[JdD] Harper Island - O mistério da ilha!

O clima estava tenso no interior da mansão. O frio silencioso continuava entre os ali abrigados. Observavam uns aos outros, mas quando alguém os observava, abaixavam suas cabeças, com o sentimento, e a certeza que qualquer um poderia ser o assassino, aquele que cruelmente cometera, a sangue frio, todas aquelas morte. Eis então que, interrompendo o silêncio, Ord levantara-se da grande poltrona em frente a lareira, voltara-se para os convidados do casamento, que agora tinha rumo incerto, e disse em voz alta. - Se querem ficar aqui, com medo de suas sombras, fiquem! Eu irei atrás de Calyce! Quem quiser, venha comigo! - Todos continuaram em silencio por alguns segundos, observando Ord, afinal, todos ali presentes sabiam de sua relação com Calyce. De qualquer modo, Kazehaya foi o primeiro a se levantar e caminhar em direção ao rapaz, indicando que iria com o mesmo. Não demorou muito para que alguns outros convidados também se erguessem, dentre este, aquele que este ao lado de Nerkon por boa parte de sua estadia, Igneel. Artie, Joul e Ran também se levantaram e juntos, saíram da grande mansão.

Uma vez fora da mansão, Artie foi o primeiro a questionar Ord. - Para onde ela poderia ter ido? E... Por quê? - O Ex da noiva o fitou friamente, desde os seus pés, até seu ultimo fio de cabelo, dizendo rispidamente. - O porquê, não faço ideia. Mas se vamos sair por ai... Com um assassino a solta, creio que o mais indicado seja nos protegermos. Venham. - Após a frase, começou a caminhar pelas laterais da mansão, rumo a uma espécie de quarto vazio, próximo da piscina, onde costumavam guardar cloro, e outras coisas para a manutenção da piscina. Assim que o grupo adentrou a cabana, Ord fechou a cabana por dentro, dizendo que era para a proteção dos mesmos. Em algum lugar, encontrou um interruptor e ligou a energia da cabana.

- Por que estamos aqui afinal!? - Desta vez quem questionava de maneira um pouco mais grosseira era Ran, que ao ser preso ali, começara a duvidar do rapaz. - Não acredito que ele seja o assassino, acalme-se! - Kazehaya respondia Ran, um tanto seco. - Sei que Nerkon guarda armas por aqui. - Desta vez, era Ord quem se defendia, enquanto procurava por algo entre as prateleiras. Primeiro encontrara duas espingardas, mas o mais difícil de encontrar foram as balas para as mesmas. No exato momento em que o homem levantara a caixa em que as mesmas ficavam, ouviu-se um barulho do lado de fora da cabana, como se alguém tivesse pulado na piscina. Mas quem seria o imbecil a pular na piscina num momento destes? Ran, apavorado toma as chaves das mãos de Ord e tenta reabrir a porta. Assim que a porta é aberta, todos observaram uma silhueta enegrecida correndo de seu campo de visão. Então seus olhares caíram sobre a piscina.

O corpo de Perriraz, já estava no fundo da Piscina, rodeado por uma substância avermelhada. Igneel foi o primeiro a saltar na mesma, com a profunda esperança de que o rapaz ainda estaria vivo. Conseguiu levanta-lo facilmente, uma vez que na água, a força necessária para se erguer um peso, não é tão grande quanto ao ar livre. Quando a cabeça do rapaz saiu da piscina, puderam observar, estava toda cortada, deformada, inclusive sua garganta. No momento em que Igneel percebe a situação do amigo, o solta e imediatamente sobe a borda da piscina, horrorizado.

- Temos de sair daqui! - Bradava Ord mais uma vez, enquanto empunhava uma das espingardas, enquanto entregava a outra para Ran. - Tome, sabe como atirar? - O rapaz hesitara por alguns instantes, mas enfim aceitara a arma, afinal, não desejava terminar como Perriraz... Alias, como ele havia sido morto, sendo que havia continuado na mansão? Pena que isso nem passou na mente de qualquer um do grupo. Com uma sensação horrível no coração de cada um, caminharam pelo terreno de Nerkon, primeiramente checaram a grande pedra onde até a pouco estava Vincent, mas nada encontraram, foram para a quadra de Tênis, nada... Um bom tempo se passou até que decidiram verificar a trilha que seguia até a igreja.

