Re: Rota 36 - S.O.S. O dever me chama! (Parte 2)

por **Artie** Qui Fev 12 2015, 00:30

Com a bronca dada por Torres, o jovem aos poucos retornava a si e percebia que em certos momentos ele idealizava demais as coisas e isso o colocava em situações desconfortáveis. Por ter passado por momentos difíceis e visto a morte diante de seus olhos algumas vezes, o rapaz sentia-se capaz de sobreviver a qualquer coisa, mas esquecia de levar em consideração a vida dos outros, assim como seus sentimentos em certas ocasiões.

Tudo aquilo ficou claro assim que ele ouviu o policial falando sobre a presença de uma bomba ali. Ele não poderia tolerar a morte de mais inocentes e enfrentava um duelo mental consigo mesmo para não intervir naquela situação. O Rhyhorn observava as caras e bocas que o garoto fazia, assim como a forma em que ele agredia seu próprio diário e com isso passava a expressar preocupação com o mesmo.

Para piorar a situação, o treinador foi obrigado a parar suas obrigações ao sentir uma faísca percorrer por seu corpo, da cabeça aos pés. Confuso e desorientado, o treinador logo descobriu que o responsável estava a poucos metros dali. O Elekid sorria e acenava de forma travessa para o treinador mais uma vez, adentrando a vegetação e correndo para o interior da rota. E se ele fosse em direção a bomba? Estaria o pequeno elétrico correndo risco de morte?

Assim que Matthew se deu conta do ocorrido, percebeu que não havia ninguém por perto. Deveria o garoto seguir o elétrico por conta própria ou deveria pedir ajuda primeiro?

por **thito** Qui Fev 12 2015, 10:44

Enquanto lutava contra o simples instinto de agir, senti uma faísca percorrer o meu corpo. Não era algo preocupante, mas me despertou. Fiquei feliz e um pouco aliviado em ver que o responsável era o pequeno Elétrico que tentou me ajudar antes e acabou fugindo. Eu ia chama-lo assim que acenou, mas em seguida o amarelo adentrou a mata novamente. Teria sido aquele aceno uma chamada? Será que ele sabia de alguma coisa? Eu não era nenhum pouco esperto quando o assunto eram Pokémon Elétricos, mas já havia ouvido relatos que eles podiam sentir aparelhos elétricos, bem como causar curtos neles. Teria Elekid encontrado a dita cuja? Me levantei devagar e olhe para trás. Pensei nas vezes que agi sozinho, mas pensei nas vezes que tentei ajudar e acabei atrapalhando.

Minha teimosia vencia. Não tinha jeito, mas ao menos eu avisaria antes de fazer algo inconsequente.

Procurei Torres, perguntei a quem fosse. Precisava contar a ele uma coisa. Na verdade mais de uma. Ele não conhecia o Elekid. O Pokémon que me avisou de Kadabra tinha sumido antes do concluir da batalha e reaparecido na ausência do agente. Eu poderia levar outra chamada, mas qualquer informação era útil num momento como esses. Caso não o encontrasse, procuraria quem estivesse no comando.

por **Artie** Qui Fev 12 2015, 20:11

Diante do pequenino Elekid correndo perigo, Matthew sentiu que deveria intervir e resgatar o mesmo. Porém, consciente de sua teimosia, acabara decidindo por algo que provavelmente seria melhor: iria pedir ajuda para autoridades antes de fazer alguma coisa maluca. O treinador não perdeu tempo e foi logo correndo para perto do posto policial. O lugar estava em completo caos, com policiais correndo para todos os lados e se comunicando no rádio apavorados.

Sem conseguir encontrar Torres, a preocupação do rapaz pelo pequeno elétrico apenas crescia. Talvez fosse melhor pedir ajuda para qualquer outro oficial que estivesse ali. Foi então que, talvez por obra do destino, o irmão de Sara aparece diante dos olhos do treinador. O garoto estava com ataduras em seus ferimentos e uma faixa na cabeça. Apesar de sua pele estar levemente pálida, ele não parecia mais tão abatido.

