[S.C] Uma breve despedida!

Lysander estava boquiaberto. Alex era filho do Comissario de Polícia? Esta informação realmente surpreendeu o jovem, que continuava imóvel a observa-lo. Permaneceu nesta mesma posição por alguns bons minutos, mas logo se recuperou, e com a voz um pouco rouca disse algumas palavras ao amigo. - Sério? - Parecia ainda um tanto incrédulo, mas continuou rapidamente. - E eu ainda te arrastei para tudo isso... Peço perdão... Por ter se machu... - Neste momento houve o grito de dor de Alex, que fez sua ave acordar e ir até este, confortá-lo.

Com o grito do amigo, Lysander avançou até este, seguido por Marte, que pousou próximo de Meteor. O jovem não sabia oque fazer exatamente, então, no momento a unica coisa que conseguiu fazer foi dizer. - Calma... Logo a ambulância virá... - Era algo um tanto ridículo para se dizer naquela situação, mas bem... Lys também não estava em melhores condições, afinal, também havia sido ferido, e em sua cintura havia um corte feito pela faca de Luna, que seria investigada pelos peritos. Oque tinham para fazer neste momento? Esperar pela ambulância e serem levados para um hospital, e que bom seria se fosse o Saint Gardevoir, onde Leny também estava, assim, poderia também receber informações sobre este, Pia e Karina.

Enquanto o enfermeiro tratava de seu ferimento, limpando-o, Lysander podia ouvir o médico dizer algumas palavras para Alex, e a mensagem que estas palavras tinham era de que o jovem deveria evitar alimentos muito quente ou muito frio, e quanto menos falar, melhor seria para ele. Uma vez que seus curativos estavam feitos, o mesmo médico que antes falara com Alex, aproximou-se de Lys e lhe informou enquanto lhe entregava dois frascos de remédio, os mesmos dados a Alex, que não poderia carregar peso, fazer força, ou correr por um tempo, duas semanas para ser mais exato.

Lysander assentiu positivamente, e em seguida o médico retirou-se, provavelmente tinha outros pacientes a atender. Os dois jovens estavam com altas, e após Lys ler rapidamente algumas informações no frasco de remédio, virou-se ao amigo enquanto descia de sua cama hospitalar, e disse algumas palavras. - Sinto muito por não poder falar... Mas... Hum... Gostaria que conhecesse meus amigos. Venha, as garotas devem estar por aqui. - O rapaz, então, em silencio, e tentando esboçar um fino sorriso, que saiu um pouco torto, assentiu positivamente.

Lysander e Alex começaram a avançar pelos corredores do hospital, seus ferimentos não permitiam que caminhassem com grande velocidade, mas também não havia necessidade para isso no momento. Passaram por várias salas em diversos corredores, grande maioria tinha suas portas fechadas, mas por um vidro em suas portas, podiam observar a grande movimentação em cada uma. Eis então, que andando pelos corredores, a dupla se depara com Pia, uma bela garota de cabelos róseos, que ao fitar Lysander, correu até este em meio a saltinhos com um largo sorriso em sua face.

Quando a garota estava próxima o suficiente para observa-lo melhor, parou, com uma expressão de pavor em sua face, e disse. - Você derramou Ketchup em toda sua camisa?!?! - A garota se referia a mancha avermelhada em sua camisa onde na verdade havia sido esfaqueado. - Como pôde!? Você nos deixou aqui e foi comer lanche?! - Parecia furiosa e sua face começava a inchar. Lysander já conhecia a garota, e a unica coisa que fez foi liberar um fino sorriso à garota. - Não, Pia... É sangue. Fui esfaqueado.

- Ah! Que bom, assim fico mais tranquila, odeio manchas de ketchup. - Sua face agora começava a desinchar, mas finalmente encarou Alex, e então Lys, com uma cara de dúvida.

- Ah sim... Este é Alex, ele me ajudou. Alex, esta é Pia. - A garota sorriu com vontade e emitiu um "Olá, peixinho. Obrigado por ajudar este peixinho inútil. Venham, Karina está aqui." - Karina era a outra amiga de Lysander, e embora fosse a encarnação da preguiça, Lys esperava poder ter mais resposta da garota que de Pia. Sendo assim, caminharam pelos corredores mais uma vez, Pia à frente dando pequenos saltinhos.

Finalmente chegaram até uma pequena área com algumas cadeiras não tão confortáveis, e sobre uma delas, cochilava uma garota de cabelos prateados. Pia correu até esta e a sacudiu. Reclamando em um cochicho a garota abriu seus olhos, e logo avistou Lys a Alex, sua expressão facial também foi tomada por pânico, mas limitou-se a isso, nem mesmo se levantou, mas disse. - Você se machucou? Como?

