Voltando ao treinamento

Lamentando-se de sua derrota na Copa União, torneio que reuniu diversos treinadores das regiões Kanto e Johto, Roberto tomou a decisão de treinar mais os pokémon que deixou de lado durante a competição. Sendo assim, uniu-se com Thunder, seu pequeno Pichu, enquanto caminhava pelas ruas da grande metrópole.

A cidade de Saffron apresentava, como sempre, uma agitação de pessoas caminhando pela calçada, algumas apressadas, outras distraídas com telefones ou observando as vitrines das lojas de grande marca. O congestionamento no trânsito, muito comum naquela hora da tarde, causava dores de cabeça para a maioria da população, devido ao grande barulho causado pelas buzinas dos automóveis parados sobre asfalto.

Os arranha-céus impediam a melhor passagem de vento, o que fez o clima da cidade tornar-se abafado e maçante. Alguns cidadãos portavam consigo garrafas de água, enquanto outros paravam em bares e pediam uma bebida gelada para aliviar todo aquele estresse. Porém, os arranha-céus não eram os principais responsáveis por aquela sufocante sensação, e sim as nuvens de chuva, de cor escura, que cobriam o sol e, em poucos instantes, derramaram seus primeiros pingos de chuva.

O novo clima fez com que o transtorno presente na cidade piorasse. As pessoas passaram a caminhar com mais pressa ainda, outras corriam, todas queriam fugir da tempestade, os motoristas dos veículos, já estressados, buzinavam cada vez mais. O vento, que até então era quase nulo, soprava forte e chacoalhava brutalmente os galhos das pouquíssimas árvores que encontravam-se ali.

Roberto também não pretendia ficar parado, afinal, se molhar com aquela chuva podia não ser confortável para o jovem treinador. Ele precisava procurar algum abrigo, e o único que conhecia era o Centro Pokémon. Entretanto, uma situação impressionou o menino.

Enquanto todos andavam apressadamente, havia uma garotinha, que aparentemente possuía entre seus oito ou nove anos e vestia-se como uma gótica, parada entre a multidão, com olhos amedrontadores e ao mesmo tempo distantes, fitando-os no treinador. Ela segurava uma boneca estragada em sua mão esquerda e deixava-a aproximada de seu peito.

Roberto desviou seu olhar para outro lado, mas a curiosidade falou mais alto e ele voltou a fitar a menina, acabando de ficar surpreso mais uma vez. A multidão de pessoas havia desaparecido, juntamente com os carros. Apenas o treinador, a garotinha, que encontrava-se do outro lado da rua e a chuva.

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Olá, serei seu narrador. Não costumo escrever posts grandes, mas acho que hoje fiquei um pouco inspirado. -q Se quiser posts curtos, não tenho problemas em escrever (é até melhor -qq)
Boa sorte e vamos nos divertir. \o

O garoto decidiu tomar uma atitude diplomática, aproximou-se da garotinha e tentou socializar-se com ela, estendendo a sua mão e a convidando para se retirar daquele local.

Por alguns instantes, o atormentador olhar da criança desapareceu. Ela tentou falar alguma coisa, mas gaguejou e parou. Logo, a garotinha voltou a fitar o treinador, e quando este esticou seu braço, sentiu o ar mais pesado e um péssimo aperto em seu peito.

Roberto recuou por precaução, estava realmente incomodado com a sensação que aquela menina transmitia, ainda fitando-o com aqueles olhos de tormenta. O jovem assustou-se quando viu que a boneca de pano não estava mais nas mãos da pequena moça, e sim de pé, parada, sem nenhum apoio ou plataforma que a deixasse fixa no chão.

O que seria aquilo? Um sonho lúcido? Uma ilusão? O medo impedia que o treinador pensasse com calma, mas ele precisava agir. O que o menino faria?

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Quando o rapaz se levantou, viu uma aura negra envolvê-lo. Ele entrou em desespero e fechou seus olhos de medo enquanto colocava suas mãos sobre a mesma região do rosto.

Pouco tempo depois, Robero sentiu pingos de água tocarem sua nuca, então abriu os olhos e viu que já não havia nada mais ali. O trânsito voltara ao normal e a garotinha desaparecera. O centro pokémon estava próximo e bastava o garoto entrar e repousar em um quarto, pensar naquilo que acontecera e assim recuperar sua consciência.

Não haviam muitas pessoas na construção, o treinador enxergou a enfermeira Joy escorada em seu balcão, conversando com mais outros dois meninos sobre assuntos paralelos. A chuva na rua era forte e o vento também.

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Sentado na poltrona, o garoto aguardava a chuva passar para assim seguir seu treinamento. Porém, nada aconteceu como ele previa. O clima continuava o mesmo, a água caía forte das nuvens e acabara trazendo um forte movimento no Centro Pokémon, que estava sendo usado de abrigo para treinadores.

Muito tempo passou e a situação continuou a mesma. O sono já tomava conta do menino, afinal, era noite. Talvez fosse melhor ele ir dormir, sabia que no centro haviam quartos para as pessoas descansarem. Não era uma má opção Roberto pedir a chave de um desses quartos.

O que ele faria agora?

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A enfermeira atendeu o garoto com agilidade, virou-se de costas e direcionou-se à um painel, onde pegou a chave, que tinha um número treze colado em si, e entregou-a ao treinador.

- Apenas suba aquelas escadas e siga o corredor para a direita. Seu quarto é o número treze. - Disse a jovem moça, enquanto virava-se para outro lado e atendia outras pessoas.

O garoto apressou-se e subiu as escadarias, o dormitório dele ficara no final do corredor, que era escuro e mantinha um ambiente gelado. Aquela situação intimidou o rapaz, que engoliu sua saliva a seco e deu seu primeiro passa até a porta cujo o número treze estava estampado.

Antes que o menino terminasse a sua trajetória, viu uma silhueta nada agradável. A iluminação do local não permitia uma melhor visualização, mas após um forte estrondo de um relâmpago, ele pôde reconhecer aquele ser.

Era a boneca da menininha, e a mesma logo atrás de seu brinquedo. Ambas encaravam Roberto com olhos obscuros e malignos. O que o jovem treinador faria agora?

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