeira pergunta que vinha à sua cabeça: "Por que o Pikachu está tão bravo?". Não demorou para encontrar a resposta assim que olhou para os outros pokémons presentes e... lembrou-se. Ele estava ali, tentando conversar com seus pokémons na companhia de uma Pikachu, quando Trapinch fez com que ele ficasse inconsciente... Então ele havia acordado zonzo devido à um grito e fez algumas babaquices, incluindo... Natalie? O rapaz percebia então o que de fato havia feito e não conseguia impedir seu rosto de corar-se completamente, havia metido-se numa situação estranha e constrangedora! Não só isso, AQUELA garota estava ali!


A garota a qual ele havia evitado constantemente desde os eventos em Pewter, e agora? O que ela faria? Gritaria com ele, correria ou... perdoaria-o? O loiro ficava sem palavras e reação, seus nervos estavam à flor da pele, olhou para baixo e agachou-se, pegando o Pikachu brigão em seu colo antes de pôr-se de pé mais uma vez, o roedor contorcia-se tentando se livrar dos braços do rapaz até o momento em que percebeu a situação do loiro. A preocupação dos pokémons aumentava... Budew ficava à frente de Gabriel, tentando chamar sua atenção, Minccino escalava o corpo do rapaz e punha-se em seu ombro, Trapinch e Heracross o observavam e Skorupi, finalmente, saía de sua toca e começava a aproximar-se, observando o jovem com interesse, curiosidade e talvez até compaixão.


E agora? O que Natalie faria? Gabriel estava sem reação... não movia-se, estaria vulnerável à quaisquer gritarias que a garota desejasse fazer.

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Natalie não conseguiu fazer nada que não saltar de susto ao ser abraçada e ao ouvir aquelas frases estranhas e meio desconexas. Isso, e o pequeno roedor elétrico que parecia começar a incitar briga para os outros. Ou então estava ficando louca, pois era exatamente isso que entendia daquelas poses e gritos.

A ruiva demorou algum tempo para perceber o que estava acontecendo. No entanto, ao fazê-lo, precisou desviar o olhar e permanecer em silêncio, apertando fracamente a pequena raposinha nos próprios braços, sentindo-a se contorcer desconfortavelmente no mesmo segundo. Bastou isso para que estendesse as mãos na direção do solo, observando a espécime pular contra o chão e se deitar ali, balançando suavemente a cauda de um lado para o outro. A garota retornou as mãos para o próprio corpo, apertando os braços levemente. Ela não queria encarar mais o loiro, principalmente tendo a sã consciência de que ele não se sentia confortável com sua presença. Por meio segundo, quase caiu no choro, mas conteve-se no último segundo. Não era tão fraca assim a ponto de se desmanchar para o primeiro que aparecesse. Sabe, um dos únicos momentos que o fizera em público fora no Torneio, que suas emoções vazaram sem que tivesse a capacidade de se conter. O outro, por Zorua, era algo completamente diferente. Afinal, estava sozinha. Mesmo que Gabriel fosse um velho... Hm... Conhecido, digamos assim. Não tinha muita fé de que poderia tornar a vê-lo como melhor amigo após as situações ocorridas em Pewter. Aliás, até mesmo suas reações de agora estavam contando, ainda que soubesse que seus pokémons não haviam tido a melhor recepção do mundo. Quer dizer, havia dito para atacarem apenas se Zorua estivesse em perigo, então...

De todo modo, ela desviou o olhar para o chão, encarando a relva esverdeada, perdendo-se em pensamentos. Em parte, talvez, a culpa pudesse ser sua... O havia assustado, não? Mas isso também não era motivo para sair correndo e permanecer em constante afastamento. Aquilo a havia ferido profundamente. Não pelo ato em si, mas por quem o fizera. Justo por uma as únicas pessoas que pensava poder confiar... As pessoas se enganam, não é verdade? E aparências, laços firmados por tanto tempo... Poderiam iludir alguém. Talvez fosse exatamente isso que ocorrera consigo. Um engano. Uma brincadeira de mau gosto de destino.

Todos aqueles pensamentos, todas aquelas ações... Tudo aquilo começava a traçar uma ferida tanto em seu coração quanto em seu psicológico. Ela sentia-se perdida, sem a capacidade de seguir em frente. Sem a capacidade de enfrentar algo que apresentara-se como um temor. Um medo com sutil fundamento, que poderia chegar em mortal agravamento. Mas quem poderia saber? O futuro não estava em mãos humanas.

Aquele sofrimento que corrompia sua alma, de algum jeito, não mostrava-se presente no físico da garota. Suas orbes acinzentadas possuíam tom suavemente fosco, um olhar distante. Um brilho incompreensível para quem o visse. Ou talvez alguém íntimo pudesse chegar a compreender. Talvez...