- Matthew, certo? Obrigado por ter protegido minha irmã mais cedo... Está tudo bem com você? Quer dizer, tirando essa bagunça daqui?

As palavras do rapaz transmitiam certa calma e tranquilidade, talvez não o suficiente para tirar os pensamentos negativos da mente do jovem de Goldenrod. Talvez Victor pudesse saber da localização de Torres. Mas... porque ele estava desacompanhado? Sara não estava por perto dele... Tantas perguntas, tantos problemas, poucas resposta e soluções.

por **thito** Dom Fev 15 2015, 21:56

Não posso fingir a frustração. Ninguém parecia saber o paradeiro de Torres. Já estava para pedir ajuda a outro policial quando fui surpreendido. Estava ali o irmão de Sara falando comigo. Algumas perguntas vieram a mente como se uma barragem explodisse. Ignorei a pontada de questionamentos, só me trariam mais problemas.

- Olá.. Victor, né?Que susto você deu na gente, cara. Eu agradeço, mas sua irmã fez o mesmo por mim. Eu estava desacordado quando ela me socorreu, então não pude recusar quando ela me pediu ajuda. Mesmo que ela tivesse algumas intenções bem escondidas. - desviei o olhar e suspirei - Mas o que você ainda faz aqui? Não devia estar com sua irmã? Por acaso sabe onde o oficial que estava conosco quando te encontramos se encontra? Talvez eu tenha uma informação útil.

Contei a Victor o que tinha acontecido e minha dedução. Se eu estivesse certo Elekid podia sentir caso fosse uma bomba controlada por eletricidade. Podem até mesmo causar interferências e estragar esses equipamentos.

- Então Victor. Será que pode me ajudar? - ergui uma sobrancelha a espera de qualquer resposta.

por **Artie** Ter Fev 17 2015, 02:26

Diante da presença de um rosto conhecido, Matthew fez o possível para conter a curiosidade e não transbordar o irmão de Sara de questionamentos. O jovem ainda parecia um pouco atordoado e confuso, então provavelmente muitas perguntas poderiam deixá-lo desconfortável. Seguiu apenas com algumas simples perguntas, no qual o rapaz respondeu prontamente:

- Minha irmã seguiu com o agente Torres em busca do tal bandido que vocês tanto falam. Acredita que eu nunca cheguei a conhecer o sujeito? Eu só lembro de ter visto um Kadabra de repente e não me lembro de mais nada...

O treinador de Goldenrod então comentou a respeito do Elekid e que estava suspeitando que talvez o elétrico estivesse procurando pela bomba com o intuito de desarmá-la, situação no qual poderia colocar a vida do pequenino em risco. O que Matthew não esperava era que Victor não soubesse a respeito da tal bomba que havia sido armada em algum lugar da rota. Provavelmente ele estivesse na enfermaria antes da bagunça acontecer.

O jovem começou a sussurrar o nome de sua irmã, demonstrando sinais de nervosismo. Sua voz então assumiu um tom de voz mais alto e ele pegou Matthew pelo pulso, puxando-o para dentro da Rota 36, local aonde o jovem há pouco refletia se deveria adentrar solitário.

- Sinto muito por esse Elekid, mas minha irmã é prioridade! Temos que tirar ela de perto dessa bomba, urgente!

por **thito** Ter Fev 17 2015, 11:50

Não podia acreditar que Sara e Torres foram atrás do bandido sem mim. Não desconfiava da força de Sara e nem mesmo da determinação do oficial, mas apenas isso não seria o suficiente para parar um criminoso daquele porte. Eu mesmo tive medo quando o desafiei. Tanto poder...

