[ROTA 1] Let's get started

O mapa estava enfiado em meu rosto e eu tentava acompanhar os riscos e as legendas, mas não obtinha muita eficácia em minha tarefa. Meu charmander estava novamente em sua pokébola, não iria força-lo a caminhar tanto – ainda mais que eu me perdia a cada curva que fazia. Precisava chegar em Viridian o quanto antes, não queria atravessar a floresta em plena noite. Mas que pelo treinar, com medo de uma floresta simples como a de Viridian?! Ainda mais com um pokémon de fogo! Poupe-me. Ignorava as vozes em minha cabeça e tentava, mais uma vez, localizar-me no mapa. O primeiro passo é sempre o mais difícil, mas no meu caso, esse passo é um rota. Fechei o pedaço de papel e guardei-o no bolso lateral da mochila, olhei para o céu e enxerguei o azul. A sorte está lançada, tentarei seguir o caminho si só e vamos ver no que isso resultará.

Tentei seguir por uma trilha já formada, quem sabe devido a passagem constante de treinadores e outras pessoas. Meus sentidos estavam atentos a qualquer ameaça pokémon.

Praticamente a cada minuto, cessava meus passos para olhar ao redor e conseguir alguma pista para onde seguir, algum presença ou qualquer ajuda ajuda divina que eu pudesse milagrosamente receber. Seguia pela trilha gasta em meio à grama, as folhas arrastavam pelas minhas calças fazendo um barulho que, no incio, considerava engraçado, mas depois começou a me incomodar.

Finalmente, algo surge em meu campo de visão, os dois objetos estavam longe, é verdade, mas serviam para dar uma gás a mais em meu ânimo. Tentei correr em direção ao que parecia ser placas, ou pelo menos tentava andar o mais rápido que conseguia. O barulho da grama entre minhas pernas só intensificava-se e começava a deixar um tanto quanto irritadiço. Estava sozinho, no meio do nada e sem nenhuma ideia para onde seguir.

OFF – Obrigado, Anne, por assumir minha missão. Adorei a narrativa; espero seguir de maneira coerente.

Consegui chegar até as placas, respirava com certa dificuldade devido ao meu despreparo físico, mas ainda sim, estava feliz por estar em frente à alguma informação. Bem, isso foi antes de ler o que estava escrito – o que foi realmente desanimador. A placa que apontava para a direita dizia para que seguisse o caminho da esquerda e vice-versa. Cocei a cabeça algumas vezes, pensando no tipo de pegadinha que poderia estar contida ali ou esperando que simplesmente alguma coisa acontecesse. Nada aconteceu. Cogitei até mesmo pedir ajuda à charmander, ver o que ele achava de tudo isso, mas optei por não incomodá-lo.

Numa última coçada, ajeitei a franja e respirei fundo, mais uma vez encarando o céu. -  Já que não temos norte, vamos para a direita. Girei os calcanhares e segui em direção à direita, torcendo para não ter feito uma má escolha e só atrasasse ainda mais minha chegada à próxima cidade.

OFF – Eu posso mandar depois? É que ainda não decidi certinho todos os pontos do Charmander... Acho que eu preferiria alguma interação a mais com ele durante as postagens, para então atualizar o perfil, tudo bem? Aliás, é possível dar ao charmander algum item irrelevante no jogo, de nenhum valor tanto tributário? Por exemplo um lenço?

Continuei pela direção que escolhi por mais tantos passos até que me deparei com uma curva, era a única coisa a se fazer, ou então voltaria para trás, regressando na viagem. Não me incomodei por nada até que comecei a perceber o que estava acontecendo ali – no momento em que segui a trilha, obedecendo sua curva, girei minha direção ao contrário, ou seja, agora estava indo à esquerda. Parei de andar assim que o fato me ocorreu. Eu não tinha o melhor senso de direção do mundo, mas isso eu poderia afirmar: eu andei atoa; era capaz, também, de dizer mais uma coisa: eu estava começando a me irritar.

Levei a mão direita à franja que pendia acima de meus olhos e a pousei ali, os fios entrelaçando-se aos meus dedos. - Eu não acredito... Só existia uma escolha certa, afinal. comecei a dizer a mim mesmo, mesclando com um risinho nervoso de "fui enganado". - POR QUE DIABOS USARAM ESSAS DUAS PLACAS MALDITAS?!" Gritava pelos ares, tomara que o vento leve alguns xingamentos ao autor desta pegadinha. Agradecia por não ter tirado charmander do sossego de sua pokébola, a esta altura, estaria cansado e totalmente confuso com a situação.

Respirei fundo (mais uma vez) e tirei a mão de minha franja, dando uma passo à frente para continuar a viagem. Após caminhar mais um tanto, deparei-me com uma visão que me deixou com vontade de abrir caminho no meio do nada – e que me levaria ao nada. Havia mais uma bifurcação, desta vez sem nenhuma placa ou informação, quem sabe fosse melhor, afinal, a última não auxiliou em nada. Eu tive uma vontade inicial de não escolher nem a direita, nem a esquerda, mas seguir entre as duas até onde pudesse, mas a grama era alta e minha vontade de aventura começava a diminuir. Tomei ar mais uma vez e rumei para a esquerda; se antes dizia "sempre ao norte", hoje seria "sempre à direita".

Logo nos primeiros passos dei de ombros, para mim mesmo, assim que cheguei a uma conclusão durante uma conversa mental com meu Id e meu Ego. - Quem sabe todas os caminhos levam ao mesmo lugar, independente de quantas bifurcações apresentem... Era uma ideia acolhedora, afinal, não precisava mais preocupar-me com escolher; era, porém, imensamente duvidosa.

OFF – Ah, sim, sim, sei que é uma personificação e não um item em sim. Muito obrigado

-  AAAAAA! um sonoro grito poderia ser ouvido por qualquer um que estivesse pela redondezas. - Maldição! Então o barulho de um tapa fez-se presente; espalmei minha mão na testa incrédulo com tudo o que estava acontecendo. Eu estava de volta ao inicio, às mesmas placas idiotas do começo. - Marc idiota, idiota, idiota Repetia inúmeras vezes para mim mesmo enquanto olhava para os objetos e tentava encontrar alguma solução. Cerrei os olhos e, bufando, segui para a esquerda, já esperando encontrar uma nova bifurcação.

Meus pés doiam, assim como minhas panturrilhas e coxas, para ajudar, meu estômago roncava de tempo em tempo, informando que precisava me alimentar – e que fome! -, tudo isso só fazia com que o desejo de chegar logo ao meu destino aumentasse, acelerava os passos quando podia e tentava manter-me animado com essa nova fase de minha vida.