E assim foi. Dirigiram-se até a trilha, e logo em seu início, encontraram o corpo de Adryan, jogado exatamente ao centro do caminho de terra batida. Mas, algo faltava no rapaz, sua cabeça. Sua cabeça encontrava-se próxima da raiz de arvore mais próxima do corpo. Ord continuava silencioso, guiando os outros, friamente saltara o corpo do jovem enquanto os outros pararam para observa-lo por alguns instantes. Kazehaya foi oque mais sentira a morte do mesmo, uma vez que era seu melhor amigo... Talvez tenha perdido sua noiva, e agora o melhor amigo... Mas não havia mais oque fazer, estava morto, assassinado. Então, prosseguiram, porém, não muito distante dali, encontraram mais dois corpos, Daisuke e Aaron, cada um a um lado da trilha, mas próximos. Daisuke tivera sua cabeça aberta por um golpe brutal de espada, enquanto Aaron tivera cravado em seu peito, e consequentemente no coração, uma espada, que não mais estava ali, em observação a grande quantidade de sangue sobre o chão.

A caminhada continuava, Ord e Ran iam à frente com as espingardas em riste para cada barulho que surgia na frente. Mas finalmente chegaram à Igreja, como de praxe, ela estava com suas portas abertas. Assim que a adentraram, encontraram o padre no altar, em frente ao ambão. A Igreja era um tanto escura, mas tinha um bom ar ali dentro, o doce aroma das flores, compradas para o casamento continuavam a exalar perfume, mesmo trancadas. - Ora essa! Não são permitidas armas assim na casa de Deus! - Dizia o Padre Hugo, grosseiramente. Como em resposta a sua frase, Ord disparou para o teto da igreja, próximo de um grande lustre que começara a tremer. - Cadê... A... Calyce!? - Perguntava Ord irritado em meio a pausas. - Sei que está protegendo ela, Padre, não se faça de idiota!

- Ora essa! Se for para defende-la, sim, a protejo! - Dizia o padre, em suas vestimentas típicas negras, enquanto saia de trás do ambão. E neste momento, levara um tiro em torax, sendo jogado para trás com o impacto. Eis então que, surgiu Calyce, atrás de uma mesa sobre o altar, correndo para a porta dos fundos. Mesmo sem entender tudo oque acontecera, Kaze, Joul, Igneel e Ran tentaram segurar Ord, mas com sorte conseguiu liberar-se e correr pela mesma porta que a garota saíra. Ran correra atrás do mesmo ainda com sua espingarda em mãos, ao lado de Kazehaya. Enquanto isso, Artie, Igneel e Joul correram até o Padre, a bala não o matara, mas certamente não poderia continuar ali, teriam de ajuda-lo, chamar a ambulância e também a polícia, e isso fizeram. Não muito demorou para uma nova figura surgir na igreja, com seu corpo coberto de sangue e sabres duplos nas mãos; os mesmos que foram derrubados na noite passada quando descobriram a morte de Vincent. Sem dizer palavra alguma, Nerkon correu pela mesma porta que Calyce e os outros.

No terreno ao fundo da igreja, onde havia uma grande quantidade de flores bem cuidadas, Calyce havia desaparecido, enquanto Ord permanecia ao centro, procurando a mulher, com sua espingarda em posição de tiro. Quando menos esperava, foi atingido por Kazehaya, que rapidamente o jogou para o chão enquanto Ran apontava a Espingarda para sua cabeça. - Vamos, atire! - Dizia Ord, com um sorriso torto em sua face. - Acha mesmo que te daria algo que funcionasse? Algo inútil, para alguém sem importância. Ran tentara disparar neste momento, mas a arma falhara, como dito por Ord, que não muito demorou para receber um soco na cara de Kazehaya. Do outro lado, surgia Nerkon, correndo na direção dos três, com seus sabres. Ran foi o primeiro a avista-lo e avisar que o mesmo estava ali. Primeiramente ele investe contra Kaze, mas antes de ser atingido, este consegue fugir da lamina. Ran tenta bater com a espingarda em Nerkon, mas acaba falhando, sendo atingido pela alça da espada, sendo jogado para trás. - Oque está esperando? Atrás dela! - Dizia Nerkon para Ord.