- Bem... Esta é uma longa história, mais tarde eu conto, prometo. - Lys parecia sério. - Ah sim... Este é Alex, ele me ajudou, e Alex, esta é Karina. - O jovem esperou que os dois se comunicassem de algum modo e finalmente liberou para Karina sua maior angustia no momento. - E Leny? Como foi a cirurgia? Já acabou, não? Podemos vê-lo?

Off: De boas. Não teria muito, para não dizer nada, para narrar enquanto os tratamentos eram feitos. Kkkkkkkkkkkkkkk Perdão por narrar o Alex, mas você disse que ele poderia ou não me acompanhar na pm, então tomei esta liberdade, sorry, mas de qualquer modo, só narrei que ele seguiu o Lys, então não faria tanta diferença. Se tiver algum problema, manda PM que eu edito. ^^

Lysander escutava atentamente as palavras ditas por Karina e Pia, e tais palavras o deixaram realmente angustiado, mais que antes. Leny havia entrado em cirurgia a um bom tempo atrás, antes mesmo do sumiço de Honchkrow que levou o jovem e Alex até a construção onde toda a confusão ocorreu. A preocupação era tamanha que nem mesmo notara o tom rubro que tomara a face de Alex diante de Pia e Karina, e quando o notou, esboçou um fino sorriso em sua face pálida e disse enfim. - Ah sim... Alex não pode falar...

- Ah! Ele é mudo? Diga-me, Alex, como é ser mudo? Sempre imaginei como seria ser mudo. - Disse Pia, dando alguns passinhos para frente e se aproximando cada vez mais de Alex, algumas mechas de seu belo e sedoso cabelo róseo caíam-lhe sobre os seios, contornando-os suavemente. Lys então, ainda com um fino sorriso em sua face, respondeu pelo rapaz, que certamente não era mudo. - Não, Pia. - Abafou sua risada e logo continuou. - Fomos atacados por criminosos. Fui esfaqueado e Alex foi quase estrangulado, então o médico ordenou que fizesse voto de silêncio.

- Voto de silêncio, é? - Sussurrou Karina, ainda sentada, sendo interrompida por si mesma enquanto liberava um bocejo que se estendeu por alguns instantes. - Isso já faz de você uma companhia muito melhor que essa ai. - E com um movimento estranho com a mão terminou por apontar para Pia, que agora girava em seus calcanhares, voltando-se para uma cadeira ao lado de Karina e jogando-se sobre tal objeto, logo voltando-se para Alex e também dizendo algumas palavras:

- Voto de Silêncio é chato. Deve ser MUITO chato fazer voto de silêncio. - Karina encarou-a por alguns instantes, mas logo voltou-se para Alex novamente. - Bem... Devo concordar, deve ser incômodo não falar absolutamente nada... Mas... - Karina mais uma vez interrompeu-se para liberar um bocejo. - Mas, deve ter sido corajoso para ajudar alguém que mal conhece... - Corajoso, ou estúpido, eram palavras que soavam bem parecidas para a garota, mas optou por corajoso.

Enquanto continuavam, Lysander caminhou até uma das cadeiras e sentou-se, deixando ma cadeira vaga entre si mesmo e Karina, para que Alex se sentasse ali. Sua face parecia tensa e preocupada, mas a única coisa que lhe restava fazer era esperar aquela tal uma hora para que Leny saísse da sala de cirurgia, para então ter novas informações sobre este. Enquanto o tempo passava, Pia entregou uma pequena agenda - de capa azul repleta de peixinhos - para Alex, falando que este poderia escrever ali o que desejava dizer. Entregou também uma simples caneta BIC de coloração azulada.

Lysander não demorou muito para entender oque Pia queria ao entregar aquele caderninho para Alex, era um meio deste se comunicar com o grupo sem precisar esforçar suas cordas vocais, afetando-a mais que o que deveria. Em sua primeira folha escreveu um grande obrigado à Pia, que agradeceu em meio a um largo sorriso enquanto esperava que o jovem continuasse a escrever mais de suas mensagens. Na segunda mensagem, Alex se referia a Leny, desejando a este melhoras.

- Sim... E obrigado... - Disse Karina para tal frase. - Ele já está lá a um bom tempo, muito antes de anoitecer, na verdade. - Enquanto isso, Pia parecia incomodada em sua cadeira, buscava uma posição que lhe fosse confortável, e por mais incrível que parecesse, tal posição consistia em ajoelhar-se sobre a poltrona, mas em seu olhar continuava um olhar de mistério para descobrir oque mais o jovem diria em seguida, mas também não liberara palavra alguma, simplesmente esperava pela próxima folha.