Quando Victor me ouviu pronunciar a palavra bomba seus olhos não eram mais os mesmos. Pânico, talvez. Eu vi nele o que via em Sara quando mencionavam a família. Ele por impulso segurou no meu pulso e já me puxava para dentro da mata, provavelmente na direção seguida pela dupla. Aquilo era inaceitável. Inquestionável?! Que raiva de mim mesmo eu senti naquele momento. Será que eu era tão fraco para não aceitar uma simples ordem: "Não faça nada!"

- HEY! Victor, para! - não conti a voz - Já me dei muito mal antes por desafiar a ordem de Torres. Sei que você se preocupa, mas se vamos desobedecer a lei que seja pensando! Se formos pelo mesmo caminho que eles seguiram nunca chegaremos a tempo. Vamos atrás de Elekid. Pode ser uma rota alternativa. Acredita em mim, eu estou tão preocupado quanto você, mas nenhum de nós pode fazer isso sozinho.

De onde estava fique na ponta do pé e tentei avistar Rhyhorn. O gigante de pedra continuava no mesmo lugar onde descansávamos.

- Ta vendo aquele Rhyhorn lá? Vamos montar nele e seguir a trilha do Elekid! Confia em mim. Por favor... Eu não posso deixar ninguém se ferir. Não a sua irmã.

Não poderia prever a reação do garoto. Provavelmente a melhor opção para ele seria montar no meu Rhyhorn e sair correndo em disparada pelo mesmo caminho que Sara e impedi-la de prosseguir. Em verdade eu estava preocupado como Victor, mas ele impediria Sara, eu lutaria ao seu lado. Queria que Victor sentisse isso. Queria que ele confiasse em mim.

off:

por **Artie** Ter Fev 17 2015, 15:31

Spoiler:

Victor provava ser um rapaz intenso, da mesma forma que Matthew. Nervoso e com medo de que sua irmã se machucasse, o garoto corria sem rumo pela parte interna da rota em busca da garota. A sorte de Victor foi o fato de Matthew conseguir manter o foco e trazer ele de volta a si. Talvez por serem tão parecidos nesse aspecto, o jovem de Goldenrod conseguiu compreender que deveriam agir com mais calma.

Ao ouvir a ideia de Matthew - que apesar de ser uma ideia simples, era uma ideia mais segura do que adentrar a rota sem rumo - Victor deu de ombros e fez um sinal positivo com a cabeça. Logo os dois retornaram até o Rhyhorn, montaram no mesmo e seguiram em segurança rota adentro.

Os passos de Rhyhorn não eram velozes, mas eram firmes, passando uma sensação de segurança para a dupla. O problema é que o grandalhão de pedra nãp passava a sensação de conforto, já que sua pele era basicamente... pedra.

Logo os jovens retornaram para o ponto lamacento da rota. Nele haviam várias trilhas de pegadas, que se dividiam em uma bifurcação. De um lado, dois pares de pegadas humanas. Do outro, um par de pegadas humanas e logo atrás, um par de pegadas de um pequeno pokémon.

Qual rastro a dupla deveria seguir?

por **thito** Ter Fev 17 2015, 17:06

Eu estava certo! Montar em Rhyhorns era horrivelmente desconfortante. Mas ainda bem que Victor me deu ouvidos. Ele confiava em mim, mesmo que apenas um pouco. Era o necessário por enquanto.

Pensei que o Rock fosse mais rápido do que ele realmente era.. Já sei que teremos que trabalhar mais essas perninhas grossas para ficarem bem musculosas! Fora isso, firmeza e segurança não faltavam, alias, compensavam o atraso na velocidade. Logo, quando nos deparamos com uma poça de lama, as pistas foram jogadas como tortas nojentas em nossas caras.

- Você também vê isso? Não tem como reconhecer as pegadas, mas creio que aquele seja o melhor caminho.

Me referia à trilha que haviam pegadas humanas e de Pokémon. Eu sei que Victor deve ter pensado que as pegadas de Sara e Torres poderiam ter sido aquelas dali então logo me adiantei.