Mais uma vez Ord estava livre, e assim, começou a correr por entre as arvores em busca de Calyce, e atrás do mesmo estava Nerkon e Kazehaya. Calyce em sua corrida havia torcido o tornozelo, e assim, não conseguiu mais avançar. O primeiro a encontra-la foi Ord, que em meio a um sorriso histérico, disse. - Incrível como as mocinhas sempre indefesas acabam no chão em algum momento, não? - Mantinha sua arma em riste a mulher. Nisso, chegava Nerkon, já com seus sabres baixos, não parecia ser sua intenção matar a jovem com suas mãos, neste caso, sabres. - Por que estão fazendo isso?! Por que!? - Calyce suplicava, com sua face vermelha e coberta por lágrimas, sem esperanças.  - Não deveriam ter voltado a essa ilha... Eu disse isso. - Dizia Nerkon. - Você condenou todos eles a morte quando tomou esta decisão idiota. Veja bem. Todos vocês saíram da ilha, continuaram suas vidas... Eu perdi minha esposa, e tive de continuar neste inferno. Já tiveram suas cotas de felicidade por toda a vida.

Após aquelas palavras, Nerkon foi surpreendido por trás, por Kazehaya, que ferozmente o derrubara e chamara a atenção de Ord. Em uma posição infeliz, Nerkon não conseguia defender-se, nem mesmo com as espadas, assim, teve-as retiradas de suas mãos por Kazehaya. O noivo começou a correr na direção de Ord, que tentou disparar, mas por uma infelicidade, trocara as espingardas, pegando a falsa que anteriormente estava com Ran. Vendo a que a mesma não disparara, risca o ar com a mesma, chocando-se contra um dos sabres de Kaze, fazendo com que a mesma caísse de sua mão. Os dois se olhavam, e após alguns instantes, Kaze investia mais uma vez com o sabre, mas sua falta de habilidade fez a mesma ser arrancada mais uma vez de sua mão. O ex da noiva já começava a avançar contra o noivo quando foi surpreendido, sentiu algo atravessar seu tórax, uma das armas caídas, em posse de Calyce. Não demora muito para seu corpo despencar sobre as flores e sangrar até a morte.

Eis então, que Nerkon se levantava e observava o casal de noivo, lado a lado, próximos do corpo de Ord. Calyce pisa sobre o corpo de seu ex enquanto retira a espada do mesmo. Nerkon neste momento começa a recuar. O noivo permanece imóvel, desviando olhares entre seu sogro e sua noiva, que agora caminhava aparentemente tranquila, em direção a seu pai, com uma espada em mãos. - Ajoelhe-se! - Agitava o Sabre contra o ar. - Agora! - Eis então que seu pai, com um sorriso torto e irônico em sua face, ajoelha-se. Mais uma vez Calyce agita a espada. - Não o matarei... Apesar de tudo... Ainda é meu pai... Mas terá de pagar por tudo que fez. - O silencio se fez no local, mas foi quebrado pelas ultimas palavras de Nerkon. - As mortes... Ele foi o responsável pelas mortes. Eu apenas tive de acabar com os outros, e protege-lo.

Cerca de 30 minutos se passaram, o lugar permanecia em silencio, todos permaneciam em suas posições, exceto Kaze, que agora estava próximo de Calyce, tocando seus ombros. Passos eram ouvidos. Logo chegavam a cena, dois policiais, parceiros de Yaan, um dos assassinados, Artie, Joul, Ran e Igneel. Os policiais levaram Nerkon e certificaram-se de que não seria tratado diferente de ninguém por seu dinheiro, e garantiriam que permaneceria preso. Todos os envolvidos que continuaram vivos permaneceram na igreja, de onde o padre Hugo já havia partido para o hospital.

- Pode parecer ridiculo... Mas o... Casamento, ainda vai acontecer? - Questionava Igneel, um tanto perplexo, e na verdade, aquela pergunta foi apenas para quebrar a tensão ali presente.

- Depois do que aconteceu hoje? - Calyce enxugava suas lágrimas enquanto encostara seu ombro no de Kaze. - Depois de tudo isso? Sem dúvidas, sim.

- Só, prometa que não voltaremos para cá. - Dizia Artie.

- Nunca mais. - Completavam Ran e Joul.

- Nunca mais. - Respondiam Calyce e Kaze ao mesmo tempo.