As três seguintes mensagens foram dirigidas a Lys. Na primeira, dizia que tinha de ser sincero com Lys, e na verdade, o jovem não entendera bem esta mensagem de imediato, então simplesmente encarou-o enquanto esperava uma melhor explicação sobre a mensagem. Eis então que veio a segunda mensagem, logo abaixo da primeira, era uma mensagem muito maior que as anteriores, mas também provavelmente a mais importante, em que explicava melhor o seu lado da história, história esta que Lys não conhecia de fato.

Em síntese, Alex já buscava encontrar-se com Al Capone para demonstrar a seu pai todo seu valor, mas se assustou quando ouviu pessoas na construção, e apartir daí, no pensamento de Alex, enquanto envolto em todas aquelas mentiras inventadas por Lys, este havia crescido muito naquela aventura que poderia ter acabado mal, mas por sorte, os ferimentos eram de longe, muito melhor que a pior das hipóteses... Assim que Lys leu a mensagem, pensou em dizer-lhe algumas palavras, mas como o rapaz já voltara a caçar algo em sua mochila, preferiu optar por esperar que o jovem concluísse sua "oratória".

Retirou de sua mochila, um objeto negro, era um par de óculos escuros, mas não um qualquer, um BlackGlasses, Lys supos isso, uma vez que Alex disse que poderia ter dado à Meteor na batalha; mas os mesmos não pareciam ter grande diferença de um par de óculos escuros normais, a não ser talvez o tamanho. Lysander continuou a encarar o objeto sobre a mão estendida do rapaz, até que finalmente pegou-o, e ainda encarando o jovem, finalmente pôs-se a dizer algumas palavras o mesmo:

- Um BlackGlasses! - Parecia ao mesmo tempo surpreso e maravilhado enquanto observava o objeto em suas próprias mãos. - Obrigado... Prometo fazer bom uso dele. E bem... Vencemos a batalha, não vencemos? - Concluiu, buscando consolá-lo, que mesmo sem o objeto, a dupla venceu, então não fez tão mal enfim. - E sobre Al Capone e seu pai... Realmente te compreendo... - Disse Lysander, ocultando que ainda precisava ligar para seu pai, mas optou por fazê-lo mais tarde, quando tudo já estivesse concluído. - Minha relação com meu pai também não é das melhores. Mas ainda bem que enfrentamos isso juntos, pelo menos assim, nós nos ajudamos, não? Teria sido muito mais complicado enfrentar tudo aquilo sozinhos. - Ao final esboçou um fino sorriso ao jovem. - Alias, espero que seu pai permita que saia em sua aventura.

Enquanto isso o tempo passava, o grupo já se negava a olhar para o relógio que apenas lhes dava agonia. Mas não sabiam quanto tempo havia passado... Mas Leny ainda continuava em sua cirurgia...

OFF: Black Glasses! AMO!! Kkkkkkkkkkkkkkk Valeu, Sckar. Kkkk

O grupo finalmente teve sua informação sobre Leny, a cirurgia havia sido um grande sucesso, mas ainda precisava descansar, e a anestesia geral ainda surtia efeito em si, oque o impossibilitaria de receber visitar até o próximo dia durante a manha. Essa ultima informação frustrou o grupo, mas pelo menos agora sabiam que seu estado já não era mais de risco. Sendo assim, retiraram-se, os 4 do hospital. Pia, Karina e Lys seguiriam ao Centro Pokémon, enquanto isso, Alex seguiria para sua casa.

- Vejo-te em breve, amigo! - Disse Lys, enquanto este e Alex eram juntados em um abraço, agarrados por Pia, que fez deste um abraço triplo, que se tornou quadruplo após Pia arrastar e forçar Karina a fazê-lo também. Lys anotou o contato de Alex, caso o destino resolvesse lhes reunir uma vez mais. Dali, Lys seguiu ao Centro pokémon, onde após trocar Mankey e Meowht de sua team por Carvanha e Beedrill, e trocar de camisa, uma vez que antiga estava ensanguentada, acabou por cair em sono... Foi um sono maravilhoso, apesar das dores que sentia, uma vez que seu corpo, após toda a aventura já estava exausto.