Ocultava suas verdadeiras emoções. Escondia-se com máscaras leves e procurava escapar de questionamentos alheios. Então, ela mais nada tentou fazer, virando um pouco o rosto, focando-se apenas nas árvores que ali estavam. Um suspiro quebrado. Não queria mais aguentar tudo aquilo... Não queria retornar para sua cápsula ilusória onde nem a maior força bruta possuía chances de adentrar. Ela apenas... Estava cansada de sofrer. Ela não chorava mais, porém, a dor que crescia dentro de si era enorme. Ela nada falava, mas seus sentidos sofriam com os impactantes pensamentos que dominavam sua mente. Ela não demonstrava, mas aquilo tudo era algo muito importante em seu rachado psicológico. Não admitia, mas o loiro era importante para si. Não queria, mas seu raciocínio obrigava-a a seguir em frente e abandoná-lo antes que se encontrasse em uma prisão sem portas, antes que a loucura básica causada pelo sofrimento a atingisse e dominasse.

No início, tudo estava tão... Claro. Tudo era tão bonito. Ela não entendia como tudo aquilo havia mudado de repente, essa virada brusca em sua vida da felicidade ao tormento. O que acontecia ali, afinal? Sabe... Ela não chorava fácil. Não criava intimidades facilmente. Nunca se apaixonara. Muitas vezes, perguntas rachavam-lhe ao meio, questionando-a o motivo de tanta dificuldade. Ora, a vida não a permitia meros momentos longos de felicidade. A vida não era fácil. Por qual motivo tolo a ruiva seria facilmente decifrada, então?

- Desculpe por incomodá-lo, Gabriel.


Uma única frase baixa. Apenas isso, e nada mais escapou por sua garganta. Era melhor acostumar-se com aquilo novamente; Era melhor enfrentar a solidão, se no fim teria de fazê-lo de qualquer jeito. Ainda que fizesse o máximo de si para permanecer firme, tinha a consciência de que quebraria assim que sumisse de seu campo de visão. Afinal, era impossível superar tão facilmente esse tipo de coisa. Uma amizade... Destruída?

Talvez.

Sem pensar em mais nada, a ruiva apenas deu meia-volta. Apenas queria retornar para sua estrada isolada e ter um pouco de paz no turbilhão que rasgava seu coração em mil pedaços. Ela sentia o choro entalado em sua garganta, e a sensação ruim de tal reação inconsciente subia a seu cérebro. 

Bem, que seja.

Já havia sido abandonada, rejeitada, isolada, zombada... Tudo isso por um longo tempo. Procurava confortar-se com o pensamento de que seria igual a todas as outras vezes, ainda que soubesse que não seria bem assim. Seria bem pior. Afinal, ainda que tentasse superar, o loiro era uma pessoa especial. Até demais...

Fraquejava, mas não se permitia parar de andar e ir direto ao chão. Não podia, não devia...

O que poderia fazer agora?

_________________
O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?
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Tudo aconteceu tão rápido e Gabriel tinha tudo passando em sua mente de maneira lenta e desconexa, ele tentava se levantar e conseguía, mas estava um tanto cambaleante. Os passos o levaram até perto de Natalie, mas sua visão o enganava e em sua cabeça estava a frente de sua mãe e tentava conversar com ela, mas era uma tentativa falha e em seguida o mundo começava a girar, fazendo-o dar de cara com uma árvore.

Então ele escorregou até o solo deitando-se de costas o que fez o Pikachu tentar levantar um motim contra a treinadora, mas ninguém ligava e logo Gabriel o pegava no colo. Sua cabeça parara de girar e ele conseguía raciocinar melhor, sua boca úmida mostrava que ele conseguiria falar sem problemas e a respiração também voltava ao normal, porém não sabia o que fazer, o que falar, apenas aguardou olhando para Natalie.

A garota estava daquela maneira até o momento, apenas sem saber o que fazer, então ela falou, sua voz era baixa, porém o silêncio que pairava fez com que ela fosse clara o suficiente para Gabriel escutá-la, seu Pikachu ainda parecia estar nervoso, mas ficou quieto, enquanto Natalie se virava e começava a andar para longe do garoto com seus Pokémons ao lado.

A situação entre os dois não estava muito boa e Gabriel finalmente recobrara a consciência, tinha que fazer algo agora, pois se aguardasse um segundo que fosse já seria tarde demais, não havia tempo nem para pensar, tinha que agir ou apenas deixar que os laços  entre os dois fosse quebrado.