- Victor, essas menores parecem ser do tamanho de um bebê Pokémon... Um Elekid, talvez. Pensa, se há várias pegadas e uma é diferente talvez essa seja a nossa pista. Devemos continuar atrás do Pokémon. Certo? Se eu estiver errado prometo pensar num plano, mas devemos seguir o inicial... Arceus queria que cheguemos antes de todos!

Fazia carinho no grandalhão toda vez que encontrava um obstáculo. Deixava ele mais atento e determinado. Agora não estávamos mais tão cegos. Eu gostaria que Tepig estivesse bem. Ele poderia farejar as pegar e descobrir se aquelas eram das pessoas que eu temia ser.

A parte de convencer o garoto antes dele pensar besteira era apenas para ganhar mais de sua confiança. Eu tinha o número de Sara e poderia enviar uma mensagem pedindo sua localização, mas se Torres descobrisse... O melhor seria: Encontrar a bomba; desarma-la; capturar o bandido; voltar para o acampamento antes que notassem nossa falta. Era uma missão quase impossível, mas estar na traseira nos dava uma vantagem certa vantagem de visibilidade. Eu "via" a todos e ninguém me via.

- Vamos Rhyhorn, continue! - ordenaria após a interação com o garoto, desejando que o grandão avançasse com o seu melhor.

off:

por **Artie** Ter Fev 17 2015, 19:23

off:

Ao observar as pegadas atentamente, Matthew sugeriu que a melhor opção seria seguir os rastros que possuíam a presença de pegadas de pokémon. Se a intuição do garoto estivesse correta, os donos daquela pegada seriam o culpado do crime e, provavelmente, o Elekid aventureiro que tanto perseguia o treinador naquela rota.

Argumentando de forma lógica e tentando transmitir calma para o irmão de Sara, o treinador tentou se impor e explicar porque tomariam aquele rumo. Victor parecia não gostar da ideia a princípio, mas suspirou fundo e acabou aceitando a situação:

- Você tem razão... Estamos numa posição privilegiada. Temos que tirar vantagem disso!

Logo Matthew orientou o seu gigante de pedra e o mesmo voltou a conduzir. A caminhada durou alguns poucos minutos e aos poucos a lama ia embora e alguns arbustos vastos tomavam conta do cenário. O local parecia vazio, provavelmente algo havia afugentado os pokémons nativos da rota. Mas... o que poderia ser?

Foi então que Victor disse num tom de voz mais baixo para o Rhyhorn parar e o mesmo obedeceu a levar um tapinha suave em sua traseira. Antes que Matthew pudesse questionar aquela atitude, Victor cutucou o ombro do rapaz e indicou para três pontos diferentes do local. Alguns arbustos emitiam feixes de luz.

- Tenho quase certeza que aquilo ali são pokémons. Você está certo, o assassino está perto daqui.

Com aqueles pokémons impedindo a passagem na rota, ficava a pergunta: como seguir sem ser descobertos? Não era possível saber quantos adversários existiam por ali.

por **thito** Ter Fev 17 2015, 20:20

Ótimo. A trilha deu em algum lugar. O problema vinha agora. O que fazer?

Eu observei e tentei pensar. Juro que tentei.

- Victor... não faço ideia do que fazer. Isso é ruim. Eu quase nunca não tenho um plano. - meu olhar com certeza mostrava certa preocupação - Não posso mandar meus Pokémon até lá verificar e não podemos continuar assim, sem sermos vistos. A única alternativa que vejo é espionar e se formos pegos batalhar. Está disposto a correr o risco?

Eu esperava que sim. Rhyhorn tinha ordens de atacar com Rock Blast caso estivéssemos em apuros. Ele ficaria ali, mais afastado cuidando de nós a distância. Bastava a Victor decidir se viria espionar as rotas das trilhas comigo ou ficar ali com Rhyhorn. Não sabia o por quê, mas já tinha uma ideia da resposta.

Bisbilhotar não era nada demais, entretanto, me daria uma visão mais ampla da situação. O que me intrigou foram os feixes de luz. O que seriam aquilo?

off:

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