Quando pela manha, Lysander acordou um pouco melhor, tomou os remédios medicados para si. Pia não demorou muito para acordar também, mas os dois tiveram de acordar Karina, que por ela, dormiria até seis da tarde. Era cerca de 10 horas quando voltaram ao hospital St. Mungus. Já sabiam o caminho até a sala de Leny de cabeça, e para lá seguiram, encontrando em tal sala um Leny de traje hospitalar, com soro em suas veias, precisava repor suas energias, e ao seu lado, estava Júlio. Após alguns momentos de conversa, Leny disse enfim.

- Me desculpem pelo susto, pessoal... Mas estou bem, não? Já poderia sair correndo por ai novamente. - E liberou um largo sorriso, que era sua marca registrada, mas desta vez seu sorriso era um tanto torto, afinal, também não era idiota, sabia de suas condições. - Não, não pode. - Disse Júlio, com uma expressão de censura em sua face. - Não banque o idiota, sabe que tem de se tratar.

Karina e Lys permaneciam ao lado de Leny, enquanto Pia procurava encaixar-se em algum canto daquela cama, até que a garota de cabelos róseos disse. - Você nos deixou todos loucos, seu peixe bobo. - Sua expressão era de doçura. - Por favor... Precisa tomar cuidado... Precisa se cuidar. - Foi interrompida por Leny, que tocou a mão da garota, que estava apoiada sobre o colchão, e ainda com um largo sorriso em sua face, disse. - Já conversei com Júlio... Eu irei ficar por aqui por mais algum tempo, pessoal... Não quero perder minha vida... Não quero perdê-los... - Jovem havia feito sua escolha, havia decidido permanecer no hospital e continuar seu tratamento.

Após mais alguns instantes de conversa, uma enfermeira surgiu, dizendo que o horário de visitas se acabara. O grupo se despediu, houve lágrimas e tudo o mais, mas prometeram que ainda se reencontrariam, e isso sem dúvidas viria a acontecer, Leny fazia parte da "família" de Lys, e este faria tudo para manter sua família unida, porém o mais surpreendente, foi a despedida de Pia, que enxugando suas lágrimas, surpresa consigo mesma, inclinou-se sobre o jovem Leny, e fez com que seus lábios tocassem o deste, beijando-o. - Me espere...

Leny pareceu um tanto surpreso com aquilo, mas logo observou seus amigos afastarem-se pela porta, até perdê-los de vista, com apenas a esperança de melhorar e reencontra-los a vista.

Era um novo dia... Novas luzes, novas coisas para se fazer e novas esperanças... Mas ainda tinha algo a ser feito neste dia. Lys, pegou seu celular, e observou que haviam várias ligações de seu pai, ligações que o jovem nem mesmo notou, uma vez que estava no silencioso. Teclando o número de Lorcan, ligou para este, porém foi atendido por Jorge, o empregado da mansão de seu pai. - Ah... Olá, Jorge! Meu pai está?

- Senhor Lestrange? Patrãozinho, seu pai está enfurecido, por que não recebeu suas ligações? - Jorge, na ausência de Lorcan, agiu como um segundo pai para este, e por isso tinha grande afeto por ele.

- Estava ocupado... Me desculpe... Mas por que ele queria tanto falar comigo?

- Bem, patrãozinho... Ele mesmo irá falar isso. - Disse Jorge, entregando o telefone para Lorcan.

- Uma facada?! Como pôde se envolver com coisas assim, Lys! Inaceitável! - De algum modo, talvez tivesse contatos na polícia, ou algo assim, Lorcan soubera sobre o incidente na noite passada. - Você não entende, não é? Quero você de volta! Volte imediatamente para casa! - Sua vez parecia tensa, uma mistura de preocupação e raiva, típica de pais quando descobrem algo do gênero por parte de seus filhos.

- Não! - Disse Lys, sério, no mesmo tom de Lorcan. - Entendo que foi perigoso, mas não irei voltar! Me desculpe... Pai. - Pai era uma palavra muito difícil de se usar para referir sobre seu próprio pai, mas finalmente o disse.

- Lys... - Lorcan parecia começar a baixar seu tom de voz. - Sei que não fui o melhor pai... Mas gostaria de fazer a coisa correta... Me preocupo com você.

- Me desculpe... Não tem a ver com você... Não mais... Preciso provar a mim mesmo de que sou capaz... Enfim... Tenho que ir, PAI.

- Lys... Tudo bem... Nos veremos. - Terminou sua frase e desligou o aparelho. Lysander não entendeu muito bem o recado final de seu pai... Tentou ligar para ele mais uma vez, mas este não lhe atendeu. Com isso em sua mente, Lys se encontrou com Pia e Karina, que haviam ficado no Centro pokémon e dali, seguiram para a rota de ciclismo acima da cidade.