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Gabriel ficava perplexo ao ver a reação da Natalie, esperava por um esporro ou algo do tipo, mas mais parecia que a garota estava machucada demais para isso... teria ele a magoado? É engraçado... O loiro sempre desejara ser um homem exemplar, defender seus amigos e nunca deixa-los tristes, sempre os amparando, mas agora uma de suas amigas mais antigas, e únicas, estava com o coração partido. Tudo por sua culpa.

Sua boca tremulava tentando falar enquanto a ruiva dava tristes passos para longe, ele precisava fazer algo, mas o quê? Sempre fora uma pessoa que gostava de agir apenas após considerável esforço mental, ao mesmo tempo muitas vezes perdia o controle e fazia algo por um impulso incontrolável, esse último não se mostrando presente naquele momento. É peculiar pensar que num dos únicos momentos em que desejava ser tomado pelo impulso ele estava hesitando e tentando pensar numa solução; Uma solução para uma situação onde a lógica não guardava a resposta, precisava deixar seu coração agir... Precisava permitir que o amor que ele sentia por seus amigos vencesse o medo e outras emoções que, naquele momento, precisavam ser descartadas.

Foi então que aconteceu. Minccino, como uma garota furiosa com a atitude de um fracassado que permitia que laços de amizade fossem quebrados com tamanha facilidade, saltava do ombro do rapaz e, com um giro, golpeava-o no rosto usando sua cauda, antes de cair graciosamente no chão e virar-se para o lado, fazendo um "Rum!" irritado. O golpe parecia acordar o loiro e fazia-o ver os arredores com outros olhos... Precisava agir, fazer a única coisa que vinha a sua mente, caso desse errado... ele poderia arrepender-se depois, mas ao menos não iria ter a vergonha de dizer que não tentara evitar a perda de uma amiga.

Amizades... laços poderosos e importantes, ninguém deve permitir a perda desses tesouros, não por opção própria, ao menos, a inércia deveria ser combatida.

Cerrou os punhos e engoliu a saliva que acumulara-se em sua boca... enfim, decidiu pronunciar-se.

- Espera. - O tom de voz era quase choroso, os olhos do loiro, que sempre demonstravam rigidez e aparente rancor do mundo, estavam molhados. O rapaz nunca tivera muitos amigos, mas os poucos que tinham sempre forma fiéis, amizades duradouras e ricas em frutos, por quê ele mesmo cortaria uma delas? O que aconteceria caso encontrasse outro de seus amigos e, ao ollhar nos olhos dele, se recordasse dos acontecimentos recentes que envolviam Natalie? Ela não havia escutado seu pedido, ele havia usado de um tom de voz muito baixo... só restava-lhe uma alternativa.

Era a hora de agir. Os pokémons do loiro apenas assistiram enquanto seu treinador começava a mover-se, dava passos acelerados... até corria... Pikachu soltou-se de seus braços e lançou-se no chão, curioso. Assim que chegou próximo à Natalie o rapaz ignorou os treinadores ao redor, abriu os braços e... acolheu-a entre eles. Abraçou a garota com força e medo de que ela tentasse escapar, descansou o rosto no cabelo da garota e, num tom de voz baixo, deixou escapar outra palavra.

- Desculpa - O tom era novamente tristonho, desejava, pedia e torcia que a garota perdoasse-o por tudo, por ter fugido dela quando se encontraram novamente... Fugir de um amigo, é algo difícil de se imaginar que alguém faça... mas ele havia feito isso, e agora estava na situação que era de se esperar: Arrependido.

Um pouco atrás do loiro estavam seus pokémons, que aproximavam-se em silêncio, reconheciam que não era a hora certa para causar confusão... até mesmo a tímida Skorupi não tinha medo de aproximar-se, desejava ver a cena, estava curiosa e com olhos brilhosos, nunca tivera um amigo e sempre fora ridicularizada... será que poderia ter algum ali?

De fato, a história da vida daquela pequena Skorupi provavelmente passaria despercebida... uma pokémon que passou por uma vida tão similar à de um humano, sofria uma espécie de bullying de outros pokémons, era desprezada por seus colegas pelo fato de ser mais fraca e ter poucas chances de evoluir, provavelmente fora abandonada antes de se deparar com um humano e ser capturada... mas ali estava, ignorando a presença dos outros pokémons e observando com grande interesse aos dois estranhos humanos, talvez pudesse aproximar-se deles sem medo?

Mas ainda faltavam duas peças no quebra-cabeça: A reação e eventual resposta de Natalie, ela não poderia escapar dali sem resposta... Gabriel não permitiria a si mesmo solta-la enquanto não ouvisse algo.

Mas um fato é certo: Dali pra frente vários eventos ocorreriam na vida do rapaz... reencontros e confusões, a pequena história recente com Natalie com certeza não seria o único acontecimento de importância na vida de treinador do rapaz.

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